Empresas
Pescado brasileiro busca espaço no mercado muçulmano
Produtores do Brasil, especialmente do Paraná, começam a visualizar as oportunidades de negócios com produtos halal
Atividade milenar, nascida para subsistência, a piscicultura tem galgado seu caminho rumo à profissionalização para se tornar um mercado tão atrativo comercialmente como outras proteínas animais, como a bovina e a de frango. E, assim como as demais, a piscicultura brasileira visualiza ultrapassar fronteiras rumo a novos mercados, como os países muçulmanos, um dos mais expressivos e potencialmente atraente aos olhos dos produtores brasileiros.
Esse avanço da piscicultura brasileira é comprovado pelos números. Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), hoje são mais de um milhão de produtores no país, são gerados cerca de um milhão de empregos diretos e outros dois milhões indiretos e, em 2021, a atividade movimentou R$ 8 bilhões.
Ainda segundo a PeixeBR, dentre as espécies, a tilápia é a mais cultivada no Brasil. No ano passado, foram produzidas 534.005 toneladas, o que representou um aumento de 9,8% em relação ao ano anterior, colocando a tilápia como responsável por 63,5% da produção nacional de peixes de cultivo. A região Sul é a que se destaca na produção da tilápia, que representa 86% de todos os peixes de cultivo da região.
E na classificação dos produtores de tilápia por estado, o Paraná lidera a produção nacional, com 182 mil toneladas em 2021; São Paulo é o segundo, com produção de 76.140 toneladas; Minas Gerais ocupa a terceira posição, com 47 mil toneladas.
Exportações
Dados da PeixeBR apontam que as exportações da psicultura brasileira totalizaram U$S 20,7 milhões em 2021, um aumento de 78% quando comparado a 2020. A tilápia é a espécie mais exportada, com US$ 18,2 milhões em 2021, o que representa 88% do total. A tilápia também apresentou importante crescimento de 77%, em 2021. Em toneladas, o crescimento foi de 49% de 2021 comparado a 2020. Entre as categorias exportadas, os peixes inteiros congelados apresentaram os maiores volumes, com alta de 390% no comparativo com 2020. Os filés frescos ou refrigerados foram a segunda categoria mais exportada, aumento de 3%. E os filés congelados aumentaram 573% nas exportações.
Produtores do Paraná se preparam para atender mercado halal
O estado líder na produção de tilápia brasileira agora quer levar seus produtos ainda mais longe. Cinco produtores integrantes da Associação dos Produtores dos Lagos do Iguaçu, localizada em Nova Prata do Iguaçu (PR), estão nos trâmites finais para estarem aptos a comercializar com os países muçulmanos.
O fundador da Associação e hoje vice-presidente, Jean Carlo Kuligowski, explica que a união dos produtores, que aconteceu em 2013, até então atendia apenas o mercado interno, mas os planos começaram a ir mais longe. “Começamos a pensar em exportar e vimos que o mercado halal tem bastante potencial para os peixes brasileiros”, explica Jean.
O gerente de produção e projetos da Piscicultura Caxias, Alexandre Marcelo Baumann, explica que, para que esta ideia se solidificasse, um dos integrantes da associação esteve presente da Gulfood 2022, maior evento anual de fornecimento de alimentos e bebidas do mundo, realizada no mês de fevereiro, em Dubai.
“Foi aí que começamos a perceber que o pescado será a próxima proteína em potencial para exportação aos países muçulmanos e isso nos estimulou a buscar a certificação halal”, pontua Alexandre.
Porém, os produtores paranaenses querem elevar o patamar de qualidade e segurança dos peixes brasileiros que irão para outros mercados. Além da certificação halal, que está em processo final pela CDIAL Halal dos cinco produtores e de duas plantas frigoríficas (localizadas nos estados do Paraná e Santa Catarina), a associação está em processo de finalização também da certificação junto ao órgão de defesa sanitária estadual para aprimoramento e realização de adequação de todas as práticas sanitárias que garantem rastreabilidade, controle e manejo de todo o processo produtivo.
“Este é um protocolo sanitário pioneiro na piscicultura do País, que fizemos questão de requisitar para elevarmos o grau de atendimento das boas práticas e, juntamente com o selo halal, garantir segurança da propriedade até o processamento nas plantas frigoríficas para atender a todas as exigências do mercado muçulmano”, completa Alexandre.
O presidente da Associação e proprietário da Alpha Fish, Gilson Tedesco, depois de uma longa experiência profissional na área de tecnologia, decidiu, no ano passado, iniciar as atividades da empresa na área de produção de tilápias em tanques-rede no município de São Jorge, localizada a 150 quilômetros de Cascavel. “Um dos grandes desafios da piscicultura brasileira é que muitos produtores ainda caminham para um processo de profissionalização. E eu fiz diferente: eu já comecei com uma empresa e me preocupo com a gestão do negócio, tanto com a seleção dos profissionais para atuarem na empresa, como na busca de novas tecnologias e melhoramento genético que possam, além de melhorar a qualidade, baratear os custos de produção e o valor do produto para o Brasil e para o mundo”, explica Tedesco.
E já visualiza as oportunidades no mercado halal. “Um fornecedor esteve na Gulfood e nos passou as grandes possibilidades daquele mercado, por isso estamos caminhando nesse processo de certificação para que nosso produto atenda a este mercado”.
“O Brasil tem potencial e oportunidade para abastecer o mercado muçulmano, que está ávido por nossos peixes, como a Jordânia, por exemplo, que demonstrou interesse por todas as espécies de peixes brasileiros. E este é um mercado gigantesco: são mais de 200 milhões de pessoas que residem nos 22 países que compõem a Liga Árabe. Temos quem quer vender e aqueles que querem comprar, então temos um enorme potencial e a certificação halal é o caminho para quem deseja ingressar neste mercado”, explica diretor de Operações da CDIAL Halal, Ahmad Saifi.
Empresas Vacinação
Automação contribui para o crescimento da piscicultura nacional
Máquina de vacinar tilápias que imuniza até 8.500 tilápias por hora, também auxilia na classificação de peixes por lotes
A Zoetis, líder mundial em saúde animal, é responsável pela chegada ao Brasil da máquina de vacinar tilápias, Fishteq NFT20, que além de vacinar, mede, conta e classifica os peixes. O país é o primeiro país a vacinar tilápias com este equipamento, que já é utilizado com sucesso em outros lugares no mundo para a vacinação automática de espécies como salmão e truta.
A introdução desta tecnologia impulsiona ainda mais o crescimento da tilapicultura brasileira, uma vez que promove maior produtividade e redução de contratação de mão de obra”, diz Renato Verdi, Diretor da Unidade de Negócios de Aves, Suínos e Aquacultura da Zoetis. A máquina chegou ao país em 2021 e hoje está presente em diversos viveiros.
De acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), em 2023, a produção de peixes de cultivo alcançou 887 mil toneladas, um aumento de 3,1% em relação ao período anterior. Esse aumento se deve, em grande parte, aos avanços nas questões sanitárias, incluindo a introdução de tecnologias como a máquina de vacinação. Danielle Damasceno, engenheira de pesca e gerente técnica comercial da Zoetis explica que “ao utilizar a máquina, “com a adoção dessa tecnologia, o piscicultor garante melhor desempenho na vacinação e aumenta significativamente a padronização dos lotes, já que a classificação dos peixes ocorre por meio do processamento de imagens individuais digitalizadas”.
A máquina ainda ajusta a posição da agulha de acordo com o respectivo tamanho de cada animal, garantindo que a vacina seja aplicada no local correto”, acrescenta Danielle. “As vantagens de um equipamento como esse são muitas – segurança, redução da manipulação dos animais, contagem e vacinação eficientes, registro e formação de banco de dados, além de biosseguridade, visto que vacina e agulha ficam isoladas de qualquer contato externo”, completa Danielle.
A vacinação, especialmente para tilápias, é crucial para prevenir doenças como a Streptococcus agalactiae 1b, que está presente em todas as regiões do Brasil e pode causar a morte de até 30% dos lotes. A tilápia representa 65,3% da produção total de peixes de cultivo no Brasil, portanto, é fundamental para os produtores o cuidado com a sanidade dos rebanhos.
A Fishteq fortalece a presença da Zoetis no segmento de aquicultura, que em 2015 adquiriu a norueguesa PHARMAQ, líder de mercado nas vendas de vacinas para peixes de produção comercial e de serviços de apoio técnico adaptados às necessidades das operações de criação de peixes.
Empresas
Aurora Coop promove seminário sobre suinocultura
A Aurora Coop é responsável pelo abate de todos os animais, além de enfrentar os desafios e requisitos legais.
Referência em qualidade, bem-estar animal e sustentabilidade, a Aurora Coop promove constantemente ações para alinhar desafios e identificar oportunidades de melhorias em seu sistema produtivo da suinocultura. Com esse objetivo, o 1º Seminário de Terminações Aurora Coop, realizado nos dias 1º e 2 de outubro, em Itá (SC), reuniu cerca de 180 pessoas entre equipes de assistência técnica, veterinários, zootecnistas, agrônomos e colaboradores das 14 cooperativas filiadas.
Especialistas debateram sobre nutrição, mão de obra, gestão, mercado e sanidade, temas de extremo interesse da cadeia produtiva. De acordo com o assessor de suinocultura da Aurora Coop, Sérgio Carvalho, essa iniciativa foi essencial para sincronizar estratégias. “A Aurora Coop é responsável pelo abate de todos os animais, além de enfrentar os desafios e requisitos legais. Devemos trabalhar juntos nos serviços sanitários, nos protocolos de manejo, vacinas e medicações. É crucial estarmos alinhados para utilizar nossos recursos de maneira mais eficaz, garantindo maior rentabilidade para os produtores, as cooperativas filiadas e, consequentemente, para todo o sistema”, enfatiza.
O vice-presidente de agronegócios, Marcos Antônio Zordan, acompanhou a primeira edição do seminário e lembrou que a suinocultura industrial é uma área altamente técnica e que exige permanente atualização de todos os profissionais da cadeia produtiva para manter índices zootécnicos elevados.
Busca por excelência
A primeira edição do seminário foi bem avaliada pelos participantes, que sugeriram a realização de encontros semestrais ou anuais. Para o gerente de suinocultura da Aurora Coop, Luiz Carlos Giongo, esse formato permite que as equipes técnicas atualizem conhecimentos e definam os próximos passos do sistema produtivo. “Buscamos promover debates com direcionamento técnico aplicável e abordagens atuais para aprimorar continuamente nossos processos. A suinocultura catarinense é referência e manteremos nosso compromisso na busca pela excelência”, afirma.
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Visita do Fundador do SAN Group Erich Erber à Sede do Brasil: Um Marco na Trajetória da SAN Vet em 2024.
Na semana do dia 24 de Setembro de 2024, as plantas de Campinas e Belo Horizonte da nossa empresa no Brasil recebeu uma visita ilustre: o fundador, Erich Erber. A ocasião foi marcada por uma série de atividades que destacaram a importância do mercado brasileiro e a contribuição da equipe local para o crescimento global da organização.
Durante sua visita, Erich Erber participou de reuniões com os principais líderes da empresa, onde discutiu estratégias futuras e inovações que podem ser implementadas no Brasil. Ele expressou seu entusiasmo com os projetos em andamento e elogiou a dedicação da equipe, ressaltando como o Brasil tem se tornado um polo estratégico para a expansão da empresa na América Latina.
Os funcionários tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências, desafios e ideias, criando um ambiente de troca enriquecedor. Erich Erber também fez um tour pelas instalações, onde conheceu de perto os processos e inovações que estão sendo implementadas.
A visita de Erich Erber não apenas fortaleceu os laços entre a sede brasileira e a matriz, mas também inspirou a equipe a continuar buscando excelência e inovação em suas atividades. Com seu entusiasmo contagiante, ele reafirmou a importância de cada colaborador na construção do futuro da empresa.
Com essa visita, fica evidente que a liderança e o envolvimento do fundador são cruciais para o crescimento contínuo e a motivação da equipe. A expectativa é que, com esse impulso, o Brasil se torne ainda mais relevante nos planos globais da empresa.