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Pesquisa internacional indica insetos para alimentar peixes e aves

Em todos os experimentos conduzidos no Brasil e em Camarões, com frango de corte, bagre africano e tilápia, os percentuais de farinha de insetos introduzidos na ração, a aceitação foi expressiva

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É possível substituir gradualmente a ração convencional de peixes e aves, à base de farinha de peixe e farelo de soja, por uma dieta equilibrada com insetos. Cientistas brasileiros e de Camarões, na África Central, comprovaram essa viabilidade em uma pesquisa conjunta que acaba de ser concluída. Eles estão trabalhando para que insetos como o besouro tenébrio (Tenebrio molitor), o grilo-preto (Gryllus assimilis) e a mosca soldado negra (Hewrmetia illucens) sejam alimentos alternativos para aves e peixes criados em cativeiro na agricultura familiar. A criação de insetos na propriedade ainda pode ser integrada à produção de fertilizantes por meio da decomposição de matéria orgânica realizada por suas larvas.

Em todos os experimentos conduzidos no Brasil e em Camarões, com frango de corte, bagre africano (Clarias gariepinus) e tilápia (Oreochromis niloticus), os percentuais de farinha de insetos introduzidos na ração desses animais e a aceitação foram expressivos. Na ração para o bagre africano, foram introduzidos 60% de larva de mosca soldado negra. Já na dieta de frango de corte e tilápia, os pesquisadores substituíram 15% do ingrediente proteico por larva de mosca soldado negra.

“Esses resultados mostram que estamos no caminho certo na busca de alternativas alimentares sem impactos negativos para a piscicultura e para a avicultura”, diz a pesquisadora Janaína Kimpara, da Embrapa Meio-Norte (PI), que coordenou a pesquisa. “Precisamos agora avançar nos estudos para que as rações de peixes e aves possam receber percentuais maiores ainda de insetos, iniciando assim um novo ciclo alimentar nas pequenas propriedades”.

Impactos ambientais e econômicos

A cientista da área de aquicultura revela três questões importantes para defender a médio prazo a inserção de insetos na alimentação de peixes e aves. A primeira é a ambiental: os insetos substituem parte das rações à base de soja empregadas na alimentação de frango, bovinos, suínos, caprinos e ovinos, o que reduz a pressão para o aumento das áreas plantadas. Para a ração de algumas espécies carnívoras de peixes em cativeiro é comum o uso da farinha de peixe, elaborada com animais pescados. O impacto negativo desse produto, segundo a pesquisadora, é a pesca predatória que não respeita a fase de reprodução dos animais. O perfil de aminoácidos da farinha de insetos em geral, comprovado no estudo, de acordo com a pesquisadora, é semelhante ao da farinha de peixe encontrada no mercado.

Outro ponto positivo é que a dieta de insetos é mais econômica. “Ela possui aspectos que são a base de sobrevivência da pequena propriedade, como o equilíbrio entre produtividade, fácil manutenção, pouca mão de obra e insumos”, afirma a cientista, que estuda também a possibilidade da reciclagem de resíduos, como restos de alimentos domésticos ou produtos não vendidos. Segundo Kimpara, outro fator importante é o custo de importação da ração, muitas vezes inviável para pequenas comunidades no Brasil e em países da África.

A segurança alimentar é a terceira questão que fundamenta a viabilidade da ração feita com insetos, no entender da cientista. “É importante que o produtor saiba que tipo de ração está dando para seus animais”, recomenda.

Insetos podem decompor resíduos

Para entender esse trabalho dos pesquisadores no Brasil e na África é preciso conhecer o ciclo de vida dos insetos, o abate deles e o preparo da ração. A mosca soldado negra, que foi a espécie mais trabalhada na pesquisa, tem um ciclo de vida curto: 15 dias. Da eclosão dos ovos, passando pela fase de larvas – que podem atingir até 27 milímetros – até o ponto de abate, seu desenvolvimento é muito rápido.

A mosca soldado negra tem importância ambiental e econômica. Sua larva é considerada uma grande recicladora de resíduos orgânicos, segundo a pesquisadora. “Em até 15 dias, aproximadamente 45 mil larvas consomem 108 quilos de esterco suíno, que é um problema ambiental e econômico. Os resíduos desse consumo servem para a fertilização de plantações”, explica.

Já no caso do grilo-preto, do ovo até a ninfa, o tempo é de dois meses, quando ele pode ser abatido e virar componente de ração. O tenébrio, também conhecido como bicho-da-farinha, é o inseto que leva mais tempo até chegar ao ponto de abate: seis meses. Na fase adulta ele mede de 12 a 18 milímetros. Livre na natureza, o tenébrio consegue viver de um a dois anos.

“Para alimentar frangos, os insetos são abatidos em água fervente, secos em estufa ou micro-ondas e depois moídos. Em seguida, a farinha é misturada ao farelo de soja ou milho moído, mistura de vitaminas e minerais e disponibilizado para o consumo das aves”, conta Kimpara.

O preparo muda na elaboração da ração de peixes. “Mistura-se farinha de insetos, água, milho moído, óleo de cozinha, vitaminas e minerais. Depois, é só misturar e passar em um moedor de carne para aglutinar os ingredientes, e está pronta a ração”, ensina. A cientista reconhece que hoje no Brasil o grande desafio é conscientizar os produtores sobre a possibilidade do uso de insetos na alimentação animal, a partir de resíduos orgânicos. “Assim, será possível produzir farinha de insetos em larga escala, com qualidade e segurança”, assegura a pesquisadora.

Rede de pesquisa internacional

Além da participação efetiva do pesquisador Paulin Nana, da Universidade DSchang, em Ebolowa, nos Camarões, a pesquisa, financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, recebeu a contribuição de professores e estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Márcio Alves, entomologista lotado no campus da Uespi no município de Parnaíba, trabalhou os aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais dos insetos, buscando melhorar a criação e o aperfeiçoamento deles como ração.

Antônio Hosmylton, também professor da Uespi em Parnaíba, foi responsável pela avaliação bromatológica dos insetos usados na pesquisa, uma área, segundo ele, fundamental no suporte à dieta de acordo com a fase de vida do peixe ou da ave. O cientista conta que a composição bromatológica do enébrio, por exemplo, apresenta um bom balanço aminoacídico, vitamínico e mineral. O estudo demonstrou que esse inseto apresenta 52,8% de proteína bruta.

Embora considerando os insetos excelentes fontes de proteínas sustentáveis, o professor ainda não vê a possibilidade a curto e médio prazo de a ração tradicional ser substituída 100% por uma dieta alternativa, como a formada por insetos. “Essa substituição total ainda está longe de acontecer. Ainda existem muitos insetos a serem descobertos e estudados, bem como muitos peixes para serem trabalhados”, justifica.

Do campus da UFPI no município de Bom Jesus, onde foram estudadas a composição química e a digestibilidade de três tipos de farinha de insetos, vem mais otimismo. A professora Leilane Dourado garante que a viabilidade nutricional dos insetos é adequada e eles podem ser incluídos nas dietas para aves. Os preços e a baixa produção de insetos para essa finalidade, no entanto, impedem no momento o avanço do uso dessas rações alternativas, de acordo com a especialista.

O professor Paulo Henrique Sousa, da Universidade Federal do Ceará (UFC), vê a ração de insetos como um grande potencial para a complementação proteica na alimentação de peixes e aves. “É importante ressaltar a biodisponibilidade dessas proteínas e sua qualidade. Os insetos são uma boa fonte de minerais e ácidos graxos”, declara.

Na visão dele, a agricultura familiar poderá se beneficiar desse estudo, já que os insetos podem ser coletados na natureza ou mesmo ser produzidos em cativeiro, com baixo custo.

Mosca doméstica na ração animal

A primeira pesquisa com insetos para a alimentação animal conduzida pela Embrapa no Piauí foi em 2012. Usando larvas de moscas domésticas (Musca domestica Linanaeus) como complemento alimentar de galinhas caipiras, frangos, codornas, peixes e camarões, o pesquisador Luiz Carlos Guilherme testou com sucesso esse inseto no Sistema Integrado para Produção de Alimentos (Sisteminha Embrapa). Nesse experimento, chegou-se a produzir cerca de cinco mil moscas em uma gaiola telada. O resultado foi a produção diária de um quilo e meio de larvas, que consumiam farelo de trigo com cerca de 15% de proteína bruta. As larvas foram usadas na alimentação de camarões marinhos adaptados à água-doce.

Produtor aprova

O casal Michael Lark, 64 anos, marceneiro nascido na Austrália, e Augusta Costa, 52 anos, carioca e artesã, está testando e aprovando a ração de insetos de acordo com a orientação da Embrapa. Instalados há seis anos no Sítio Caripina, a cinco quilômetros do centro de Parnaíba, eles vêm alimentando o plantel de galinhas caipiras há pelo menos um ano com larvas de besouro tenébrio e farelo de milho.

Os resultados são bons, segundo a artesã. A alimentação alternativa com insetos não mexeu com a dinâmica das aves, que são criadas para a produção de ovos para venda. “As nossas aves se adaptaram muito bem a essa nova ração, que, ao meu ver, só tem a crescer”, afirma. Para ela, além de reduzir os custos, o uso de insetos na ração das aves aumenta a qualidade da alimentação, com mais proteína, o que traz mais benefícios aos animais.

Gerente da propriedade que também produz pães integrais e geleias, Augusta Costa acredita na proposta: “A tendência é que haja um aumento gradativo no uso de insetos na ração de peixes e aves. Não acredito que haverá uma troca total de outros componentes da ração animal, como farelo de soja e de trigo, por exemplo. Principalmente porque não existe ainda uma grande divulgação dessa nova tecnologia. Mas à medida que a população tomar conhecimento, eu acho que a tendência será o aumento do uso dessa ração”, acredita.

O comércio de insetos no Brasil

Em crescente expansão, o comércio de insetos para compor ração animal no País não é de agora. Estabelecido no Recife (PE) há 11 anos, o técnico em contabilidade Ginaldo Menezes foi um dos pioneiros no Brasil e o primeiro do Nordeste a vender insetos. “Já fui criador de pássaros e percebi que faltava no mercado proteína viva para completar a alimentação de animais. Por isso apostei nesse tipo de comércio”, relembra.

A aposta de Menezes venceu. Ele criou a marca Insetos Brasil. Todo mês a empresa vende dezenas de quilos de insetos e o faturamento líquido chega perto de R$ 30 mil.  O quilo do besouro tenébrio ou do grilo-preto é vendido a R$ 300,00. O estado de São Paulo é o maior comprador, segundo ele. Os animais são comercializados vivos, abatidos e congelados ou desidratados.

A ração tradicional e já consolidada no mercado tem preços estáveis. O quilo da farinha de peixe é vendida em média a R$ 2,50. Já o quilo do farelo de soja custa na maioria dos estados R$ 2,00, enquanto o quilo do farelo de trigo sai por R$ 1,25. O menor preço praticado principalmente no Nordeste é o de farelo de milho: R$ 1,05.

O País já tem até uma Associação Brasileira de Criadores de Insetos (ASBRACI). Com sede na cidade de São Paulo, a entidade reúne hoje 356 associados, a maior parte, paulista. Minas Gerais está em segundo lugar. O biólogo Casé Oliveira, fundador e atual presidente da associação, prevê mais crescimento na produção, já que a inclusão de insetos na ração também de gatos, cães e suínos cresce em praticamente todo o País. “É um bom negócio”, garante.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) já alertou o mundo para previsão populacional do planeta em 2050, que abrigará mais de nove bilhões de seres humanos. A sugestão da entidade é que os países, principalmente os mais pobres, vejam os insetos como alternativa alimentar. Hoje, eles já estão na mesa de famílias da Ásia, África e América do Sul. Os insetos mais consumidos no mundo são besouros, lagartas de mariposas, grilos, formigas e moscas.

Fonte: Embrapa Meio-Norte

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Combate a agrotóxicos ilegais se multiplica com ações integradas

Evento em Campinas discutiu ações de empresas e do poder público para reduzir ocorrências; destinação de produtos apreendidos foi debatida.

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Atuar na descapitalização de organizações criminosas que atuam no contrabando ou falsificação de agrotóxicos químicos e biológicos tem sido uma estratégia adotada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no combate às fraudes e crimes envolvendo o produto. O assunto foi debatido nesta terça (23), no Workshop sobre Agrotóxicos Ilegais realizado em Campinas (SP). O evento foi promovido por uma associação de empresas de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atuam nas áreas de sementes, biotecnologia, defesa vegetal e agricultura digital, a Croplife-BR. 

O Mapa participou do evento na abertura e com uma palestra técnica. O superintendente do ministério no Estado de São Paulo, Guilherme Campos, lembrou que o setor produtivo cobra, com muita justiça, ações de combate à ilegalidade das autoridades competentes. “Vamos fazer a nossa parte para que o mercado de agrotóxicos ilegais seja erradicado da atividade produtiva no campo”, disse. 

Fotos: Divulgação/Mapa

O auditor fiscal federal agropecuário, Julio Cesar Lima, chefe da Divisão de Fiscalização de Agrotóxicos e Afins, lembrou em sua palestra que as ações tomadas por diferentes atores, como polícia militar nos Estados, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Mapa, Receita Federal, Polícia Civil, Ministério Público, Polícia Federal, entre outras, acabam multiplicando o combate aos produtos ilegais. 

Segundo ele, a recente inclusão do Mapa no Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), em 2019, incrementou a fiscalização sobre contrabando e adulteração de agrotóxicos. A divisão que Julio chefia já realizou nesses quatro anos 37 operações e 26 treinamentos teórico e em serviço para instituições parceiras. 

“Eventos como este de Campinas, onde explicamos desde o conceito de agrotóxicos até as rotas de contrabando, acabam estimulando ainda mais as ações de repressão”, afirmou. Segundo o auditor do Mapa, no passado esses produtos entravam no Brasil pelos países vizinhos, mas agora já são descobertos produtos ilegais chegando em portos e aeroportos brasileiros. 

Com a ação integrada entre várias instituições, há troca de informações e documentos oficiais que permitem ampliar as punições. Por exemplo, mesmo que o Mapa não tenha participado de uma determinada operação, os boletins de ocorrência ou autos de infração lavrados por outra instituição podem embasar o processo administrativo na instância do ministério. Desta forma, as penalidades previstas em diferentes legislações vão se acumulando. 

Outro assunto tratado no workshop foi a dificuldade de encontrar espaços disponíveis para armazenar os produtos ilegais apreendidos. Uma alternativa apresentada por Julio foi utilizar a estrutura de empresas de pesquisa que descartam corretamente seus componentes químicos. Esses resíduos são despejados em tanques, onde o líquido evapora e resta apenas a parte sólida, menos volumosa. Essa borra pode ser destinada à incineração, em uma condição mais favorável. O servidor sugeriu parcerias público-privadas para viabilizar essa medida.  

Dados apresentados no workshop indicam que cerca de 25% dos agrotóxicos utilizados no Brasil são ilegais. Legislação recente do Mapa alterou o valor da multa aplicada, passando do teto de R$ 40 mil para R$ 150 mil para casos considerados gravíssimos, como o contrabando. 

Empresas produtoras de agrotóxicos legais que participaram do evento apresentaram aplicativos e medidas investigativas que estão adotando para ajudar a identificar produtos suspeitos e conter o avanço de organizações criminosas. Uma delas afirmou que investe em processos punitivos até o final, por meio de ações judiciais. 

Fonte: Assessoria Mapa
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Economia Verde do Paraná alcança R$ 140 bilhões e já representa 32,9% do PIB

Segundo o relatório, cerca de um terço do PIB estadual total (32,9%) está relacionado à Economia Verde, somando R$ 140,1 bilhões. Os dados são de 2020. Entre as áreas que mais contribuíram para compor esse valor estão a Agropecuária (40%, ou R$ 56 bilhões), seguida do setor de Serviços (37%, ou R$ 51 bilhões) e da Indústria (23%, ou R$ 32 bilhões).

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Foto: Alex Adam/SEPL

O Governo do Paraná lançou nesta quarta-feira (24) dois importantes estudos desenvolvidos pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com foco na construção de indicadores econômicos: o PIB da Economia Verde Paranaense e a atualização da Matriz Insumo-Produto do Paraná (MIP).

O primeiro traz dados que enfatizam a representatividade econômica desse estrato produtivo para além da sua importância em termos de sustentabilidade. Segundo o relatório, cerca de um terço do PIB estadual total (32,9%) está relacionado à Economia Verde, somando R$ 140,1 bilhões. Os dados são de 2020. Entre as áreas que mais contribuíram para compor esse valor estão a Agropecuária (40%, ou R$ 56 bilhões), seguida do setor de Serviços (37%, ou R$ 51 bilhões) e da Indústria (23%, ou R$ 32 bilhões).

A condição favorável do setor primário (agricultura) se deve à inexistência de atividades reconhecidamente danosas na estrutura produtiva, como a extração de madeira em florestas nativas, caça de animais, retirada de vegetação natural para a produção de carvão e coleta de palmito não plantado, entre outras. Em relação aos Serviços, o estudo aponta aderência à Economia Verde nas subatividades de transporte, armazenagem e correio, além da administração pública. O desafio é maior na Indústria por causa dos pesos do refino de petróleo e da fabricação de automóveis.

Outro aspecto positivo da matriz paranaense é que os chamados Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUPs), que abrangem a geração de energia elétrica e o saneamento, entre outros, estão integralmente incorporados à Economia Verde, refletindo a utilização de fontes renováveis e os benefícios gerados em âmbito social, incluindo as questões de saúde da população.

A Economia Verde é entendida como um modelo econômico que tem o objetivo de melhorar o bem-estar da população, ao mesmo tempo em que procura reduzir os riscos ambientais e promover o uso racional dos recursos naturais. Além disso, as ações propostas envolvem a mitigação dos danos ambientais e a aplicação de medidas para a amenização dos impactos das mudanças climáticas.

A discussão sobre esse setor é tendência mundial e abrange sustentabilidade, transição energética, clima, segurança alimentar e descarbonização das cadeias, áreas em que o Paraná ocupa excelente posição em relação a outros estados e países e caminha para avançar ainda mais. “O Paraná foi reconhecido, por três vezes consecutivas, como o Estado mais sustentável do Brasil e está bem posicionado naqueles grandes atributos verdes. Temos que gerar agora um ambiente favorável para que as empresas possam se capitalizar dessa realidade”, disse o secretário de Planejamento, Guto Silva.

Segundo ele, com esse recorte do PIB da Economia Verde, vai ser possível alavancar novos negócios e trazer as empresas e entidades para esse debate. “Isso é importante para que a gente possa ter um olhar a longo prazo, em que o Paraná possa gerar emprego, aumentar sua renda e, sobretudo, aproveitar essa tendência verde para o qual o mundo tem dado cada vez mais atenção”, complementou.

Os dados estão baseados em informações detalhadas do cálculo do PIB do Estado, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ipardes, e a seleção de atividades definida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), amparada em diversas pesquisas de entidades internacionais.

“Com esse novo índice, é possível observar a parcela da produção estadual de bens e serviços que está comprometida com a sustentabilidade, não somente ambiental como social, podendo subsidiar a elaboração de políticas públicas que buscam conciliar o desenvolvimento com a redução dos riscos ambientais e o uso racional dos recursos naturais”, afirmou o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.

Matriz insumo-produto

Já a Matriz de Insumo-Produto do Paraná construída pelo Ipardes com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda mede os impactos de intervenções públicas ou privadas na economia local (produção, emprego e renda) das atividades econômicas, de projetos governamentais e do setor privado de determinada região. O ano base do relatório é 2018.

A mensuração dos efeitos socioeconômicos das obras de infraestrutura ou da instalação de grandes empreendimentos produtivos é um dos exemplos do uso da MIP, que também pode subsidiar o desenho de políticas de desenvolvimento. A análise setorial por meio da MIP permite identificar quais os setores preponderantes sob diversas óticas, tais como geração de renda e emprego, inter-relação setorial, multiplicadores de valor adicionado e de impostos, entre outras.

A MIP paranaense foi construída com base na Tabela de Recursos e Usos (TRU) do Estado, que, por sua vez, traz informações obtidas por meio de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) fornecidas pela Secretaria da Fazenda.

“O PIB da Economia Verde do Estado e a Matriz Insumo-Produto do Paraná são documentos técnicos que têm a função de embasar não só políticas públicas, mas iniciativas dos demais setores produtivos e realizar o diagnóstico e o monitoramento do impacto social, econômico e ambiental dessas atividades”, complementou Callado.

Presenças

Participaram do lançamento dos estudos os secretários estaduais da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o ex-governador e secretário do Codesul/PR, Orlando Pessuti, e representantes de entidades de setores produtivos.

Fonte: AEN-PR
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Subsecretaria de Tecnologia da Informação trabalha para modernizar Ministério da Agricultura

Objetivo é deixar o órgão mais contemporâneo, focado no desenvolvimento de inovações tecnológicas para o serviço público e para a sociedade.

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Foto: Divulgação/Mapa

Uma das áreas de atuação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é o de sistemas com informações voltadas para o agronegócio. Para isso, a Subsecretária de Tecnologia da Informação (STI) trabalha no desenvolvimento de inovações tecnológicas para os servidores e para a sociedade.

Um exemplo foi o lançamento, no início do mês de abril, da versão eletrônica da emissão de Certificados Sanitários Nacionais (CSN) para o trânsito de produtos de origem animal no território brasileiro. A iniciativa visa dar mais eficiência e rapidez neste processo, trazendo benefícios tanto para o serviço público quanto para as empresas que as utilizam, além de melhor rastreabilidade e maior segurança.

Já foram mais de mil requerimentos e cerca de 500 pedidos analisados. A ferramenta foi desenvolvida dentro do Sistema de Informação Gerencial do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF), em um trabalho conjunto com a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). “O trabalho realizado hoje aqui no Mapa é para deixar um legado de um Ministério contemporâneo, mais moderno, mais eficiente, mais rápido, com menos gargalos, para que tudo isso funcione mais rápido”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

De acordo com o subsecretário Camillo Mussi, o próximo passo será a implementação da extensão para a emissão de Certificados Sanitários Internacionais (CSI), de acordo com as tratativas e aceitação dos países importadores. A medida deve beneficiar as exortações dos produtos brasileiros.

Além disso, também está em fase final de desenvolvimento a certificação sanitária eletrônica internacional de produtos de origem vegetal, chamada de E-Phyto. “Isso vai trazer uma rapidez nas exportações brasileira de produtos vegetais, além da diminuição de custos para o Brasil e a diminuição do tempo de armazenamento de cagas no porto”, afirma Mussi.

Cada Secretaria do Mapa conta com profissionais de desenvolvedores e gerentes de projetos da STI para a criação de novos programas, modernização de sistemas e manutenção. Além disso, a Portaria Mapa nº 614/2023 apresenta as diretrizes para as contratações de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação no Ministério.

Outro ponto de trabalho é a garantia de segurança de sistemas. Atualmente a Subsecretaria é responsável pela gestão dos servidores do Mapa, das Superintendências Federais de Agricultura (SFAs); do Instituto do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); e do Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA).

Só no Mapa são mais de 10 mil usuários, além de mais de 176 pontos espalhados entre os estados, desde as SFAs e laboratórios. É a segunda maior estrutura de gestão tecnológica entre os Ministérios.

A STI realiza campanhas de conscientização de segurança da informação e links de transmissão com segurança de proteção na ponta de dados. Foram 83 instalações de aquisição de soluções de segurança, distribuídos entre os órgãos.

Entre as novidades que estão por vir, Mussi revelou que a partir do mês de maio, as Superintendências, os Laboratórios e as demais estruturas, contarão com rede de Wi-Fi sem fio com mais segurança e proteção.

Há também a elaboração de painéis de acompanhamento, chamado de dashboards, sendo uma realização em parceria com as Secretarias e os outros órgãos, como Sistema PesqBrasil e o lançamento que irá ocorrer em maio do Cadastro de Agricultor Familiar 3.0.

Foram lançados ainda a Política de Segurança da Informação o Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (Pdtic) 2023-2025. Além disso, o Comitê Segurança da Informação (CSI/Mapa) realiza reuniões ordinárias e extraordinárias, conforme a legislação.

Além disso, foi trabalhado pela STI a automatização dos controles das demandas recebidas pelo Mapa na Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação, conhecida como Fala.BR. A medida gerou evolução no atendimento, com melhor monitoramento e controle das demandas, cuja resposta dentro do prazo foi facilitada. O próximo passo, em elaboração, será o Plano de Dados Abertos, parceria entre a STI e a Ouvidoria.

Para todos estes trabalhos, ações e execuções, a Subsecretaria de Tecnologia teve o investimento de 71 milhões em 2023. Para este ano, a previsão de investimento é de 80 milhões.

Fonte: Assessoria Mapa
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