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Participantes de 14 estados brasileiros acompanham o Seminário Nacional de Milho Safrinha

Evento debateu a cultura considerada fundamental para a viabilização da produção da soja

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“O milho movimenta o mundo, nos alimenta, é relevante para o agro. É combustível, serve para a nutrição animal, é matéria-prima de produtos humanos”. Com essas e outras palavras a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) recebeu o público do XIV Seminário Nacional de Milho Safrinha (SNMS), que aconteceu em Cuiabá (MT) nesta semana (21 a 23) e reuniu mais de 500 participantes de 14 estados brasileiros. O evento acontece a cada dois anos, tem a promoção da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS) e nesta edição teve co-realização da Aprosoja-MT e apoio científico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com o tema Construindo Sistemas de Produção Sustentáveis e Rentáveis, o Seminário destacou a relevância da inserção do milho safrinha, nos mais variados sistemas de produção, onde teve contribuição fundamental e está sendo um dos fatores responsáveis por viabilizar, agronomicamente, o cultivo da soja em boa parte do Cerrado brasileiro.

Novos conhecimentos científicos e tecnológicos, apresentações e debates de renomados palestrantes, moderadores e entendedores em ecofisiologia, manejo da fertilidade do solo, adubação e manejo fitossanitário do milho safrinha no Brasil fizeram parte da programação, distribuída em quatro painéis e 13 palestras, além de uma conferência sobre etanol de milho no primeiro dia. Sessão de pôsteres com mais de 100 trabalhos científicos e espaço de expositores com empresas que atuam na cultura enriqueceram, ainda, as discussões e o relacionamento entre os representantes da cadeia do milho safrinha no Brasil.

Francisco Soares Neto, diretor presidente da Fundação MT, também destacou a importância do milho safrinha para o sistema de produção e o que foi primordial para o cenário positivo que temos hoje. “Foram muitas mudanças para que isso acontecesse, o melhoramento genético da soja é uma delas, traz a cada ano variedades mais precoces, com tetos produtivos muito bons, o que faz com que o produtor consiga plantar mais cedo milho de alta produtividade e colher bem”. Soares enfatizou, ainda, o melhoramento genético do próprio milho, que tem evoluído com híbridos precoces e de boa adaptação para o cerrado brasileiro nas condições de pouca água. “A biotecnologia está sendo agregada ao milho a cada ano, claro que essa não é a única solução que faz crescer o valor desse cereal, mas sabemos que ajuda muito no aumento da produtividade e no desenvolvimento da cultura”, colocou.

Somente em Mato Grosso, estado onde mais se cultiva e produz essa modalidade no País, são 4,7 milhões de hectares de área cultivada, um incremento de 9,7% em relação à safra 2015/16, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Hoje, o Mato Grosso concentra quase metade da área plantada com soja semeada com o milho safrinha. Sorriso é o município com a maior área cultivada de milho safrinha, algo em torno dos 440 mil hectares. E o Médio Norte de Mato Grosso, uma das regiões agrícolas mais importantes do Brasil, é responsável por 43% da área e da oferta estadual da produção desse cereal.

“A escolha de Cuiabá como cidade sede do XIV Seminário Nacional de Milho Safrinha (SNMS) tem grande relevância”, pontua Claudinei Kappes, pesquisador da Fundação MT e presidente do evento, que na abertura agradeceu à ABMS, na presença do atual presidente, Décio Karam (Embrapa Milho e Sorgo), a confiança depositada ainda em 2015. “Foram dois anos de muita dedicação, comprometimento e trabalho para chegar a esse momento. Agradeço também à Aprosoja-MT, UFMT, colaboradores que não mediram esforços, palestrantes e moderadores que trouxeram suas experiências e dividiram o conhecimento com todos”, disse.

Uma das palestras do evento foi sobre Enfezamentos e viroses no milho, nesta quinta-feira (23), apresentada pela doutora em Fitopatologia, Elizabeth de Oliveira Sabato, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). Os enfezamentos são doenças que têm como inseto vetor a cigarrinha, a ocorrência tem sido registrada especialmente no noroeste de Minas Gerais, oeste da Bahia, sudoeste goiano e triângulo mineiro.  O problema pode reduzir em 70% a produção de grãos da planta doente, em relação à planta sadia, em cultivar suscetível às doenças. Sobre as medidas, a especialista é enfática. “Nenhuma medida isoladamente resolve o problema, os produtores devem primeiro conhecer a doença; não semear uma nova lavoura ou muito próximo de uma lavoura com a doença; semear mais de uma cultivar de milho; em determinadas regiões tentar sincronizar a época de semeadura para não deixar inóculos no campo; tratar as sementes com inseticidas registrados, pois assim que a planta emerge vem a cigarrinha. Por fim, são doenças que exigem a atuação do engenheiro agrônomo e não via WhatsApp”, descontraiu.

A próxima edição do Seminário Nacional de Milho Safrinha já tem local definido, será em Jataí, no estado de Goiás. Sobre esta edição, Décio Karam resumiu que as palestras foram de excelente qualidade, com pessoas preparadas e público participante na discussão. “Isso tudo eleva a realização do evento”. A ABMS também realiza o Congresso Nacional de Milho e Sorgo, o próximo será no ano que vem, da 10 a 14 de setembro, em Lavras (MG). 

Fonte: Assessoria

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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