Bovinos / Grãos / Máquinas
Perspectivas para o negócio pecuária de corte: hora da queixa ou da ação?
Devemos “apertar os cintos” e vender o mínimo possível nesses momentos de baixa, manter estoques mais altos e estar pronto para desfrutar o ciclo de alta vindouro.
Frequentemente analisamos um negócio com uma visão focada estritamente no curto prazo. Contudo, nessa perspectiva imediatista não é possível tomar as melhores decisões estratégicas para uma atividade econômica. Observando os atuais preços de mercado de todas as categorias de bovinos de corte, relativamente mais baixos, especialmente se comparados aos valores observados durante os anos de pandemia, muitos produtores ficam desanimados, reduzindo seus rebanhos e investimentos.
Esse comportamento adotado coletivamente por um grupo representativo de produtores, num primeiro momento, satura um mercado já deprimido com superoferta de animais, derrubando ainda mais os preços. Na sequência, o abate de fêmeas, a redução de rebanhos e a desaceleração dos sistemas de produção vão refletir em menores ofertas futuras de animais para reposição e abate, elevando novamente os preços pela lei da oferta e demanda. Isso caracteriza o bem conhecido ciclo pecuário.
Nós sabemos que os bovinos, assim como os demais ruminantes, são capazes de converter as fibras das pastagens, que são indigeríveis para nós humanos, em alimentos altamente densos em nutrientes, especialmente proteínas, aminoácidos essenciais, ácidos graxos, minerais e vitaminas. Além de garantir dietas saudáveis, a pecuária tem a capacidade de fazer isso enquanto conserva os ecossistemas onde é praticada.
Vastas áreas de vegetações campestres em todos os continentes dependem do pastejo para sua conservação. Em muitas delas, não agricultáveis, a pecuária é a principal atividade econômica e o sustento para milhões de famílias que vivem no campo. E mesmo em terras favoráveis para a agricultura, resultados de pesquisa e de sistemas de produção tem demonstrado que a integração com a pecuária e a rotação com pastagens são estratégias fundamentais para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, pela ciclagem de nutrientes, promoção da vida do solo e estrutura do solo, redução do uso de insumos e de riscos pela diversificação. Com tudo isso posto, é seguro afirmar que a pecuária terá vida longa, garantida como atividade econômica duradoura para as próximas gerações.
Não obstante, é compreensível que o (a) leitor (a) esteja se questionando sobre o agora, certo o futuro pode ser promissor, mas o que eu faço diante da realidade atual. Acompanho a
criação de bovinos de corte há bastante tempo e isso me permite evocar um dizer antigo, dos nossos avós, o qual afirmava que em tempo de crise existem as melhores oportunidades para crescer no negócio pecuário.
Para isso é preciso se colocar no sentido oposto do movimento coletivo apontado inicialmente, fazer investimentos estratégicos, qualificar os processos produtivos, aumentar a eficiência no uso dos recursos e investir em genética superior para, desta forma, estar preparado com uma produção qualificada e em quantidade para atender um mercado novamente ávido e bom pagador que estará logo ali na frente. Devemos “apertar os cintos” e vender o mínimo possível nesses momentos de baixa, manter estoques mais altos e estar pronto para desfrutar o ciclo de alta vindouro. Temos, neste momento, sinais que o ciclo de baixa está estabilizado em 2023 com provável reversão para nova alta de preço a se consolidar em 2024; portanto, está mais que na hora de agir.
Para finalizar esta reflexão, reforço um ponto já mencionado acima, o qual me é muito caro pela minha formação e linha de pesquisa em que atuo. São nesses momentos críticos que
existem as grandes oportunidades para melhorar a qualidade genética dos rebanhos com investimentos relativamente menos elevados. Definam de forma criteriosa os objetivos para melhoria dos seus rebanhos, pois teremos logo a frente mais uma safra de leilões de primavera, onde encontrarão touros e matrizes com avaliações genéticas superiores em características que atendam essas necessidades de melhoria nos seus rebanhos, e que provavelmente poderão ser adquiridos com valores mais acessíveis na relação de troca por kg de bezerro.
Então, minha sugestão e resposta para a pergunta no título é: não vamos nos queixar, até porque de nada adianta, vamos agir e sermos protagonistas de um futuro melhor para o nosso negócio, a nossa atividade econômica, e para muitos, melhorar o nosso modo de vida. Sim, ser pecuarista, mais que uma atividade econômica, é um modo de vida.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran