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Pecuarista tem sorriso largo ao falar de perspectivas para 2020

Reportagem do jornal O Presente Rural foi até o município de Alto Paraíso, no Noroeste do Paraná, saber o que pecuaristas especulam para o setor. Otimismo está em alta

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Giuliano De Luca/OP Rural

Se os preços das carnes nos supermercados assustaram o consumidor no fim de 2019, para o pecuarista esse cenário é motivo de sorriso largo no rosto. A arroba do boi, que até outubro oscilava na faixa de R$ 150, chegou a dezembro valendo algo em torno de R$ 200, aumento aproximado de 30%. O bom momento para a pecuária de corte, alicerçado no apetite chinês, na abertura de novos mercados internacionais e na leve melhora na economia interna, deve se perpetuar para 2020.

Para saber como foi o ano de 2019 e as expectativas para este ano, a Reportagem do jornal O Presente Rural foi até Alto Paraíso, no Noroeste do Paraná, seio da pecuária de corte no Estado. O pequeno município tem o quarto maior rebanho de corte do Paraná, com mais de 120 mil cabeças. Em 2018, a atividade gerou 77% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) no município, que foi de R$ 183 milhões (52% no setor de carne bovina, 4% vaca/cria, 6% bezerros e 15% garrotes/novilhas).

Lá, a Reportagem encontrou o pecuarista Elton Zafanelli Silveira, que é um daqueles de sorriso largo e dono das melhores expectativas possíveis para o setor. Ele conta que 2019 começou com dificuldades, mas a partir de outubro o mercado reagiu fortemente e trouxe melhores expectativas para 2020. No entanto, não só de olho no mercado vive o pecuarista. Para cuidar das 3,2 mil cabeças que tem em duas fazendas é preciso muito trato no manejo, na sanidade, na nutrição, além de uma boa dose de tradição.

Elton é a terceira geração a comandar a Fazenda Três Minas, em Alto Paraíso. “Temos uma propriedade rural familiar. Meu avô, Aparecido Zafanelli, tinha café no Norte velho, em Andirá e Itambaracá. Com as crises, ele e os irmãos saíram de lá no início dos anos 60 e migraram para essa região do arenito (Noroeste), foram abrindo a mata, estabelecendo pastagens e iniciando a pecuária. As primeiras matrizes nelore vieram do Mato Grosso do Sul, da região de Aquidauana. De lá pra cá, tiveram bastante sucesso”, introduz. “Em meados dos anos 70 meu pai, José Alfredo Silveira Bovo, começou a ajudar ele. E eu comecei a me integrar mais na fazenda no início dos anos 2000”, resume.

Elton explica que o sistema da fazenda é o ciclo completo, com cria, recria e engorda. Toda a carne vai para a cooperativa Cooper Caiuá, com sede em Umuarama e que abastece parte do mercado paranaense. O tempo de abate varia de 24 meses para machos e 16 meses para fêmeas. As fêmeas variam de 13 a 18 meses. Os machos de 15 a 30 – é pouco, 20% com 30 meses”.

O sistema é a pasto, mas entre julho e novembro os animais ficam confinados. Isso porque a oferta de alimento nessa época é mais restrita, destaca o pecuarista. “É uma estratégia para manter o animal com bom desempenho e reformar os pastos”. Quando confinados, destaca Elton, os animais recebem silagem de milho ou sorgo, com dieta acrescida de ração.

No inverno, o número de animais também diminui na fazenda, de acordo com o pecuarista, para ajudar no manejo da pastagem. “No inverno a gente diminui o plantel e não verão aumenta até um pouco mais que 3,2 mil cabeças”, contextualiza Elton. A reforma de pasto é feita com a agricultura. “A gente arrenda para plantar melancia ou mandioca, por exemplo”, destaca.

Dos 485 alqueires das duas áreas somadas, 200 são usados para recria e engorda. O restante é usado para a cria. De acordo com o pecuarista, são cerca de 1,4 mil matrizes e 1,9 mil inseminações artificiais feitas ao ano. Para facilitar o manejo, revela o produtor paranaense, é feita a sincronização do período de cio das fêmeas. Assim, conta, animais em cada fase da produção ficam em piquetes separados. Tudo isso, de acordo com Elton, gera mais controle do gado. Na hora certa, os lotes aos poucos vão sendo destinados ao abate. De acordo com o pecuarista, desde 2004 aproximadamente 75% de sua produção é destinada à cooperativa Cooper Caiuá.

Qualidade é perseguida

Para o produtor de Alto Paraíso, “o desafio é sempre buscar mais qualidade, buscar a carne perfeita”. Ele revela que seu principal foco é na dieta dos animais, que precisa ser equilibrada e de boa qualidade o ano todo. “Estamos sempre buscando um feedback dos nossos abates para saber de nossa qualidade. Essa qualidade que perseguimos engloba muitas ações no dia a dia da fazenda, mas a gente está sempre focado na nutrição. Além de produzir um animal em menos tempo, você tendo uma nutrição boa, a sanidade fica bem equilibrada”, destaca, ampliando: “É claro que não deixamos faltar nada. Estamos sempre fazendo os protocolos”, de vacinação, por exemplo, para manter o rebanho sadio e pronto para entregar o máximo de seu potencial produtivo, produzindo mais carne com menos insumos, em menos tempo.

2019 e 2020

Elton cita que nos últimos três anos a atividade pecuária deu lucro só para aqueles que souberam planejar custos e vendas de maneira muito profissional, pois as margens de lucro, em sua opinião, estavam muito baixas. Agora, no entanto, espera dias melhores para o setor, mas reitera a necessidade de profissionalizar o setor para ter lucratividade. “A gente veio de um 2018 difícil, aliás, três anos difíceis, e isso continuou em 2019 por conta dos preços baixos da produção e dos insumos caros. Nesse período a gente teve que reduzir custos, planejar para conseguir ter resultados, com uma margem bem apertada. Isso persistiu até outubro desse ano. Quem não colocou na ponta do lápis, com certeza teve muita dificuldade na atividade”, sugere. “Com a política desse novo governo de buscar novos mercados na Arábia Saudita e na China, por exemplo, para acelerar nossas exportações, apareceu o comércio para nossa carne. Isso foi muito bom. Deu um boom (aumento nos preços) que ninguém imaginava que poderia acontecer. A arroba que estava entre R$ 145 a 153 nos últimos três anos, chegou a R$ 195 ou R$ 200 em outubro. No finalzinho do ano o preço está dando um alívio para o setor. Por isso, acabamos 2019 com uma média boa no preço da arroba do boi”, destaca.

Ele torce para que o mercado aquecido no exterior continue mantendo os preços nesses patamares. “Tomara que continue assim para que a gente possa recuperar os três anos complicados que tivemos. Vai ser ruim para o mercado interno, sabemos que deve baixar o consumo por conta do preço mais alto de todas as carnes, não só a bovina. Mas para o pecuarista, podemos dizer que o aumento do preço da arroba até R$ 180 foi só reajuste desses anos passados”. Ou seja: havia uma defasagem nos preços, na opinião de Elton.

Com o mercado aquecido e os preços em alta, renovam-se as esperanças do pecuarista. “Se continuar assim, 2020 vai ser um ano que faz tempo que o produtor de carne não vê”, torce o produtor paranaense.

Outras notícias você encontra na 6ª do Anuário Paranaense do Agronegócio ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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