Conectado com

Notícias Debandada

Pecuária leiteira em Santa Catarina reduz 68% em três décadas

Muitos produtores estão deixando a atividade que se concentra, cada vez mais, em grandes propriedades de alta tecnificação e elevada produtividade

Publicado em

em

Atividade do leite vem sofrendo  intenso abandono por produtores rurais - Foto: Divulgação

A tendência é universal: concentrar para otimizar. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) está preocupada com um fenômeno que ocorre no campo: o intenso abandono da atividade leiteira por produtores rurais. Na década de 1990 – de acordo com dados da Secretaria da Agricultura – existiam em território catarinense 75 mil produtores de leite. Agora, em 2022, são apenas 24 mil produtores.

Essa brutal redução de 68% do número de estabelecimentos rurais dedicados à pecuária leiteira está levando a uma forte concentração da produção, observa o vice-presidente Enori Barbieri. Nos últimos três anos verificou-se a maior taxa de abandono, consequência da conjugação de vários fatores como as secas que reduziram a oferta de alimento para o gado e a crise econômica que achatou o poder de consumo da população.

Outros fatores também interferem nesse fenômeno. Os pequenos produtores, por falta de capacidade de investimento, não puderam acompanhar as novas tecnologias, portanto tiveram dificuldade em ampliar a produção e a produtividade. Assim, perseveraram na atividade os proprietários de estabelecimentos maiores, com alto grau de automação e agregação de tecnologia que apresentam melhor qualidade, maior produtividade e balanceamento dos custos.

“O microprodutor ficou de fora porque produzia pouco e para a indústria não compensa enviar o caminhão de coleta para apanhar a matéria-prima de um produtor com três ou quatro vacas”, explica Barbieri. Entretanto, a maior taxa de desistência é daqueles que não conseguem produzir dentro da propriedade os insumos necessários para nutrição das vacas. Esses produtores não conseguem aumentar o plantel porque não tem comida para o rebanho – o que representa o maior item nos custos de produção.

O êxodo rural associado à sucessão nas famílias rurais também tem influência nesse cenário. Os filhos se mudam para as cidades e optam por atividades urbanas, enquanto os pais permanecem até encerrar o trabalho no campo e vender a propriedade rural.

O dirigente prevê que a concentração irá aumentar, favorecendo o surgimento de grandes e médias propriedades, com áreas mecanizadas onde o proprietário consegue plantar o pasto, fazer feno e manter baixos os custos de produção.

Debandada

A situação foi acelerada no último triênio com grande desistência da pecuária leiteira por causas multifatoriais. Além do êxodo rural, da falta de capacidade de investimento e da interrupção da sucessão nas propriedades, a seca afetou a produtividade, a crise financeira baixou o consumo, o preço caiu e os custos subiram.

A concentração da produção na cadeia do leite assemelha-se ao que ocorreu no passado com a suinocultura, quando os cerca de 60 mil criadores foram reduzidos para os atuais 10 mil, sem prejuízos de produção. Ao contrário: o plantel permanente de matrizes suínas cresceu de 300 mil para 800 mil porcas.

A produção de leite é uma atividade que se instalou em território catarinense na primeira metade do século passado, mas foi a partir da década de 1960 que começou a incorporar melhorias com a importação de vacas puras de origem da Alemanha. A partir de então se desenvolveu uma (inicialmente) lenta e contínua incorporação de tecnologias em genética, nutrição animal, manejo, profilaxia, higiene, cultivo de pastagens, gestão e controle de custos.

A cadeia produtiva do leite é essencial para a segurança alimentar de qualquer país. Há 20 anos, praticamente todos os cerca de 200 mil estabelecimentos rurais produziam leite; hoje são apenas 170 mil propriedades rurais, das quais 24 mil se dedicam ao leite. O IBGE identificou que, a cada ano, entre 1 mil e 1,5 mil produtores rurais desistem da pecuária leiteira comercial, ou seja, aquela que gera excedente. Mesmo assim, o leite ainda tem grande importância social e econômica para Santa Catarina. O Estado é o quarto produtor nacional e gera mais de 3 bilhões de litros ao ano. Proporciona renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 75% da produção.

Solução

O presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC José Zeferino Pedrozo defende que uma das saídas racionais para as crises cíclicas que afetam a cadeia de lácteos é a exportação. “Precisamos obter renda em dólar para melhor remunerar produtor e indústrias e, com o efeito cambial, repor os custos e as margens de rentabilidade.” Nesse sentido, a FAESC e o SENAR/SC (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) investem fortemente em capacitação e treinamento para qualificar os produtores à exportação por meio da ATeG (assistência técnica e gerencial) em bovinocultura de leite.

Paralelamente, o presidente da FAESC defende uma política de apoio ao setor que inclua medidas articuladas entre os governos da União e dos Estados para estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, EGF para o leite, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas e manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo.

Outras medidas incluem aquisição subsidiada de tanques de resfriamento e outros equipamentos para pequenos e médios produtores, o uso obrigatório de leite e derivados de origem nacional em programas sociais.

Fonte: Assessoria

Notícias

Valor Bruto da Produção atingirá R$1,31 trilhão na safra 24/25

São abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.

Publicado em

em

Foto: ANPC

O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou a primeira estimativa do Valor Bruto da Produção para a safra 2024/2025. O valor atingirá R$1,31 trilhão, um aumento de 7,6%. Desse montante, R$ 874,80 bilhões correspondem às lavouras (67,7% do total) e R$ 435,05 bilhões à pecuária (32,6%).

Em relação à safra 2023/2024, as lavouras tiveram aumento de 6,7%, e a pecuária avançou 9,5%.

Principais culturas

Para as culturas de laranja e café a evolução dos preços foram fatores mais relevantes nestes resultados e, para a soja e arroz foi o crescimento da produção a maior influência. Nos rebanhos pecuários foi a melhoria dos preços o mais significativo no resultado.

Considerando a participação relativas das principais culturas e rebanhos pecuários no resultado total (em R$ bilhão):

Participação relativas

O Valor Bruto da Produção é uma publicação mensal do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base nas informações de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e nos preços coletados nas principais fontes oficiais.

No estudo, são abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.

A publicação integral pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Com apoio do Estado, produtores discutem melhorias na qualidade do queijo artesanal

Evento em Itapejara d´Oeste reúne produtores de leite e queijo, com objetivo de colocar o leite paranaense e subprodutos da cadeia no mercado mundial.

Publicado em

em

Fotos: SEAB

A busca pela excelência de qualidade do queijo paranaense, desde a produção do leite até o consumidor final, foi discutida nesta quinta-feira (21) em Itapejara d’Oeste, no Sudoeste do Estado, durante o Inova Queijo. O evento reúne produtores e queijeiros da agricultura familiar da região Sudoeste e conta com apoio do Governo do Estado.

“Nossos queijos estão entre os melhores do Brasil e até do mundo, com premiações que enchem de alegria e orgulho todos nós que estamos nesta caminhada”, disse Leunira Viganó Tesser, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento em Pato Branco.

“O Paraná é grande na produção de leite, abrigando em seu território a segunda maior bacia do País e caminhamos para ser também um dos principais produtores de queijo e derivados tanto em ambiente industrial quanto artesanal”, afirmou.

Segundo ela, o Estado tem contribuído com programas de apoio à produção leiteira e à transformação em agroindústrias, como o Banco do Agricultor Paranaense, com equalização integral de juros para financiamentos à agricultura familiar. E também ajuda na comercialização, com a regulamentação do programa Susaf, que possibilita ampliar o mercado estadual para agroindústrias familiares que demonstrarem excelência no cuidado higiênico-sanitário.

“Temos que ter em vista o mercado mundial. Ninguém vai dizer que isso é fácil. Mas todos vão concordar que é um caminho a traçar, de preferência olhando sempre em frente, que não tenha volta”, disse Leunira.

Segundo dados da Aprosud, o Sudoeste conta com 20 agroindústrias vinculadas à associação, que comercializam por mês mais de 17 toneladas do produto. Além disso, a notoriedade do Queijo Colonial do Sudoeste também está atrelada a existência de produtores em todos os 42 municípios da região.

A gerente-regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Rosane Dal Piva Bragato, destacou que o setor não é apenas fonte de emprego e renda para a região Sudoeste. “É também um símbolo da nossa identidade e tradição”, afirmou. “O trabalho em parceria e a troca de conhecimentos são fundamentais para fortalecer o setor e para abrir novas oportunidades de mercado”.

Além da prefeitura de Itapejara d’Oeste, que sediou o evento deste ano, e dos órgãos estaduais, o Inova Queijo tem em 2024 o apoio da Associação de Produtores de Queijos Artesanais do Sudoeste (Aprosud), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Sebrae/PR, Vinopar e Cresol.

Indicação geográfica

Em 2023, o queijo colonial do Sudoeste do Paraná teve pedido de reconhecimento para Indicação Geográfica (IG) protocolado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com tradição e notoriedade devido a produção do Queijo Colonial, a expectativa é que o Sudoeste do Paraná em breve obtenha o reconhecimento na forma de registro com Indicação de Procedência (IP)

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

Notícias

Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná

Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!

A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.

Foto: Hb audiovisual

Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.

Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!

Fonte: Assessoria ABCS
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.