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Pesquisa aponta que gordura do leite pode fazer bem

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A discussão sobre o elevado teor de ácidos graxos saturados, presentes na gordura dos produtos lácteos full fat – como leite integral, queijos e manteiga -, associando-o ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e da obesidade, levou a Embrapa Gado de Leite (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a se certificar se o debate gira em torno de mito ou verdade. Há dez anos, o estudo vem sendo realizado em parceria com universidades e outros centros do próprio órgão.
De acordo com o pesquisador Marco Antônio Sundfeld Gama, evidências científicas têm demonstrado que o consumo de produtos lácteos ricos em gordura (full fat) não aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e de obesidade. Pelo contrário, pode até reduzi-los. Ainda destaca que o elevado teor de ácidos graxos saturados ou gorduras saturadas está presente no leite dos ruminantes.
"O que de fato cientificamente justifica a redução do consumo de gordura do leite, por exemplo, substituindo o leite integral pelo desnatado, que é uma recomendação nutricional inclusive de vários países, para reduzir o risco dessas doenças?", questiona.
Na verdade, afirma Gama, as pesquisas começam a apontar exatamente o contrário: que a gordura do leite contém alguns ácidos graxos benéficos à saúde.
"Existem vários desses compostos, que a gente chama de ácidos graxos biologicamente ativos, que são ácidos que têm algum papel importante em nosso metabolismo, e que vai melhorar algum aspecto de saúde – ácido linoleico conjugado (CLA), ácido vacênico, ácido alfalinolênico (omega-3) e o ácido oleico. Uma das partes do nosso trabalho é uma revisão da literatura", informa.
Componentes saudáveis
Uma das áreas de trabalho da Embrapa Gado de Leite se refere à revisão da literatura. As pesquisas, afirma Gama, "apontam que esse possível efeito cardioprotetor exercido pela gordura do leite parece estar vinculado, pelo menos em parte, à presença de compostos com efeitos benéficos para o sistema cardiovascular, com destaque para o ácido linoleico conjugado (CLA), o ácido vacênico, o ácido alfalinolênico (ômega-3) e o ácido oleico (ácidos graxos biologicamente ativos), sendo este último componente majoritário do azeite de oliva, um dos ingredientes da aclamada Dieta do Mediterrâneo".
O pesquisador esclarece que a gordura do leite é a principal fonte de CLA e de ácido vacênico na dieta humana, além de contribuir significativamente para a ingestão de ácido oleico.
"Os CLA’s são ácidos graxos que compõem a parte da gordura da carne ou do leite. Estudos sugerem que o ácido linoleico conjugado apresenta potentes atividades bioquímicas e fisiológicas, que podem beneficiar o organismo e proteger contra enfermidades crônicas, como doenças cardiovasculares e obesidade, diabetes e ainda alguns tipos de câncer, como o de mama, cólon, próstata e cérebro."
O pesquisador destaca, no entanto, que em relação a esse tema a Embrapa Gado de Leite trabalha com muito cuidado, pois "precisamos passar para a população que a gordura do leite não é essa vilã como é vista durante os últimos 50 anos".
Dietas das vacas 
Desde 2005, além de estudar a produção de leite e derivados lácteos full fat, naturalmente ricos em componentes potencialmente benéficos à saúde humana, a Embrapa Gado de Leite também pesquisa o desenvolvimento de técnicas analíticas para determinação e monitoramento de atributos nutricionais especiais e ainda a avaliação das propriedades funcionais destes produtos lácteos naturalmente modificados, em modelos animais e em estudos clínicos (com humanos).
Isto significa trabalhar com a "dieta das vacas", mudando alguns itens para aumentar, naturalmente, a concentração dos ácidos graxos biologicamente ativos, positivos para a saúde. O trabalho é mais focado no CLA que, conforme Gama, não é encontrado em quantidade significativa em nenhuma outra fonte da natureza que não seja na gordura do leite, não só da vaca, mas cabra, ovelha, búfala. Trata-se de um componente importante na saúde do ser humano, afirma o pesquisador.
Segundo ele, manipulando-se pequenas alterações na dieta da vaca consegue-se, por exemplo, aumentar em 20 vezes a concentração deste componente, como também de outros, a exemplo do ácido oleico.
Gama ressalta também que, atualmente, a pesquisa tenta identificar algumas forrageiras tropicais que tenham maior potencial de aumentar a concentração destes ácidos graxos biologicamente ativos.
"Ainda não podemos indicar estes capins, pois trata-se de um estudo bem cuidadoso. Talvez dentro de uns três anos tenhamos essa resposta."
Conforme o pesquisado, a Embrapa Gado de Leite está tentando identificar estas condições de manejo nutricional dos animais para que possa ser produzida essa gordura funcional.
"Em última análise, esperamos ter um produto no mercado que possa aumentar a chance de as pessoas se protegerem de doenças. Acho que é uma questão de tempo. A nossa visão é de que, no futuro, grandes laticínios produzam em alta escala."
"Canadá e Estados Unidos já têm estes produtos no mercado. No Brasil, a questão ainda está ligada à legislação. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem de entender que há espaço para esta nova realidade. E eu acho que isto não vai demorar a acontecer", afirma Gama.
Genética
O fator genético também está sendo estudado. De acordo com o pesquisador, existem vacas que, naturalmente, produzem leite com mais CLA. Isto, explica o pesquisador, não está ligado à raça e sim a uma variação de indivíduos dentro de uma mesma raça e com a mesma dieta. Existem vacas que produzem leite com três vezes mais CLA do que outras.
"Estamos tentando identificar qual é o componente genético, que gene é esse, que alteração é essa que acontece para que, no futuro, possamos fazer as duas coisas juntas. Aí vamos selecionar, dentro de uma propriedade, quem tem interesse em produzir esse leite funcional e selecionar animais que são naturalmente produtores desse leite. Vamos combinar duas coisas – estratégia genética e nutrição – para que, no final, possamos obter um produto com essas características", revela.
De acordo com Gama, as pesquisas estão sendo desenvolvidas com animais das raças Gir e Guzerá.
"Nosso foco é o Zebu e já sabemos que grupos de animais dessas duas raças produzem até três vezes mais de CLA. Vamos estudar agora o que acontece na variação de genes que explica essa diferença."
Parceria
Outro destaque que envolve as pesquisas da Embrapa Gado de Leite é a parceria com universidades em trabalhos realizados em laboratório. Uma delas é o experimento realizado com ratos, pela qual foi servida para um grupo, e incorporada à ração, manteiga com nível superior de CLA e, para outro, manteiga normal.
"Alimentamos estes grupos de animais com essas manteigas, monitoramos cada um e vimos os marcadores de doenças. Em alguns deu marcadores de Mal de Alzheimer e os ratinhos que receberam a manteiga rica em CLA tiveram uma melhora de memória muito expressiva."
Conforme o pesquisador, o trabalho foi publicado na revista Vet Science. "Na Grécia Antiga, Hipócrates dizia ‘deixe que o alimento seja o seu remédio e o seu remédio seja o seu alimento’. Ele também dizia que se o alimento que é bom para o seu coração é muito provável que ele seja bom para a sua cabeça."

Fonte: VS Comunicação- SNA – Sociedade Nacional de Agricultura

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Preços do suíno vivo sobem na segunda quinzena, mas médias mensais têm comportamentos distintos

Nas primeiras semanas de março, a disponibilidade de animais acima da demanda pressionou os valores tanto do vivo como da proteína. Já na segunda parte do mês, com a oferta mais “ajustada” em relação à procura, os preços subiram um pouco.

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Foto: Julio Cavalheiro

Após caírem na primeira metade de março, os preços do suíno vivo e da carne suína avançam nesta segunda quinzena.

Ainda assim, segundo pesquisadores do Cepea, enquanto em algumas regiões o recente movimento de alta garante aumento na média de março frente à de fevereiro, em outras, a desvalorização mais intensa na primeira quinzena resulta em baixa na média mensal.

Nas primeiras semanas de março, a disponibilidade de animais acima da demanda pressionou os valores tanto do vivo como da proteína.

Já na segunda parte do mês, com a oferta mais “ajustada” em relação à procura, os preços subiram um pouco.

No entanto, nos últimos dias, compradores estiveram mais afastados das aquisições de novos lotes de animais. Segundo agentes consultados pela Equipe de Proteína Animal/Cepea, esse movimento está atrelado ao período da Quaresma, quando a demanda por carne de peixe cresce em detrimento da de carnes vermelhas.

Fonte: Assessoria Cepea
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Fraca demanda pressiona cotações do frango em março

Queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

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Foto: Jonathan Campos

Os preços médios da maioria dos produtos de origem avícola estão encerrando março abaixo dos registrados em fevereiro.

Segundo pesquisadores do Cepea, a queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

Já no mercado de pintainho de corte, a procura aquecida pelo animal tem impulsionado os valores.

De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o movimento altista pode estar ligado ao interesse da indústria em aumentar o alojamento de frango, sobretudo para atender à demanda externa pela proteína brasileira – vale lembrar que as exportações de carne de frango estão em forte ritmo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Em reunião com diretorias da Aiba e Abapa, presidente da Coelba anuncia intenções para solucionar déficit de energia elétrica no Oeste baiano

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções.

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Em atendimento às solicitações apresentadas por agricultores em reunião prévia ocorrida em (06) de fevereiro, quando esteve no Oeste da Bahia e ouviu as demandas de energia elétrica, o diretor presidente da Coelba Neoenergia, Thiago Freire Guth, retornou à região, e na última terça-feira (26), reuniu-se com as diretorias da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), na sede da Coelba em Barreiras.

Como ficou acordado, ainda no final de fevereiro, uma comitiva de consultores da Coelba realizou visitas técnicas a propriedades rurais do Oeste baiano para diagnosticar as principais carências energéticas da região, a partir do qual foram realizados estudos de viabilidade com emissão de parecer técnico.

Fotos: Divulgação/Aiba

Durante a reunião, o diretor presidente da Coelba, juntamente com os superintendentes, de Área Técnica, Tiago Martins, e de Expansão de Obras, Anapaula Nobre, fizeram a apresentação do novo plano de investimentos da Coelba para o Oeste da Bahia nos próximos quatro anos. “Temos demandas que não foram atendidas no decorrer dos anos, mas a atual gestão da Coelba vem sendo mais participativa aqui na região. Um momento importante para debater e atualizar os próximos passos da companhia, em termos de investimento, aqui no oeste baiano, e tenho certeza, que daqui para frente, com mais transparência e participação da Coelba. O que ouvimos hoje é que as coisas realmente vão começar a sair do papel para prática, e que as demandas da região e do agronegócio serão atendidas”, avalia o vice-presidente da Aiba, Moisés Schmidt.

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções. “É a segunda vez que o presidente da Coelba vem ao oeste, trazendo respostas e anunciando esses investimentos, e nós esperamos que isso venha atender ao produtor, tanto na quantidade necessária, e também na qualidade, que é fundamental”, complementa o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

O diretor presidente, Thiago Freire agradeceu a oportunidade e anunciou as intenções da companhia. “É uma região pujante, e do ponto de vista de desenvolvimento do agronegócio, existe uma necessidade energética urgente. A empresa está alocando os recursos necessários para, nos próximos quatro anos, aumentar cerca de 70% da capacidade de energia elétrica da região”, pontuou Guth que ainda falou de parcerias. “É um desafio também em fazer um trabalho conjunto e trazer novas linhas de transmissão e subestações da rede básica, fora do escopo da energia Coelba, uma questão mais de infraestrutura de alta tensão. Propomos fazer esse trabalho em parceria com associações locais, e ouvirmos a necessidade dos clientes e trabalhar juntos, para resolver os problemas que são comuns, tanto para associações e para o desenvolvimento da região, quanto para a própria energia”, complementou o diretor presidente, que ainda confirmou a divulgação de um cronograma da Coelba, sugerido pelos produtores rurais, para acompanhamento das ações e investimentos da companhia na região.

O segundo vice-presidente da Aiba, Seiji Mizote, os diretores, financeiro, Helio Hopp, executivo, Alan Malinski, o gerente de Infraestrutura, Luiz Stahlke participaram do momento, que também foi prestigiado pelos ex-presidentes e conselheiros, João Carlos Jacobsen, Júlio Busato, Celestino Zanela, os produtores rurais Luiz Pradella, Ildo Rambo, Elisa Zanela, e a vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto. Representando a Coelba Neoenergia ainda estiveram presentes superintendentes, supervisores e engenheiros.

Fonte: Assessofria Aiba
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Imeve Suínos março

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