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Paraná vai ganhar complexo educacional referência para o leite

Com articulação do Sistema Faep, Centro de Excelência em Leite ofertará cursos técnicos gratuitos e reconhecidos pelo MEC.

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Fotos: Divulgação/Sistema Faep

Referência na produção láctea, o Paraná está prestes a dar mais um passo para consolidar sua posição de expoente dessa cadeia produtiva. O Estado foi escolhido para sediar o Centro de Excelência em Leite, do Senar Nacional. Trata-se de um complexo educacional especializado na cadeia produtiva, que será construído em Castro, nos Campos Gerais – município reconhecido por lei federal como Capital Nacional do Leite. A futura instalação vai oferecer cursos de nível técnico-profissionalizante e especializações gratuitos e reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). O Centro de Excelência deve começar a funcionar em 2027.

Presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette: “É um marco para o Sistema Faep e para o setor de pecuária leiteira paranaense. Teremos um centro referência em âmbito nacional, voltado à educação formal” 

“É um marco para o Sistema Faep e para o setor de pecuária leiteira paranaense. Teremos um centro referência em âmbito nacional, voltado à educação formal. Vamos preparar os novos profissionais que vão atuar nessa cadeia produtiva tão importante para a economia do Paraná e do país”, diz o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

O passo mais recente para a consolidação da nova instituição ocorreu em 13 de maio, quando o Sistema Faep e a cooperativa Castrolanda celebraram um contrato de compra e venda do terreno onde o centro de excelência será construído: uma área de quatro hectares anexa ao Parque Tecnológico da Agroleite, uma das principais feiras agropecuárias do setor. A escolha do Paraná como sede da instituição de ensino, no entanto, é resultado de um processo que começou há mais de nove meses, em 29 de julho do ano passado.

Na ocasião, uma comitiva do Sistema Faep liderada por Meneguette promoveu uma missão em Brasília, onde visitou diversas instituições. Na Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os paranaenses obtiveram a informação sobre a expansão dos seus centros de excelência e que ainda não havia local definido para sediar a escola voltada à bovinocultura de leite. Naquele mesmo dia, o Sistema Faep começou seus esforços para que o Paraná fosse escolhido.

Além de seu protagonismo, o Paraná tinha um “embaixador” de renome. Entre os integrantes da missão do Sistema Faep estava o assessor técnico da entidade Ronei Volpi, uma das principais autoridades nacionais em bovinocultura de leite. Pecuarista há décadas, Volpi foi um dos fundadores do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR) e do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec-PR). Além disso, ele é presidente da Câmara Setorial de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA.

União

De volta, o Sistema Faep pôs mãos à obra, passando a se organizar para pleitear que o centro de excelência fosse instalado no Paraná. Dentre os municípios e regiões levados em consideração, acabou-se por escolher Castro em razão de sua relevância para a cadeia produtiva. A “capital do leite” tem um rebanho de mais de 53,4 mil vacas ordenhadas, com produção média anual de 8,4 mil litros por animal. Para efeitos de comparação, a média nacional é de 2,2 mil litros por vaca/ano. O desempenho em produtividade de Castro se aproxima de líderes da pecuária leiteira mundial, como Estados Unidos e Alemanha, e supera o de países como a França e Nova Zelândia.

Com o avanço da ideia, em 29 de outubro, o Sistema Faep promoveu uma reunião com representantes da Castrolanda, do Sindicato Rural de Castro, do Parque Tecnológico Agroleite e do Centro de Treinamento Pecuário (CTP). Também participaram membros da equipe de Doutor Reinaldo, então prefeito eleito de Castro. Todos aderiram à iniciativa. A prefeitura se comprometeu a viabilizar e pavimentar os acessos ao prédio que será construído, além de fazer as ligações de água e esgoto. O Sistema Faep , por sua vez, ficaria responsável por adquirir o terreno.

“Entre mais de 5,5 mil cidades do país, Castro vai ser a única a ter um centro de excelência como esse, voltado ao leite. Isso cria uma marca. Será um com plexo educacional que vai formar profissionais para atuar na cadeia produtiva e em que filhos de produtores terão preferência”, diz o prefeito Doutor Reinaldo. “É um marco importante dentro do nosso projeto de transformar Castro num polo de desenvolvimento”, acrescenta.

Por sua vez, o presidente da Castrolanda, Willem Berend Bouwman, assinalou o impacto positivo do projeto na educação e formação técnica de prof issionais, visando o desenvolvimento e sustentabilidade do setor. “A cadeia do leite demanda muita mão de obra e a capacitação faz toda a diferença quando pensamos em qualidade do leite, sanidade e bem-estar dos rebanhos”, aponta.

“Esperamos que as boas práticas aplicadas aqui inspirem profissionais de outras regiões a elevar os patamares de produtividade e qualidade do leite no Brasil”, aponta Willem Berend Bouwman, presidente da Castrolanda.

No papel de interlocução entre os apoiadores locais, o Sindicato Rural  de Castro teve papel determinante. Presidente da entidade, Eduardo Gomes Medeiros conta que a diretoria não hesitou em estabelecer contato com autoridades locais e representantes de cooperativas para sedimentar a adesão coletiva à iniciativa. Apesar de Castro ter sido escolhida como sede, Medeiros trata o projeto como uma conquista da região.

“Temos uma irmandade entre os sindicatos rurais da região. É uma vitória dos Campos Gerais, já que a pecuária leiteira é determinante para diversos municípios da região. É algo que vai ser útil para todos”, diz Medeiros, que também enfatizou a atuação do Sistema Faep na conquista. “Nos orgulha fazer parte de uma entidade ativa e comprometida como essa”, define.

Com essa união em torno do projeto, em 13 de novembro de 2024, Meneguette enviou um ofício ao diretor-geral do Senar Nacional, Daniel Klüppel Carrara, formalizando o interesse do Sistema Faep em sediar o Centro de Excelência em Leite. Seis dias depois, em 19 de novembro, a entidade nacional bateu o martelo de que o complexo seria instalado no Paraná.

Projeto

Com localização estratégica junto ao Parque Tecnológico da Agroleite, o complexo de ensino será composto por oito blocos (sete com estrutura padrão e um adaptável, conforme futuras definições do comitê técnico), que vão se estender por uma área construída total de 4,3 mil metros quadrados. O empreendimento receberá investimentos da ordem de R$ 32 milhões. O início das obras está previsto para agosto deste ano, com lançamento da pedra fundamental durante a Agroleite.

Entre a infraestrutura, um dos blocos terá seis salas de aula e uma sala de tecnologia da informação. Outro anexo sediará quatro laboratórios. Outro bloco será destinado a receber uma biblioteca e um laboratório de informática. As demais dependências serão destinadas a prédios administrativos, salas de videoconferência, refeitório, cozinha e vestiário, entre outros espaços. O projeto arquitetônico vai seguir o padrão dos prédios da Agroleite, que incorporam elementos da arquitetura holandesa, fortalecendo o vínculo com a comunidade local.

A partir de agora, os trabalhos se dividem em duas frentes. Uma conduzida por uma equipe técnico-pedagógica, que vai definir, por exemplo, o corpo docente, os cursos que serão ofertados e as diretrizes educacionais da instituição. Outra diz respeito à infraestrutura (ou seja, à construção do complexo educacional) e à aquisição dos equipamentos para os laboratórios e salas. A previsão é de que o Centro de Excelência em Leite comece a operar em 2027.

“Nós já somos referência nacional na pecuária leiteira. Com esse complexo, consolidaremos nosso papel no que diz respeito à formação de profissionais qualificados, fazendo com que o setor possa avançar cada vez mais. Não só o Sistema Faep , mas todo o setor lácteo está muito animado com essa iniciativa”, diz Meneguette.

Profissional formado no Paraná poderá atuar em qualquer canto do Brasil

Para definir o perfil profissional do futuro especialista que será formado no Centro de Excelência em Leite do Sistema FAEP, em Castro, o Comitê Técnico Nacional de Bovinocultura de Leite realizou, na primeira quinzena de maio, uma discussão estratégica. O encontro reuniu representantes do Senar Central, da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura Leite da Sistema Faep, das Federações da Agricultura de Minas Gerais e Goiás, da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), da Castrolanda, da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), entre outras entidades, que alinharam as competências dos profissionais de acordo com as tendências do setor.

“A construção dos cursos não será apenas técnica. Estamos olhando para fora, buscando atender às legislações e às especificidades da cadeia produtiva”, destaca a diretora adjunta de Educação Formal e Infraestrutura do Senar Nacional, Maria Cristina Ferreira. “A execução deste processo de construção de forma compartilhada garante que os treinamentos vão abranger as necessidades de outros Estados também. A estrutura está sendo desenhada para atender o Brasil como um todo”, complementa.

Essa mesma forma de construção ocorreu nos demais centros de excelência da rede nacional, de Fruticultura, em Juazeiro, na Bahia; Bovinocultura de Corte, no município de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; e Cafeicultura, na cidade de Varginha, em Minas Gerais.

“Os outros cursos nos polos Brasil afora já foram assim. Isso garante que o profissional formado no Paraná atue na cadeia em qualquer Estado, o que é um dos diferenciais dos nossos treinamentos em relação a outros que existem no mercado”, reforça Maria Cristina.

A próxima etapa do processo conduzido pelo Comitê Técnico Nacional de Bovinocultura de Leite prevê a criação de um grupo de trabalho, com a participação de especialistas do Paraná e de outras partes do país. O objetivo é a formatação do currículo e do plano de curso. Posteriormente, com a metodologia definida, haverá a capacitação dos instrutores.

Centros de excelência estão em expansão pelo Brasil

Com foco na formação técnico-profissional de mão de obra especializada para as mais diversas atividades agropecuárias, o Senar Nacional está expandindo o número de centros de excelência. Hoje, três unidades já estão em operação – uma voltado à fruticultura, uma à bovinocultura de corte e outra à cafeicultura. Todas oferecem cursos técnicos presenciais, com formação inicial e continuada e com programas de especialização técnica. Algumas unidades também ofertam cursos na modalidade Ensino a Distância (EaD).

Além do Centro de Excelência em Leite, está em processo de implantação de um complexo educacional especializado em Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). A unidade funcionará em Tangará da Serra, no Mato Grosso, com inauguração prevista ainda para 2025. Em Ribeirão Preto, em São Paulo, está em fase de implantação o Centro de Excelência de Cana-de-Açúcar e, de forma paralela, a construção do Centro de Excelência em Zootecnia, em Feira de Santana, na Bahia.

Inaugurado em outubro de 2017, o Centro de Excelência em Fruticultura foi a primeira unidade do gênero criada pelo Senar Nacional. O complexo está localizado em Juazeiro, na Bahia, referência na produção e exportação de frutas _in natura_. O carro-chefe da unidade é a Formação Técnica em Fruticultura, que tem carga horária de 1.350 horas, em modelo presencial. O centro também oferta outros cursos de aprendizagem.

Localizado em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o Centro de Excelência de Bovinocultura de Corte tem em seu catálogo opções como a Formação Técnica (com carga de 1.400 horas) e a Especialização Técnica (com 1.760 horas). Inaugurado em 2018, o complexo também dispõe de cursos de tecnólogo (em formato EaD) e cursos de extensão, entre outros formatos.

O Centro de Excelência em Cafeicultura, por sua vez, fica em Varginha, em Minas Gerais. Inaugurado em 2023, a unidade oferece, entre seus cursos, a Formação Técnica (em formato híbrido, entre presencial e EaD) e outros títulos na modalidade de Ensino a Distância, incluindo o Técnico em Agronegócio. Todos os centros de excelência atendem a alunos de todo o Brasil.

Fonte: Assessoria Sistema Faep

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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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