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VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas Estudo aponta

Perdas com erros na produção e estocagem da silagem podem passar de 30%

Entender como controlar perdas no processo de produção e armazenagem ajuda produto a reter os nutrientes da planta e dos grãos

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Arquivo/OP Rural

 A silagem é um alimento cada vez mais essencial na produção de leite. Trata-se de uma excelente estratégia para a nutrição do gado e uma aliada para minimizar perdas em períodos de escassez de pasto. “Como minimizar perdas e potencializar a produção de leite no processo de produção de silagem” foi o tema da palestra de Thiago Bernardes, proferida em 07 de novembro de 2018, durante o Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, em Chapecó, SC. Bernardes é professor no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (Ufla). As perdas da colheita à estocagem podem passar de 30%, sustenta o estudioso.

Na palestra, o pesquisador comentou os resultados de estudo relativo à silagem com vacas confinads em 149 propriedades leiteiras em seis estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. “Fizemos uma radiografia do que as fazendas, grandes e pequenas, fazem em termos de dietas e como a silagem está sendo utilizada”, antecipou.

O levantamento, realizado entre setembro de 2017 e fevereiro de 2018, mostrou que o uso de silagem de grão úmido vem crescendo nas propriedades leiteiras brasileiras. O estudo apontou ainda que 53% das fazendas utilizam algum tipo de silagem de grãos e que silagem também representa 66% do consumo diário das vacas. “São cenários muito comuns hoje em dia”, salientou.

“A silagem tornou-se super importante para o sistema de produção de leite. Por isso, você precisa aprender a fazer silagem”, provocou o público. Bernardes focou sua palestra na silagem de planta inteira de milho.

Como evitar perdas de silagem

Produzir silagem é caro e arriscado, diz. Entender como controlar as perdas no processo de produção e armazenagem ajuda o produto final a reter os nutrientes da planta e dos grãos, além de manter a segurança alimentar, evitando a contaminação por micotoxinas, por exemplo.

Segundo o professor, considera-se normal a perda de até 3% em matéria seca para uma propriedade com bom manejo. No entanto, essas perdas podem chegar a 34% quando a confecção do alimento é inadequada. As perdas podem ocorrer já na colheita, com o tombamento de plantas e deriva de partículas. “Parte da silagem colhida e picada é jogada fora. Para controlar as perdas no campo, precisamos de máquinas bem reguladas, treinamento, conscientização e capacitação da equipe”, argumenta.

Colher a silagem com a umidade ideal, utilizando inoculantes com bactérias produtoras de ácido lático, pode reduzir perdas. O tempo prolongado de confecção da silagem também promove o aumento de microrganismos deterioradores, orienta o professor.

Estocagem

Vencida a etapa da colheita, o produtor de leite enfrenta o desafio da estocagem. Este processo, quando não bem executado, também pode gerar prejuízo considerável, de acordo com o especialista. Perdas por deterioração em função da má vedação variam entre 5 e 34%. A remoção ineficaz no uso da silagem também prejudica a conservação. “No Brasil, os produtores investem muito na lavoura de milho. Mas, ao fechar o silo, acham normal jogar fora 5, 10, 20 centímetros de silagem. No entanto, essa é uma perda considerável”, argumenta.

A silagem também pode abrigar micotoxinas, que vão afetar o desempenho das vacas. “Em um único silo, podemos ter duas silagens, do centro e do topo, completamente diferentes em termos de composição química, microrganismos e seus compostos. Quanto mais o topo estiver afetado, mas contamina o centro”, explica.

Bernardes destaca a função de um silo bem vedado com uma lona de qualidade. A vedação do silo representa de 0,5 a 2% do custo total da silagem, dependendo da qualidade da lona. “As perdas em silagem de milho estão mais relacionadas à deterioração aeróbica, por isso deve-se dar atenção especial à vedação e ao desabastecimento do silo”, afirma. Ele indica lonas com barreira ao oxigênio para reduzir perdas de nutrientes e evitar a proliferação de fungos (micotoxinas). “A lona é o material responsável pela conservação de milhares de reais”, destaca.

A silagem ideal

Bernardes explica que os animais preferem silagens fermentadas adequadamente e sem a presença de deterioração. “Silagens com alta concentração de ácido lático são as ideais. De outra forma, o consumo e o aproveitamento é reduzido”. Para a nutrição de vacas de alto desempenho em lactação, a silagem deve ter alta concentração de amido fermentável, cita. “Para isso é preciso garantir um mínimo de fibra efetiva, visando manter a saúde ruminal e a produção de gordura no leite”, explica.

Para produzir silagens com alta concentração de amido, é preciso colher a planta quando a linha do leite estiver acima de 50% (da coroa para a base do grão). “Mesmo com a alta concentração de amido, precisamos que a digestibilidade deste carboidrato seja maximizada. O tempo de estocagem pode afetar essa função”. Conforme Bernardes, silagens “mais velhas” possuem amido mais digestível. Por isso, recomenda, o tempo mínimo de estocagem da silagem é de cinco a dez semanas para silagens de planta inteiras e de grão úmido.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Raça Brahman terá jurado internacional na 89ª ExpoZebu

Este ano quem comandará os julgamentos da raça será o jurado norte-americano Kelvin Moreno, com apoio da jurada auxiliar Poliana de Castro Melo.

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Foto: Divulgação

A 89ª edição da ExpoZebu será palco das comemorações dos 30 anos da chegada da raça Brahman no Brasil. Quem passar pelo Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), entre os dias 27 de abril e 05 de maio, poderá acompanhar a evolução da raça e as competições pelos grandes campeonatos.  “Será uma edição especial da ExpoZebu, pois estamos comemorando 30 anos da primeira importação de Brahman. A raça avançou muito nessas três décadas e vamos apresentar toda essa evolução aos visitantes dos mais diversos países que passarem pela ExpoZebu”, ressalta o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), Gustavo Rodrigues.

Este ano quem comandará os julgamentos da raça será o jurado norte-americano Kelvin Moreno, com apoio da jurada auxiliar Poliana de Castro Melo. Kelvin Moreno foi indicado pela diretoria da ACBB e atuará tanto no julgamento de pista quanto no Brahman a Campo. De família de selecionadores de Brahman no Texas, ele já atuou em exposições de vários países e é secretário/tesoureiro da American Brahman Breeders Association. No Brasil, Moreno vem contribuindo com o desenvolvimento de projetos científicos junto à ABCZ.

O julgamento da raça Brahman será de 1º a 3 de maio, começando com a competição “Brahman a Campo” no primeiro dia e segundo dia. Já os animais inscritos para a pista serão avaliados nos dias 2, 3 e 4 de maio. A expectativa é de que participem 150 exemplares nas duas competições.

A agenda da raça na ExpoZebu contempla ainda a Assembleia Geral Ordinária, no dia 1º de maio, às 19 horas, na Casa do Brahman. Já no dia 02 de maio, às 20 horas, acontece o 3º Leilão de Sêmen ACBB, também na sede da ACBB. Outra oportunidade de adquirir a genética Brahman será durante o Leilão Portobello e Terra Verde, agendado para o dia 03, às 20 horas, na Confraria/Armazém do Boi.

 Mérito ABCZ
O criador da raça Brahman, Marcos Henrique Pereira Alves, será um dos homenageados com a comenda “Mérito ABCZ”, juntamente com outras 18 personalidades do agronegócio brasileiro. A premiação acontecerá durante a abertura oficial da ExpoZebu no dia 4 de maio, antes das disputas dos Grandes Campeonatos.

Titular da Fazenda Transmontana, localizada em Vassouras/RJ, Marcos Henrique é selecionador da raça Brahman desde 2000 e associado da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil. O criatório está entre os que mais realizam provas de ganho em peso a pasto no estado, utilizando touros mais bem avaliados nessas competições.

Em 2024, a fazenda já confirmou sua participação na 4ª Prova de Eficiência e Performance Brahman/BoicomBula, que será realizada pela ACBB. Outro projeto para 2024 é a realização do 20° Leilão Brahman Transmontana, oficializado pela entidade.

Fonte: Assessoria ACBB
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Indústria gaúcha de leite tem retração de quase 4% nas vendas 

Comercializações internas foram as que mais sofreram, caindo mais de R$ 350 milhões. 

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A indústria gaúcha de leite apresentou retração de quase 4% nas vendas no acumulado de 12 meses, de março de 2023 a fevereiro de 2024 contra março de 2022 a fevereiro de 2023. Os dados da Receita Estadual apontam que o volume somado baixou para R$16,61 bilhões. As comercializações internas foram as que mais sofreram, caindo mais de R$ 350 milhões.

No caso do leite em pó, mais de 55% do que foi demandado dentro do Rio Grande do Sul veio de importações. “Com a entrada em vigor do decreto do Governo, que limita a utilização de benefícios fiscais por quem compra o insumo fora, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) acredita que as empresas de reprocessamento (chocolates, sorvetes e biscoitos) voltem a consumir da indústria gaúcha, fortalecendo também os produtores”, destacou Alexandre dos Santos, segundo vice-presidente do Sindilat/RS.

A apuração indica na quarta sondagem, que a compra de embalagens segue liderando quando se trata da entrada de insumos. “Isso reflete a importância para o setor lácteo da manutenção dos incentivos de equiparação fiscal, como o do FAF, sem os quais será inviável manter a competitividade no mercado, já que mais de 60% do leite processado é consumido fora RS ao passo que diversos insumos precisam ser comprados de fora, pois não são produzidos aqui”, acrescenta Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, ao reafirmar opção pela revisão da alíquota de ICMS à retirada das equiparações fiscais existentes com outros estados produtores.

Fonte: Assessoria Sindilat/RS
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Pesquisadores avaliam se microrganismos podem reduzir emissão de metano de bovinos

Avaliação já indicou que a abundância de alguns microrganismos é diferente em touros com altas e baixas taxas de emissões. Já no que diz respeito ao consumo alimentar, foram identificados tanto organismos associados  à ineficiência alimentar quanto à maior eficiência.

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Foto: Gisele Rosso

Em um ano em que as ondas de calor continuam severas, as pessoas tendem a refletir um pouco mais sobre as consequências das alterações do clima. A ciência tem feito a sua parte. Boa parte das pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Carlos (SP) tem foco em sistemas sustentáveis de produção, ou seja, busca obter carne e leite com menor emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) para reduzir o impacto da atividade agropecuária.

Entre diversos estudos e tecnologias do centro de pesquisa, um deles avalia a contribuição de bactérias e microrganismos na emissão de metano de bovinos e na eficiência alimentar desses animais por meio da hologenômica, o estudo simultâneo dos genomas do hospedeiro e dos microrganismos.

Coordenado pela pesquisadora Luciana Regitano, o estudo, que envolve instituições do Brasil e do exterior, testou se os componentes do microbioma ruminal e fecal dos animais poderiam ser usados ​​como biomarcadores. Segundo Luciana, os cientistas querem saber se, usando a informação sobre o tipo de microrganismos abrigado pelo animal, é possível melhorar seu perfil de eficiência alimentar e emissão.

A avaliação já indicou que a abundância de alguns microrganismos é diferente em touros com altas e baixas taxas de emissões. Já no que diz respeito ao consumo alimentar, foram identificados tanto organismos associados  à ineficiência alimentar quanto à maior eficiência.

Essa pesquisa, que contou com apoio da Fapesp por meio do Projeto Temático “O  hologenoma de Nelore: implicações na qualidade de carne e em eficiência alimentar”, deve ser concluída no final deste ano. Para saber mais, veja um dos trabalhos aqui .

Hologenômica

Interessados nesse tema terão a oportunidade de participar de um curso de curta duração Análise de Dados Hologenômicos para Agricultura. O curso ocorre presencialmente de 29 de julho a 09 de agosto de 2024, em São Carlos (SP). As inscrições para seleção de candidatos estão abertas no site do evento até o dia 30 de março. Quarenta candidatos, 20 do Brasil e 20 do exterior, serão selecionados e terão custeio total de suas despesas pela Fapesp. Para inscrição, acesse aqui.

A iniciativa propõe uma visão interdisciplinar da hologenômica e de como avaliar e integrar dados de diferentes técnicas ômicas (genômica, metagenômica, epigenômica, transcriptômica, etc.). Além disso, vai discutir como essas ferramentas podem melhorar o desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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