Notícias Segundo Embrapa
Pecuária de leite vive incertezas quanto ao preço de insumos
Alta nos custos, além de pressionar as margens de lucro do produtor, prejudicando a produção de leite, encarece os preços dos produtos lácteos
O custo do alimento concentrado para rebanhos leiteiros tem apresentado forte elevação internacional. A mistura concentrada (milho mais farelo de soja na relação de 70% e 30%) chegou a US$ 0,34 por kg em maio, uma elevação de 51,4% em relação a média de 2018-2020. Considerando que milho e soja são commodities, cotados em dólar, a cotação atual da moeda americana no Brasil não alivia o problema. O dólar chegou a ficar abaixo dos R$ 5,00 em junho, abrindo uma janela interessante para compra, mas retornou ao patamar anterior, encarecendo novamente os insumos. Dados do ICPLeite (Índice de Custo de Produção de Leite da Embrapa) apontam que, em junho, a compra e produção de volumosos apresentou uma variação de 7% e a alimentação concentrada, 3,85%. Alimentar o rebanho está mais caro nesta entressafra.
Durante a reunião mensal de conjuntura do Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa, pesquisadores e analistas da instituição se viram diante da pergunta: “quando os preços que integram os custos de produção irão começar a cair?” A conjunção de commodities agrícolas em alta com desvalorização do Real não tornam fácil esta resposta. O ICPLeite contabilizou uma alta de 39% nos últimos 12 meses finalizados em junho. O concentrado subiu 68%. “Para agravar a situação, a falta de chuva no Centro-Sul do país comprometeu a produção do milho safrinha”, diz o pesquisador da Embrapa, Glauco Carvalho. Ele demonstra preocupação com a alta significativa e diz não ver perspectivas de os custos de produção começarem a cair. “Além do atraso no plantio da safra de grãos e das poucas chuvas, mais recentemente, geadas em importantes regiões produtoras de milho safrinha afetaram a oferta”.
A alta nos custos, além de pressionar as margens de lucro do produtor, prejudicando a produção de leite, encarece os preços dos produtos lácteos, que naturalmente na entressafra apresentam cotações mais elevadas. No mercado atacadista, o leite UHT (de caixinha) estava sendo vendido na primeira quinzena de junho a R$ 3,55. O queijo muçarela chegou a ser cotado a R$ 27,81. “Após os preços registrarem alta no atacado, o mercado perdeu força nos últimos dias, mas ainda há uma sustentação em função da entressafra, que termina em agosto/setembro”, diz o pesquisador. De todo modo o cenário é de cautela, devido às incertezas sobre a demanda e o aperto nas margens do produtor e indústria.
Quanto ao produtor, o analista Denis Rocha diz que as margens lucro continuam apertadas, mas houve uma melhoria no último mês. Em junho, o produtor recebeu R$ 2,20 pelo litro de leite, com registro de altas consecutivas desde abril. “Essa tendência de alta é explicada pela menor disponibilidade do produto no mercado atacadista, devido à entressafra, o alto custo de produção e a menor entrada de leite via importações”, explica Rocha. Em relação a 2020, o analista lembra, no entanto, que nesse período do ano passado, o governo pagava um valor maior de auxílio emergencial, devido à pandemia, o que acabou elevando o consumo e aumentando o preço dos produtos, garantindo uma melhor margem de lucro para o setor produtivo naquele momento. O momento atual, segundo Rocha, é mais complexo devido às altas taxas de desemprego, embora o mercado de trabalho siga em recuperação devido ao arrefecimento da pandemia.
Carvalho vê com otimismo o cenário macroeconômico do pais: “Os investimentos no PIB do primeiro trimestre vieram bons e o consumo das famílias está em recuperação”. O pesquisador ainda afirma que apesar do fraco desempenho no mercado de trabalho, os indicadores de rendimento tendem a ser melhores neste segundo semestre, causando um impacto positivo no setor. A pesquisadora Kennya Siqueira constata que o comercio, de modo geral, apresentou uma melhora, com o consumo domiciliar voltando aos níveis pré-pandemia. “Ainda há um consumo reprimido muito grande, que o comércio vem absorvendo aos poucos. Ela ainda acredita que a volta do movimento nos restaurantes poderá contribuir para a elevação do consumo de lácteos.
Entrevista – Glauco Carvalho
Após um ano e meio de pandemia, o pesquisador Glauco Carvalho concedeu uma entrevista ao Anuário Leite, da Embrapa Gado de Leite, na qual fala sobre o comportamento do setor neste período:
Como o sr. avalia o comportamento do setor lácteo nesse tempo de pandemia?
O setor como um todo fez um excelente trabalho durante a pandemia, sobretudo em seu início, quando tudo era muito novo e desconhecido. Não houve ruptura na produção e nem na distribuição. E o setor foi ágil em realocar leite de laticínios com maior dificuldade em vendas para outros com menores problemas de logística e distribuição. Dessa forma, a cadeia produtiva conseguiu manter a oferta de leite e derivados em todo o país, atendendo às necessidades de consumo dos brasileiros.
Houve mais impacto no segmento de produção de leite ou no de consumo?
Houve um crescimento do setor como um todo. Crescemos na produção de leite e crescemos no consumo. Mas como a nossa balança comercial foi negativa, ou seja, importamos mais do que exportamos, eu diria que o impacto no consumo foi maior. Mas neste caso foi um impacto positivo. Se olharmos a produção de leite formal, ou seja, com inspeção, houve um aumento de 2,1% no ano passado. Já a disponibilidade, que é o volume absorvido internamente no consumo direto ou indireto, registrou um crescimento de 2,8%. Por isso, digo que o impacto sobre o consumo foi maior e muito impulsionado pelo efeito renda que ocorreu na população via Auxílio Emergencial. Mas também tivemos novos hábitos de consumo que ajudou nas vendas.
No primeiro ano da pandemia, houve crescimento do setor, devido ao auxílio emergencial. Este ano, o auxílio é menor. O ano de 2021 pode fechar com uma crise estabelecida na cadeia produtiva, que se estenderá para 2022?
A cadeia do leite é muito resiliente a crises e, em geral, se ajusta rápido. Mas o cenário de curto prazo não é dos melhores, por uma série de fatores. Do lado macroeconômico estamos com elevada taxa de desemprego, queda na renda e uma inflação e juros subindo. Além disso, o crescimento econômico previsto é baixo, ficando bem aquém da expansão mundial. Especificamente em relação ao setor, estamos com uma enorme pressão de custos e com dificuldade para repassar preços ao consumidor final pela própria fragilidade macroeconômica. É uma conjuntura bastante desafiadora e, pode sim, se arrastar para além de 2021, sobretudo no âmbito dos custos. Portanto, é um ano que sugere decisões mais conservadoras. Mas não podemos esquecer que a economia está em recuperação, com reflexos positivos sobre renda e consumo ao longo dos próximos meses.
Como o senhor explica a alta nos custos de produção de leite, que se arrasta desde o princípio da pandemia?
Essa alta está relacionada a um conjunto de fatores, internos e externos. Externamente, podemos destacar: a desvalorização do dólar frente a outras moedas, o que elevou os preços das commodities em dólar; o forte crescimento do consumo global; as importações chinesas de milho que geralmente ficavam entre 3 e 5 milhões de toneladas/ano e agora devem superar 25 milhões de toneladas; o recuo nos estoques globais de milho e soja, com forte queda nos estoques dos Estados Unidos. Um outro fator, não muito falado, foi a migração de fundos de hedge para os mercados de commodities. Os fundos estão com uma posição comprada historicamente alta, o que acaba colocando mais pressão nas cotações. Mas tivemos fatores internos também. Além de problemas climáticos que afetaram plantio e colheita, houve uma desvalorização do real que tem forte impacto nos custos de produção de leite. Enfim, o fato é que temos uma demanda firme por milho e soja e com produtores bastante capitalizados, cadenciando a venda.
Além do preço das commodities, o que mais tem elevado os custos de produção de leite?
As principais altas foram no custo de concentrado como já falamos. Mas também estamos observando elevação no custo do alimento volumoso, com encarecimento de combustíveis, fertilizantes e defensivos. São insumos afetados pela taxa de câmbio, pelo preço do petróleo, pelo frete marítimo internacional, e todos estes fatores sugerem elevação.
A elevação do câmbio torna o leite brasileiro mais barato comparado aos preços internacionais. No entanto as importações estão em alta. Qual o papel do câmbio na atual crise?
No agronegócio geralmente a desvalorização cambial é positiva. Mas isso quando pensamos nas cadeias agroexportadoras como soja, café, laranja, etc. No caso do leite, apesar do câmbio segurar a importação, há um efeito direto em custos. No segundo semestre de 2020 o câmbio não foi suficiente para segurar a importação. A alta dos preços domésticos e a competitividade dos produtos lácteos oriundos da Argentina e do Uruguai elevou muito nossas importações. E isso ocorreu também no início de 2021, mas com volumes decrescentes. Neste início de ano, estamos vendo uma importação perdendo força e uma exportação crescendo. A alta dos lácteos no mercado internacional contribuiu para esse movimento.
Com relação à indústria, o que tem preocupado os laticínios?
A grande preocupação é a dificuldade em aumentar as margens e a agregação de valor. Por termos uma indústria muito fragmentada e sem poder de negociação junto aos varejistas, o setor acaba ficando pressionado em determinados momentos. A existência de baixas barreiras à entrada no setor acaba gerando esse resultado de pouco poder de mercado. Quando a economia cresce de forma mais acentuada esse efeito é mitigado, pois há uma expansão da renda e do consumo. Mas quando crescimento econômico é baixo, os problemas se agravam. O consumo de leite tem uma forte relação com a renda e o Brasil parou de crescer em 2014. Com isso, estamos praticamente estagnados no leite também. E quando você tem crises sequenciais o resultado é muito perigoso. O Brasil encolheu em 2015 e 2016, depois tivemos crescimento muito baixo no período 2017-2019. Em 2020 veio a pandemia e mais crise econômica. Isso vai minando a capacidade de investimento das empresas nos diversos setores, afeta emprego, renda, consumo e assim por diante. No primeiro ano da pandemia tivemos uma forte contribuição fiscal, o que gerou um consumo importante de lácteos. Mas é algo que não se sustenta por si e acaba aumentando o endividamento público, que tem outras consequências econômicas negativas, como aumento de juros, por exemplo.
Houve um aumento do consumo de leite no primeiro ano da pandemia, como o consumidor está se comportando neste momento?
A situação neste início de 2021 está mais complicada. Ano passado tivemos um grande consumo das classes D/E com a liberação do Auxílio Emergencial. Mas perdemos boa parte dessa parcela da população por falta de renda. Começamos 2021 com um crescimento tímido de consumo e que está limitando aumentos mais robustos de preços e pressionando negativamente as margens de rentabilidade no setor.
O sr. consideraria que o setor leiteiro foi o que menos sofreu com a pandemia dentro do agro?
Não vejo isso. No primeiro ano, o setor foi beneficiado com o aumento do consumo e melhoria das margens. Mas isso não se sustentou e já no final de 2020 o cenário piorou. O fato é que o mundo está crescendo rápido e as cadeias agroexportadoras estão aproveitando o momento, com maior remessa de produtos e a preços mais elevados. Ou seja, uma combinação perfeita. Não é o caso do leite, que depende quase que exclusivamente da renda interna para crescer. Deveremos ter um ajuste de oferta para melhorar a condição atual de preços.
Quais lições que o setor lácteo, dentro e fora da fazenda, pode tirar desse período tão atípico e qual a tendência daqui para frente?
Vejo que existem várias lições, como a própria adaptação exigida pela pandemia, de como lidar com as incertezas e de como lidar com a expectativa de má notícia, está última muito presente no cotidiano da pandemia. Nesse sentido, os maiores aprendizados estão relacionados a ação e cooperação. Ficar reclamando não ajuda em nada, mas agir sim. E vejo que o setor seguiu essa linha no primeiro ano da pandemia. Todos enfrentamos inúmeros desafios e o importante é buscar soluções para seguir adiante e com sucesso. No caso da cooperação, buscar boas parcerias no negócio é fundamental para lidar com a complexidade do mundo atual. E a pandemia mostrou que a cooperação entre indivíduos, empresas e nações foi a arma mais poderosa para a busca de soluções, como a vacina da Covid-19. Para o futuro, essa cooperação será fundamental nos negócios para produzir com mais eficiente, para realizar melhores compras de insumos, para melhorar a comercialização e para agregar valor. Existem também tendências relacionadas à segurança dos alimentos, saudabilidade, meio ambiente, responsabilidade social, todos temas que precisam estar na agenda do setor.
Com menos pessoas frequentando bares e restaurantes, sua opinião, a pandemia foi capaz de modificar hábitos de consumo de lácteos?
Certamente que sim. Houve a substituição de alimentação fora do lar pela alimentação domiciliar, o que impulsionou a demanda por lácteos utilizados na culinária. Mas as mudanças de hábitos não ocorreram apenas pela menor presença em bares e restaurantes, e sim por uma série de mudanças que vivenciamos. Com a pandemia, as famílias privilegiaram os gastos com alimentos. Além disso, ao passo que uma parcela da população teve ganhos de renda e passou a gastar mais com alimentos, outras tiveram crescimento de poupança devido a economias de outros gastos, como viagens e mesmo bares e restaurantes. Essas famílias acabaram privilegiando uma alimentação mais elaborada e mais prazerosa. Enfim, tem sido um período com diferentes experiências de consumo. E vejo também que a pandemia acelerou algumas tendências como as compras online. É uma forma de comercialização que o setor lácteo precisa explorar mais. Existem outros temas relacionados a segurança do alimento e origem que tendem a ganhar força nos próximos anos.
O sr. tem citado que é bem provável que uma nova ordem se estabeleça no agro brasileiro e mundial quando a nossa vida voltar ao normal. O que devemos esperar?
É crescente a cobrança por práticas de ESG (Ambiental, Social, Governança) no campo. A sociedade e os investidores buscam um modelo de desenvolvimento sustentável que considere essas questões, ou seja, a proteção ambiental, a responsabilidade social e maior transparência. São questões que ganham peso na análise do investidor, no comércio global, e o Brasil tem um potencial enorme nessa direção, com agricultura de baixo carbono e produção de alimentos para abastecer grande parte da população mundial, sem subsídio. Essa é a sinalização que estamos vendo para o futuro. As cadeias agroalimentares se movem no sentido de ganhos de produtividade para segmentação de mercado e customização do consumo e aí estamos falando de agregação de valor aos produtos. No caso do leite, a forma como ele é produzido, e por quem, ganhará cada vez mais importância. Com isso, surgem as demandas por rastreabilidade, bem-estar animal, pegada de carbono, resíduo e reciclagem, sustentabilidade, produtos locais, produtos naturais, entre outras tendências. O consumidor busca essas informações e o setor pode utilizá-las como uma importante fonte de valor.
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IAT organiza primeiro mutirão para regularização do CAR, no Noroeste do Paraná
Busca auxiliar proprietários rurais na regularização do Cadastro Ambiental Rural, registro obrigatório para todos os imóveis rurais do Estado.
O Instituto Água e Terra (IAT) promove pela primeira vez no Paraná um mutirão para auxiliar proprietários rurais na regularização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro obrigatório de imóveis rurais de acordo com o Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012). A ação será em municípios do Noroeste do Paraná: Japurá, na terça-feira (26), Guaporema, na quarta-feira (27), e em São Manoel do Paraná, na quinta-feira (28), sempre das 9h às 16h.
No mutirão, técnicos do órgão ambiental organizarão balcões de atendimento para tirar dúvidas sobre os processos do CAR, em temas como o acesso à Central do Proprietário/Possuidor, retificações e atendimento de notificações.
O chefe do escritório regional do IAT em Cianorte, Marcelo Aparecido Marques, aponta que o evento servirá para auxiliar e concluir as análises de CAR pendentes. Segundo ele, são mais de 5 mil cadastros nos 12 municípios de abrangência do núcleo, incluindo cidades selecionadas para a ação da próxima semana.
“A nossa regional passou recentemente pela análise dinamizada, que é um tipo de procedimento automático, que pode incluir grandes quantidades de imóveis rurais para serem analisados ao mesmo tempo. Os proprietários podem responder a pendências nessa modalidade de análise diretamente pelo site do CAR, mas para que isso aconteça, um apoio técnico é necessário. Por isso estaremos lá para ajudar”, diz.
Para que os técnicos possam prestar o auxílio será necessário os seguintes documentos: RG ou CPF do proprietário; certificado com validade de até 90 dias para comprovação de propriedade do imóvel (matrícula atualizada); e Contrato Social no caso de empresas. É a partir dessas informações que os processos serão consultados pela equipe.
“Mais da metade dos cadastros que passaram pelas análises estão em conformidade com o Novo Código Florestal, ou seja, regulares ambientalmente. Portanto, demandam apenas de uma confirmação do proprietário. Já o restante necessita de algumas complementações. Em ambos os casos, estaremos à disposição para ajudar os proprietários a solucionar essas questões”, explica Marques.
Ele lembra ainda que os imóveis que estão em conformidade com o Novo Código já podem acessar a subvenção de 0,5% na taxa de juros do crédito de custeio. Ou seja, um benefício concedido aos agricultores que forem solicitar suporte de instituições financeiras para a produção agrícola, o que ajuda a custear a produção e comercialização de itens agropecuários.
Essa é a primeira vez que um mutirão desse tipo é organizado no Paraná e servirá como base para ações similares em outras regionais. “Elaboramos esse modelo junto com a equipe do CAR do IAT para agilizar a regularização das áreas rurais no Estado. Se ele funcionar, conseguiremos aplicar esse mesmo método em outros municípios, o que vai fazer com que o Paraná se destaque em nível nacional na regularização do CAR”, complementa ele.
CAR
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é o registro público eletrônico de âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis rurais. Agrega informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes às Áreas de Preservação Permanente (APP), de uso restrito, de Reserva Legal, de remanescentes de florestas e demais formas de vegetação nativa. Também integra informações de áreas consolidadas, compondo base de dados para controle, monitoramento e planejamento ambiental e econômico.
Para efetuar o CAR no Estado, o proprietário precisa acessar o site do Sicar e baixar o aplicativo de cadastro. Neste, devem ser incluídas as informações pessoais, a documentação e as características físicas da propriedade.
Após a adesão e análise dos dados por meio do CAR, o produtor rural terá todas as recomendações de como se adequar à legislação e poderá fazer a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). A proposta oferece um conjunto de ações voltadas a regularizar, recuperar áreas de preservação permanente (APP), de uso restrito e compensar áreas de reserva legal.
Para mais informações sobre o CAR, acesse clicando aqui.
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Sindirações apresenta dois novos associados
Sul Óxidos e Purefert do Brasil passam a integrar o quadro de associados da entidade, reforçando a cadeia produtiva na promoção de parceiras estratégicas.
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações anuncia a chegada de duas novas empresas no seu quadro de associados: Sul Óxidos e Purefert do Brasil. No total, a entidade representa cerca de 90% da indústria de alimentação animal. Para Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, essa movimentação vai de encontro com um dos principais objetivos da entidade, que é dar voz para as empresas e defender os principais interesses do setor.
Com mais de 20 anos de experiência, a Sul Óxidos é referência na produção de óxido de zinco e sulfato de zinco, além da comercialização de ânodos, zinco metálico e outros metais não ferrosos. Comprometida com a excelência, a empresa foca na melhoria contínua de seus processos e na garantia da qualidade de seus produtos, atuando com responsabilidade ambiental e priorizando a redução de resíduos sólidos e efluentes, a fim de minimizar os impactos ambientais.
De acordo com Jorge Luiz Cordioli Nandi Junior, Engenheiro Agrônomo da Sul Óxidos, “a filiação ao Sindirações é vital para reforçar sua presença no setor de alimentação animal e fomentar parcerias estratégicas. A associação garante acesso a informações essenciais sobre tendências do mercado, regulamentações e práticas de excelência. Além disso, a Sul Óxidos se posiciona para defender os interesses da indústria, moldando políticas que beneficiam o segmento. A colaboração com outros líderes do setor facilita a troca de inovações e conhecimentos, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade da empresa nesse nicho crucial”, comenta.
Já o grupo Purefert atua como fornecedor de fertilizantes premium para clientes em todo o mundo. Com contratos estratégicos de fornecimento de longo prazo com fornecedores líderes, a Purefert está na vanguarda das mais recentes inovações em qualidade de produto e agregação de valor à cadeia de fornecimento para seus clientes. A empresa é líder de mercado em produtos à base de Fosfato.
“A associação da Purefert ao Sindirações é estratégica por proporcionar acesso a informações técnicas e regulatórias, participação em grupos de trabalho que definem tendências do mercado, suporte em questões jurídicas e tributárias, além de oportunidades de networking para parcerias e inovações. Essa conexão fortalece a competitividade e a conformidade da empresa no mercado”, afirma Thiago Janeri, trader da Purefert.
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Epagri divulga Boletim Agropecuário de Santa Catarina referente a outubro
Para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha.
A Epagri divulgou a última edição do Boletim Agropecuário, publicado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).
Milho
Em outubro, o preço médio mensal pago ao produtor de milho em Santa Catarina apresentou uma alta de 5,3% em relação ao mês anterior. Segundo o documento, os preços refletem a maior demanda interna pelo cereal, a entressafra no Brasil e a concorrência com as exportações.
De acordo com o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha. Assim, espera-se um aumento de 11% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,24 milhões de toneladas de milho”, diz ele.
O Boletim Agropecuário traz os dados atualizados do acompanhamento das safras e do mercado dos principais produtos agropecuários catarinenses. Confira mais detalhes de outras cadeias produtivas:
Trigo
Em outubro, os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo ficaram praticamente estabilizados, mas com uma pequena variação negativa de 0,34%. Na variação anual, em termos reais, registrou-se uma alta expressiva de 22,07%. Em todo o estado, até a última semana de outubro, cerca de 39% da área destinada ao plantio de trigo nesta safra já havia sido colhida. Para as lavouras que ainda estão a campo, 20% da área estava em fase de floração e 80% em fase de maturação.
Com relação à condição de lavoura, em 94% das áreas avaliadas a condição é boa; 5% a condição é média e, 1% a condição é ruim. A área plantada estimada é de pouco mais de 121 mil hectares, redução de 11,8% em relação à safra passada. A produtividade média estadual está estimada em 3.582kg/ha, um aumento de 60,1%. Até o momento, a expectativa é que a produção estadual deverá crescer 41,3%, chegando a aproximadamente 435 mil toneladas.
Soja
No mês de outubro, as cotações da soja no mercado catarinense apresentaram reação de 2,7% em relação ao mês anterior. No início de novembro, nos 10 primeiros dias do mês, na comparação com o preço médio de setembro, é possível perceber movimento altista de 2,6%. A menor oferta interna do produto no mercado interno tem favorecido as cotações, no entanto, fatores de baixa estão se projetando no mercado futuro.
Para essa safra, deveremos ter um aumento de 2,09% da área plantada, alcançando 768,6 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deverá crescer significativamente: a expectativa é um incremento de 8,56%, chegando a 3.743kg/ha. Com isso, espera-se um aumento de 10,8% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,87 milhões de toneladas de soja 1ª safra.
Bovinos
Nas primeiras semanas de novembro registrou-se de alta nos preços do boi gordo em relação ao mês anterior em praticamente todos os estados brasileiros. Em Santa Catarina, o preço médio estadual do boi gordo atingiu R$295,34 em meados deste mês, o que representa uma alta de 8,8% em relação ao mês anterior e de 20,3% na comparação com maio de 2023. A expectativa é de que se verifique a continuidade desse movimento de alta nas próximas semanas.
A reduzida oferta de animais prontos para abate e a elevada demanda, tanto no mercado interno quanto externo, são responsáveis por esse acentuado movimento de alta observado na maioria dos estados. A forte seca que atingiu grande parte do país, em especial a região Centro-Oeste, tem sido um fator crucial na redução da oferta.
Frangos
Santa Catarina exportou 105,5 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em outubro – queda de 0,03% em relação aos embarques do mês anterior, mas alta de 27,1% na comparação com os de outubro de 2023. As receitas foram de US 212,8 milhões – queda de 4,8% em relação às do mês anterior, mas crescimento de 32,9% na comparação com as de outubro de 2023.
De janeiro a outubro, Santa Catarina exportou 961,8 mil toneladas, com receitas de US$ 1,88 bilhão – alta de 6,7% em quantidade, mas queda de 1,6% em receitas, na comparação com os valores acumulados no mesmo período do ano passado.
A maioria dos principais destinos apresentou variação positiva, na comparação entre o acumulado deste ano e o mesmo período de 2023, com destaque, mais uma vez, para o Japão (crescimento de 35,6% em quantidade e 13,4% em valor).
Suínos
Santa Catarina exportou 68,0 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em outubro, altas de 10,6% em relação ao montante do mês anterior e de 44,8% na comparação com os embarques de outubro de 2023. As receitas foram de US$169,4 milhões, crescimentos de 12,7% na comparação com as do mês anterior e de 61,5% em relação às de outubro de 2023. Esse é o segundo melhor resultado mensal de toda a série histórica, tanto em quantidade quanto em receitas, atrás apenas de julho passado.
De janeiro a outubro, o estado exportou 595,3 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,39 bilhão – altas de 10,5% e de 6,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 56,7% das receitas e por 55,0% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano.
Leite
Até setembro/24, as indústrias inspecionadas brasileiras adquiriram 18,331 bilhões de litros de leite cru, 1,2% acima dos 18,116 bilhões adquiridos no período de 2023. Essa quantidade, somada à quantidade importada, mostra que, até setembro, a oferta total de leite foi 1,6% maior do que a do mesmo período de 2023.
De janeiro a outubro/24 foi importado o equivalente a 1,888 bilhão de litros de leite cru, 7% acima dos 1,765 bilhão de litros do mesmo período de 2023.
Em novembro, houve diferentes movimentos nos preços aos produtores catarinenses: estabilidade, alta e baixa. Com isso, pelos levantamentos da Epagri/Cepa, o preço médio de novembro fechou em R$2,75/litro, quase idêntico ao preço médio de outubro, que ficou em R$2,76/litro.
Leia a íntegra do Boletim Agropecuário de novembro, clicando aqui.