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Pela primeira vez, exportações do agro mineiro superam segmento da mineração

Período de janeiro a novembro, as vendas externas dos produtos agropecuários somaram US$ 15,7 bilhões, superando em 3% o valor alcançado pela mineração.

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Fotos: Claudio Neves

Pela primeira vez, o valor alcançado pelas exportações do agronegócio mineiro ultrapassou o setor da mineração,  que passou a ocupar o primeiro lugar no ranking dos setores que mais exportam em Minas Gerais. No período de janeiro a novembro de 2024, as vendas externas do agro mineiro somaram US$ 15,7 bilhões, superando em 3% o valor alcançado pela mineração, que alcançou US$ 14,5 bilhões.

No acumulado do ano até novembro, o agro representou 40,7% do valor total das vendas externas do estado. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o setor registrou acréscimo de 19% na receita e 9% no volume enviado ao exterior, alcançando 16 milhões de toneladas. A mineração respondeu por 37,7% das exportações totais, com 14,5 milhões de toneladas embarcadas.

A cifra alcançada já superou – mesmo sem contabilizar o mês de dezembro – o último recorde anual registrado no ano de 2022, quando a receita havia alcançado US$ 15,3 bilhões. A média mensal em mais de 1,4 bilhão vem garantindo essas marcas jamais contabilizadas. Além disso, a taxa de câmbio nominal mais alta observada nos últimos meses vem favorecendo o desempenho das atividades exportadoras.

Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, o agro ocupar a primeira posição na contribuição com as exportações mineiras era uma questão de tempo, já que o setor vem investindo firme em capacitação, produção sustentável e inovação. “Esses números consolidam o estado como uma potência na produção de alimentos, contribuindo fortemente para o protagonismo do Brasil frente ao resto do mundo. Não tenho dúvidas de que, em 2025, a combinação da nossa evolução no campo com a valorização dos nossos produtos no estrangeiro vai aumentar ainda mais essa vantagem”, afirmou Thales Fernandes.

Produtos novos fortalecem os números

Foto: Albari Rosa

Café, produtos do complexo sucroalcooleiro e a carne bovina seguem como os principais responsáveis pelos bons resultados das exportações do agro mineiro. No entanto, outros itens vêm ganhando destaque no rol de produtos e garantindo a liderança do estado nas exportações, tais como sementes para semeadura (milho, rícino, girassol e outras), sêmen bovino, queijos, iogurte, leite condensado e batatas preparadas.

Água de coco, tapioca, cogumelos, inhame, azeitonas e grão de bico também ajudam a ampliar a oferta de produtos e mostram a capacidade de diversificação do agro mineiro e de atendimento às demandas do mercado internacional.

A China lidera a lista dos principais importadores do agro mineiro (US$3,9 bilhões), seguida pelos Estados Unidos (US$ 1,7 bilhão), Alemanha (US$1,3 bilhão), Bélgica (US$ 727 milhões) e Itália (US$ 669 milhões). Ao todo, 169 países importam os produtos agropecuários mineiros.

Valorização das carnes

Foto: Marcelo Casal

No total, as carnes contabilizaram US$ 1,4 bilhão e 414 mil toneladas, representando 9% das vendas para o exterior. A carne bovina segue como o carro-chefe do grupo com receita de US$ 1 bilhão e 240 mil toneladas (aumento de 20,4% no valor e 26,5% no volume), mas o destaque do período ficou com a carne suínas, que alcançou o melhor resultado dos últimos 8 anos com a cifra de US$ 52,5 milhões e 26,5 mil toneladas.

Além da ampliação das aquisições dos principais compradores e do número de diferentes parceiros comerciais, houve uma expressiva compra por parte das Filipinas, com expectativa de manutenção da parceria para o próximo ano.

Somente a carne de frango não obteve valorização, com redução de 20% no valor e 18% no volume, ou seja, US$ 269 milhões de receita e 142 mil toneladas embarcadas no período apurado.

Soja e produtos sucroalcooleiros

Foto: Danilo Estevão

A receita do complexo soja, formado pela soja em grãos, farelo e óleo de soja, retrocedeu 8,4%, dada a redução nas importações de China e Tailândia, principais compradores. Ainda assim, os embarques do grupo aumentaram em 9,5%, tendo como novidade o desempenho do farelo de soja, com acréscimo de 9% na receita (US$ 230 milhões). Ao todo, as exportações do complexo soja somaram US$ 3,2 bilhões, tendo o grão à frente, com US$ 2,9 bilhões, ou seja, 92% do grupo.

Quanto ao complexo sucroalcooleiro, o açúcar, principal componente do segmento, registrou seu melhor desempenho já apurado, com U$ 2,2 bilhões. As vendas totalizaram US$ 2,3 bilhões em receita e 4,7 milhões de toneladas, representando acréscimos de 23,7% e 23,2%, respectivamente. A Indonésia superou a China como o principal parceiro comercial nesse grupo, com 11% das vendas.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

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Alta umidade do solo cria ambiente favorável para desenvolvimento da safra verão

Volume acima da média favorece germinação e crescimento inicial, mas excesso hídrico aumenta risco fitossanitário em regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste; monitoramento permanece essencial.

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Foto: José Fernando Ogura

Nos últimos dias, o volume de chuva acumulado ultrapassou 70 milímetros em grande parte das regiões produtoras da safra de verão. Em vários polos produtivos, os índices registrados ficaram entre 10% e mais de 200% acima da média histórica, indicando episódios de precipitação intensa, segundo o relatório técnico da EarthDaily. “Do ponto de vista agronômico, esse excesso hídrico favorece a fase inicial do ciclo das culturas, beneficiando germinação, estabelecimento das plantas e expansão vegetativa, além de reduzir riscos associados à semeadura tardia ou irregular. Porém, chuvas concentradas em determinadas áreas podem gerar encharcamento, atrasar operações de campo e elevar o risco fitossanitário em locais mais vulneráveis”, afirma Felippe Reis, analista de cultura da EarthDaily.

Apesar da elevação da umidade do solo, o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) permanece próximo da média histórica, porém com trajetória desfavorável, semelhante ao padrão observado na safra 2024. A recuperação hídrica recente deve apoiar o avanço do desenvolvimento das lavouras, mas ainda será necessário acompanhar a resposta do NDVI nas próximas semanas para confirmar se essa melhora se traduzirá em ganhos consistentes de vigor e condição produtiva ao longo do ciclo.

Em Goiás, o NDVI encontra-se no menor nível dos últimos cinco ciclos, porém permanece em patamar semelhante ao da safra 2020/21, que apresentou produtividade satisfatória. Esse fator reduz a preocupação no momento. O aumento recente da umidade do solo e a previsão de manutenção de níveis elevados no curto prazo  podem favorecer a recuperação das lavouras de soja no estado.

No Mato Grosso do Sul, o NDVI está próximo da média, porém com dinâmica pouco favorável, também semelhante ao comportamento observado no ano ruim de 2024. Ainda assim, a umidade do solo registrou forte elevação nos últimos dias e deve permanecer alta no curto prazo, com as lavouras se recuperando, embora o excesso hídrico possa ampliar o risco fitossanitário.

Em Minas Gerais, o vigor da vegetação continua abaixo da média nas áreas de lavouras de verão. No entanto, a umidade do solo apresenta tendência de aumento e deve seguir nesse movimento no curto prazo, criando condições favoráveis para a recuperação das lavouras.

 Atenção no Sul

Na região Norte do Paraná, as chuvas intensas registradas recentemente podem ter provocado efeitos adversos sobre as lavouras de verão, especialmente em solos mais suscetíveis ao encharcamento. Entre os principais riscos estão atrasos no desenvolvimento vegetativo e aumento da incidência de doenças associadas ao excesso de umidade. A previsão de continuidade de precipitações elevadas reforça a necessidade de monitoramento constante para identificação precoce de eventuais perdas e avaliação de impactos sobre o manejo e o cronograma das próximas fases do ciclo.

Após os episódios de chuva intensa observados nos últimos dias, as projeções dos modelos ECMWF e GFS indicam volumes reduzidos de precipitação no curto prazo no Rio Grande do Sul. Essa condição deve contribuir para a diminuição do risco de encharcamento do solo, favorecendo a recuperação das áreas afetadas e a normalização das operações de campo, especialmente nas regiões com maior saturação hídrica recente.

Os modelos ECMWF e GFS apontam precipitações acima da média para grande parte da zona produtora de soja no curto prazo, mantendo um cenário predominantemente úmido. No entanto, algumas áreas devem registrar volumes mais modestos, especialmente no extremo Sul e em porções do Norte da região sojicultora. Essa heterogeneidade pode resultar em condições contrastantes, com risco de excesso hídrico em algumas lavouras e manutenção de limitações pontuais em áreas menos favorecidas.

Entre 10 e 17 de dezembro, as projeções indicam manutenção de níveis elevados de umidade do solo na maior parte da área agrícola, com possibilidade de excedente hídrico, sobretudo entre Paraná e São Paulo. Nessas regiões, o risco agronômico está associado à saturação do solo, restrição do desenvolvimento radicular e maior suscetibilidade a doenças.

Em sentido oposto, o oeste da Bahia tende a apresentar redução da umidade no período, o que pode reintroduzir limitações hídricas pontuais em áreas onde o avanço vegetativo ainda depende de maior regularidade das chuvas para consolidação do potencial produtivo neste início de ciclo.

Fonte: Assessoria EarthDaily
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USDA mantém projeção de esmagamento recorde de soja para 2025/26

Projeção segue em 69,5 milhões de toneladas enquanto Argentina reduz impostos sobre grãos e a União Europeia adia a entrada em vigor da lei antidesmatamento.

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Foto: Daiane Mendonça

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve a projeção de esmagamento recorde de soja na safra 2025/26, estimada em 69,5 milhões de toneladas, mesmo diante da retração das margens de processamento observada nos últimos meses. A manutenção do volume reflete a expectativa de que a demanda siga sustentada, especialmente em função das políticas de combustíveis renováveis. Segundo o órgão, a definição das metas obrigatórias e das possíveis isenções deve ocorrer no início de 2026, fator que será determinante para o ritmo de consumo de óleo de soja no país.

Foto: Divulgação/OP Rural

Na América do Sul, o governo da Argentina anunciou a redução permanente das alíquotas de exportação para grãos e derivados, em uma tentativa de aliviar a carga tributária sobre o setor agropecuário. A taxa aplicada à soja foi reduzida de 26% para 24%, enquanto os subprodutos tiveram corte de 24,5% para 22,5%. Para trigo e cevada, a alíquota caiu de 9,5% para 7,5%; milho e sorgo passaram de 9,5% para 8,5%; e o girassol, de 5,5% para 4,5%. De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, a medida busca reforçar a competitividade da agroindústria argentina, responsável por cerca de 60% das exportações do país.

Na Europa, o Conselho Europeu e o Parlamento chegaram a um acordo provisório para adiar em um ano a entrada em vigor da Lei Antidesmatamento (EUDR). A proposta ainda precisa ser votada, com previsão entre os dias 15 e 18 de dezembro. Caso seja aprovada, grandes operadores terão prazo até 30 de dezembro de 2026 para se adequar às exigências, enquanto pequenos operadores — incluindo pessoas físicas e micro ou pequenas empresas — terão até 30 de junho de 2027.

A EUDR proíbe a comercialização, no mercado europeu, de produtos ligados às cadeias de cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha e pecuária oriundos de áreas desmatadas após 30 de dezembro de 2020. O regulamento exige ainda que importadores garantam a rastreabilidade das mercadorias, com o objetivo de assegurar que o consumo europeu não esteja associado a novos desmatamentos.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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Corte de incentivos acende alerta no campo e pressiona custos da produção

Redução de benefícios tributários pode elevar impostos sobre insumos e alimentos em meio a perdas climáticas e alto endividamento dos produtores.

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Foto: Shutterstock

O Sistema Faep vê com preocupação a aprovação do PLP 128/2025, pelo Congresso Nacional, que promove a redução mínima de 10% dos benefícios federais de natureza tributária, financeira e creditícia. A diminuição prevista se refere aos incentivos e benefícios que já incidem sobre os seguintes tributos federais: PIS/Pasep; PIS/Pasep-Importação; Cofins; Cofins-Importação; IPI; IRPJ; CSLL; imposto de importação; e contribuição previdenciária do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada.

“Esses benefícios são importantes para a gestão no meio rural, com impacto significativo nas contas do produtor rural. Num momento complicado como o atual, onde as intempéries climáticas têm gerado perdas no campo e o endividamento do setor está alto, não podemos aceitar uma medida como essa”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Vamos continuar trabalhando para tentar reverter essa decisão ou, ao menos, procurar uma saída que possa compensar a redução”, complementa.

O projeto prevê redução em 10% dos benefícios tributários, impactando a produção, com aumento da alíquota do PIS/Cofins sobre insumos, e a venda de produtos agropecuários (corte do crédito presumido). Ainda, a medida reduz o crédito presumido da indústria de alimentos e rações e o lucro presumido.

“É preciso que os setores produtivos sejam ouvidos. A agropecuária, principal pilar da economia do país, será severamente atingida com essa medida, pois vai penalizar quem produz, desestimular o investimento, comprometer a competitividade e colocar ainda mais pressão de custos sobre a produção de alimentos”, afirma Meneguette.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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