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Peptídeos bioativos melhoram integridade intestinal e o metabolismo de frangos desafiados sanitariamente

Pesquisas demonstram que hidrolisados proteicos contendo peptídeos bioativos melhoram a saúde intestinal, o desempenho zootécnico e a conversão alimentar de frangos de corte, representando alternativa natural aos antibióticos promotores de crescimento.

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Artigo escrito por Luciano Andriguetto, Ph.D., CDO – Diretor Técnico GFS Group

Peptídeos bioativos são definidos como sequências de aminoácidos específicos, de baixo peso molecular (0,05 a 5 kDa), variando de 3 a 50 aminoácidos, que podem apresentar efeitos biológicos benéficos. Essas moléculas apresentam efeitos positivos na funcionalidade intestinal por meio da melhora da barreira intestinal e propriedades anti-inflamatórias, imunomoduladoras, antioxidantes e antibacterianas avaliadas in vitro e in vivo.

Os peptídeos bioativos são biosseguros, com baixo ou nenhum efeito tóxico e são eficazes mesmo em baixas concentrações dietéticas. Além disso, eles também fornecem aminoácidos biodisponíveis e menos alergênicos quando comparados às proteínas inteiras. São comumente produzidos por hidrólise de proteínas de alto peso molecular, de variadas origens, tanto vegetais como animais. Seu uso surge como mais uma opção para a manutenção da saúde intestinal das aves, num cenário de crescente remoção de antibióticos.

Para avaliar sua eficácia, foram realizados dois experimentos com um concentrado proteico composto de mucosa intestinal e cartilagem hidrolisadas. Esse composto tem peso molecular médio na faixa de 1000 D, e contém 185 peptídeos bioativos identificados, analisados por LC-MS/MS de acordo com a base de dados BIOPEP.

Experimento 1

No primeiro experimento, avaliou-se a saúde intestinal de frangos de corte submetidos à suplementação ou não (G1) de uma combinação de extrato de parede de levedura, argila e glutamato monossódico (G3) ou um hidrolisado proteico, fonte de peptídeos bioativos (G4). Foram alojadas 25 aves de um dia de vida, em cada tratamento, sobre cama reusada. Diferenças estatísticas foram avaliadas pelo teste não paramétrico Kruskal-Wallis ou, quando apropriado, por outros testes estatísticos, como Tukey. Aproximadamente 100 mg de tecido de tonsila cecal (em D4) foram homogeneizados e o RNA total foi purificado para avaliação de IL-1β e TNF-α. Para a IL-1β não houve diferença significativa entre os tratamentos, porém G4 apresentou melhores resultados. Para o TNF alfa, os animais tratados apresentaram níveis semelhantes, e significativamente melhores do que o G1 (Fig.1).

Figura 1. Níveis de IL-1β e TNF-α na tonsila cecal de frangos de corte aos 4 dias de vida, em função dos tratamentos G1, controle negativo, G3, glutamato, e G4, peptídeos bioativos.

Figura 2. Histomorfometria de frangos de corte aos 35 dias de vida, em função dos tratamentos G1, controle negativo, G3, glutamato, e G4, peptídeos bioativos.

Para a análise de histomorfometria intestinal, amostras de íleo coletadas em D35 foram coradas pela técnica de hematoxilina/eosina. Os animais tratados apresentaram altura de vilosidade e espessura da túnica muscular semelhantes, e significativamente superiores ao G1 (Fig.2). O perfil celular do sangue total coletado no D14 foi analisado em relação a dois marcadores, CD4 e TCRvβ1, para a identificação de diferentes subpopulações de linfócitos T. Animais tratados com peptídeos tiveram contagem de linfócitos T auxiliares periféricos significativamente menor do que G1, sendo aqueles do TG, intermediários. Animais tratados com peptídeos tiveram linfócitos auxiliares de mucosa numericamente menores do que o G1, sendo aqueles do G3, intermediários (Fig.3).

Figura 3. Perfil celular do sangue total coletado de frangos de corte aos 14 dias de vida, em função dos tratamentos G1, controle negativo, G3, glutamato, e G4, peptídeos bioativos.

Para avaliar a permeabilidade intestinal, utilizou-se o reagente FITC-Dextran (3000 a 4000 kDa), um marcador fluorescente não absorvível, administrado por via oral a cada ave em D4 e D35, sendo a presença deste reagente no plasma avaliada posteriormente. No dia 4, os animais tratados com peptídeos tiveram permeabilidade intestinal significativamente inferior ao G1, e inferior àqueles tratados com glutamato, que tiveram resposta intermediária, mostrando a resposta precoce aos peptídeos ativos. Aos 35 dias não houve diferenças significativas entre os tratamentos (Fig.4).

Figura 4. Permeabilidade intestinal de frangos de corte aos 4 e aos 35 dias de vida, em função dos tratamentos G1, controle negativo, G3, glutamato, e G4, peptídeos bioativos.

Em conclusão, de modo geral, tanto glutamato como peptídeos bioativos influenciaram positivamente a saúde intestinal das aves tratadas, porém aquelas que receberam peptídeos bioativos apresentaram IL-1β, linfócitos T periféricos e, principalmente, permeabilidade intestinal aos 4 dias de vida, significativamente melhores do que aquelas tratadas com glutamato, mostrando que hidrolisados proteicos contendo peptídeos bioativos são alimentos funcionais de interesse para a melhoria da saúde intestinal precoce de frangos.

Experimento 2

No segundo experimento, 540 pintos de um dia foram distribuidos em 3 tratamentos, com 10 repetições de 18 aves cada, sendo um controle negativo (T1), sem nenhum promotor de crescimento nem coccidiostático, um controle positivo (T2), com 10 ppm de enramicina e coccidiostáticos, e um tratamento teste (T3), recebendo a ração do controle negativo acrescida de peptídeos bioativos. As aves foram desafiadas por gavagem com uma solução de vacina de coccidiose (20 x a dose), aos 4 dias de vida, seguida de cultura de uma cepa de campo de Clostridium perfringens aos 8, 15, 30 e 36 dias de idade.

Tabela 1. Desempenho de frangos de corte aos 35 e 42 dias, em resposta ao uso de peptídeos bioativos (CN + Enterogrow), enramicina + coccidiostáticos (CP) ou nenhum aditivo (CN).

O desafio realizado foi efetivo, pois proporcionou os piores resultados de desempenho de 1 a 42 dias de idade. Ainda que o desempenho inicial tenha sido semelhante ao controle negativo, a inclusão de peptídeos bioativos permitiu que as aves apresentassem o mesmo resultado final, aos 42 dias, que aquelas do controle positivo, com a melhor conversão alimentar acumulada (p<0,01) (Tabela 1). Não foi observado nenhum efeito sobre o rendimento de carcaça, cortes, peso relativo de fígado, pâncreas e porcentagem e gordura abdominal. A utilização de peptídeos bioativos nas dietas de frangos de corte reduziu a concentração de creatinina e as atividades das enzimas aspartato aminotransferase, lactato desidrogenase e creatinafosfoquinase no plasma das aves aos 40 dias de idade (Tabela 2) e aumentou a circulação de globulinas plasmática (Tabela 3).

Tabela 2. Atividade enzimática no plasma de frangos de corte, em resposta ao uso de peptídeos bioativos (CN + Enterogrow), enramicina + coccidiostáticos (CP) ou nenhum aditivo (CN).

Estes efeitos são condizentes com as atividades de alguns peptídeos de regulação de várias enzimas do metabolismo proteico e energético. Finalmente, a utilização dos peptídeos bioativos de 1 a 42 dias nas dietas de frangos de corte aumentou a área de absorção do duodeno aos 43 dias de idade, o que é coerente com a melhor conversão alimentar final (Tabela 4).

Tabela 3. Parâmetros plasmáticos de frangos de corte, em resposta ao uso de peptídeos bioativos (CN + Enterogrow), enramicina + coccidiostáticos (CP) ou nenhum aditivo (CN).

Tabela 4. Histomorfometria do duodeno de frangos de corte aos 43 dias, em resposta ao uso de peptídeos bioativos (CN + Enterogrow), enramicina + coccidiostáticos (CP) ou nenhum aditivo (CN).

Conclusão

Considerando o exposto, peptídeos bioativos, derivados de hidrolisados proteicos, constituem uma importante oportunidade de desenvolvimento de um aditivo ou alimento funcional inteiramente natural e seguro para a melhoria da saúde e produtividade de frangos de corte. É fundamental, contudo, escolher corretamente a fonte desses peptídeos, considerando a origem, o grau de hidrólise e o peso molecular além de, se possível, conhecer exatamente quais peptídeos estão presentes no hidrolisado.

Referências bibliográficas estão com o autor: Contato: luciano.andriguetto@gfs.group

versão digital está disponível gratuitamente no site oficial de O Presente Rural. A edição impressa já circula com distribuição dirigida a leitores e parceiros em 13 estados brasileiros.

Fonte: O Presente Rural

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Brasil moderniza inspeção de abate de frango

Avanços em inspeção baseada em risco, digitalização de processos e novos sistemas de autocontrole buscam aumentar a eficiência sanitária e a competitividade das exportações.

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O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está passando por uma ampla transformação para modernizar e tornar mais eficiente o sistema de inspeção de abate de aves e outros produtos de origem animal.

De acordo com a diretora do Dipoa/Mapa, a médica-veterinária Juliana Satie o objetivo é construir um modelo de inspeção preparado para os próximos 10 anos, que seja ágil, transparente e com base em risco, conectando a tradição da inspeção e fiscalização sanitária com a inovação e a governança de dados. “Buscamos constantemente aprimorar os nossos processos para dar respostas mais rápidas e eficientes aos mercado, tanto interno quanto externo”, enfatizou Juliana, durante sua participação no 11º Encontro Avícola Empresarial Unifrango, realizado em meados de julho em Maringá (PR).

Nos últimos 10 anos, o Dipoa passou por grandes mudanças estruturais, focadas na regionalização, padronização de procedimentos e implementação de princípios de inspeção baseada em risco, como a transição de um modelo centrado por espécie para um modelo orientado por processos, além da verticalização do departamento. A diretora ressalta que essas mudanças permitiram maior eficiência e confiança junto a autoridades sanitárias internacionais.

Médica-veterinária e diretora do Dipoa/Mapa, Juliana Satie: “Nosso objetivo é ter processos cada vez mais integrados e automatizados, pensando 10 anos à frente” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A transformação digital é outro pilar do departamento. Sistemas robustos estão sendo desenvolvidos para coletar e tratar dados de autocontrole das empresas, agilizar a emissão de certificações e habilitações, e até reduzir custos com papel, especialmente em exportações para mercados como a China. “Estamos criando uma base de dados moderna, rápida e integrada, que poderá ser um hub para futuros módulos de autocontrole e estatísticas, garantindo mais previsibilidade para o setor”, explicou Juliana.

Entre as iniciativas está a implementação do Programa de Incentivo à Conformidade (PIC), regulamentado pelo Decreto 12.126, que fortalece modelos de inspeção baseados em risco e estabelece programas voluntários de autocontrole para estabelecimentos com padrões diferenciados. “A proposta busca agilizar processos, garantir prioridade em certificações e criar regras claras para a adesão de entes privados”, antecipou.

Outro exemplo prático é a modernização do sistema de inspeção de aves. De acordo com Juliana, a implementação do sistema de lavagem de carcaças pré-inspeção já foi adotada por 55% das 135 plantas de abate de aves habilitadas em menos de um ano. “Esse sistema permite reduzir riscos de contaminação gastrointestinal, garantindo mais segurança alimentar e credibilidade para os exportadores”, expôs Juliana.

O Dipoa/Mapa também avançou na centralização de habilitações, criação de sistemas informatizados de certificação e credenciamento de médicos-veterinários para otimizar a força de trabalho e a fiscalização. A expectativa é que essas mudanças reduzam prazos de resposta e aumentem a previsibilidade para empresas e autoridades. “Todos esses resultados refletem o compromisso da nossa equipe, que trabalha com agilidade, técnica e foco em melhoria contínua. Nosso objetivo é ter processos cada vez mais integrados e automatizados, pensando 10 anos à frente”, ressaltou a médica-veterinária.

Com essas ações, o Brasil busca consolidar um sistema de inspeção moderno, confiável e capaz de atender às demandas de um país produtor e exportador de alimentos, alinhando tradição, ciência e inovação.

versão digital está disponível gratuitamente no site oficial de O Presente Rural. A edição impressa já circula com distribuição dirigida a leitores e parceiros em 13 estados brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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Redução de alojamentos, retomada das exportações e equilíbrio na oferta sustentam valorização da carne de frango

Impulsionado pela sazonalidade do consumo e pela competitividade frente às carnes bovinas, o setor entra no último trimestre com expectativa de manutenção das cotações e maior previsibilidade para o planejamento dos produtores.

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Depois de meses de instabilidade e margens apertadas, a carne de frango voltou a ganhar fôlego no mercado brasileiro. A combinação de ajuste na oferta, recuperação das exportações e demanda firme no mercado interno provocou uma virada de cenário em setembro, com preços em alta e melhora na rentabilidade dos produtores. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, que aponta um ambiente mais equilibrado e favorável à avicultura no segundo semestre.

Em São Paulo, principal referência nacional, o frango inteiro congelado registrou alta de 16% entre o início de setembro e 10 de outubro, alcançando R$ 8,20 por quilo. Antes do episódio de Influenza aviária no Rio Grande do Sul, o produto era negociado a R$ 8,80/kg. Segundo o Itaú BBA, a recuperação reflete a redução no ritmo de alojamentos de pintos em agosto, a melhora no fluxo das exportações e a diminuição dos excedentes de produto não exportado, que haviam pressionado os preços nos meses anteriores.

O movimento de ajuste na oferta foi decisivo para sustentar as cotações. Os alojamentos de agosto registraram a primeira queda em 14 meses na comparação anual, reduzindo a disponibilidade interna e ajudando a equilibrar o mercado. Ao mesmo tempo, as exportações voltaram a crescer, com embarques que atingiram o melhor desempenho do ano.

Em setembro, as vendas externas de carne de frango in natura somaram 414,9 mil toneladas, volume praticamente igual ao de setembro de 2024. “Os embarques reagiram bem, superando as dificuldades logísticas e sanitárias enfrentadas em meados do ano, especialmente após o bloqueio temporário de alguns mercados”, observa a consultoria.

O contraste é evidente em relação a junho, quando os embarques haviam caído para 291 mil toneladas em meio aos bloqueios sanitários provocados por focos de gripe aviária. Em setembro, México, Arábia Saudita, Filipinas, Coreia do Sul, Chile e Singapura lideraram as compras brasileiras.

Apesar da reação, o acumulado de 2025 ainda mostra retração de 9,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Isso se deve, sobretudo, à manutenção dos embargos da China e da União Europeia, que representam mercados de alto valor agregado. A UE, no entanto, reabriu suas compras em 18 de setembro para todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, cuja retomada deve ocorrer nas próximas semanas. “Já a China realizou missão técnica para inspecionar o sistema de defesa sanitária brasileiro, passo considerado decisivo para o desbloqueio, mas ainda sem data definida”, destaca a consultoria.

A expectativa do Itaú BBA é de que as exportações se mantenham firmes no último trimestre, com possibilidade de melhora adicional a partir da reabertura europeia. “O fluxo de exportação está praticamente restabelecido e tende a se fortalecer, reduzindo excedentes internos e sustentando preços”, avalia.

Mercado interno

No mercado interno, o cenário também é favorável. O consumo de carne de frango costuma aumentar no fim do ano, impulsionado pelas festas e pelo 13º salário. Mesmo com a recente valorização, a carne de frango segue competitiva frente a carne bovina, o que ajuda a manter o produto como uma das principais opções nas gôndolas e nos cardápios das famílias brasileiras.

Custos de produção

Do lado dos custos, o ambiente também é de alívio. A Consultoria Agro do Itaú BBA estima que os custos de produção da avicultura tenham subido apenas 1% em setembro, enquanto o preço médio do frango abatido avançou 5% no mesmo período. Com isso, o spread (diferença entre preço de venda e custo) subiu para 38%, um dos níveis mais confortáveis do ano.

A estabilidade nas matérias-primas reforça o quadro de margens positivas. Milho e soja, principais componentes da ração, não indicam pressões relevantes neste momento. “A demanda segue firme, mas os estoques de passagem de milho devem superar as expectativas, refletindo a baixa competitividade das exportações e ajudando a conter custos”, explica o Itaú BBA.

Com o clima favorecendo o desenvolvimento da safra de verão e a oferta de carne bovina em ritmo estável, sem excesso de carcaças no mercado, o setor de frango entra no último trimestre com bases sólidas para sustentar o desempenho positivo. “O ambiente de negócios da avicultura é hoje um dos mais equilibrados do complexo de proteínas”, ressalta a Consultoria Agro do Itaú BBA. “A combinação entre menor oferta, boa competitividade no mercado doméstico e retomada gradual das exportações deve garantir preços firmes e margens favoráveis até o final do ano.”

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura gaúcha divulga dados preliminares com aves natalinas e reafirma força do setor em 2025

Mesmo diante de adversidades climáticas e sanitárias, Rio Grande do Sul mantém produção robusta, estabilidade de mercado e posição estratégica no cenário nacional.

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Foto: Asgav

A avicultura gaúcha volta a demonstrar sua capacidade de superação, organização e protagonismo econômico. Em 2025, o comércio de aves natalinas no Rio Grande do Sul deve movimentar R$ 1,438 bilhão, resultado que representa um crescimento de 2% em relação a 2024, mesmo em um cenário marcado por desafios climáticos e sanitários que exigiram cautela e planejamento do setor.

Levantamento preliminar da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) aponta uma produção estimada de 56,4 mil toneladas de perus e aves natalinas, volume que, embora apresente uma leve retração de 2,4% frente ao ano anterior, confirma a robustez da cadeia produtiva, que adequou estrategicamente sua oferta sem comprometer o desempenho econômico.

Os dados refletem um mercado equilibrado e maduro. O preço do quilo do peru registrou reajuste médio de 4%, oscilando entre R$ 29,00 e R$ 31,00, enquanto as demais aves natalinas apresentaram estabilidade, com variação média de apenas 0,5%. As aves mais tradicionais seguem com preços entre R$ 13 e R$ 14,5 por quilo, mantendo competitividade e acesso ao consumidor.

Para o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, os números evidenciam a capacidade de resposta do setor frente às adversidades. “A avicultura gaúcha mostrou, mais uma vez, maturidade e responsabilidade produtiva. Adequamos volumes, preservamos mercado e mantivemos estabilidade comercial. Isso demonstra eficiência, planejamento e uma cadeia altamente profissionalizada, capaz de enfrentar crises e lutar por competitividade”, afirma.

Rio Grande do Sul é o segundo exportador nacional de carne de peru

A força do Rio Grande do Sul também se destaca no cenário nacional e internacional. O Estado é o segundo maior exportador de carne de peru do Brasil, com embarques anuais de aproximadamente 22,8 mil toneladas, reforçando sua relevância estratégica para a balança comercial e para o abastecimento global.

No mercado interno, o consumo de carne de peru permanece estável, com 0,297 quilo por habitante ao ano, consolidando o caráter sazonal, porém estratégico, do produto no período natalino.

Segundo a Asgav, o desempenho positivo ocorre apesar do elevado nível de exigência produtiva das aves natalinas, que demandam manejo diferenciado, maior consumo de ração, embalagens especiais, ampliação da capacidade de armazenagem, resfriamento, congelamento, logística dedicada e processos adicionais, como tempero e padronização — fatores que elevam os custos e exigem alto grau de gestão.

Ainda assim, a cadeia avícola gaúcha segue avançando, gerando renda, emprego e desenvolvimento regional. Para José Eduardo dos Santos, o setor reafirma sua relevância estrutural para o Estado. “A avicultura é um pilar da economia gaúcha. Mesmo em anos difíceis, seguimos entregando resultados, garantindo segurança alimentar, empregos e competitividade. Isso é fruto de investimento, tecnologia e, sobretudo, da capacidade do produtor e da indústria gaúcha de se reinventar”, conclui.

Com números consistentes, planejamento e visão de longo prazo, a avicultura do Rio Grande do Sul reafirma em 2025 sua pujança econômica, seu papel estratégico no agronegócio brasileiro e sua capacidade de transformar desafios em resultados.

Fonte: Assessoria O.A.RS/Asgav/Sipargs
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