Empresas
Pecuária de corte lucrativa exige matrizes que produzam um bezerro de boa qualidade, sadio e pesado por ano
O pecuarista precisa se atentar a todas as fases do processo: antes da vaca emprenhar, na gestação e, posteriormente, na reconcepção
Com as margens de lucro na pecuária apertadas pela alta no preço dos insumos, é importante que o pecuarista seja eficiente na produção de bovinos para garantir resultado financeiro positivo. Ou seja, para uma pecuária de corte lucrativa, é essencial que as matrizes produzam um bezerro por ano que seja de boa qualidade, sadio e pesado.
O que se vê, muitas vezes, é o foco dos produtores na etapa final do processo, negligenciando a matéria-prima de toda a cadeia dos procedimentos. “Quando o assunto é atividade de cria, para garantir que a vaca produza um bezerro bom e sadio por ano e o desmame bem pesado, é preciso dar atenção às fases antes da emprenha, à gestação e, posteriormente, à reconcepção”, avalia Letícia de Souza Santos, Resposável Técnica da Minerthal.
Segundo Letícia, a nutrição das matrizes leva em consideração a exigência de nutrientes ingeridos pelas vacas para suprir, primeiramente, a manutenção do corpo, crescimento, gestação, lactação, reprodução e, por fim, reserva de energia. Isso significa que, se a vaca não estiver bem nutrida, provavelmente não desempenhará atividade reprodutiva adequada.
A gestação das vacas pode ser dividida em três principais períodos: terço inicial, médio e final. Geralmente, a preocupação maior é com o terço final da gestação, pelo maior crescimento do feto. Porém, o terço inicial e médio também são muito importantes para o desenvolvimento do bezerro.
“O terço final da gestação coincide com o período seco do ano, em que há escassez de alimentos, com isso, os índices reprodutivos tendem a serem mais baixos. Nesta fase, a exigência é aumentada pelo crescimento considerável do tamanho do feto, além disso, a vaca precisa estar em boas condições ao parto, em geral agosto, setembro, outubro e novembro, para que na estação de monta, que ocorre nos meses de novembro a fevereiro, esteja em condição corporal adequada para emprenhar novamente”, recomenda a Responsável Técnica.
Estação de Monta
Em relação à estação de monta, Letícia de Souza Santos explica que é crescente a utilização desta estratégia na pecuária brasileira, e isso se deve pela valorização da inseminação artificial e do melhoramento genético do rebanho.
Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), o uso da inseminação artificial no Brasil saltou de 11% e chegou a quase 20% em 2020. No primeiro trimestre de 2021, o número de doses de sêmen comercializadas teve crescimento de 39% em relação a 2020, o que demonstra a forte tendência por aquisição de tecnologias na categoria de cria.
“A estação de monta é comumente realizada nos meses de maior disponibilidade e qualidade de forragem, de novembro a janeiro durante o período das águas. A estação de nascimentos ocorre entre agosto e outubro, durante a estação seca do ano, para favorecer o manejo sanitário dos bezerros, diminuir a incidência de doenças, reduzir mortalidade e o bom proporcionar desenvolvimento deles”, comenta Letícia.
Após a parição em agosto, setembro e outubro, a matriz precisa recuperar escore de condição corporal para estar adequado na época da estação de monta, este curto período para recuperar às vezes é insuficiente. “Por isso, é importante que a vaca não esteja magra na época de parição. Caso ocorra de parir magra, no período até a estação de monta deve ser fornecido suplemento proteico-energético para ajuda intensiva na recuperação”, recomenda.
Produção de bezerro do cedo
A época de nascimento do bezerro é fator importante na produção de bezerros de qualidade. Isso porque é de muito interesse que a maioria das vacas emprenhem no início da estação de monta para a obtenção dos chamados bezerros “do cedo”, entre agosto e setembro. Geralmente, os bezerros do cedo apresentam melhor desempenho comparados aos bezerros do final da estação de nascimentos.
As vacas que conseguem emprenhar no início da estação de monta passam o terço médio da gestação quando ainda há disponibilidade de forragem, na transição águas-seca. Desta forma, há formação correta de fibras musculares ocasionada pela disponibilidade de nutrientes.
As vacas que emprenharam no final da estação de monta, passam pelo terço médio de gestação durante a seca. “A vaca gera um bezerro de pior qualidade devido à restrição de nutrientes. Além disso, os bezerros nascerão nas águas, período em que o manejo sanitário é dificultado e há maior risco de mortalidade de bezerros”, explica a Responsável Técnica da Minerthal.
Programação fetal
A qualidade do bezerro produzido e, posteriormente, do boi que será abatido pode ser influenciada pela nutrição da matriz no terço médio e final da gestação e pela nutrição do bezerro nos primeiros meses de vida. Isso porque a produção de células de gordura (adipócitos) se dá nestes períodos, e estas células aumentam de tamanho durante a vida para formar a gordura intramuscular (gordura de marmoreio).
“Desta forma, percebemos a importância da correta nutrição da matriz, para que o bezerro tenha oportunidade de apresentar um melhor acabamento de carcaça se comparado a um bezerro proveniente de uma vaca que foi mal-nutrida”, conclui.
Empresas Avicultura moderna
Evonik discutiu nutrição de aves mais precisa para melhor desempenho, bem-estar e sustentabilidade em Punta del Este, Uruguai
Especialistas destacam metionina e suas diferenças em produção, pureza e segurança de abastecimento com seus impactos nos resultados em campo
Uma redução dos níveis de proteína bruta em dietas de aves modernas é uma das tendências mais importantes da nutrição animal. Entre o benefícios desta iniciativa estão um menor custo de formulação, o atendimento das exigências das linhagens genéticas atuais e uma redução da excreção de nitrogênio com a consequente redução do impacto ambiental da produção, explicou o diretor Técnico da Evonik, Victor Naranjo, no estande da empresa, que participou do OVUM 2024, o 28º Congresso Latino-Americano de Avicultura, realizado em Punta del Este, no Uruguai.
Nesta estratégia, que prevê uma nutrição mais precisa, a formulação compreende níveis mais elevados de aminoácidos industriais na mesma medida em que se reduz os níveis de proteína. Assim, para o especialista, existem oportunidades de alcançar uma nutrição mais precisa em níveis de aminoácidos e proteína com utilização de aminoácidos industriais. “Entretanto, essa implementação exige uma abordagem holística, que é uma nutrição com níveis adequados de aminoácidos”, pontuou Naranjo.
O diretor de Marketing Estratégico de Essencial Nutrition da Evonik na América Latina, Nei Arruda, destaca a importância da formulação com metionina, que é o primeiro aminoácido limitante em dietas para as aves. “Se 70% deste requerimento vem da soja e do milho, os outros 30% devem vir de fonte suplementar. E uma maneira de otimizar a fonte de metionina é através da biodisponibilidade, que contribui para atender esta exigência de forma mais econômica”, disse o especialista.
Segundo ele, é necessário estar atualizado com relação aos requerimentos das aves e entender as condições atuais de produção, de mercado, dos custos da dieta para atingir maior eficiência alimentar e melhor conversão alimentar. “Assim, precisamos estar atentos aos requerimentos primeiro, depois aos ingredientes e a biodisponibilidade”, disse Arruda no estande da Evonik em Punta del Este.
DL-Metionina
Uma série de estudos realizados em diversos países mostra que, entre as fontes disponíveis de metionina, a DL-metionina é 100% disponível para cobrir os requerimentos de metionina e de cisteína, o que é especialmente importante. Aves em desafios terão uma necessidade maior de cisteína e antioxidantes e, neste caso, esta fonte de metionina já atende esta necessidade.
Outro benefício da cisteína é que ela contribui para um bom empenamento das aves. Considerando que a pena protege a pele do animal, ela ainda contribui para redução de perdas por lesões de pele. Quando trabalhamos com bioeficácia, a DL-metionina nos permite saber com precisão o requerimento de metionina e cisteína porque estudos comprovam que ela é 100% disponível.
Disponibilidade
O gerente de Negócios da Evonik, Felipe Chagas, salienta que, apesar de a metionina ser considerada uma commodity pelo mercado, os nutricionistas precisam estar atentos porque nem todos os produtos são iguais. “Os processos de desenvolvimento e fabricação de produtos são diferentes entre as empresas. Eles envolvem ensaios de qualidade, pureza de produto e até a disponibilidade do produto ao mercado, entre vários outros fatores que impactam diretamente os resultados em campo”, afirmou.
Chagas ressalta a importância de se conhecer bem cada ingrediente na ração. “É crucial que o nutricionista saiba exatamente quais nutrientes está formulando na dieta, porque, mesmo falando da metionina, o nosso padrão de qualidade é diferenciado, temos que considerar a bioeficácia de cada produto. E no caso da DL-Metionina, a nossa tem um padrão de pureza diferenciado”, disse o especialista direto do estande da companhia em Punta del Este.
O vice-presidente Regional da Evonik para as Américas da Linha de Negócios Nutrição Animal, Paulo Teixeira, enfatiza a questão do fornecimento de produtos lembrando que a empresa tem cinco plantas de metionina espalhadas em diferentes continentes, como o americano, o europeu e o asiático, como estratégia para assegurar o abastecimento. “Temos duas plantas na Antuérpia, na Bélgica, mais duas em Cingapura e outra nos Estados Unidos. Nosso processo de fabricação ocorre por meio de reações químicas, ou seja, não é um bioaminoácido”.
Empresas
Parcerias estratégicas, inovação e bem-estar animal: Bases do crescimento sustentável da Granja Antunes no setor de produção de ovos
Empresa tem superado os desafios de um mercado competitivo e em constante transformação, destacando-se pela busca contínua por melhorias e eficiência.
A Granja Antunes, localizada em Avaré, São Paulo, construiu uma trajetória marcada pela dedicação à qualidade e à inovação no setor de produção de ovos. Desde sua fundação, em 2009, a empresa tem superado os desafios de um mercado competitivo e em constante transformação, destacando-se pela busca contínua por melhorias e eficiência. Atualmente, com uma produção diária de cerca de 2.500 caixas de ovos destinadas a atacadistas e varejistas de todo o Brasil, a Granja Antunes reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a modernização.
Essa história de crescimento e adaptação foi moldada pela superação de desafios significativos. Nos primeiros anos, a empresa enfrentou a volatilidade econômica e as dificuldades do setor avícola, como a alta nos custos de insumos e as exigências crescentes do mercado. Segundo Norberto Lemos, porta-voz da Granja Antunes, essas adversidades impulsionaram mudanças estratégicas e investimentos em tecnologia. “Superamos muitos desafios ao modernizar nossas operações e focar na sustentabilidade. Hoje, esses esforços resultam em processos mais eficientes e produtos de melhor qualidade”, afirma.
Nos últimos anos, a Granja Antunes passou por uma transformação tecnológica significativa, incorporando sistemas de automação e climatização que tornaram as operações mais eficientes e sustentáveis. A automação reduziu a dependência de trabalho manual e aumentou a precisão dos processos produtivos, enquanto a climatização proporcionou condições ideais para as aves, reduzindo doenças e elevando a produtividade. “Estamos investindo em tecnologia porque sabemos que é essencial para o futuro da avicultura. Esses sistemas garantem eficiência, qualidade e sustentabilidade, tanto para nós quanto para os clientes”, destaca Lemos.
Além disso, a modernização está alinhada a parcerias estratégicas que desempenham um papel fundamental no avanço das operações e na promoção do bem-estar animal. “A parceria com a Ceva Saúde Animal, por exemplo, reforça nosso compromisso com a proteção e saúde das aves. O uso de tecnologias inovadoras em vacinas não apenas maximiza a performance dos animais, mas também facilita as operações de vacinação e traz resultados econômicos expressivos para a empresa”, acrescenta Lemos. Esses esforços têm sido cruciais para garantir uma cadeia produtiva robusta e sustentável, refletindo diretamente na qualidade dos ovos.
Com esse foco, os avanços tecnológicos também têm preparado a Granja Antunes para expandir sua atuação e consolidar sua presença no mercado interno. Atualmente, grande parte da produção é destinada aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas a empresa planeja continuar investindo em modernização para atender à crescente demanda. Um exemplo dessa visão de futuro são os projetos voltados para a implantação de novas granjas, projetadas para serem ainda mais modernas e sustentáveis. “Essas unidades serão equipadas com tecnologia de ponta, desde sistemas automatizados de monitoramento até práticas inovadoras de manejo, reforçando nosso compromisso com a eficiência produtiva e o bem-estar animal”, explica o porta-voz.
“Olhamos para o futuro com a convicção de que a modernização é essencial para o setor avícola. As novas granjas serão uma extensão dessa visão, unindo tecnologia, sustentabilidade e qualidade em todas as etapas de produção”, afirma Lemos. Ele prevê que as novas unidades não apenas aumentarão a capacidade produtiva da empresa, mas também servirão como modelo de inovação e responsabilidade no setor.
Com a combinação de tradição e modernidade, a Granja Antunes reforça seu compromisso de continuar evoluindo e se destacando no mercado de ovos no Brasil. Os investimentos em tecnologia e as novas granjas refletem a determinação da empresa em se adaptar às transformações do setor e atender às demandas do mercado de forma responsável, garantindo produtos de alta qualidade para milhares de mesas.
Empresas Criando o sucesso juntos
Aviagen América Latina compartilha conhecimento técnico no OVUM 2024
A Aviagen se reuniu com seus clientes para discutir como a linhagem Ross® 308 AP pode ajudar a atender à crescente demanda da região por proteína nutritiva e sustentável
As equipes de vendas e atendimento ao cliente da Aviagen® América Latina, provenientes da Argentina, Brasil, América Central, México e Caribe (CAME), Colômbia, Peru e outros países da América do Sul, se reuniram no 23º Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM) para compartilhar conhecimentos e fortalecer conexões. O evento, realizado bienalmente, ocorreu em Punta del Este, Uruguai, entre os dias 12 e 15 de novembro.
Com o compromisso “Criando o sucesso juntos”, a Aviagen se reuniu com seus clientes para discutir como a linhagem Ross® 308 AP pode ajudar a atender à crescente demanda da região por proteína nutritiva e sustentável. Especialistas da empresa compartilharam insights sobre áreas vitais da produção avícola, visando capacitar os produtores latino-americanos.
Disponibilidade de grãos em um ambiente em transformação
O consultor Paul Aho apresentou uma visão sobre a disponibilidade global de grãos, destacando as condições favoráveis previstas para os próximos 6 a 12 meses, enfatizando que mudanças no mercado podem ocorrer devido a fatores como tarifas, mudanças climáticas e questões geopolíticas.
Manejo inicial de frangos de corte
O gerente de Serviços Técnicos da Aviagen para a América do Sul excluindo o Brasil (SAEB), Santiago Lovera, enfatizou a importância do manejo eficaz na primeira semana de vida dos frangos de corte para o crescimento a longo prazo e o desempenho geral do plantel. “Dar o melhor começo aos pintinhos otimiza o crescimento, a conversão alimentar e a qualidade da carne”, afirmou.
Impacto da melhoria da sustentabilidade genética
O vice-presidente global de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Aviagen, Santiago Avendaño, natural do Uruguai, discutiu como os avanços genéticos estão tornando a produção avícola mais sustentável, com destaque para a redução de custos com ração e as emissões de carbono. Ele ressaltou que as melhorias na eficiência de conversão alimentar estão diminuindo a pegada de carbono da indústria, tanto regional quanto globalmente. Avendaño também abordou o impacto das diferentes fontes de soja na pegada de carbono e discutiu as tendências emergentes de bem-estar animal na Europa, que exigem um portfólio expandido de genótipos para atender às necessidades dos clientes. Além disso, apresentou o impacto ambiental das diversas fontes alimentares de origem animal e vegetal, no que diz respeito às exigências diárias de aminoácidos essenciais, destacando a posição vantajosa da carne de frango.
“O OVUM 2024 nos ofereceu uma valiosa oportunidade de nos conectarmos com a comunidade avícola latino-americana por meio de nossas diversas subsidiárias e equipes”, afirmou o presidente da Aviagen América Latina, Ivan Pupo Lauandos. “Na Aviagen, estamos comprometidos em compartilhar os mais recentes conhecimentos e inovações para ajudar nossa indústria a avançar no bem-estar das aves, em desempenho e sustentabilidade. Com operações locais na Argentina, Brasil, Colômbia e Peru, e uma equipe dedicada de vendas e serviços, estamos posicionados de maneira única para nos manter próximos aos nossos clientes como nenhuma outra empresa de melhoramento genético. Nosso envolvimento de longa data com o Congresso Latino-Americano de Avicultura reflete esse compromisso, e esperamos continuar essa jornada na próxima edição do OVUM, em 2026, na Guatemala”.