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Suínos / Peixes

Peixes BR projeta Brasil como segundo maior produtor mundial de tilápia até o fim desta década

De acordo com os dados do Ministério da Economia, compiladas pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixes BR), as exportações do setor totalizaram US$ 12,8 milhões no acumulado de janeiro a setembro de 2021, superando em 4,4% o verificado em todo o ano anterior.

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Fotos: Arquivo OP Rural

Saboroso e fonte de nutrientes, o peixe está cada dia mais presente na mesa dos brasileiros. No mercado internacional também tem atraído cada vez mais consumidores. De acordo com os dados do Ministério da Economia, compiladas pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixes BR), as exportações do setor totalizaram US$ 12,8 milhões no acumulado de janeiro a setembro de 2021, superando em 4,4% o verificado em todo o ano anterior.

Deste total, a tilapicultura atingiu US$ 10,9 milhões, ou seja, 85% do valor de todo o peixe exportado pelos produtores brasileiros no período, mantendo o Brasil como quarto maior produtor de tilápia do mundo. Com mais de 60% da produção nacional, a espécie se mantém como principal produto exportado.

Com a piscicultura brasileira em pleno crescimento, a Peixes BR projeta que o país alcance até o fim desta década o patamar de segundo maior produtor mundial de tilápia. “Seis em cada dez peixes cultivados no Brasil são tilápias, a cultura se consolida como a preferida dos consumidores pela facilidade do preparo há alguns anos. Essa é uma trajetória que dificilmente alguém nos tira, ou seja, a tendência é o crescimento, haja vista que os países que são produtores apresentam taxas de crescimento bem inferiores ao da brasileira”, destaca o presidente executivo da Peixes BR, Francisco Medeiros.

Presidente executivo da Peixes BR, Francisco Medeiros: “Aonde tiver grão vai ter produção de peixes, vai ter produção de tilápia” – Foto: Gabriel Muniz

A cada dez quilos consumidos pelos brasileiros de peixe de cultivo seis são tilápia, o que faz com que, segundo Medeiros, essa espécie apresente no país uma taxa de crescimento superior às demais proteínas de origem animal – aves, suínos e bovinos por exemplo. “Nós temos hoje a maior taxa de crescimento entre todas as proteínas de origem animal e com perspectivas de médio e longo prazo que isso continue, porque nós temos um espaço muito grande a conquistar. O mercado interno ainda tem um consumo muito baixo quando se fala de peixe. O consumo médio per capita mundial é de 20 quilos, nós estamos com dez quilos. Historicamente, o brasileiro consome muita proteína animal, comparado aos principais países do mundo, então nós temos ainda muito a crescer no mercado interno e no mercado externo também”, afirma.

Conforme Medeiros, a demanda por peixes de qualidade aumenta a cada dia e especificamente quando se trata de peixes de cultivo, em especial a tilápia, há poucos países com condições para atender esse aumento da demanda no mercado internacional. “Os principais produtores, principalmente os de países asiáticos, estão nos seus limites em função das condições de sanidade da água, disponibilidade hídrica e até do próprio aumento do custo de produção, que tem sido bastante elevado nos últimos meses. Se aumenta a ração aqui para nós em função do milho e da soja imagina para eles que estão comprando esses grãos?”, instiga a pensar.

Custos de produção

Na piscicultura, mais de 60% dos custos de produção são com a ração, que leva em sua composição ingredientes de origem animal – farinha de carne e ossos, de peixe, de penas e vísceras etc. – e de origem vegetal – farelo de soja, de milho, de arroz, de trigo, entre outros.

Com a alta nos preços dos grãos, muitos produtores independentes enfrentaram dificuldades para fechar o ano no azul, precisando fazer ajustes de custos de produção a todo instante em função do aumento significativo do milho e da soja. “A base da ração é grão e todos nós sabemos o impacto que a alta nos preços dos grãos gerou para toda a cadeia produtiva, com isso grande parte dos produtores está trabalhando bem no limite”, expôs Medeiros.

Demanda

Foto : Jonathan Campos / AEN

Em relação ao mercado interno, o diretor presidente da Peixes BR diz que o consumo está crescendo, muito em função do cenário atual de alta dos preços das demais proteínas de origem animal, impactadas pela elevação no valor dos insumos da ração, o que permitiu que a tilápia continuasse seu processo de comercialização. “Tivemos aumento do mercado interno, mas não o incremento que esperávamos, principalmente ao compararmos com o ano de 2020, mas terminamos 2021 de forma positiva”, avalia Medeiros.

Ao analisar o mercado externo, o presidente executivo da Peixes BR destacou que em alguns países em que se vendia mais filé passou-se a vender mais cortes e até a tilápia inteira congelada, que tem um custo menor de comercialização, o que representou uma alta de 465% do volume exportado no terceiro trimestre (julho a setembro) no comparativo com o mesmo período em 2020. “As empresas se utilizaram de estratégias para atender a esse mercado, que claramente teve uma perda de poder aquisitivo ao longo do ano de 2021”, analisa.

Exportação

De janeiro a setembro do ano passado foram exportados pelo Brasil 10% a mais do que todo o ano de 2020. Somente no terceiro trimestre, os valores financeiros foram 71% maiores do que os verificados no mesmo período do ano anterior, o que demonstra o forte crescimento da piscicultura brasileira. “Nós acreditamos que as exportações terão uma participação cada vez maior em nosso mix de venda de produtos, haja vista que estamos bastante competitivos em relação a preços. Nós temos um produto de excepcional qualidade: é a melhor tilápia do mundo. Tem exportações de tambaqui para a América do Sul, que também não temos concorrente, então acreditamos que a taxa de crescimento das exportações em 2022 vai ser bastante significativa”, almeja Medeiros.

Segundo ele, a Peixes BR criou um ambiente favorável à expansão da piscicultura de cultivo no país, implantando em conjunto com a Embrapa Pesca e Aquicultura e o Ministério da Economia, entre 2018 e 2019, o drawback da tilápia, regime aduaneiro especial que consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. “Neste regime, a empresa ou o produtor que produz para exportar compra insumos, medicamentos e embalagens, por exemplo, sem pagar impostos federais, isso é extremamente competitivo para o mercado”, salienta.

No entanto, o grande desafio do setor esbarra na logística, que, agravada pela pandemia do Coronavírus, enfrenta falta de contêineres refrigerados e redução de navios com rota para a América do Sul. “Esses números de exportações só não foram maiores por falta de contêineres refrigerados, por falta de transporte, situação que afeta a logística mundial. Contudo, somos resilientes e vamos continuar crescendo. Nossa expectativa é que as exportações sejam maiores neste ano do que foram verificadas em 2021”, pontua.

Nos primeiros nove meses do ano passado, os Estados Unidos foram o destino de 54% dos peixes exportados pelo Brasil, o que representou em valores financeiros US$ 7 milhões, seguido da China, com mais de US$ 1,5 milhão, o que totalizou 12% do volume das exportações brasileiras. Ao comparar o terceiro com o segundo trimestre de 2021, houve crescimento de 43% nos valores das exportações da piscicultura brasileira.

Com o aumento das exportações para países sul-americanos como Peru, Colômbia e Chile, que juntos compraram pouco mais de 20% dos embarques da piscicultura, tende a reduzir a dependência das vendas para os norte-americanos, havendo uma maior diversificação nos destinos do produto.

Maior exportador brasileiro

Consolidado como maior produtor de tilápia do país, o Paraná vem disputando também a liderança como maior exportador da espécie com o Mato Grosso do Sul. “Já tivemos trimestre em 2021 que o Paraná ultrapassou o Mato Grosso do Sul. Tínhamos um histórico nos últimos anos de uma liderança absoluta do Mato Grosso do Sul e hoje observamos um crescimento bastante significativo do Paraná, o que deve, inclusive, aumentar a participação do Estado nas exportações neste ano, então pode haver uma mudança desse 1º lugar, com o Paraná assumindo essa posição em função da consolidação das exportações das grandes empresas do Estado e de outras que estão entrando no negócio”, vislumbra Medeiros.

Desafios

Por outro lado, Medeiros diz que a biosseguridade é um dos desafios sanitários do setor, ressaltando a importância de ações bem estruturadas para conter a introdução e a disseminação de agentes patogênicos no ambiente de produção aquícola. “O controle sanitário foi um dos grandes desafios que nós tivemos em 2021, estamos tendo e vamos continuar tendo mesmo com a atividade consolidada. O setor de bovinos tem até hoje uma campanha de controle de febre aftosa, os suínos com uma campanha extremamente ferrenha para evitar o aparecimento da PSA (Peste Suína Africana), então o grande desafio é sanitário, porque quando o setor cresce, principalmente em um país continental como o Brasil, o risco sanitário é muito grande. Por isso que esse ano (2021) a Peixe BR lançou o Guia de Biosseguridade, visando preparar o setor para enfrentar os desafios sanitários, que aumentam a cada dia”, ressalta.

Crescimento

Para manter o crescimento da atividade no país, Medeiros diz que que é importante que os Estados mantenham um ambiente de segurança jurídica ambiental e de políticas tributárias atrativas. “A maioria dos Estados ainda não tem um bom ambiente de investimentos. Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Tocantins e Mato Grosso são alguns dos locais com os melhores ambientes para segurança jurídica ambiental. Somado a isso, os Estados oferecem políticas diferenciadas e isso também é um fator de atratividade, mas a grande tendência da piscicultura nesta década ainda é seguir o grão. Aonde tiver grão vai ter produção de peixes, vai ter produção de tilápia”, enfatiza.

Com perspectivas de retomada da economia neste ano, Medeiros afirma que empresas verticalizadas e integradoras têm projetado um melhor ambiente de negócios, mantendo investimentos no setor. “A economia nacional impacta demais nosso negócio, mas acreditamos que o setor continuará produtivo e em crescente desenvolvimento. Para os produtores independentes não será um ano fácil, é necessário ter um maior planejamento. É tempo de parte do dia com os pés na água e outra parte do dia afundado na cadeira, porque nunca o planejamento foi tão importante para o sucesso do negócio e é isso que nós vamos verificar no ano de 2022”, orienta o presidente da Peixe BR.

Mais informações sobre o cenário nacional de grãos você pode conferir na edição digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro.

Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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