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Pecuária brasileira perde R$ 32 bilhões por ano devido à baixa produtividade, estima Plataforma BovExo
A BovExo é uma ferramenta tecnológica de suporte à tomada de decisões dos pecuaristas
A pecuária brasileira poderia ganhar R$ 32 bilhões a mais por ano se a produtividade fosse semelhante à dos Estados Unidos, país que detém 40% do nosso rebanho e, mesmo assim, produz quase 22% a mais de carne bovina por ano, tem produção de bezerros 65% superior e desfrute 80% maior.
“Outros indicadores saltam aos olhos: nos EUA, a idade média de abate é de 21 meses contra 48 meses no Brasil e as carcaças pesam em média 358 kg contra 244 kg aqui. Como aceitar uma realidade dessas? A diferença é que lá a pecuária é uma atividade profissional como qualquer outra e as decisões são técnicas, nunca emocionais; as informações são cruas, sem interferência humana, obtidas e processadas em tempo real. É a pecuária de precisão levada muito a sério”, explicam Paulo Dancieri Filho, Carlos Gomes e Renato Leão Cavalcanti, idealizadores da plataforma BovExo, apresentada ao mercado pela primeira vez na Agrishow 2018.
A BovExo é uma ferramenta tecnológica de suporte à tomada de decisões dos pecuaristas. Com parâmetros corretos e não emocionais e processos metódicos, a plataforma fornece – muitas vezes em tempo real – as informações necessárias para o produtor tomar as melhores decisões de curto, médio ou longo prazo, proporcionando a melhoria dos resultados da atividade.
“Sim, é possível tornar a pecuária brasileira tão ou mais produtiva que a pecuária norte-americana ou qualquer outra modalidade econômica, seja a soja, o CDB, o dólar ou as ações. Tudo começa pela atenção especial a um ponto essencial de qualquer empresa, mas que nem sempre tem merecido a consideração necessária: a gestão”, destaca Carlos Gomes, especialista em tecnologia aplicada ao agronegócio (sócio-fundador da iLab Sistemas, que revolucionou a indústria sucroalcooleira com suporte à decisão estratégica e operacional).
“A pecuáriapode ser muito rentável, porém é mal gerenciada”, concorda o pecuarista Renato Leão Cavalcanti. “A rentabilidade da atividade pode ser multiplicada por até seis vezes caso os produtores sigam processos com rigor, atenção e comprometimento”, ressalta.
A primeira e talvez mais importante decisão dos pecuaristas rumo ao aumento da rentabilidade é a mensuração dos dados, como peso ao nascer, à desmama e ao sobreano, ganho de peso diário, rendimento de carcaça, idade do abate.
Também é essencial considerar uma série de variáveis para a tomada de decisões, como:
. É mais rentável vender o gado mais tarde e mais pesado ou mais cedo e mais leve?
. Rende mais o gado terminado em semi confinamento, confinamento ou terminado a pasto?
. Qual a lotação por UA que proporciona mais lucro?
. Qual o cenário de mercado para os insumos a curto e médio prazo?
. O que os frigoríficos mais bonificam: animais jovens com teor mediano de gordura ou animais mais erados com mais gordura na carcaça?
. Que raça ou cruzamento me oferece mais condições de ganho?
Paulo Cesar Dancieri Filho, também CEO da Coimma Balanças, cita outro dado que depõe contra a busca por produtividade e rentabilidade na pecuária brasileira. “Somente 10% dos pecuaristas têm balança em suas fazendas. Como medir a rentabilidade do negócio se não se sabe nem o peso dos seus animais nas diferentes idades, inclusive na hora do abate. Isso é elementar”, diz. “Tudo passa pela boa gestão da atividade e a mensuração é um dos principais pilares”.
“O pacote genético pode ser bom, o manejo sanitário pode cumprir os seus objetivos, a equipe pode fazer o seu trabalho com profissionalismo, porém se todas essas informações não forem gerenciadas com rigor e de maneira sistemática não se sabe o atual nível de rentabilidade. Aliás, não se sabe se há rentabilidade”, complementa Carlos Gomes.
Devido à sua importância, a mensuração dos dados é o primeiro projeto da plafatorma BovExo em prol do aumento da rentabilidade da pecuária brasileira. Ele é apresentado com exclusividade na Agrishow 2018.
Pecuarista, Renato Cavalcanti foi convidado por Paulo Cesar Dancieri Filho e Carlos Gomes a fazer um projeto piloto em sua propriedade com a plataforma BovExo e a balança digital BalPass, da Coimma, que colhe e disponibiliza uma série de medições do rebanho na nuvem, em tempo real.
Renato gostou tanto do resultado que resolveu se tornar um dos idealizadores e investidor da BovExo. “A pecuária brasileira é fantástica. São mais de 220 milhões de cabeças, dezenas de opções genéticas viáveis e uma tremenda importância como fornecedor de proteína animal de qualidade para atender à crescente demanda global. Porém, tem imagem ultrapassada e vive em uma eterna gangorra de lucro/prejuízo devido à normal oscilação do preço da arroba do boi gordo. Toda atividade econômica tem altos e baixos, porém a pecuária sofre muito sempre que ocorre um período de preços baixos. Quero contribuir para mudar essa situação trabalhando na base, fornecendo a tecnologia necessária para os pecuaristas tomarem as decisões corretas”, diz Renato Cavalcanti.
Carlos Gomes ressalta que, para o sucesso da profissionalização da pecuária é preciso usar todo o arsenal tecnológico disponível, incluindo a Internet das Coisas. Para isso, ele diz, “as decisões precisam ser tomadas com os olhos no futuro e não mais de acordo com o histórico passado. As situações de mercado e desempenho do passado são importantes referências, porém a rentabilidade virá se a tomada de decisões considerar os cenários que estão adiante”, diz.
Parceria com BalPass é o primeiro projeto da plataforma BovExo
A plataforma BovExo faz sua primeira parceria com o BalPass, um novo conceito em pesagens da Coimma Balanças. Com o sistema de pesagem dinâmica, o rebanho é pesado automaticamente e o sistema envia os pesos e informações dos animais para a nuvem, permitindo que o dono tenha acesso em qualquer lugar (pelo app do celular ou web) em tempo real, possibilitando a tomada de decisões sem que animal passe pelo estresse de ser levado até o curral.
“Há uma indiscutível sinergia entre a proposta da BovExo e o conceito BalPass”, explica Paulo Cesar Dancieri Filho, destacando que BovExo está aberta a parcerias com outros sistemas de pesagens disponíveis no mercado brasileiro. Aliás, o seu próximo passo estratégico é a agregação de novos parceiros de tecnologias de sensoreamento e medição, a começar por outros fabricantes de balanças, sistemas de identificação animal, rastreamento de comportamento etc.
Fonte: Ass. de Imprensa

Empresas Discussões sanitárias
American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina
A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.
O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.
Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.
A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.
Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.
Empresas
Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura
Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.
Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.
“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.
A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.
“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.
“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.
Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.
Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.
Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
