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Suínos / Peixes

Pesquisa com dez mil matrizes revela eficiência das baias coletivas

Estudo revelou melhora do comportamento social dos animais e a viabilidade econômica de adotar esse sistema e eliminar a gestação em gaiolas

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Uma pesquisa feita com mais de dez mil matrizes suínas, durante três anos, concluiu que a criação em baias de gestação coletiva melhora o desempenho reprodutivo dos animais. De acordo com o estudo, fêmeas em habitação coletiva apresentaram maior número de nascimentos totais, nascidos vivos, taxa de parto, peso de desmame e número de leitões desmamados por porca por ano. O estudo revelou ainda a melhora do comportamento social dos animais e a viabilidade econômica de adotar esse sistema e eliminar a gestação em gaiolas.

A autora da pesquisa, Julia Eumira Gomes Neves, do Instituto Federal de Brasília, apresentou os resultados para um seleto grupo de pesquisadores e técnicos, durante o Congresso Abraves (Confederação Brasileira dos Médicos Veterinários Especialistas em Suínos), que aconteceu entre os dias 17 e 19 de outubro, em Goiânia, GO. De acordo com ela, há ainda uma carência de informações para o setor sobre a viabilidade dos sistemas de gestação coletiva e que o trabalho tem objetivo de municiar os suinocultores com essas informações, já que o banimento das gaiolas de gestação é iminente em todo o mundo.

Recentemente, a Frimesa, cooperativa paranaense que está construindo o maior frigorífico de suínos da América Latina, com capacidade para 15 mil abates por dia, anunciou que até 2026 vai abolir as gaiolas individuais na produção suína. Outras gigantes, como a catarinense Aurora, também já assumiram o fim das gaiolas. Para o produtor, no entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre a prática, revela a pesquisadora. “O Brasil vem aplicando alguns padrões de bem-estar na produção de suínos, mesmo não havendo legislações específicas que as exijam. Uma das principais exigências é a eliminação das gaiolas de gestação. Porém a incerteza e a falta de dados produtivos que demonstrem a eficiência produtiva e econômica das criações de matrizes em baias coletivas nos padrões brasileiros ainda são escassas e levam a inseguranças no setor produtivo, que precisa de cautela e certezas concretas para fazer tamanhas alterações nos manejos”, avalia.

Por conta disso, cita Julia Eumira, ela desenvolveu uma pesquisa em uma granja núcleo comercial, localizada na região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal, com quatro linhagens distintas. Em sua pesquisa, ela demonstra que a gestação coletiva melhora o bem-estar das matrizes, mantém ou melhora o desempenho reprodutivo e garante um retorno mais rápido do investimento realizado.

A propriedade estudada possui capacidade de criação de 3,8 mil matrizes suínas no sistema de gestação coletiva e 6,9 mil matrizes em gaiolas. “A pesquisa foi dividida em três partes. Na primeira foi realizado um diagnóstico avaliando os dados reprodutivos disponíveis no sistema operacional da granja e permitiu comparar três sistemas de manejos diferentes: matrizes criadas em gaiolas em todo o seu período gestacional (GG) e matrizes criadas em gaiolas até os 42 dias de gestação e depois de alojadas em baias coletivas (GC) e matrizes criadas em baias coletivas após a inseminação (cobre e solta – CS). Na segunda parte foi realizada uma investigação sobre o comportamento das matrizes suínas simulando em um mesmo espaço e manejo os três sistemas de manejo e elegendo uma linhagem para amenizar os efeitos das linhagens nos parâmetros comportamentais. A terceira etapa da pesquisa foi uma avaliação econômica sobre os sistemas de manejos”, comenta.

De acordo com ela, as matrizes criadas em sistemas de baias coletivas eram mantidas em grupos dinâmicos até três dias antes da data prevista de parto, ou seja, no período que essas matrizes permaneciam na baia havia a entrada e saída de outras matrizes. Cada baia alojava 80 matrizes e eram equipadas com estações de alimentação individualizadas com controle eletrônico. Neste caso cada matriz recebe um chip que é lido pelo software da máquina e libera a ração a cada 100 gramas, podendo a fêmea se alimentar em qualquer horário ao acessar a máquina, até atingir sua ingestão diária de ração. Todas as matrizes eram levadas para o galpão maternidade com três dias de antecedência da data prevista de parto.

De acordo com a pesquisadora, a ampla pesquisa avaliou dados compilados de 848 ciclos de matrizes do sistema CS, 5.547 ciclos das matrizes do sistema misto (GC) e 13.788 ciclos das matrizes do sistema tradicional (GG). “Foram avaliados os dados reprodutivos de matrizes em habitação individual e coletiva de três e quatro anos, respectivamente. Os resultados foram compilados de duas maneiras diferentes. O primeiro visava comparar os resultados produtivos das porcas criadas em gaiolas e em sistemas de habitação coletiva. O segundo objetivou avaliar a interferência do momento de mistura nos parâmetros reprodutivos das porcas, avaliando as matrizes misturadas três dias após a inseminação (CP), as matrizes mescladas entre 38 e 42 dias de inseminação (MS) e matrizes mantidas em gaiolas (IC). Os resultados produtivos de cada fêmea foram avaliados individualmente por três anos, uma vez que o sistema de criação de CP só foi estabelecido no segundo ano”, explica.

Resultados

De acordo com os resultados, “parâmetros reprodutivos, como o retorno ao cio, o aborto, o parto por fêmea por ano e o número de leitões mumificados foram os mesmos para as fêmeas criadas em gaiolas individuais e em baias coletivas”. “No entanto, as fêmeas na habitação coletiva apresentaram maior número de nascimentos totais, nascidos vivos, taxa de parto, peso de desmame e número de leitões desmamados por porca por ano. Além disso, o número de nascidos mortos e a morte ao desmame foram menores na habitação coletiva”, frisa a pesquisadora.

Conforme o estudo, o peso ao nascer foi maior para as porcas na GG, no entanto, o peso do leitão foi menor neste grupo. Não houve diferença entre CS e GG para mumificados, morte ao nascimento, leitões de baixa viabilidade e período de gestação. O grupo de GC apresentou maior percentual de leitões mumificados e um período de gestação mais curto, quando comparado aos outros grupos, e resultados semelhantes à CS para nascidos vivos, nascidos mortos, mortos ao nascimento, nascimentos totais, peso da leitegada, peso ao nascer e baixa viabilidade dos leitões.

Para a pesquisadora do Instituto Federal de Brasília, “a criação de matrizes em sistemas coletivos mostrou melhores resultados para grande parte das características reprodutivas avaliadas”. “O menor tempo em trabalho de parto observado nas matrizes da GG pode ser devido a elas não precisarem se adaptar a uma nova condição de alojamento, uma vez que já estavam alojadas em gaiolas, enquanto as matrizes manejadas em baias coletivas, ao serem levadas para as gaiolas de maternidade, passam por um período de estresse até se adaptarem às gaiolas. Além disso, esse período de adaptação é muito curto, apenas três dias ou menos da data de parto, acarretando em estresse, podendo aumentar a duração do parto”, destaca.

O estudo alerta, no entanto, que matrizes criadas soltas tendem a se estressar mais nas gaiolas de parição, aumentando o número de mortos ao nascer.

A pesquisadora diz que o estudo revela que “a eliminação completa das gaiolas pode ser uma indicação segura para as granjas comerciais, uma vez que o manejo cobre e solta se demonstrou tão ou mais eficaz que o manejo em gaiolas, não interferindo negativamente nos parâmetros reprodutivos”.

Comportamento

A pesquisadora também fez uma avaliação do comportamento das matrizes suínas de acordo com o tipo de alojamento durante a prenhez: sistema confinado e gestação em grupo. “A possibilidade de expressar parte de seus comportamentos naturais, como se exercitar, buscar o alimento, socializar com outros animais, evidenciou uma diminuição no estresse das matrizes, o que foi notado pela diminuição significativa da expressão de estereotipias (movimentos repetitivos)”.

Avaliação Econômica

Em uma terceira etapa, o estudo fez uma avaliação da viabilidade econômica dos sistemas de gestação coletivas de matrizes suínas. Os dados mostram que os resultados financeiros demonstram um bom cenário de retorno econômico para todas as granjas avaliadas. “Apesar de o investimento inicial ser maior na granja CS, devido aos equipamentos de alimentação eletrônicos importados, esta granja merece um destaque maior demonstrando retornos mais seguros aos investidores e menor tempo de retorno do dinheiro investido do que as demais granjas, chegando a quase 10 anos a menos do que as GG e GG moderna”, cita a pesquisadora.

Em contrapartida, “o menor gasto com mão de obra no CS e as melhores taxas reprodutivas encontradas neste sistema são pontos fundamentais para garantir um melhor retorno econômico que nos demais sistemas, aliados ao menor custo de instalações e depreciação. “Como consequência destas vantagens, a margem EBIT (lucro das empresas antes dos impostos e taxas) dos modelos da CS gira em torno de 31%, contra 28% dos modelos GG, suficiente para compensar o investimento superior necessário para fazer os ajustes de bem-estar”, diz a autora do estudo.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Nova edição de Aquicultura explora gargalos, oportunidades e a resistência no Brasil às tilápias supermachos

Periódico traz reportagens sobre os desafios dos piscicultores independentes devido à falta de contratos sólidos com agroindústrias, enfatiza a resistência no Brasil à técnica de produção de tilápias supermachos e apresenta soluções para melhorar a eficiência alimentar na aquicultura, como a edição genômica.

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Um dos obstáculos enfrentados pelos piscicultores independentes é a ausência de contratos bem estabelecidos com agroindústrias ou cooperativas, que garantam a retirada dos peixes no momento certo. Ao contrário do modelo de integração, em que as cooperativas assumem a responsabilidade pela gestão do ciclo produtivo, os produtores independentes ficam à mercê das flutuações do mercado e das decisões das indústrias processadoras.

Na nova edição de Aquicultura do Jornal O Presente Rural, que já está disponível na versão digital no campo Edições Impressas deste portal de notícias, trazemos uma reportagem exclusiva que ilustra vividamente os desafios enfrentados por aqueles que optam por seguir o caminho independente na piscicultura. Quando a indústria falha em realizar a despesca no momento oportuno, os peixes acabam por permanecer nos açudes por períodos prolongados. Embora isso possa resultar em um aumento de peso aparentemente positivo, os impactos negativos sobre a eficiência alimentar e a qualidade da água são profundamente preocupantes.

Torna-se evidente a importância crucial de se estabelecer contratos sólidos e transparentes entre os produtores independentes e as agroindústrias. Esses contratos não apenas oferecem segurança e previsibilidade aos piscicultores, mas também promovem uma relação de parceria sustentável, na qual ambas as partes podem prosperar.

É fundamental que os desafios enfrentados pelos produtores independentes sejam reconhecidos e abordados de forma proativa. Somente através de uma abordagem colaborativa e comprometida, que valorize a transparência, a sustentabilidade e o respeito mútuo, poderemos garantir um futuro próspero para a piscicultura brasileira.

Na capa chamamos atenção para o quanto as tilápias supermachos enfrentam resistência no Brasil. O método de produção já foi implementado com sucesso em países da Europa e Japão, mas falta de pesquisas e inconsistências nos resultados de estudos já feitos no Brasil freiam o desenvolvimento e adoção dessa técnica.

Também trazemos neste periódico reportagens especiais sobre os gargalos e soluções para melhorar a eficiência alimentar, como a edição genômica permite até dobrar produção em apenas uma geração, soluções para a conversão alimentar dos peixes, propriedade no Paraná é reconhecida modelo em sustentabilidade e muito mais.

Há ainda artigos técnicos escritos por profissionais de renome do setor falando sobre manejo, inovação, produtos, bem-estar e as novas tecnologias existentes no mercado. A publicação conta ainda com matérias que trazem novidades das principais e mais importantes empresas do agronegócio nacional e internacional.

O acesso é gratuito e a edição Aquicultura pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos / Peixes

Peixes mais pesados geram prejuízos e desafios a mais nos açudes

Piscicultores de Toledo (PR) contam como têm enfrentado os problemas gerados pelos peixes que ficam mais pesados e mais tempo em produção.

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Foto: Shutterstock

Ao contrário das cadeias de aves e suínos, onde a indústria pode ajustar o alojamento para equilibrar a oferta e demanda de carne, o mercado de peixes opera de forma diferente, especialmente para os produtores independentes. Quando a indústria falha em realizar a despesca no momento adequado, os peixes permanecem nos açudes por períodos prolongados, resultando em um aumento de peso, porém, prejudicando a eficiência alimentar e comprometendo a qualidade da água. Essa situação tem se tornado um grande desafio para o piscicultor Dilseu Giacomini, de Toledo, no Paraná.

Bruno, Dilseu e Luiz Antônio Giacomini comandam 50 mil metros quadrados de lâminas d’água em Toledo, no Paraná – Fotos: Giuliano De Luca/OP Rural

Giacomini é um dos pioneiros da piscicultura no Oeste paranaense, o maior polo produtor de tilápias do país. Com experiência de 30 anos na produção de tilápias, Giacomini opera oito açudes que totalizam 50 mil metros quadrados de lâmina de água e uma produção anual de 300 toneladas de tilápias.

Diferente do modelo de integração, em que as cooperativas garantem a retirada do peixe no momento certo, produtores independentes que não têm contratos bem estabelecidos com a indústria ficam dependentes da demanda do mercado. Se o consumo cai, a indústria freia o processamento e deixa a tilápia por mais tempo nos açudes dos produtores. “Foi o que aconteceu nessa última quaresma. Foi um período atípico, de baixo consumo. Então travou o mercado e a indústria reduziu sua produção. Consequentemente, o peixe fica mais tempo no açude”, aponta Giacomini.

“O ideal é que o peixe saia do açude com cerca de 700 a 850 gramas, no máximo, o que levaria entre oito a 10 meses, dependendo da época do ano. Mas quando o mercado trava o peixe chega a sair com 1,1 quilo ou 1,2 quilo. Teve vezes que até passou desse peso. Esse cenário nos gera muitos problemas”, aponta o piscicultor. Giacomini explica que apesar de filés maiores serem apreciados pela gastronomia, produzir peixes maiores gera prejuízos para o produtor. “Naturalmente a gente recebe a mais pelo peso do peixe, mas o prejuízo é na produção, com queda na eficiência alimentar (mais ração necessária para ganhar peso) e queda na qualidade do ambiente aquático, que também podem gerar inúmeras doenças”, menciona.

“Um dos maiores problemas é a queda nos níveis de oxigênio da água, explica Bruno Giacomini, que toca a propriedade junto com o pai Dilseu e o irmão Luiz Antônio. “Peixes maiores consomem mais oxigênio. A queda nos níveis de oxigênio é um fator que pode causar algumas doenças, como a estreptococose”, evidencia Bruno.

O aumento do peso sem um correspondente aumento na eficiência alimentar significa que os custos de produção também aumentam. Mais ração é necessária para alimentar os peixes por um período prolongado, o que impacta diretamente nos gastos do produtor. Dilseu explica que, além de reduzir a qualidade do ambiente e ter que lidar com desafios que não seriam necessários para manter ou restabelecer a qualidade da água, a genética da tilápia tem seu melhor momento em conversão alimentar até cerca de 850 gramas. “Quando fica maior do que isso, precisa mais ração para ganhar peso. A eficiência alimentar começa a despencar, o que aumenta os custos de produção”, evidencia o produtor paranaense.

Soluções

Para enfrentar esse desafio, Giacomini tem buscado soluções criativas. Desde ajustes na densidade dos açudes até investimentos em tecnologias de monitoramento da qualidade da água. O objetivo é mitigar os efeitos negativos desse prolongamento do tempo de permanência dos peixes. “Para a questão do oxigênio, temos uma sonda que mede os níveis em tempo integral e liga os aeradores quando os níveis de oxigênio começam a baixar”, destaca Bruno, que acompanha em um aplicativo no smartphone diversos parâmetros do ambiente interno e externo da produção, como temperatura, luminosidade, vento e pressão barométrica. Todas essas métricas auxiliam a sonda a ligar e desligar os aeradores no momento certo.

O custo de produção também aumenta por conta do custo de energia elétrica. Para ligar os aeradores por mais tempo sem ter que deixar seu lucro com a companhia elétrica, Giacomini investiu em um sistema fotovoltaico, que garante boa parte da energia consumida na propriedade rural.

Outra medida aplicada pelo produtor para reduzir o impacto do maior tempo de permanência dos peixes no açude foi a redução da densidade. Ele conta que diminuiu o povoamento dos açudes em quase 30%. “Estamos reduzindo de 7 alevinos por metro quadrado para 5 alevinos por metro quadrado. É uma estratégia para reduzir o volume de biomassa quando acontecerem esses travamentos de mercado”, menciona. Ou seja: o piscicultor prefere produzir menos no mesmo espaço a ter que enfrentar os problemas com a biomassa excessiva nos açudes no final da produção.

Em meio aos desafios enfrentados pelo prolongamento do tempo de permanência dos peixes no açude, Dilseu Giacomini, juntamente com sua família, vem implementando soluções criativas e estratégicas para mitigar os impactos negativos e garantir a sustentabilidade de sua produção de tilápias. Desde investimentos em tecnologias de monitoramento da qualidade da água até ajustes na densidade dos açudes, Giacomini tem buscado encontrar o equilíbrio entre a eficiência operacional e a saúde dos peixes.

A adoção de sistemas de monitoramento em tempo real, como a sonda que controla os níveis de oxigênio na água e os aeradores acionados automaticamente, demonstra um compromisso com a inovação e o bem-estar dos animais. Além disso, iniciativas como a instalação de sistemas fotovoltaicos para reduzir os custos de energia elétrica e a redução da densidade nos açudes refletem uma abordagem proativa na busca pela sustentabilidade e eficiência econômica. Diante dos desafios do mercado e das adversidades ambientais, Giacomini e sua família continuam a encontrar soluções resilientes, mantendo-se como uma das referências na piscicultura do Oeste paranaense.

Produtor sugere queda na qualidade da ração

O produtor, com sua vasta experiência de três décadas na tilapicultura, destaca não apenas os desafios decorrentes do prolongamento do tempo de permanência dos peixes nos açudes, mas também aponta para uma questão crucial: a qualidade das rações. Ele observa que, ao longo dos anos, houve uma notável evolução genética das tilápias, resultando em peixes de maior tamanho e potencial de crescimento. No entanto, ele ressalta uma preocupação crescente em relação à qualidade nutricional das rações disponíveis no mercado. Segundo o produtor, essa evolução genética não foi acompanhada por um avanço correspondente na qualidade das rações, e ele sugere que isso pode ser atribuído a uma tendência anterior de alguns produtores em priorizar o preço sobre a eficiência nutricional.

Ele especula que essa dinâmica pode ter levado a uma adaptação da indústria de rações às demandas do mercado, resultando em produtos de qualidade inferior que não atendem adequadamente às necessidades nutricionais dos peixes em seu estágio atual de desenvolvimento genético. “Quando começamos a produção em 1994 a tilápia tinha 300 gramas, não passava disso. A evolução genética foi surpreendente. Por outro lado, percebemos que a área da nutrição retrocedeu. Muito provavelmente porque alguns produtores, no passado, começaram a comprar pelo preço e não pela qualidade. Acho que a indústria se ajustou a essa demanda e se acostumou a oferecer essas rações”, sugere o produtor.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos / Peixes

Dificuldade no transporte do suíno vivo para abate reduz ritmo de negócios no Rio Grande do Sul 

Em 2023, o Rio Grande do Sul foi o terceiro estado com o maior abate de suínos, equivalente a 19,87%, em termos percentuais, sendo 9,2 milhões de cabeças abatidas naquele período.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Levantamento feito pelo Cepea mostra que as enchentes no Rio Grande do Sul vêm dificultando os transportes de suíno vivo para abate, de carnes aos mercados atacadistas e também de insumos utilizados pela atividade.

Como resultado da queda de pontes e destruição de estradas que interligam importantes regiões produtoras, o ritmo de negócios dentro e fora do estado está bastante lento.

Alguns municípios não abrangidos pela pesquisa do Cepea foram atingidos com maior intensidade, com relatos de perda de animais e estragos mais graves.

Em 2023, o Rio Grande do Sul foi o terceiro estado com o maior abate de suínos, equivalente a 19,87%, em termos percentuais, sendo 9,2 milhões de cabeças abatidas naquele período.

Além disso, o estado gaúcho representou 23,1% do total exportado de carne suína no ano passado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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