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Pecuarista deve se atentar à nutrição dos primeiros dias de vida

Estudos apontam que quanto melhor a nutrição, principalmente o colostro, nos primeiros dias de vida, os ganhos durante toda a vida do animal são consideravelmente melhores

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A genética e o ambiente em que estão os animais são dois dos fatores mais importantes para uma vaca mais saudável, confortável e, principalmente, produtiva. Para conseguir mais deste resultado, é preciso ainda que o pecuarista invista em uma boa nutrição para o seu rebanho, garantindo as respostas esperadas. Para explicar um pouco o assunto, o zootecnista doutor Leonel Leal falou durante o 8º Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal (Clana), que aconteceu em outubro, em Campinas, SP.

O profissional explica que algo que o pecuarista deve se atentar é que não basta somente o rebanho ser de uma boa genética, mas é preciso investir em uma boa nutrição durante a vida inteira do animal. “Um bom estímulo nas primeiras semanas de desenvolvimento leva com que o animal tenha um genótipo completamente diferente”, destaca.

Leal explica que em gado de leite, por exemplo, o efeito nutricional nos primeiros três meses faz toda a diferença no resto da vida produtiva. “Costumo dizer que o colostro é o ouro leiteiro. Esta é a refeição mais importante que uma vaca vai receber em toda a vida dela. Um erro nessa fase e não vamos conseguir reverter as consequências que podem causar. É difícil resolver um mal manejo de colostro”, comenta.

Ele conta que foi desenvolvido um experimento com dois grupos de bezerras durante as primeiras quatro horas de vida delas. Um grupo foi alimentado com dois litros de leite neste período, enquanto com o outro foram quatro litros. “Os ganhos médios diários até o desmame foram de 200 gramas a mais do segundo grupo para o primeiro”, demonstra o profissional. Leonel complementa que o colostro afeta o estado do animal até o desmame. Além disso, o uso de antibióticos na fase de aleitamento acarreta na perda de produção, que pode chegar em até 490 quilos de leite. “E sabemos que bezerras alimentadas com menos leite são mais suscetíveis a condições respiratórias. Elas são duas vezes mais propensas a não chegar à primeira lactação. É essa vaca que queremos no futuro? Uma vaca que teve quatro doenças respiratórias?”, questiona.

Outra diferença que pode ser notada em bezerras melhores desenvolvidas é quanto àquelas que são deixadas com a mãe nos dias iniciais. O zootecnista explica que quando a bezerra está com a mãe ela mama entre seis a oito vezes por dia, já quando o sistema é tradicional, com ela sozinha é somente de uma a três vezes por dia. Já quanto ao tempo da mamada, com a mãe a bezerra fica entre cinco e dez minutos e sozinha, com o balde aberto, são somente um a três minutos.

Programa LifeStar

Leal explica que o Programa LifeStar é desenvolvido nas propriedades com o intuito de deixar tudo o mais próximo do natural. Algumas das propostas do programa são sobre o consumo da bezerra, que pode ser de 14 a 16 litros de leite por dia, aumentar a frequência de amamentação, de duas para quatro vezes, além de alimentar com a mesma quantidade de matéria seca em duas ou três tomas por dia.

“Verificaram em um estudo que animais que recebiam a mesma quantidade de leite em três tomas ganhavam, em média, 115 gramas a mais de peso. Além disso, as bezerras que mamavam três vezes por dia pariram mais cedo e produziram 500 litros de leite a mais que aquelas alimentadas somente duas vezes ao dia”, conta. O profissional explica que as intervenções feitas nas primeiras semanas e meses de vida vão ter efeito nos próximos dois a três anos deste animal.

O zootecnista comenta que um estudo desenvolvido na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, mostrou que animais que receberam mais leite durante os primeiros 54 dias de vida cresceram 53 quilos a mais que aqueles que receberam menos. “Houve aumento no ganho de peso diário. Os animais poderiam, efetivamente, ter capacidade de resposta mais rápida comparados com aqueles que receberam menos”, destaca.

Algumas recomendações dadas pelo profissional para ter melhores resultados é oferecer quatro litros de leite ao nascimento, além de redobrar o peso do nascimento antes do desmame. Leonel ainda fala sobre começar a inseminar quando as novilhas atingirem 55-60% do peso adulto, além delas possuírem entre 10 a 12 meses, e evitar que elas engordem demasiadamente.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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