Bovinos / Grãos / Máquinas
Pecuaristas lançam manual, avançam no bem-estar animal e uso de tecnologias no confinamento.
Evento reuniu confinadores de diversos estados do país que buscaram conhecimento e novidades para aumentar a eficiência produtiva nas propriedades.
O tema bem-estar animal norteou as discussões da tarde do primeiro dia da 11ª edição da Interconf – Conferência Internacional de Pecuaristas -, evento promovido pela Assocon – Associação Nacional da Pecuária Intensiva -, em Goiânia, GO, em setembro.
O painel Regulatório – Desafios e Oportunidades foi palco do lançamento do Manual “Boas Práticas de Manejo – Confinamento”, desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (Grupo ETCO), da Unesp – Universidade Estadual Paulista – de Jaboticabal, SP.
O manual, que tem como objetivo apresentar recomendações de boas práticas de manejo, com potencial para minimizar o risco de falhas de adaptação dos bovinos ao confinamento e evitar situações que resultam em sofrimento, foi distribuído aos participantes do evento durante o painel.
Segundo os autores da publicação, as recomendações apresentadas no material têm como base os resultados de pesquisas e experiências práticas e vivenciadas em confinamentos comerciais brasileiros nos últimos dez anos, traçando estratégias de manejo que favorecem o processo de adaptação dos bovinos ao ambiente de confinamento, melhoram as condições do ambiente, com reflexos positivos na saúde e no desempenho dos animais, resultando em maior eficiência produtiva e melhores condições de vida para todos os envolvidos: humanos e animais.
“O bem-estar animal é um tema de grande importância para nós, tendo em vista que os consumidores e a sociedade têm cobrado da cadeia de produção uma postura mais responsável em relação aos animais. Temos desenvolvido diversas ações visando uma maior conscientização e informações para nossos fornecedores. O manual é uma dessas ferramentas, que pretende mostrar estratégias e técnicas que reforcem a importância dos cuidados com os animais, além de garantir eficiência produtiva e sustentável aos produtores”, explica Fábio Dias, diretor de Relacionamento com o Pecuarista da JBS, empresa que patrocinou o desenvolvimento do manual.
Além da distribuição do manual, o painel contou com três palestras dos autores do livreto e membros do grupo ETCO, que trataram de questões que envolvem o comportamento e o bem-estar animal.
Consciência
O Professor adjunto do Departamento de Zootecnia da Unesp de Jaboticabal, Mateus Paranhos da Costa, ministrou a palestra “Bem-estar animal e sustentabilidade – desafios e oportunidades para o pecuarista”. Em sua explanação, o professor Paranhos ressaltou uma evolução no setor, que passou a enxergar o tema com mais consciência e não apenas como uma forma de agregar valor à produção. “O pecuarista está mais comprometido. A intensificação tem desafiado a produção, por isso o setor precisa respeitar os limites naturais dos animais e se atentar aos sinais do mercado para continuar produzindo carne bovina de qualidade nos próximos anos”, destacou.
O painel ainda contou com a palestra da médica-veterinária e integrante do ETCO, Janaína da Silva Braga, que falou sobre “Monitoramento do bem-estar animal em confinamento: cada animal importa”. Fechando as palestras do painel o tema “Porque se preocupar com o bem-estar de bovinos em confinamento é um bom negócio” abordado pela zootecnista e também integrante do grupo ETCO, Fernanda Macitelli, que foi seguido pelo debate “Como está a produção brasileira de carne bovina frente ao tema bem-estar animal”, que contou com a presença dos três palestrantes.
A tecnologia na pecuária de corte
O segundo dia do evento foi dedicado à apresentação de inovações tecnológicas e à troca de experiências, por meio de estudos de caso de sucesso, que servem de inspiração para pecuaristas de todo o país.
Jesus Vizcarra Calderon, presidente do grupo mexicano Sukarne, uma empresa multinacional mexicana com sede em Culiacán, no México, e que atua no setor de proteína alimentícia apresentou o caso de sucesso da empresa. A Sukarne tem 47 anos de história, processou em 2016 1,5 milhão de animais em suas unidades (confinamentos e indústrias) e detém 70% das exportações mexicanas.
A “tecnologia de monitoramento animal na pecuária de corte” foi tema da palestra do pesquisador da Embrapa, Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, que destacou como a adoção de tecnologias de precisão permite o monitoramento, e rastreamento de toda a cadeia, tornando o produtor mais eficiente na gestão, podendo se antecipar aos problemas de saúde de um animal, por exemplo. “Num grande confinamento, fazer um acompanhamento de cada animal, de forma individual em tempo real já é possível e viável. Sabemos que por meio da ruminação, o animal dá sinais se está com a saúde em dia ou não. Com o avanço das tecnologias de monitoramento, temos melhorado o bem-estar animal, disponibilizando informações precisas ao produtor para que ele possa cada vez mais tomar as decisões de forma assertiva”, ressaltou o pesquisador.
Outro tema de interesse debatido foi a produção de bovinos de corte em forragens conservadas, apresentado pelo pesquisador e professor da UFPR, Patrick Shmidt. Em sua palestra, o pesquisador apresentou dados de suas pesquisas, realizadas em trabalhos de campo e em algumas propriedades, enfatizando as possibilidades de aumentar a utilização de silagem nas dietas de gado de corte.
“Em minha palestra eu apresentei um contraponto com alguns ganhos, principalmente relacionados à mortalidade dos animais e a saúde deles, quando eu parto para a utilização de silagens de alta qualidade. O prejuízo que seria esperado no ganho de peso e no desempenho dos animais é muito pequeno, estamos falando de três a quatro dias a mais de confinamento, só que índices de mortalidade 10 vezes abaixo do que a média registrada na atividade”, destaca. “Podemos dizer que o retorno econômico indireto é muito grande. O animal perde um pouco de desempenho quando eu tiro o altíssimo grão e coloco uma silagem de boa qualidade, mas registramos ganho em saúde”, enfatiza Shmidt.
As tecnologias e inovações em nutrição de bovinos de corte confinados foram abordadas pelo gerente na categoria confinamento na DSM Produtos Nutricionais, Marcos Sampaio Baruselli. Segundo ele, o confinamento no Brasil vem se tecnificando em uma escala muito rápida e para atender essa demanda existem tecnologias na área de nutrição que estão acompanhando essa evolução. “Hoje temos enzimas para digerir o amido do milho, por exemplo, que estão sendo adicionada a ração do boi confinado. Com isso reduzimos a perda de milho nas fezes, melhorando assim a digestão e, consequentemente, o animal ganha mais peso e fica mais saudável”, explica Baruselli.
Em sua palestra, Baruselli destacou a importância de o produtor conhecer essas novas tecnologias e aplica-las em suas propriedades, buscando produzir mais com menos. “O Brasil tem expectativa de confinar cinco milhões de animais esse ano, ou seja, o confinamento no Brasil cresce de maneira acelerada, mostrando que a pecuária brasileira está se intensificando e buscando caminhos mais sustentáveis, aprendendo a produzir mais com menos, tanto no ponto de vista ambiental, como social e financeiro”, aponta.
Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online. (NO “ONLINE” LINKAR COM http://www.flip3d.com.br/web/pub/opresenterural/?numero=163&edicao=4504)
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran