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Pecuária pode ter mais lucros com uso de protocolos de baixo carbono, diz pesquisador da Embrapa

Brasil vem sofrendo forte pressão internacional sobre a pegada de carbono de sua carne, de forma recorrente, desde meados da década de 2000. Como resposta do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em 2010 foi lançado o Plano ABC, uma iniciativa com metas expressivas para mitigação de GEE por meio de tecnologias agropecuárias mais eficientes, produtivas e com menor impacto ambiental.

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Foto: Shutterstock

O 26º Seminário de Nacional de Criadores e Pesquisadores da ANCP tem como foco principal a discussão de temas sobre sustentabilidade e qualidade da carne. Por isso, um dos palestrantes é o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Roberto Giolo de Almeida, que vai falar sobre “Incrementos na produtividade pecuária de corte com o uso de protocolos de baixo carbono”.

Pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Roberto Giolo de Almeida, durante sua palestra para profissionais do setor: “Dieta de melhor qualidade faz com que o animal emita menos metano” – Foto: Divulgação/ANCP

De acordo com o pesquisador, a pecuária de corte brasileira vem sofrendo forte pressão internacional sobre a pegada de carbono de sua carne, de forma recorrente, desde meados da década de 2000. Esta situação tem sido relacionada ao desmatamento e ao uso extensivo dos sistemas pecuários, com baixa produtividade, degradação das pastagens e altas emissões de gases de efeito estufa (GEE), contribuindo para as mudanças climáticas.

Como resposta do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em 2010 foi lançado o Plano ABC, uma iniciativa com metas expressivas para mitigação de GEE por meio de tecnologias agropecuárias mais eficientes, produtivas e com menor impacto ambiental. Dentre as tecnologias elencadas ligadas à pecuária, destacam-se a recuperação de pastagens e os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta.

O uso destas tecnologias, associadas às boas práticas agropecuárias, tem sido chamado de intensificação sustentável e os sistemas de integração foram adotados em áreas que superaram as metas iniciais, chegando a mais de 17 milhões de hectares em 2021. “O sucesso na adoção destes sistemas pelo produtor está relacionado ao potencial de diversificação de produtos e de renda, de produtividade, de valorização do produto e da propriedade, com retorno econômico mais favorável em relação a sistemas especializados, além das perspectivas de ganhos com serviços ambientais no futuro”, destaca o pesquisador.

Segundo ele, dentre os sistemas de integração, os sistemas de integração lavoura-pecuária ou ILP, são os mais adotados pela maior facilidade de manejo e pelo maior potencial em ganhos em produtividade, enquanto que os sistemas de integração com o componente florestal, como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e integração pecuária-floresta (silvipastoril ou IPF) com maior complexidade, são escolhidos pela maior diversificação além de maior potencial para promoção de serviços ambientais e bem estar animal.

Brasil na vanguarda

Roberto Giolo ainda explica que a Embrapa vem desenvolvendo iniciativas para valorização de produtos pecuários provenientes de sistemas mais eficientes, e que, em 2015 lançou a marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN), baseada em um protocolo para uso em sistemas pecuários com a presença do componente florestal, como ILPF ou silvipastoril, onde a emissão de GEE dos animais em pastejo é compensada ou neutralizada pelas árvores de rápido crescimento dispostas em arranjos adequados pela pastagem. “Este protocolo entrou no mercado brasileiro em 2020 e está disponível para o produtor na plataforma digital Agri Trace Animal da CNA”, ressalta. Ele explica que o Brasil foi pioneiro a lançar essa iniciativa no mundo.

“Em 2015 a gente lançou a ideia da carne carbono neutro. Em 2017 a Austrália então lançou a iniciativa para produzir a carne neutra australiana, mas que deve ocorrer em 2030. O Reino Unido em 2040, a Nova Zelândia em 2050. Portugal já tem uma certificação neutra bem parecida com a nossa, lançada em abril de 2021. E o Uruguai lançou a carne carbono neutro deles em outubro de 2021. É essa a tendência, mas a minha fala é otimista, pois a gente tem tecnologia para isso”, destacou o palestrante.

Ele mostrou aos profissionais o primeiro trabalho científico demonstrando a eficiência do sistema de carne carbono neutro. Com sistemas entre 227 e mais de 300 árvores por hectare, “a gente conseguiu neutralizar de duas a quatro cabeças por hectare. Essa fazenda tinha de 1,5 a duas cabeças por hectare. Então, tranquilamente conseguimos neutralizar os gases emitidos por esses animais.

Ele destacou ainda que a carne carbono neutro chegou ao mercado brasileiro ainda em 2020. “A Fazenda Santa Virgínia, no Mato Grosso do Sul, foi a primeira certificada. A carne foi ao mercado em agosto de 2020, lançada pela Marfrig, como carne carbono neutro”, destacou Roberto Giolo.

Em 2020, segundo o pesquisador, também foi lançada a marca-conceito Carne Baixo Carbono (CBC), baseada em um protocolo para uso em sistemas pecuários sem árvores, como sistemas de ILP e de pastagens bem manejadas, onde a partir das boas práticas agropecuárias é possível aumentar o acúmulo de carbono no solo para mitigação ou redução das emissões de GEE; este protocolo deve estar disponível no mercado nacional em 2022. “Sistemas mais eficientes ganham mais e contribuem mais para o meio ambiente”, destacou.

Outros indicadores

Roberto Giolo de Almeida destacou outros indicadores para uma pecuária de baixo carbono, como melhoramento genético animal para reduzir o metano, redução da idade de abate, bezerro de mais qualidade, melhoria na qualidade da dieta. “Dieta de melhor qualidade faz com que o animal emita menos metano”, destacou, mencionando ainda boas práticas de produção, como manejo de solo, manejo animal e manejo florestal.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura, commodities e maquinários agrícolas acesse gratuitamente a edição digital Bovinos, Grãos e Máquinas.

Fonte: O Presente Rural

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Indicador do milho tem queda real de 13,6% em um ano

De acordo com pesquisadores do Cepea, produtores seguem voltados ao desenvolvimento da segunda safra e à colheita da safra verão, postergando a comercialização do cereal.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Em abril, o Indicador do milho Esalq/BM&FBovespa (referência região de Campinas – SP) caiu 5,9% em relação ao mês anterior.

Na comparação anual, a queda é de 13,6%, em termos reais (calculado por meio do IGP-DI de março de 2024).

De acordo com pesquisadores do Cepea, produtores seguem voltados ao desenvolvimento da segunda safra e à colheita da safra verão, postergando a comercialização do cereal.

Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea apontam que os estoques remanescentes de 2022/23, a colheita da safra verão em bom ritmo e as lavouras de segunda safra desenvolvendo sem grandes problemas têm levado compradores a limitarem as aquisições apenas para o curto prazo.

Ainda conforme levantamentos do Cepea, a colheita da safra verão no Rio Grande do Sul foi paralisada nos últimos dias devido ao excesso de chuvas e aos alagamentos em diversas regiões do estado.

No Sul de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, o baixo volume de chuvas e as altas temperaturas começam a deixar agentes apreensivos.

Fonte: Assessoria Cepea
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A espera de reação no preço, pecuaristas se afastam do mercado

No acumulado de abril, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 cedeu 1,3%, fechando a R$ 229,35 no dia 30. Quando considerada a média mensal, de R$ 230,51, verificam-se quedas de 1% frente à de março de 2024 e de 17% em relação à de abril de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mês de abril se encerrou com ritmo lento de negócios, mas vendedores se mostram otimistas para maio.

Muitos pecuaristas consultados pelo Cepea acreditam que as ofertas estarão menores neste mês e observam que as escalas já estão um pouco mais curtas.

Com esta expectativa, na última semana e no início desta, vendedores se afastaram do mercado, esperando ofertas em valores maiores.

No acumulado de abril, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 cedeu 1,3%, fechando a R$ 229,35 no dia 30.

Quando considerada a média mensal, de R$ 230,51, verificam-se quedas de 1% frente à de março de 2024 e de 17% em relação à de abril de 2023, em termos reais (IGP-DI).

Fonte: Assessoria Cepea
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Aliança Láctea Sul Brasileira avança nas ações de promoção do desenvolvimento da cadeia produtiva do leite

Evento reuniu um grupo de especialistas do setor lácteo, representantes das Secretarias de Agricultura dos três estados do Sul, dos Sindicatos das Indústrias de Laticínios e das Federações de Agricultura dos três estados do Sul.

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Objetivo foi atualizar sobre o cenário atual da Aliança Láctea Sul-Brasileira e relatar as ações de cada estado do Sul

Atualizar sobre o cenário atual da Aliança Láctea Sul-Brasileira (ALSB), relatar as ações de cada estado, principalmente sobre a entrada de leite em pó importado do Mercosul e conhecer o diagnóstico do leite no Paraná, feito pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) foram as pautas da reunião ordinária da ALSB promovida nesta quinta-feira (2), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).

Encontro teve como anfitrião o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Zeferino Pedrozo – Fotos: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O encontro teve como anfitrião o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Zeferino Pedrozo, e reuniu um grupo de especialistas do setor lácteo, representantes das Secretarias de Agricultura dos três estados do Sul, dos Sindicatos das Indústrias de Laticínios e das Federações de Agricultura dos três estados.

A programação foi conduzida pelo coordenador geral da Aliança Láctea, Rodrigo Ramos Rizo, e contou com a participação do presidente do secretário de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Valdir Colatto, do secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, do secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Anacleto Ortigara, do presidente Sistema Farsul, Gedeão Silveira Pereira, do representante do Sistema Faep e presidente da Comissão Nacional de Pecuária do Leite da CNA, Ronei Volpi, do presidente do Sindileite Paraná, Éder Quinto Salvadori Deconsi, do presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, entre outras lideranças.

Após um momento de solidariedade com a grave situação do Rio Grande do Sul, o presidente Pedrozo agradeceu aos representantes da Aliança Láctea pela participação no evento, comentou sobre a importância do Programa Leite Bom, recém-criado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, falou sobre a longa trajetória para conquistar o valioso status sanitário catarinense e realçou o êxito do trabalho da ALSB para cumprir o propósito de atuar de forma conjunta para solucionar os problemas comuns enfrentados pelo setor. Também frisou o quanto o Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro (PDCGL) é essencial para propor ações que contribuem para um ambiente favorável aos investimentos na ampliação da produção. “Com cooperação será possível aumentar nossa competitividade no mercado global e criar oportunidades para potencializar o setor”.

Rodrigo Ramos Rizo agradeceu a receptividade da Faesc e salientou que a reunião foi fundamental para vencer mais alguns pontos importantes do setor. “O encontro teve um início muito emocional em função do quadro que o Rio Grande do Sul está vivendo neste momento pelas chuvas e enchentes, mas avançamos nas questões que a Aliança Láctea tem se proposto, ou seja, nos dez itens que representam a nossa bíblia no sentido de fortalecermos as exportações e trabalharmos cada vez mais as nossas indústrias para que estejam adequadas ao mercado internacional. Sabemos que os produtores não exportam, ou seja, quem exporta é a indústria, mas somos todos elos de uma cadeia só. Acredito que é possível avançarmos. Também estão de parabéns os representantes do Paraná que elaboraram todo esse trabalho de levantamento de diagnóstico muito bem feito. Além disso, a presença dos secretários de agricultura conosco abrilhantou a reunião trazendo toda a sua bagagem, conhecimento e as ações que cada estado tem feito no sentido de barrar a entrada de leite em pó do Mercosul”.

Leite Bom SC

Valdir Colatto enfatizou as iniciativas desenvolvidas pelo Governo do Estado para fortalecer a cadeia produtiva do leite e, entre as medidas, citou o Leite Bom SC – programa que beneficia direta ou indiretamente os 22,2 mil produtores catarinenses. O pacote garante R$ 300 milhões em apoio ao setor nos próximos três anos. Paralelamente aos investimentos, decreto do governador Jorginho Mello suspende a concessão de qualquer incentivo fiscal para a importação de leite e derivados por Santa Catarina, acabando com a concorrência desleal que vinha prejudicando a produção leiteira catarinense. O pacote se divide em três ações: o decreto, os financiamentos aos produtores e os incentivos fiscais para a indústria leiteira. “Santa Catarina hoje está produzindo hoje cerca de 3,2 bilhões de litros de leite, o que corresponde a 9,3% da produção do Brasil. É um setor importante que precisamos valorizar e proteger para que nossos agricultores possam superar esses momentos difíceis de custo de produção e outros prejuízos”, assinalou Colatto.

Norberto Anacleto Ortigara frisou a importância do encontro para evoluir nas questões que envolvem a cadeia produtiva do leite e ressaltou que Paraná também tem dado passos importantes no sentido de continuar construindo uma política adequada aos interesses brasileiros, especialmente, do Sul do Brasil. Giovani Feltes destacou ações que o Rio Grande do Sul já vem colocando em prática para minimizar os efeitos da importação de leite, principalmente do Mercosul. “Nosso estado já vem há algum tempo tentando proteger, de acordo com suas possibilidades, a cadeia produtiva leiteira”, afirmou.

A Aliança Láctea foi constituída como o fórum público-privado para desenvolver e fomentar a implementação de um plano para harmonizar o ambiente produtivo, industrial e comercial dos três estados. Confira os 10 objetivos do Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro.

  • Produzir leite com alta qualidade, a custo baixo e com organização logística eficiente para ser competitivo no mercado global em relação aos principais exportadores mundiais.
  • Melhorar a eficiência e o desempenho agronômico e zootécnico da produção de leite na região Sul do Brasil, adequando a produção aos princípios da sustentabilidade, ESG e bem-estar animal.
  • Aumentar a escala de produção e reduzir os custos médios por litro de leite produzido e transportado.
  • Melhorar a qualidade e o rendimento industrial do leite, com aumento do percentual de gordura e proteína na sua composição e pagamento por sólidos totais.
  • Melhorar a logística e a infraestrutura nas regiões produtoras de leite com investimentos em estradas, energia trifásica e Internet.
  • Melhorar a organização e governança da cadeia produtiva do leite com estratégias setoriais pré-competitivas, eliminação de assimetrias tributárias, intercooperação visando eficiência na logística e investimentos em marketing e informação geral para aumento consciente do consumo de lácteos.
  • Promover a fidelização do relacionamento comercial entre produtores de leite e indústrias de laticínios por meio de parcerias duradouras.
  • Conquistar e manter a excelência sanitária e biossegurança dos rebanhos com robustos serviços públicos e privados de defesa agropecuária e sanidade.
  • Adequar e harmonizar o serviço de inspeção de produtos de origem animal.
  • Criar mecanismos para estimular indústrias a instalar ou adequar plantas voltadas à exportação de lácteos.

Fonte: Assessoria Aliança Láctea Sul Brasileira
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