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Penz “puxa a orelha” da academia, indústria e estudantes

Diretor global de Contas Estratégicas da Cargill, Antônio Mário Penz, sugere que estudantes, academia, indústrias e empresas deveriam estar mais próximos para formar profissionais mais qualificados

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Um dos destaques do Workshop Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), que aconteceu nos dias 09 e 10 de novembro, em Foz do Iguaçu, PR, foi a palestra do diretor global de Contas Estratégicas da Cargill, Antônio Mário Penz. Com larga experiência no agronegócio, o também professor falou sobre liderança e gestão de pessoas, traçando um panorama sobre os novos caminhos e os desafios encontrados na tarefa de administrar recursos humanos e, em especial, o papel do líder na formação de equipes competentes e comprometidas com resultados. Parte de sua exposição, no entanto, foi dedicada a criticar a formação dos novos profissionais de Zootecnia, Agronomia e Medicina-Veterinária. Para ele, estudantes, academia, indústrias e empresas deveriam estar mais próximos para formar profissionais mais qualificados.

Penz disse que o Brasil é um país peculiar por ter centenas de universidades, o que, em sua opinião, tornou o ensino mais pobre. “São cerca de 2,3 mil universidades no país, 87% privada e 13% pública. Desse total, são 505 faculdades de produção animal, ou cerca de 21%, mas apenas 2,2% dos alunos totais. Esse número de faculdades não existe em lugar nenhum do mundo. O que estamos observando é uma banalização do conhecimento acadêmico. É universidade para tudo que é lado, estudantes com falta de foco, ambiente muito técnico e cenários sem realidade prática e noções de negócio”, destacou.

Para ele, as empresas e indústrias onde esses profissionais vão trabalhar no futuro têm parcela de culpa na formação inadequada para o que o mercado precisa. “Vemos estudantes limitados para enxergar as possibilidades que terão dentro de uma empresa. Temos com isso a chegada de profissionais despreparados, com pouca capacitação, o que é um problema. Mas as empresas precisam estar mais próximas da academia, tem que ir até a universidade para vender suas ideias, seus valores, e isso a gente não faz. A empresa também tem que dizer para a universidade o que quer. A preparação não está restrita à formação acadêmica. Os três setores – universidades, pessoas e empresas – são necessários”, frisou. “Ao final, são as empresas que precisam dos talentos”, acrescentou Penz.

Penz voltou a falar dos estudantes, pedindo mais esforço durante o processo de qualificação profissional. “Meus jovens, resiliência e a palavra de ordem. Hoje vemos estudantes com pouca resiliência. Jovem, não te entrega”, alertou. “O estudante precisa de orientação profissional, mas também autoconhecimento, preparação, boa comunicação e uma segunda língua, principalmente inglês”, aponta. “Ou ganhamos juntos ou perdemos juntos”, emendou o diretor global da Cargill.

 

Importância do Líder

“O sucesso e o fracasso empresarial são determinados pela maneira como as companhias selecionam, treinam e gerenciam seus colaboradores. Meu objetivo para essa palestra é orientar o processo para o desenvolvimento do capital humano, com o intuito de aumentar sua competitividade, propondo uma interação dos colaboradores com o negócio e objetivos da empresa”, disse Penz.

Mas como encontrar e, especialmente, reter bons profissionais? Para ele, o líder da empresa deve ter a incumbência de encontrar, motivar e desenvolver esses profissionais. “Não há negócios bons com pessoas ruins. A gestão de pessoas depende delas próprias, da formação universitária, quando for o caso, mas, o mais importante é como ela é tratada na empresa em que trabalha. Em toda organização, é o gestor, o líder que tem a maior responsabilidade em desenvolver e reter talentos”, argumenta.

A Procura por Talentos

Penz orienta sobre algumas características que devem ser observadas na hora da contratação. “Queremos um profissional com inglês, boa comunicação, capacidade empreendedora, criatividade e inovação, entusiasmo, vontade e energia, coragem extra para enfrentar desafios, planejamento e organização, capacidade de trabalhar sob pressão”, comenta.

Para atrair essas pessoas, o palestrante diz que a empresa precisa oferecer mais que salário. “Hoje as pessoas querem que empresa tenha uma boa imagem no mercado, querem desenvolvimento profissional, qualidade de vida, possibilidade de inovar, carreira internacional, salários e benéficos diferenciados”, aposta.

Desenvolvimento de Pessoas

Novos profissionais e empresas têm responsabilidades no desenvolvimento de pe3ssoas, na visão do palestrante. “Desenvolvimento é se tornar interessante. Isso cabe ao profissional, que precisa ter postura ativa, fazer acontecer. O aprendizado tem que ser constante, por isso o papel das empresas em motivar, delegar atividades condizentes com as capacidades, dar suporte necessário para que gestores participem, pois hoje queremos uma administração de competência, não hierárquica. A empresa é a educação continuada, onde continuo meu processo de formação”, destacou.

Retenção de Talentos

Na opinião do diretor, “os mesmos fatores para atrair talentos são os mesmos para reter”, reforçando a opinião dos líderes nesse cenário. “As organizações muitas vezes não percebem a frustração dos funcionários porque os gestores não fazem perguntas, gestores não sabem ouvir. As pessoas reclamam de salários, mas têm outras questões mais robustas, pois esse profissional tem necessidade de autorealização, estima, associação, segurança. Compartilhar o sucesso é hoje muito importante”, pontua. “Um bom líder deve ter conhecimento técnico, falar a língua dos jovens, estar próximo de sua equipe, ter paixão pelo que faz, conhecer as pessoas da equipe”.

Desafios Futuros

Para Penz, o desafio para o futuro é promover um ambiente de trabalho cada vez menos hierárquicos e mais em grupo, mesmo lidando com pessoas que procuram resultados rápidos e com pouca capacidade de vencer desafios impostos no dia a dia. “O futuro é de um mercado competitivo, com pessoas imediatistas e sem resiliência, e mudanças ainda mais rápidas e dinâmicas. Temos uma redução de burocracia e hierarquia e maior estruturação em rede -várias pessoas -, equipes com objetivo comum”, acrescenta Penz.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou  “ONLINE” 

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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