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Pedro Carmona assume superintendência do Senar-PR

Executivo está participando do processo de reestruturação da entidade, com o propósito de gerar modernização e inovação no campo do Paraná.

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Superintendente do Senar-PR, Pedro Carmona: "O ambiente em que o Sistema FAEP opera vem mudando ao longo dos últimos anos" - Foto: Divulgação/Sistema Faep

O Senar-PR tem um novo superintendente. O executivo Pedro Carmona assumiu o cargo no dia 19 de setembro, trazendo uma ampla experiência em gestão de Tecnologia da Informação (TI) e em administração de empresas. Com uma visão estratégica e inovadora, Carmona vai ajudar no processo de reestruturação da entidade, com o objetivo de fortalecer a atuação no setor agropecuário e promover avanços significativos para os produtores rurais paranaenses.

Pedro Carmona é formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Ciências Econômicas pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (Fesp). Além disso, possui pós-graduação em Planejamento, Administração e Metodologia do Ensino Superior, bem como em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Carmona também é mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Com uma carreira sólida, ele atuou por 12 anos como gerente executivo e diretor de TI no Sistema Fiep. Em seguida, ocupou o cargo de superintendente corporativo da instituição por mais de dois anos, onde liderou diversas áreas. De 2019 a 2023, Carmona foi diretor administrativo e financeiro da Celepar.

Em entrevista à revista Boletim Informativo do Sistema Faep, o novo superintendente destaca as transformações que estão moldando o setor agropecuário e elenca os desafios para fortalecer a atuação da entidade em conjunto com os sindicatos rurais. Ele também compartilha os princípios que nortearão esse trabalho, enfatizando a importância da colaboração e da inovação para construir um futuro sustentável para a agricultura no Paraná.

Qual a importância do processo de reestruturação, pelo qual o Sistema Faep passa, para atender ainda melhor o produtor rural?

O processo de reestruturação é uma prática comum nas empresas para se adaptarem ao ambiente em que estão. O ambiente em que o Sistema Faep opera vem mudando ao longo dos últimos anos. Claro que não se muda uma organização todos os anos, mas após algum tempo é necessário. O propósito da diretoria da entidade, com a minha colaboração, é fazer uma restruturação que prepare para o futuro e para os desafios que estão à frente, que incluem, por exemplo, transformação digital, mudanças comportamentais por causa das redes sociais e aumento de conflitos sociais. Eu trago a experiência que acumulei ao longo da minha carreira, em empresas privadas e públicas, cujas últimas atividades em que estive envolvido eram de reestruturação. As diretorias das quais participei foram escolhidas justamente para transformar. O meu papel é ajudar a pensar e minimizar os riscos de repetir erros do passado, preparando a empresa para o futuro.

Quais serão suas prioridades à frente do Senar-PR para os próximos anos?

A prioridade, que também representa um desafio, é centralizar o produtor rural como fonte das ideias que guiarão o Sistema FAEP em torno do que ele de fato precisa, para que essas demandas retornem ao campo em seu benefício. O Sistema FAEP gera valor para o produtor rural atendendo ao seu pedido. Antes, não estava tão claro que a origem tem que ser o produtor rural, então o processo fluía para entregar benefícios, como existe hoje, mas não necessariamente passando pelo crivo de “isto é realmente o que o produtor rural precisa?”. Ao longo desse período de reestruturação, várias ações serão feitas para voltar o olhar para o produtor rural e compreender que o que é aceito, às vezes, não é exatamente o que ele gostaria de ter. Evidentemente em alguns casos ele não sabe exatamente o que precisa, portanto, também será necessário trabalhar para que ele desperte para suas necessidades. Minha contribuição será pensar nesse modelo cujo centro da operação é o produtor rural, que começa com o seu pedido e termina com a entrega de algum benefício. E, como mediadores, temos o Sistema Faep e os sindicatos rurais.

Além desta mudança de posicionamento do produtor rural, existem outros desafios à vista?

O produtor rural precisa de informações, tanto técnicas quanto de gestão. Não basta saber tecnicamente, ele também precisa saber como gerenciar o seu negócio. As informações técnicas já existem. Agora vamos focar na questão da gestão. Um exemplo é o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), em fase de implantação. Para gerenciar um negócio, não basta conhecer tecnicamente, que é um tipo de saber que não muda muito, embora a atualização seja desejada. Mas gestão muda, porque você precisa de informações do mundo externo, se o cliente mudou, se existem outros potenciais clientes. Nós precisamos dar respostas a essas perguntas, porque um produtor rural pequeno, por definição, não tem porte para fazer esses estudos. Ele precisa que alguém especializado faça a análise econômica do que está afetando o seu negócio. Em relação às inovações tecnológicas, a vinda da Inteligência Artificial [IA] é uma das coisas que mais se fala hoje em dia, mas eu diria que o impacto maior vem da soma da IA com o barateamento dos equipamentos, com os drones, com o aumento de avaliação de terrenos para cultivo por satélite, enfim, a soma dessas tecnologias também requer que o produtor precise aumentar sua produtividade. Como ele aumenta a produtividade se ele é pequeno e não tem dinheiro para grandes investimentos? Essas são as transformações que o Sistema Faep precisa preparar o pequeno produtor, tanto do aproveitamento de gestão e econômico quanto do técnico.

Como a sua visão sobre modernização e inovação no campo pode influenciar este novo trabalho no Sistema Faep?

O Sistema Faep tem que suprir o pequeno produtor dessas ferramentas inovadoras porque o grande vai obter isso com os recursos que já possuem. O Sistema Faep deve fazer com que se tenha, em um arcabouço, a atuação política dos sindicatos rurais, que devem ajudar os produtores a terem um preparo para esse novo mundo de transformações. Esses novos mecanismos, como a IA, vão dar para o pequeno produtor uma força tecnológica e de gestão que eles nunca tiveram, mas, sozinhos, eles não têm acesso a essa força. Quem viabiliza esse acesso é a união dos produtores por meio do Sistema Faep. O produtor rural não vai ficar sabendo das inovações criadas se alguém não o informar. O Sistema Faep tem essa missão, buscar as informações, organizar e proporcionar, sob a forma de cursos ou pela própria ATeG, o acesso do pequeno produtor às informações sobre toda essa parte de tecnologia, inovação e gestão.

Como suas experiências anteriores poderão contribuir para essa nova missão no Sistema Faep, especialmente em termos de gestão e inovação?

Nas estruturações que participei, eu sempre tive claros alguns princípios que norteiam um processo de transformação. Um é o foco em pessoas. Em uma empresa de serviços, caso do Sistema Faep, o centro envolve as pessoas, parte fundamental nesse tipo de transformação. Os processos devem ser determinados para as pessoas executarem, mas eles são vivos e vão se alterando conforme as pessoas desenvolvem inovações e novas formas de trabalhar. Outro ponto fundamental é a governança para melhoria e estabilização dos processos. Quando você faz uma mudança, define novas tarefas. Se não houver uma boa documentação disso, com normas e limites, que a princípio pode parecer um engessamento, o novo processo não se estabiliza e, após algum tempo, tende a voltar às origens e os benefícios conquistados se perdem. E, por fim, toda iniciativa nova deve ser acompanhada de forma que se garanta o resultado a ser obtido. Tendo um bom planejamento com olhar para o futuro e preparando a organização para isso, com base nesses princípios citados, criamos o fundamento de uma transformação.

Fonte: Assessoria Sistema Faep

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Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná

Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.

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Foto: Shutterstock

De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!

A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.

Foto: Hb audiovisual

Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.

Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!

Fonte: Assessoria ABCS
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Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical

Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.

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Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal

O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.

Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.

Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.

Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.

A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.

A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.

Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.

Fig. 1: A Agricultura Regenerativa Tropical é um novo modelo de produção agrícola e pecuária que busca a melhoria contínua da saúde do ecossistema produtivo e do uso eficiente de recursos finitos. Baseia-se em uma agricultura de processos, onde diferentes manejos, técnicas e práticas são integradas para obter uma gestão holística do ecossistema.

Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.

Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:

  • Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
  • Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
  • Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
  • Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
  • Recuperação de pastagens degradadas;
  • Integração lavoura-pecuária-floresta;
  • Gestão integrada da paisagem.

A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.

Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.

Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.

Fonte: Por Pablo Hardoim e Eduardo de Souza Martins, membros do Grupo Associado de Agricultura Sustentável
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Carrefour boicota carne do Mercosul: decisão é vista como protecionismo

Suspensão das compras de carne pelo Carrefour francês reforça críticas ao protecionismo europeu contra o agronegócio brasileiro.

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Presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto: Divulgação/ACCS

A decisão do Carrefour de parar de vender carne proveniente dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou fortes reações. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou a medida como “lamentável” e reafirmou que o Brasil segue os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agropecuária. O anúncio foi motivado por pressões do sindicato agrícola francês FNSEA e alegações relacionadas ao impacto ambiental.

“O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Atendemos a padrões que garantem a rastreabilidade e qualidade das nossas exportações para 160 países, incluindo a União Europeia há mais de 40 anos”, destacou o Mapa, que acusou a medida de ser infundada e prejudicial à reputação do agronegócio nacional.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também criticou duramente a decisão. “Essa atitude é claramente protecionista. Não há motivos razoáveis para essas restrições. O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e seguimos rigorosos padrões ambientais e sanitários”, afirmou. Ele sugeriu que os brasileiros adotem uma resposta proporcional ao boicote. “Se eles boicotam nossos produtos, devemos reconsiderar a compra de produtos dessa rede.”

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) reforçou que o Brasil desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. A Apex classificou como “lamentável” a postura da rede francesa, que poderia prejudicar as relações comerciais e a imagem do Brasil no cenário internacional.

O impacto da decisão também acende debates sobre a relação entre medidas ambientais e práticas protecionistas, muitas vezes vistas como barreiras não tarifárias. Especialistas alertam que atitudes como esta podem prejudicar os esforços globais de segurança alimentar em um momento crítico de demanda crescente.

O que está em jogo?

Enquanto o Carrefour cede à pressão interna, o Brasil continua sua luta por reconhecimento no mercado global, reafirmando a qualidade e sustentabilidade de seus produtos. Para muitos, a decisão francesa representa mais uma batalha na complexa relação entre o Mercosul e a União Europeia.

Fonte: Assessoria ACCS
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