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Paraná recebe 21º CBSementes a partir de segunda-feira
Na pauta do evento estarão os principais temas que movimentam a pesquisa e o mercado de produção de sementes.

O 21º Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes) começa na próxima segunda (12) e vai até quinta-feira (15), na Expo Unimed, em Curitiba (PR). São esperados cerca de mil participantes, entre pesquisadores e profissionais do mercado de sementes. Destaques para painéis e palestras com temas emergentes e tendências, ministrados por palestrantes de renome nacional e internacional. A realização é da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates).
Considerado o maior evento de sementes da América Latina, o CBSementes traz ao Brasil, entre os palestrantes internacionais, Bert von Duijr, professor da Laiden University/Fytagoras; Andreas Wais, secretário-executivo da International Seed Testing Association (ISTA) e Sabry Elias, professor do Oregon State, representando a Association of Official Seed Analysts (AOSA).
O presidente da Abrates, Francisco Krzyzanowski, ressalta a importância do CBSementes, como um fórum de relevância internacional de discussão de ciência e tecnologia de sementes.
“O CBSementes é o maior fórum de discussão e de divulgação da ciência e tecnologia de sementes na América Latina. Por isso, da sua alta relevância para a academia, instituições de pesquisa, indústria de máquinas e produtores de sementes. É uma oportunidade ímpar para atualização de conhecimento e ampliação de rede de contatos”, avalia Krzyzanowski.
A abertura oficial do evento será às 9h30, no auditório principal. Na sequência a programação começa com o painel “Banco de germoplasma – papel na manutenção da biodiversidade”.
Contará com a participação da diretora do Banco de Germoplasma do Instituto Internacional de Pesquisa de Cultivos para os Trópicos Semiárido (ICRISAT), Vania Azevedo, que vai ministrar a palestra “O papel do CGIAR na preservação das sementes a nível mundial”.
Compondo ainda o painel, a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Rosa Lia Barbieri, que vai ministrar palestra sobre “A participação da Embrapa em bancos de germoplasma a nível mundial.
Programação
O primeiro dia de congresso segue com o Painel 2 “Vigor: atualizações – avanços tecnológicos para a qualidade de sementes”, com participação de Bert von Duijr, que vai ministrar a palestra “Measurement of oxygen consumption for single seed analysis”
O professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Francisco Guilhien Gomes Junior dá continuidade à temática vigor, com a palestra “Avaliação do vigor de sementes: análise computadorizada de imagens de plântulas e protrusão da raiz primária”.
O painel ainda traz o CEO da empresa alemã Petkus, o brasileiro Carlos Petkus para falar sobre o desenvolvimento de novas ferramentas. Tema que divide com o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Laércio Junior da Silva. O professor também será o moderador do painel.
No dia 13, o congresso começa com o painel “ISTA e AOSA”, que discutirá qual o papel mundial das duas associações, a demanda por pesquisas e oportunidades.
Participam o secretário-geral do ISTA, Andreas Wais e o representante da AOSA, Sabry Elias. Será a primeira de uma série de participações de Elias, no evento.
O mercado de sementes é gerador de oportunidades, que tem transformado negócios familiares em empresas de capital aberto em bolsa.
Três cases mostram como isso é possível. Entre os participantes, José Américo Basso Amaral, consultor em sementes; João Paulo Vanin, gerente de sementes da SLC Agricultura S/A; e Marino Colpo, CEO da Boa Safra Sementes.
O congresso também abre espaço para um painel que vai discutir o “Ensino e pesquisa em ciência e tecnologia de sementes”, com a participação de representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); a professora da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Édila Vilela Von Pinho; e o CEO da Seed News, Silmar Peske.
É um momento em que será discutido o ensino da produção de sementes e, como a academia e as empresas podem estabelecer parcerias para desenvolvimento da pesquisa.
O presidente desta edição do CBSementes, Fernando Henning, considera o momento, oportuno para os debates que o evento coloca em pauta.
“Vamos tratar de assuntos básicos da área, como as questões de laboratórios, secagem e beneficiamento, mas que, existem gargalos importantes e que vamos tentar cobrir da melhor forma com essas discussões”, conclui Henning.
No dia 14, a programação do CBSementes traz painéis, palestras simultâneos e a apresentação de trabalho encaminhados ao congresso.
Simpósios
E no dia 15 serão ainda realizados o 4º Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécies Forrageiras, o 10º Simpósio Brasileiro de Tecnologia de Sementes Florestais e o 15º Simpósio Brasileiro de Sementes.
Os eventos são organizados pelos comitês das áreas da Associação Brasileira em Tecnologia de Sementes (Abrates), que promove o CBSementes, desde 1979.

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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro
Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.
Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock
Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.
Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.
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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26
Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.
Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura
No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.
No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.
O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.
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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional
Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.
Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves
A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.
A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.
Fatores que influenciam mercado
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.
1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves
Fatores de alta:
- Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
- Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.
Fatores de baixa:
- Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
- Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
- Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
- Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.
2. Oferta e mercado interno
Fatores de alta:
- Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
- Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.
Fatores de baixa:
- Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.
3. Safra e clima
Fatores de baixa:
- Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

Foto: Claudio Neves
ciclo 2025/26;
- Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.
Acordo China-EUA
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.
Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.



