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Pecuaristas contam com programação especial na Expodireto Cotrijal
Além dos fóruns, os visitantes podem também conferir diversos expositores que oferecem produtos e serviços para melhorias na produção, como variedades genéticas, equipamentos e novidades no manejo de animais.

A Expodireto Cotrijal segue com o compromisso de fortalecer a pecuária no Rio Grande do Sul. Por isso, a feira expandiu espaços e eventos destinados especificamente para os produtores de carne e de leite que visitarem o parque de exposições, em Não-Me-Toque (RS), até sexta-feira (10). Uma das novidades é que neste ano a feira recebe dois fóruns voltados para a pecuária: o 18º Fórum Estadual do Leite e o inédito Fórum da Carne Bovina.
Os panoramas da cadeia de carne
Pela primeira vez na história da feira, será realizado um evento focado na cadeia de carne. O Fórum da Carne Bovina, organizado pela Cotrijal e Instituto Desenvolve Pecuária, acontece nesta terça-feira (07), das 14 às 16 horas, no Auditório da Produção Animal.
“A proposta ampliar o espaço de discussão sobre a produção de carne e facilitar o acesso dos produtores a conteúdos de qualidade e oportunidades de relacionamento e troca de informação através dessa aproximação com o Instituto Desenvolve Pecuária” destaca Renne Granato, superintendente de Produção Animal e Novos Negócios da Cotrijal.
Com o tema “Visão contemporânea da pecuária de corte a partir de movimentos estratégicos da cadeia de produção”, o fórum traz três palestrantes para debater as incertezas que permeiam a pecuária e propor os melhores posicionamentos em relação ao negócio. Confira a lista de palestras:
• “O Agronegócio brasileiro: como se posicionar neste momento de instabilidade” – com Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura.
• “Os desafios e as alternativas de produção pecuária sustentável no Rio Grande do Sul” – com Domingos Antônio Velho Lopes, diretor vice-presidente da Farsul.
• “Mercado de Carbono e Oportunidades no Agro” – com Eduardo Brito Bastos, CEO da MyCarbon.
As oportunidades para o mercado de lácteos
Na quarta-feira (08) é a vez do leite roubar a cena na Expodireto. Das 08h30 às 11h45 os visitantes podem acompanhar os debates sobre a produção leiteira no 18º Fórum Estadual do Leite, promovido pela Cotrijal e CCGL, no Auditório Central. “O mercado lácteo é complexo e atualmente vivemos tempos de incertezas devido aos desafios climáticos e elevados custos de produção. Por isso, é importante que o produtor participe do fórum e esteja à frente das inovações”, pontua Jair da Silva Mello, Gerente de Suprimento de Leite da CCGL.
Nesta edição, o fórum dá ênfase na gestão da propriedade e no uso de tecnologias para conectar o produtor à soluções que auxiliam no seu dia a dia, como indicadores da cadeia leiteira e dados para o gerenciamento de rebanho. Confira a lista de palestras:
• “Gestão da propriedade leiteira: o que os melhores fazem para ganhar dinheiro?” – com Christiano Nascif, diretor da Labor Rural.
• “SmartCoop: a revolução na gestão das propriedades de leite?” – com Larissa Zambiasi, produtora de leite CCGL e sucessora familiar.
• “Mercado de lácteos: o que esperar para 2023?” – com Andrés Padilla, especialista do Rabobank.
A produção animal em foco
Além dos fóruns, a feira conta também com diversos expositores que oferecem produtos e serviços para melhorias na produção, como variedades genéticas, equipamentos e novidades no manejo de animais. Na Casa da Produção Animal, é possível conhecer os benefícios da Cotrijal para os pecuaristas associados. Já a tradicional exposição de novilhas ocorre no pavilhão 5. E no pavilhão 7, além de encontrar a estrutura da Cotrijal Rações, os visitantes terão acesso à exposição de ovinos e novas variedades de bovinos, uma novidade da 23ª edição da Expodireto.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



