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Patense: Reciclagem animal tem nome e liderança

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*Por Daniel Azevedo
 
A liderança do empresário Clênio Antônio Gonçalves na Indústria de Rações Patense levou a história da reciclagem animal no Brasil a um patamar de respeito e admiração nacional e internacional. Do pequeno negócio familiar, fundado em 1970, a Patense é hoje a mais importante empresa do segmento no Brasil, tanto economicamente como em inovação e empreendedorismo.
 
Em 2012 o faturamento foi próximo dos R$ 200 milhões, enquanto premiações e certificações concedidas pelo setor privado e o governo acumulam-se com o passar dos anos. Entre elas, estão o Destaque Nacional do Enaex; o Certificado de Empresa Exportadora do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento); o título de Empresário do Ano da Fiemg, o Mérito Empresarial da Prefeitura de Patos de Minas, duas vezes entre “as 500 maiores do agronegócio” pela Ed. Globo, entre outros.
 
O empreendedorismo, a perseverança e a abertura a inovações do empresário levaram a Patense a tais resultados e reconhecimentos e, ao mesmo tempo, geraram centenas de empregos, riqueza onde atua e para o Brasil e, especialmente, preservação do meio ambiente. Como diz o slogan da Patense, “a visão sustentável faz parte do DNA da empresa”.  
 
A evolução da Patense potencializou-se a partir de 1998 quando a desossa das carcaças de animais passou a ser obrigatória para frigoríficos em todo o país. Assim, o que parecia uma ameaça tornou-se uma oportunidade de negócio, já que os processadores teriam também os ossos além dos resíduos não alimentícios.   
 
O empreendedor Clênio identificou que o caminho para viabilizar sua atividade seria mostrar aos donos de frigoríficos que o “foco” deles era a comercialização da carne e não na graxaria. Por seu lado, a Patense investiria em tecnologia e eficiência para, justamente, tornar outros subprodutos lucrativos. Esta “sacada” tornou diversos frigoríficos parceiros e, rapidamente, alcançou grande sucesso.
 
A reciclagem animal é uma atividade que ganha cada vez mais destaque na agroindústria, pois, além de importante atividade econômica, tem grande valor ambiental. Tal aspecto da reciclagem animal pode agregar valor aos produtos e, ainda, melhora a imagem da agropecuária na sociedade por preservar o meio ambiente.  
 
O empresário, assim, mantém a sua visão estratégica de marketing e, por meio de investimentos em comunicação, valoriza sua marca e o próprio conceito de reciclagem animal. A Patense é, hoje, sem dúvida a marca mais importante do segmento enquanto a criação da Abra (Associação Brasileira de Reciclagem Animal), em 2006, representa a reciclagem animal brasileira no Brasil e no exterior.
Clênio é presidente e liderança incontestável na Abra que ajudou a fundar pela necessidade de organização e representação coletiva da reciclagem animal. Por meio da Associação, realizou o primeiro diagnóstico completo do setor, onde ficou demonstrada sua importância econômica (um PIB de R$ 7 bilhões em 2010) e ambiental no Brasil. O próximo projeto da Abra é a criação do selo “Identidade do Setor de Reciclagem Animal”, que trará benefícios múltiplos a todos os envolvidos. “Os avanços conquistados tanto na Patense como na Abra foram possíveis por meio da formação de equipes altamente capacitadas e multidisciplinares pois, o crescimento pessoal, profissional e empresarial podem ser obtidos apenas pelo trabalho participativo e em equipe”, diz.
 
Evolução em números
A evolução da Patense está demonstrado em números. A história da empresa, até agora, pode ser dividida em quatro fases distintas. Até 2002, existia apenas a unidade de Patos de Minas que processava cerca de 3 mil toneladas de subproduto por mês, basicamente de origem bovina, com faturamento girando em torno de R$7 milhões por ano.
 
De 2003 a 2006, com o início de operação da unidade de Itaúna, o processamento passou para cerca de 8 mil toneladas por mês e o faturamento chegou ao patamar de R$20 a R$ 25milhões por ano. De 2007 a 2010, com novos investimentos nas unidades de Patos de Minas e de Itaúna, a produtividade chegou a 15 mil toneladas mensais e o faturamento pulou de R$ 37 milhões em 2007 para R$ 83 milhões por ano em 2010.
 
Em 2011 e 2012, um novo salto significativo elevou o processamento para 20 mil a 25 mil toneladas mensais e o faturamento à faixa de R$ 115 e R$ 163 milhões por ano. “Neste último ano, houve um crescimento da ordem de 42% no faturamento, o que é bastante significativo se comparado aos níveis de crescimento conseguidos por outros segmentos no país”, constata.
 
Tal crescimento ocorreu como resultado de investimentos da ordem de R$ 60 milhões entre 2008 e 2012 e, também, por conta da diversificação das linhas de produção que incluíram a reciclagem de subprodutos de outros animais como suínos e aves além do expressivo crescimento da linha bovina. A expectativa para 2013 é de investimentos da ordem de R$10 milhões e ampliação do faturamento até a casa dos R$ 300 milhões.
 
Comércio exterior
 
O diretor-presidente da Patense sempre entendeu que o futuro de sua empresa estava no mercado internacional. E assim, no momento certo, após a estruturação da empresa, contratou profissionais com larga experiência e criou o Departamento de Exportação para estabelecer e executar os processos de comércio exterior da empresa.
 
Pouco tempo depois, a Patense obteve o Certificado de Empresa Exportadora do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para suas duas unidades industriais e, hoje, 30% de sua receita bruta vem do comércio exterior.
 
Assim, ajuda a economia da região, de Minas Gerais e do Brasil ao contribuir para superávits comerciais e ser a única empresa mineira a realizar exportação direta de farinhas. “Para o ano de 2013 a nossa expectativa é manter as exportações no mesmo patamar percentual, mesmo com o crescimento previsto da produção”, prevê.
 
Meio ambiente e inovação
 
A Patense sempre buscou conhecer novidades e, assim, introduziu modalidades de negócio inéditas no Brasil, chegando à frente dos concorrentes. A cultura de inovação gerou alguns bons exemplos como a fertirrigação, a caldeira de biomassa e reciclagem de subprodutos de animais de granja.
 
A empresa inovou ao transformar os 150 milhões litros de águas residuais geradas pela empresa em irrigação e adubo, o que eliminou por completo o despejo destas águas em rios ou córregos. A fertirrigação, como é conhecida, é um “case” clássico de sucesso da Patense.
 
O sistema injeta, ao mesmo tempo, adubo orgânico ou químico via água no solo e isso torna a irrigação mais econômica e a aplicação do adubo mais uniforme além de economizar mão-de-obra, reduzir a compactação do solo e os danos causados por máquinas e possibilitar o parcelamento da aplicação em quantidade ou época.
 
A aplicação do processo implica em investimentos em ativos ambientais para alcançar a sustentabilidade de todos os elos da cadeia produtiva. O balanço ambiental inclui ativos ambientais como: cobertura do solo, proteção das fontes de água, cultivo mínimo e plantio direto, fertilização adequada, reposição de matas ou pastagens em áreas impróprias para culturas anuais, corte planejado de árvores e reciclagem adequada de resíduos.
 
“A fertirrigação tem vários objetivos que vão desde um aproveitamento racional de todos os recursos disponíveis; mais estabilidade dos sistemas de produção; uso de novos componentes tecnológicos; integração dos sistemas produtivos para práticas sustentáveis social, ambiental e economicamente; estabelecer o princípio de que o resíduo de um sistema pode constituir-se em insumo para outro”, detalha.
 
Já a Caldeira de Biomassa é um equipamento que interage com a natureza sem poluir. O sistema de queima de combustíveis e os filtros permitem que a emissão de gases e particulados esteja dentro de padrões exigidos pelos órgãos reguladores. Além disso, o combustível usado (cavaco, briquetes, cascas de arroz, moinha de carvão vegetal, etc) garante a produção de energia renovável, limpa e sustentável sem o uso de combustíveis fósseis que causam o efeito estufa.
 
Quanto à reciclagem de animais de granja, a Patense iniciou junto ao MAPA, por meio da ABRA, um processo de aprovação do aproveitamento destes subprodutos em graxarias. Atualmente eles são destinados apenas para compostagem, ou seja, utilizados como adubo. Desta forma, o que na Europa e outros países é adubo, no Brasil será ração animal, barateando a produção.
 
Cultura empresarial 
 
A Patense constrói expressivos resultados econômicos, sociais e ambientais graças a implantação de uma cultura empresarial igualmente exitosa, que reflete o exemplo de empreendedorismo, de espírito de inovação e de valorização do trabalho em equipe do proprietário.   
A empresa adotou, por exemplo, a política de captar colaboradores de outros setores, sem vícios e com experiências variadas, e construiu, assim, uma forma inovadora de atuar que está sempre um passo a frente de concorrentes.
Do mesmo modo, adquiriu equipamentos de laboratório para estabelecer a mensuração da eficiência da sua produção bem como da geração de energia e vapor. Além disso, informatizou seus processos por meio de um software desenvolvido especificamente para administrar as várias etapas da produção de maneira rápida, eficiente e móvel com o uso de “palm tops” no lugar dos anteriores 30 mil boletos por mês. Este controle permite a supervisão logística da frota de cerca de 180 veículos.
 
Valores 
 
Os valores de uma empresa são, em última análise, a extensão dos valores pessoais e familiares de seus líderes. No caso da Patense, o exemplo do empresário Clênio mostra que é preciso “manter os valores acima de qualquer lucro” pois “a clareza nos negócios leva segurança aos clientes”.
 
Este comportamento e conduta refletem-se no tratamento dispensado pelo empresário ao grande círculo de amigos de longa data ou os mais recentes bem como no envolvimento da própria família (mãe, esposa, filho e irmãos) nas atividades da empresa. “Não basta ser honesto, tem que mostrar que é, pois esta postura traz segurança para colaboradores e a sociedade”, finaliza.
Fonte: Ass. Imprensa Safeway/ Daniel Azevedo
Foto: Agência Is Branding

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Tarifaço dos EUA continua a afetar 22% das exportações brasileiras

Apesar da retirada de 238 produtos da lista de sobretaxas, produtos agrícolas e industriais ainda enfrentam barreiras, mantendo parte das vendas brasileiras aos EUA sob tarifas adicionais.

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O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (21) que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos permanecem sujeitas às sobretaxas impostas pelo governo norte-americano. A declaração foi dada no Palácio do Planalto, um dia após a Casa Branca retirar 238 produtos da lista do chamado tarifaço.

Foto: Divulgação

Segundo Alckmin, a nova decisão representa o maior avanço até agora nas negociações bilaterais. Ele destacou que, no início da imposição das tarifas, 36% das vendas brasileiras ao mercado norte-americano estavam submetidas a alíquotas adicionais. “Gradualmente, tivemos decisões que ampliaram as isenções. Com a retirada dos 238 produtos, reduzimos para 22% a fatia da exportação sujeita ao tarifaço”, ponderou.

A medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, revoga a tarifa extra de 40% para uma lista de itens majoritariamente agrícolas, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro e permitirá o reembolso de produtos já exportados.

Impacto nas exportações
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam que, tomando como base os US$ 40,4 bilhões exportados pelo Brasil aos EUA em 2024:

  • US$ 8,9 bilhões seguem sujeitos à tarifa adicional de 40% (ou 10% mais 40%, dependendo do produto);
  • US$ 6,2 bilhões continuam enfrentando a tarifa extra de 10%;
  • US$ 14,3 bilhões estão livres de sobretaxas;
  • US$ 10,9 bilhões permanecem sob as tarifas horizontais da Seção 232, aplicadas a setores como siderurgia e alumínio.

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De acordo com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, a parcela das exportações brasileiras totalmente livre de tarifas adicionais aumentou 42% desde o início da crise.

Ela ponderou, no entanto, que o setor industrial continua sendo o mais afetado e exige maior atenção por parte do governo. “Para a indústria, a busca de mercados alternativos é mais complexa do que para commodities”, afirmou.

Aeronaves da Embraer, por exemplo, seguem sujeitas à tarifa de 10%.

Negociações seguem
Alckmin afirmou que a decisão dos EUA foi influenciada pelo diálogo recente entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro na Malásia, em outubro. O governo brasileiro enviou aos EUA, em 4 de novembro, uma proposta de acordo comercial, cujo teor não foi detalhado.

O presidente em exercício reiterou que o país busca avançar nas tratativas para retirar novos produtos da lista de itens tarifados. Ele mencionou que temas tarifários e não tarifários seguem na pauta de discussão, incluindo áreas como terras raras, big techs, energia renovável e o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata).

Alckmin também confirmou que Lula apresentou a Trump, além do pedido de redução tarifária, questionamentos sobre a aplicação da Lei

Foto: Shutterstock

Magnitsky, que resultou em sanções contra autoridades brasileiras.

Segundo o presidente em exercício, ainda não há reunião prevista entre os presidentes, embora Lula tenha convidado o mandatário norte-americano para visitar o Brasil.

Setores mais sensíveis
Apesar do alívio para diversos itens agrícolas, o governo avalia que os produtos industriais permanecem como o principal foco de preocupação. Parte desses segmentos, especialmente bens de maior valor agregado ou fabricados sob encomenda, têm mais dificuldade para redirecionar exportações para outros mercados.

Alckmin afirmou que seguirá empenhado em buscar novas exceções. “Continuamos otimistas. O trabalho não terminou, mas avança com menos barreiras”, declarou.

Fonte: Agência Brasil
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COP30 evidencia protagonismo do cooperativismo nas soluções para clima e energia

Painéis na Green Zone e Agri Zone mostraram como cooperativas já entregam resultados em redução de emissões, bioenergia, logística sustentável e soberania alimentar, reforçando o modelo como peça-chave da transição climática justa no país.

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Foto: Divulgação/OCB

A participação do cooperativismo brasileiro na COP30, na última quarta-feira (19), evidenciou a força do modelo e sua capacidade de integrar inovação, inclusão e sustentabilidade para responder aos maiores desafios climáticos, alimentares e energéticos do país. Painéis na Green Zone e na Agri Zone reuniram dirigentes de cooperativas, pesquisadores, técnicos e produtores para apresentar experiências concretas que mostram como a ação coletiva já transforma territórios.

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Em todos os debates, a mensagem central foi unânime: o cooperativismo não espera, entrega resultados mensuráveis na redução de emissões, no uso eficiente de recursos naturais e na geração de renda e oportunidades, posicionando-se como peça-chave para uma transição climática justa, inclusiva e territorializada.

Energia limpa, economia circular e logística sustentável  

No Pavilhão do Coop, o painel Transição Energética Justa: Cooperar para Transformar, mediado por João Penna, coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, reuniu três experiências que demonstram como o cooperativismo tem sido decisivo para acelerar a transição energética no Brasil e mitigar passivos ambientais de forma eficiente.

Alexandre Gatti Lages, superintendente do Sistema Ocemg, chamou atenção para o avanço das energias renováveis dentro do movimento. Ele lembrou que, segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, cerca de 20% das cooperativas brasileiras já produzem sua própria energia e Minas Gerais possui potencial ainda maior. Por isso, a Ocemg criou, em 2020, o Projeto Minascoop Energia, estruturado nos pilares ESG. “O Minascoop nasceu com esse propósito de fazer um trabalho diferente, doando energia para entidades que precisam”, afirmou.

A iniciativa reduz custos energéticos (Econômico), promove geração fotovoltaica limpa (Ambiental) e estimula a doação de parte da

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energia produzida a instituições filantrópicas (Social). “Hoje, já são 52 cooperativas participantes, com 138 usinas instaladas em 88 municípios, que juntas produzem 14 MW”, complementou.

Juliano Millnitz, diretor-executivo da Primato, cooperativa paranaense que atende mais de 11 mil cooperados e é a maior produtora de suínos do Brasil, apresentou o case Suíno Verde: Energia Limpa do Campo ao Transporte. O programa vem sendo observado por pesquisadores e autoridades por transformarum enorme passivo ambiental em combustível limpo.

A cooperativa produz, diariamente, 9,5 milhões de litros de dejetos suínos e implantou um sistema que centraliza 630 mil litros/dia para produzir biometano. No processo, o material sólido é convertido em fertilizante, enquanto o líquido gera biogás e biometano. A planta é autossuficiente em energia e o foco agora é a mobilidade sustentável. “Hoje já operamos seis caminhões totalmente movidos a biometano e a meta é que toda a cadeia de suínos seja transportada com combustível limpo, o que representará uma economia de 447 toneladas de óleo diesel por ano, equivalente a R$ 920 mil anuais”, explicou Nunes.

O terceiro case foi apresentado por Evaldo Matos, diretor da Coopmetro, que abordou um dos maiores desafios brasileiros: a dependência da matriz rodoviária, responsável por 70% do transporte nacional. A cooperativa lidera o Programa de Renovação de Frota (Pave), que democratiza o acesso de pequenos transportadores a caminhões novos, conectando cooperados, cooperativas de crédito e fabricantes.

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Os impactos ambientais são expressivos: 14% menos CO₂, 75% menos óxidos de nitrogênio e 12% mais autonomia. No campo social, o programa alcança 13,5 mil beneficiados, fortalece renda e promove inclusão, com aumento de 15% na presença feminina. “O Pave é uma contribuição concreta para uma logística mais verde, mais saudável”, afirmou Matos, destacando ainda que a operação registra zero inadimplência com os bancos parceiros.

A representante do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Melissa Pesconi, elogiou a abordagem das cooperativas, reforçando que seus resultados são exemplos para grandes empresas. Ela apresentou as coalizões setoriais de descarbonização lideradas pelo CEBDS: iniciativas multissetoriais que reúnem setor privado, governos e sociedade civil para desenvolver e implementar planos de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em diversos setores da economia.

Melissa destacou que “a visão técnica dos dados precisa dialogar com a prática transformadora, e as cooperativas já mostram que a transição energética deve ser guiada também por critérios sociais, econômicos e políticos”.

Amazônia reforça protagonismo comunitário 

Também na Green Zone, o painel Identidade e Inclusão para a Soberania Alimentar na Agricultura Amazônica, mediado por Beatriz

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Barros Braga, secretária de Desenvolvimento Rural do Amapá, trouxe uma discussão profunda sobre como diferentes Amazônias, com culturas, ecossistemas e modos de produzir próprios, constroem caminhos para garantir segurança alimentar em meio às desigualdades estruturais.

Com mais de duas décadas de atuação, a Cooperacre levou ao painel a visão dos extrativistas. O assessor Alberto “Dande” de Oliveira Tavares descreveu a trajetória de verticalização da cooperativa, que investe em agroindústrias de castanha, borracha, frutas e óleos. “A Amazônia não é vista apenas como fornecedora de matérias-primas. A Cooperacre investiu na verticalização, garantindo renda, autonomia e permanência das famílias”, disse.

Ele reforçou a importância do reconhecimento do serviço ambiental prestado pelos extrativistas: “Essas famílias entregam muito além de alimentos. Entregam equilíbrio climático, água de qualidade, biodiversidade. O pagamento por serviços ambientais precisa chegar até elas”, complementou

Já o agricultor e gerente comercial da Camta, Emerson Tsunoda, relatou o processo de reinvenção da cooperativa, que deixou a dependência da monocultura da pimenta e adotou sistemas agroflorestais integrados (cacau, açaí, pimenta e outras culturas). A mudança ampliou mercados, diversificou renda e elevou a resiliência produtiva. Ele celebrou também que bancos passaram a financiar apenas produtores estruturados em SAFs. “Quem consome nossos produtos consome também uma história de união e reinvenção”, resumiu.

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Bioenergia e desenvolvimento regional  

Na Agri Zone, o painel Desenvolvimento Regional e Transição Energética, promovido pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), reuniu especialistas do setor de bioenergia para discutir como a interiorização da indústria e a diversificação das matérias-primas podem impulsionar cidades e regiões inteiras.

O cooperativismo foi representado pela analista de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro. Ela apresentou dados atualizados do setor e reforçou que o movimento já é parte essencial da transição energética nacional. “Hoje, mais de 910 cooperativas já geram sua própria energia, seja para consumo interno ou para abastecer processos produtivos. Somando tudo, temos mais de 4,9 mil empreendimentos de geração distribuída espalhados pelo Brasil. É energia limpa, descentralizada e que chega na ponta, no pequeno e no médio produtor”, descreveu.

Fonte: Assessoria OCB
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Novas obras devem tornar mais dinâmicas as visitas ao Show Rural

Coopavel investe em ampliações, novas obras e melhorias operacionais para receber 600 empresas e até 22 mil veículos na edição de 2026, reforçando o evento como vitrine global de inovação no agronegócio.

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Foto: Divulgação/Coopavel

Poucas vezes em 38 anos de Show Rural, a Coopavel e parceiros investiram tanto em novas obras e em melhorias simultâneas no parque que abriga um dos três maiores eventos técnicos do agronegócio mundial. São inúmeros projetos em execução ao mesmo tempo, tudo para melhorar ainda mais a dinâmica e o aproveitamento das visitas de quem se desloca a Cascavel, no Oeste do Paraná, para ter acesso às inovações desenvolvidas pelas empresas do setor para que o agricultor produza mais, com menos custos e observando a lógica da sustentabilidade.

Foto: Divulgação/Coopavel

Foto: Divulgação/Coopavel

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“O que estamos fazendo, mas em uma escala maior que em outros anos, busca atender às expectativas de um produtor rural cada vez mais exigente e conectado a mudanças que, ao longo dos anos, transformaram a realidade agropecuária brasileira e mundial. O Show Rural é um evento de vanguarda, focado na inovação e na superação e os resultados do que estamos fazendo poderão ser vistos de 9 a 13 de fevereiro de 2026, durante a 38ª edição do evento”, menciona Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, cooperativa que organiza a mostra de tecnologia.

Obras

Estão em ampliação os espaços físicos da administração do parque e do Espaço Impulso (parceria com o Itaipu Parquetec), hub do agro inaugurado há quase quatro anos e que se tornou um ambiente multiplicador de novos conhecimentos para as mais diferentes atividades rurais. Esses prédios terão as suas áreas dobradas, o mesmo acontecendo com o galpão destinado à agricultura familiar.

Foto: Divulgação/Coopavel

A Itaipu investe cerca de R$ 1,7 milhão em uma nova estrutura, anexa à antiga, que vai permitir, a partir do ano que vem, mais que dobrar o número de agroindústrias familiares presentes no Show Rural. As duas primeiras estão com mais de 60% do cronograma de obras pronto, e o novo pavilhão está praticamente concluído.

A área pavimentada com asfalto foi ampliada em 2,5 quilômetros e, nesse trecho, a largura da via é de cinco metros. Em vias anteriormente pavimentadas, a largura está em ampliação de três para cinco metros. Novos trechos de ruas vão receber cobertura. Onze dos 15 quilômetros de vias que conectam todo o parque estarão protegidos da chuva e do sol na edição de fevereiro. Os 28 conjuntos de banheiros, masculinos e femininos, foram todos reformados, trabalho que envolveu da troca de portas até do piso.

A área do antigo estacionamento de expositores foi toda gramada e, considerando trechos próximos, permitirá aumentar em 15 mil metros quadrados o espaço destinado a expositores. “Teremos 600 empresas, como em edições anteriores, mas algumas que pediam agora terão espaços maiores para apresentar as suas novidades aos visitantes”, conforme o coordenador geral Rogério Rizzardi.

22 mil veículos

O empresário Assis Gurgacz cedeu uma área vizinha ao parque para a ampliação do novo estacionamento. Para a 38ª edição, a capacidade

Foto: Divulgação/Coopavel

de recepção vai subir de 17 mil para 22 mil veículos. Em fevereiro passado, o estacionamento tinha capacidade para 400 ônibus, e em 2026 poderão ser recebidos e devidamente abrigados 700.

Uma nova passarela vai ligar o estacionamento ao novo portão principal do parque. A maior parte do trecho é elevada, passando sobre o antigo estacionamento. Além disso, outras duas lanchonetes serão implantadas no parque, bem como ampliado o número de estações no restaurante para que mais pessoas possam se servir simultaneamente. No Show Rural Coopavel, o acesso ao parque e o uso de vagas de estacionamento são gratuitos.

Fonte: Assessoria Coopavel
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