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Paraná recebe contribuições técnicas referentes à cadeia de energias renováveis
Foram consultados produtores rurais, industriais, cooperativas, associações e institutos de inovação, que possibilitaram identificar oportunidades de melhoria, de fomento, as limitações, fragilidades, desafios e o panorama atual, as tendências e as expectativas na área.
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), contratada pela Secretaria de Estado do Planejamento para realizar estudos sobre potencialidades e estratégias de desenvolvimento para as cadeias do hidrogênio renovável (H2R) e do biogás no Estado, recebeu, até a última sexta-feira (06), contribuições de partes interessadas no setor voltadas à priorização de medidas na área. A consulta, que teve 13 contribuições altamente qualificadas, partiu dos 40 temas mais relevantes para esse mercado levantados pela Fipe a partir de diversas entrevistas com interessados, que servirão de base para uma matriz de priorização para entregas.
Foram consultados produtores rurais, industriais, cooperativas, associações e institutos de inovação, que possibilitaram identificar oportunidades de melhoria, de fomento, as limitações, fragilidades, desafios e o panorama atual, as tendências e as expectativas na área.
Entre algumas iniciativas consideradas previamente como prioritárias estão a criação de certificações de capacitações; a disseminação de modelos de negócios e cases de sucesso no setor de biogás e biometano; a expansão/revisão do Programa RenovaPR; a atualização do Descomplica Paraná e a centralização da governança de transição energética no Estado.
Guto Silva, secretário de Estado do Planejamento, explica que este movimento visa organizar o Estado para que toda a cadeia voltada a essas energias seja sustentável em longo prazo, contribuindo para que o Paraná se consolide como um exemplo de sustentabilidade. “O Paraná já fez a transição energética 1.0, nossa matriz de geração de energia já é limpa, e foi reconhecido, pela quarta vez consecutiva, o Estado mais sustentável do Brasil, criando um ambiente de negócio para que empreendimentos se instalem aqui com esse selo verde”, disse.
Rodrigo Régis, consultor da Fipe, ressaltou que essas contribuições serão levadas ao comitê e vão estimular e agilizar a construção de uma cadeia e um mercado de energia no Paraná. “Levantamos as principais dores ou pontos de melhoria e começamos a criar um roadmap para implementação, identificando 40 iniciativas para isso, que agora serão categorizadas como prioritárias ou não, complexas ou de retorno rápido para o Estado”, disse Régis, assinalando que as contribuições recebidas serão levadas para apreciação do comitê.
Os principais objetivos das medidas do Governo do Paraná são propiciar um ambiente de produção competitivo no Estado, com foco na geração de oferta, impacto técnico científico, regional, ambiental e econômico e o aumento na demanda por essas energias.
As cadeias produtivas que deverão ser impactadas por esses incentivos são a produção de fertilizantes, a siderurgia e a metalurgia, a produção de combustíveis e a química.
Hidrogênio verde
Recentemente, a Fipe atualizou as ações realizadas em relação ao H2R desde o ano passado no Paraná, como o Fórum do Hidrogênio Renovável e o BRDE Sustentável – Fomento de Crédito para Investimentos no Setor, além de Decretos e Regulações, a Lei do Hidrogênio Renovável (Lei 21.454), a criação da frente parlamentar na área, isenções junto ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e benefícios visando desonerar a cadeia.
Em 2024 foi instituído o Comitê de Governança, tiveram continuidade as ações da Copel e Sanepar e foi criado o NAPI H2 (Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação), além de ter sido realizado o Evento Chamada Estratégica ANEEL (Hidrogênio Renovável), anunciada a retomada do trabalho da ANSA Fertilizantes e instalada a MoU Hycom, voltada ao H2R.
Entre as ações estruturantes apontadas com destaque na atualização dos estudos da Fipe sobre o H2R, estão as iniciativas na área de siderurgia, como da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN); na de energia; na de fertilizantes, com a Fábrica de Fertilizantes Sapopema; e na área de gás, com a Potencial SAF: Evento com a Compagas.
Biogás
Já em relação ao biogás, fonte energética que converte o passivo ambiental em ativo econômico por meio do tratamento de substratos, a atualização da Fipe mostra que o Paraná também ganhou ações para consolidação desse setor e a difusão da cadeia energética.
Em 2023, os destaques no setor foram a criação, pelo Governo do Estado, de incentivos tributários e adesões a convênios que concedem crédito presumido para aquisições, isentam de ICMS algumas operações e reduzem o ICMS em saídas internas com biogás e biometano.
Neste ano, destacaram-se ainda a difusão do setor, a criação de frente das Energias Renováveis voltada ao desenvolvimento sustentável do Paraná; a abertura de 2° Chamada Pública pela Compagas para contratação de biometano; a estruturação de plano para o setor e o decreto que difere o ICMS nas operações de biogás e biometano realizadas no Paraná.
Em relação ao biogás e biometano, Guto Silva explica que o Paraná alcançou, neste ano, quase 500 usinas em funcionamento e uma política de estímulo que será ampliada dos dejetos de proteína animal para os dejetos provenientes do setor sucroalcooleiro e celulose.
“Todo o processo de transição energética se dará, inicialmente, pela biomassa no Paraná. Com a política instituída pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, essa transição vai gerar valor, oportunidade e riqueza tanto ao pequeno produtor rural quanto às grandes indústrias, gerando empregos e ajudando a descarbonizar e a cuidar do meio ambiente”, disse.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.
Notícias Em Pontes e Lacerda
Novilhas do projeto de transferência de embriões do Governo de MT produzem até 200% litros de leite a mais do que média do Estado
Ação é realizada por meio da Seaf e começou em 2022 no município, com apoio da Empaer e da Prefeitura.
O projeto Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro do Estado – Transferência de Embriões, do Governo de Mato Grosso, começa a apresentar resultados positivos em Pontes e Lacerda. Novilhas girolando meio-sangue, que nasceram pelo projeto, estão produzindo leite até 200% acima da média do Estado na primeira gestação, confirmando a importância do melhoramento genético para o desenvolvimento da cadeia leiteira no Estado.
Realizado com investimentos da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), o projeto tem a parceria da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e da Prefeitura de Pontes e Lacerda.
Jonas de Carvalho, empreendedor do campo em Pontes e Lacerda, conta que, na sua propriedade, cinco bezerras nasceram dos embriões transferidos em 2022, quando o projeto começou no município. Elas pariram recentemente com aproximadamente 22 meses de vida, o que ele classifica como “surpreendente”.
Por dia, revela o produtor, cada novilha do projeto chega a produzir 15 litros, o que supera a produção das suas outras vacas. “Neste ano, participei com quatro prenhezes confirmadas e estou ansioso para que elas nasçam e comecem a produzir. Eu não sabia que esse projeto existia, mas não tinha noção de que poderia ter esses resultados”, destaca.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, apontam que a média da produção de leite por animal por dia em Mato Grosso é de 4,66 litros.
A precocidade reprodutiva das novilhas foi uma surpresa para o produtor Ildo Vicente de Souza, que teve sete bezerras nascidas depois da transferência dos embriões, sendo que uma delas pariu com 21 meses de vida. Atualmente, as novilhas produzem cerca de 10 litros por dia.
“É importante destacar que, além do aumento da produção de leite, o projeto traz também um ganho genético muito importante para o produtor. Os resultados são muito bons”, avalia Ildo.
Também beneficiado pelo projeto de transferência de embriões da Seaf, o produtor Jânio Alencar Leme relata que as novilhas, que nasceram da etapa de 2022, estão produzindo cerca de 12 litros por dia.
“Os resultados da transferência dos embriões são muito bons. Acho muito importante o pequeno produtor ter ações como essas feitas pelo Governo para que possa se desenvolver. Para fazer a transferência de embrião de forma particular é muito caro. Agora, com o apoio financeiro da Seaf, da prefeitura e as orientações da Empaer, podemos ter esse melhoramento genético com raças que são caras”, conta Jânio.
As novilhas são frutos de transferência de embrião do projeto que iniciou, em Pontes e Lacerda, em 2022. Nesta primeira etapa, 31 produtores participaram com nascimento de 94 bezerras girolando meio-sangue. Os embriões são produzidos em laboratório por fertilização in vitro (FIV). São utilizadas vacas doadoras Gir e touros Holandeses de alta produção, e transferidos para vacas comuns do rebanho de cada produtor, as receptoras.
“Temos tido relatos importantes sobre os resultados do projeto de melhoramento genético da Seaf e isso nos mostra que estamos no caminho certo. Temos que investir no pequeno empreendedor rural, segurar na mão dele, para que ele possa começar e depois desenvolver a produção com sustentabilidade. Neste projeto, eles também puderam constatar os avanços que a tecnologia e o manejo correto trazem”, destaca a secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka.
A extensionista e veterinária da Empaer, Rafaela Sanchez de Lima, destaca que é importante considerar que a região passava pelo período de seca e que a alimentação é feita a pasto na maior parte dos casos, o que mostra a boa genética das novilhas e a boa produção se comparadas a média de produção da região.
“O projeto vem surpreendendo todos os que estão envolvidos. Dos animais já nascidos, várias novilhas entraram em puberdade com 11 meses, demonstrando a precocidade delas. E com os ajustes nutricionais necessários elas poderão produzir muito mais leite”, diz Rafaela, que atua na região com a também extensionista, Loana Longo.
Neste ano, o projeto entrou na terceira etapa. Na primeira e na terceira, a Seaf pagou 80% do valor por prenhez e os produtores deram a contrapartida. Na segunda, quem fez o aporte foi a Prefeitura de Pontes e Lacerda, com metade do valor da prenhez e os produtores dando a outra metade como contrapartida. A Empaer deu o suporte técnico em todas as etapas.
Do começo do projeto até este ano, 46 produtores já foram beneficiados no município. Neste período, nasceram 192 fêmeas girolando meio sangue.
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Valor Bruto da Produção atingirá R$1,31 trilhão na safra 24/25
São abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.
O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou a primeira estimativa do Valor Bruto da Produção para a safra 2024/2025. O valor atingirá R$1,31 trilhão, um aumento de 7,6%. Desse montante, R$ 874,80 bilhões correspondem às lavouras (67,7% do total) e R$ 435,05 bilhões à pecuária (32,6%).
Em relação à safra 2023/2024, as lavouras tiveram aumento de 6,7%, e a pecuária avançou 9,5%.
Para as culturas de laranja e café a evolução dos preços foram fatores mais relevantes nestes resultados e, para a soja e arroz foi o crescimento da produção a maior influência. Nos rebanhos pecuários foi a melhoria dos preços o mais significativo no resultado.
Considerando a participação relativas das principais culturas e rebanhos pecuários no resultado total (em R$ bilhão):
O Valor Bruto da Produção é uma publicação mensal do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base nas informações de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e nos preços coletados nas principais fontes oficiais.
No estudo, são abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.
A publicação integral pode ser acessada clicando aqui.