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Pesquisa da Embrapa desenvolve cereal matinal de sorgo

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Uma equipe de pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) desenvolveu um cereal matinal integral à base de sorgo, um grão com diversos compostos bioativos, benéficos à saúde humana que ajudam a prevenir diabetes e outras doenças. A Embrapa está agora em busca de parceiros da indústria alimentícia interessados em produzir e comercializar o produto.

O cereal matinal integral à base de sorgo desenvolvido pela Embrapa é do tipo ball (bola) e utiliza o sorgo BRS 310, do tipo granífero, resultado de um trabalho de melhoramento genético desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo (MG). Esse grão de cor avermelhada foi selecionado por suas características nutricionais e sensoriais. "O resultado são bolinhas supercrocantes produzidas a partir de sorgo integral. Nesse processo o grão inteiro é moído, inclusive a casca e o germe [parte onde se localiza o embrião], o que aumenta os percentuais de fibras insolúveis", afirma Carlos Piler, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e líder do projeto.
Tradicionalmente, os cereais matinais são produzidos à base de milho, trigo ou ambos com alta adição de açúcar. A pesquisa da Embrapa com sorgo amplia a investigação de produtos com mais fibras, antioxidantes e efeitos pré-bióticos e com menos sódio e açúcar, que acarretam benefícios para a saúde humana. Os pré-bióticos estimulam o crescimento de bactérias benéficas do trato intestinal.
De acordo com Piler, o produto atende um nicho específico de mercado, de pessoas que procuram praticidade sem abrir mão dos benefícios para a saúde. Por não conter glúten, o cereal matinal de sorgo também representa uma alternativa para os celíacos, pessoas que possuem sensibilidade a esse composto.
Cresce o mercado de cereais
O café da manhã do brasileiro é bem conhecido: pão, café, leite, frutas, queijo. Contudo, em busca de refeições mais convenientes, práticas e saudáveis, os cereais matinais com alegações de propriedades funcionais ou de saúde ganham espaço nas prateleiras de supermercado.
Conveniência, saúde e bem-estar são os principais motivadores do crescimento do mercado de cereais matinais. No Brasil, as perspectivas de vendas no varejo de cereais para o café da manhã devem aumentar em 6% para chegar a 1.7 bilhões de reais em 2019, segundo dados do Euromonitor International. "Há uma evidente mudança de hábito alimentar, pois já se observa um crescimento no consumo de cereais matinais pelos brasileiros, que deve ser mais de 27% entre 2011 e 2016. Nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, os cereais matinais são tão populares, que representam cerca de 54% do consumo mundial", relata a professora Caroline Joy Steel, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na Conferência Latino-Americana de Cereal (LACC3), que ocorreu em março na cidade de Curitiba (PR).
Farinhas mistas com sorgo
Os estudos para utilização do sorgo na alimentação iniciaram-se no final da década de 1980, com vistas à produção de diversos tipos de farinhas mistas, incluindo o sorgo, para serem utilizadas na panificação, com pouca alteração na qualidade do produto. Nesse contexto, a Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos e outras instituições de pesquisa, iniciou  o projeto "Sorgo para alimentação humana: caracterização de genótipos quanto a compostos de interesse para a nutrição e a saúde humana e desenvolvimento de produtos sem glúten". Procurava-se, preferencialmente, cultivares de sorgo que fornecessem farinhas brancas de sabor suave e cor branca, de semelhante aparência à tradicional farinha de trigo comercial. O resultado desse trabalho foi publicado em uma coleção de sete volumes "Tecnologias de Farinhas Mistas", editadas pela Embrapa. "Hoje, já encontramos as farinhas mistas no mercado, mas o que mudou foi o foco da pesquisa e do consumo, que buscam cada vez mais potencializar  propriedades funcionais presentes nesses alimentos. Poderíamos avançar no desenvolvimento de uma farinha de sorgo e soja, isenta de glúten, por exemplo", explica Rogério Germani, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), um dos líderes da pesquisa sobre farinhas mistas.
Propriedades funcionais do sorgo
O sorgo é o quinto cereal mais importante do mundo, superado apenas por trigo, arroz, milho e cevada. É uma variedade adaptável a climas quentes e secos, já que suporta um elevado grau de estresse hídrico, com alta produtividade. Bastante consumido em países em desenvolvimento como África e Ásia; no Brasil, contudo, praticamente não há consumo de sorgo na alimentação humana. Aqui, o cereal é cultivado, principalmente, visando à produção de grãos para suprir a demanda das indústrias de ração animal. Entretanto, nota-se um crescente interesse no uso do cereal para a produção de pães, biscoitos e snacks (salgadinhos), por não possuir glúten, sendo uma alternativa para o trigo. "O sorgo é uma cultura com futuro promissor por ser mais econômica, tanto em demanda de água quanto em custo de produção. Além disso, as descobertas mais recentes a respeito dos diversos compostos bioativos, presentes em determinadas cultivares, têm mostrado que o sorgo é fonte potencial de nutracêuticos de impacto na saúde humana", relata Valéria Queiroz, pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo. Atualmente, o cereal tem sido reconhecido como rico em substâncias de interesse nutricional como taninos, ácidos fenólicos, antocianinas, fitoesteróis e policosanóis. Isso significa que o consumo de sorgo pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e até alguns tipos de câncer, como demonstraram estudos iniciais.
A Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos e com as Universidades Federais de Viçosa (UFV), de Minas Gerais (UFMG) e de São João Del Rei (UFSJ/SL), vem desenvolvendo e testando outros produtos como barras de cereais, cookies, pães, bolos e macarrão sem glúten à base de farinha integral de sorgo. "A exemplo do que ocorreu com a soja − que inicialmente era cultivada principalmente para consumo animal e hoje faz parte da alimentação do brasileiro − acreditamos que, com a divulgação das informações a respeito das vantagens para o consumo humano, o sorgo terá seu valor reconhecido", conclui a pesquisadora Valéria Queiroz.

Fonte: Embrapa Milho e Sorgo

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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações

Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

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Foto: Ana Maio

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.

As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso

Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.

Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.

Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA Agro
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

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Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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