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Pesquisa comprova eficiência econômica de biogás na pecuária de leite

Uso do biogás está em franca expansão no setor e apresenta retornos financeiros positivos

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Rubens Neiva

A geração de energia elétrica e a produção de biofertilizantes a partir dos dejetos da atividade pecuária já é uma realidade na bovinocultura de leite no Brasil. Depois de algumas experiências frustradas nas décadas de 1970 e 1980, os produtores que adotam sistema de confinamento, no qual o gado é criado em grandes estábulos, passaram a gerar a própria eletricidade consumida na fazenda e, em alguns casos, até a vender o excedente para as empresas de distribuição.

A adoção da tecnologia ainda é baixa entre os produtores de leite, mas o pesquisador Marcelo Henrique Otenio, que coordena os estudos sobre biodigestores na Embrapa Gado de Leite (MG), diz que o uso do biogás está em franca expansão no setor e apresenta retornos financeiros positivos. “Nós reunimos uma equipe de pesquisa multidisciplinar de diversas instituições e nossos estudos indicam ser economicamente viável o uso de biodigestores na pecuária de leite para sistemas de produção em free stall (sistema de produção de leite com as vacas estabuladas) com mais de oitenta vacas”, revela Otenio.

Produtor ganha energia, água e biofertilizantes

Ainda segundo o pesquisador, o produtor pode obter ganhos de três formas: pela produção do biogás, que irá abastecer um motor e gerar a energia elétrica; pela reutilização da água de lavagem do piso do estábulo, que carreia os efluentes para o biodigestor; e pela produção do biofertilizante resultante do processo.

O Brasil é o quarto maior importador de fertilizantes do mundo. O País importa cerca de 75% do total desses insumos aplicados nas lavouras. Além disso, os adubos químicos são insumos caros e poluentes. Com a utilização da matéria orgânica oriunda do biodigestor, o produtor agrega valor ao negócio, além de dar uma destinação a outro material potencialmente poluente: os dejetos bovinos. Otenio informa que, na cultura da cana, o biofertilizante substitui 100% do adubo nitrogenado e, na lavoura de milho, 60%. A Embrapa Gado de Leite também está fazendo testes com a fertirrigação do capim-elefante BRS Capiaçu. Esse biofertilizante também é importante na recuperação de áreas degradadas, pois atua como um condicionante do solo, recuperando sua matéria orgânica.

Agregação de valor e sustentabilidade ambiental

O professor Jorge Lucas Júnior, do campus de Jaboticabal (SP) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), instituição parceira da Embrapa nas pesquisas com biodigestores,  explica que a maior adoção da tecnologia na suinocultura se deve ao fato de os dejetos provenientes dos suínos terem maior potencial fertilizante e energético do que os de bovinos. Por outro lado, ele conta que uma vaca produz muito mais estrume do que um porco. “Há, por isso, um equilíbrio e os produtores de leite podem ser tão eficientes quanto os suinocultores”, afirma o professor ressaltando que, nas duas culturas, a tecnologia é uma grande aliada do meio ambiente.

A biodegradação de dejetos de origem animal produz metano (CH4), entre outros gases. O metano tem um potencial 21 vezes maior de provocar efeito estufa se comparado ao dióxido de carbono (CO2). A queima do CH4 com o oxigênio é a energia que faz um motogerador funcionar e produzir eletricidade. O resultado dessa queima é a emissão de vapor d’água e CO2 menos prejudicial para a atmosfera, quando comparado ao metano. O professor da Unesp diz que, com o surgimento do mercado de carbono, a escala de implantação de biodigestores aumentou, incentivando o desenvolvimento de modelos mais baratos e fáceis de operar.

A confluência de tecnologias mais eficientes, agregação de valor e proteção ambiental impulsionam o mercado. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), estima que, em 2030, o biogás poderá representar o mesmo volume de energia distribuída que a fotovoltaica (energia solar) e o setor agrícola terá uma importante participação nesse volume.

Já existem diversos casos de sucesso operando no presente. A Fazenda Bom Retiro, em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais, é um deles. Os dejetos de mil vacas em ordenha e outros mil suínos em terminação alimentam três biodigestores que geram R$ 30 mil mensais em energia elétrica. Cerca da metade da quantidade gerada é transformada em “crédito de energia” pela distribuidora e pode ser vendida para outros consumidores (esse processo é chamado de geração distribuída), a outra metade é usada para abastecer a propriedade.

Experiências do passado

Em meados da década de 1970, o Governo Federal incentivou o uso de biofertilizantes por parte dos pecuaristas. Na época, foi criado o Programa Nacional de Energia Alternativa. Algumas unidades da Embrapa, entre elas a Embrapa Gado de Leite, iniciaram pesquisas sobre o tema para popularizar o uso de biodigestores. O chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Unidade, Pedro Arcuri, que na época trabalhava em um dos projetos, lembra que a demanda do governo visava dar uma reposta para a crise do petróleo, que elevou o preço do combustível.

Naquela época, dois modelos de biodigestores propostos como tecnologias para pequenos produtores rurais foram implantados no Brasil: o chinês e o indiano. Segundo Arcuri, os modelos tinham baixa eficiência, pois necessitavam de mais esterco para produzir biogás. A Embrapa Gado de Leite montou uma unidade demonstrativa com o modelo indiano, de fácil implantação e simplicidade na operação. A unidade demonstrativa simulava uma pequena fazenda na qual fogão, geladeira, chuveiro, lampião, bomba de água e uma picadeira funcionavam com a energia do biogás.

“Recebemos um grande número de extensionistas e produtores interessados, mas não havia linhas de crédito para implantar os biodigestores e, na prática, poucos produtores acabaram adotando a tecnologia”, relembra. Ele conta ainda que, mesmo os que adotaram, acabaram tendo problemas. Arcuri explica por que: “Uma das grandes dificuldades era a adaptação dos equipamentos, que não eram fabricados para funcionar com biogás”. Era necessário instalar dutos para levar o gás até fogões, chuveiros e motores que geravam energia para as máquinas e eletrodomésticos. Além disso, o gás sulfídrico (um dos subprodutos do processo) corroía os equipamentos, que tinham sua vida útil reduzida. Com todos esses obstáculos, os projetos com biogás se encerraram em meados dos anos 1980 até serem resgatados em 2011.

Segundo Arcuri, os antigos problemas foram resolvidos. O modelo de biodigestor que está sendo implantado atualmente é mais eficiente e o Brasil já possui tecnologia própria na fabricação dos motores abastecidos com biogás. Para o gás sulfídrico, que oxidava aparelhos domésticos e máquinas, foi adaptado um filtro, separando-o do metano. Os pesquisadores têm dados dos resultados de várias pesquisas que comprovam a sustentabilidade da tecnologia no contexto atual, pois diferentemente dos anos 1970 e da crise do petróleo, há na sociedade uma cultura que preza o conservacionismo e a proteção do meio ambiente, o que viabiliza tecnologias voltadas para a mitigação de gases de efeito estufa.

Além disso, as propriedades leiteiras são muito mais dependentes da eletricidade do que eram há quatro décadas, quando a ordenha manual era comum mesmo em grandes fazendas e os latões de leite esperavam no tempo para serem recolhidos pelo caminhão. Hoje, há muita automação e o armazenamento do leite em tanques de resfriamento é uma exigência legal. Se faltar energia por algumas horas na propriedade, pode-se perder a produção de alguns dias. O biodigestor proporciona também o conforto de se ter estábulos livres de moscas e odores, uma grande vantagem para quem tem que lidar diariamente com o rebanho.

Por fim, o problema dos recursos para produção de biogás também foi resolvido. Há diversas linhas de crédito no País para financiar projetos de energia e tecnologias sustentáveis. Uma delas é o Programa ABC, para apoiar a agricultura de baixa emissão de carbono, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia até 100% do projeto, com taxas de juros a partir de 8% ao ano. Algumas linhas possuem prazo de carência de até três anos, tempo que os pesquisadores consideram suficiente para que o biodigestor pague o investimento e comece a gerar lucros.

Produção de biogás otimizada

Desde 2011, a Embrapa vem realizando pesquisas com dejetos de outras atividades econômicas que podem potencializar o uso dos biodigestores na pecuária de leite. Foram instalados na sede da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora (MG), 12 biodigestores em escala laboratorial que medem a capacidade de geração de energia dos dejetos bovinos misturados a outros resíduos. Uma doutoranda, quatro mestrandos e seis alunos de graduação, além da equipe de suporte, como analistas e profissionais de campo da Embrapa, estão envolvidos diretamente nos trabalhos.

Segundo o líder do projeto, Marcelo Otenio, cervejarias e laticínios produzem resíduos de difícil tratamento. Os pesquisadores testam, então, o funcionamento dos biodigestores com diferentes percentuais de lodo de estação de tratamento de cervejarias, soro de ricota e efluentes da pecuária. “Queremos saber quanto o biodigestor de efluentes bovinos pode suportar e manter-se produtivo com a mistura desses resíduos”, diz Otenio.

O que a Embrapa pretende é desenvolver um protocolo de codigestão. A partir daí, será possível habilitar um produtor de leite a vender o serviço de biodigestão para essas indústrias, utilizando a capacidade ociosa dos equipamentos instalados. Em outras palavras, as cervejarias e laticínios, em parceria com produtores de leite, transformarão um importante problema ambiental em eletricidade. Otenio informa que os resultados preliminares do projeto são bastante positivos e viabilizam a codigestão.

Como funciona um biodigestor modelo canadense

O biodigestor modelo canadense para um sistema de cerca de 200 vacas custa cerca de R$ 300 mil reais. O equipamento completo é composto, resumidamente, por três tanques construídos em um nível mais baixo que o estábulo:

– tanque de equalização – que recebe os dejetos do estábulo, homogeneíza o efluente e regula a vazão do sistema;

– tanque principal (gasômetro ou o biodigestor propriamente dito) – que contém o substrato para a fermentação e produção do biogás e é coberto por uma manta de PVC para reter o biogás produzido; e

– tanque de saída ou de estabilização – que receberá os resíduos do tanque principal e será usado na fertirrigação.

Ainda compõem o sistema uma caixa de areia (tanque que separa a areia que vem do estábulo, evitando que ela entre no tanque principal), uma peneira separadora de sólidos (necessária nos sistemas de produção de leite devido ao alto teor de fibra presente na dieta bovina), um motogerador (motor de caminhão adaptado para utilizar o biogás como combustível e movimentar o dínamo que produzirá a eletricidade) e um painel de distribuição de energia.

O piso do estábulo, feito de cimento e com um pequeno desnível para a água correr, deve conter ranhuras para facilitar o fluxo do líquido. Com a lavagem do estábulo, o efluente passa pelo tanque de equalização e segue para a peneira separadora de sólidos. Na sequência, vai para a caixa de areia, que separa os sólidos remanescentes, para depois chegar ao tanque do biodigestor.

No biodigestor, ocorrem reações químicas que transformam a biomassa em metano e outros gases. Com uma concentração acima de 50% de metano, o biogás já é combustível para alimentar o motogerador. A energia gerada é recebida pela rede interna, para uso local, ou segue para o painel de distribuição para que seja feita a geração distribuída.

Restam do processo o material sólido, que passou pela peneira separadora, e o efluente líquido gerado pelo biodigestor. O primeiro será compostado e transformado em adubo orgânico. O segundo é utilizado como biofertilizante na fertirrigação.

Fonte: Embrapa Gado de Leite

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Boletim do leite de novembro

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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