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Paraná lança linha de crédito para fortalecer turismo náutico e pesqueiro

Iniciativa é composta por duas linhas de crédito distintas com taxa de juros de 0,65% ao mês.

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O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, lançou no último sábado (21), em Guaíra, Noroeste do estado, o programa Fomento Turismo, Pesca e Náutica. O lançamento foi durante o Torneio Internacional de Pesca Esportiva de Guaíra, evento filantrópico promovido pela prefeitura do Oeste do Paraná e pela Associação Assistencial de Guaíra, que reuniu 158 equipes de pescas do Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai. O governador também devolveu ao Rio Paraná cerca de 30 peixes nativos dentro do programa Rio Vivo, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

O governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou no último sábado (21), o programa Fomento Turismo, Pesca e Náutica,  durante o 29º Torneio Internacional de Pesca Esportiva de Guaíra – Fotos: Gilson Abreu/Aen

Destinado a fortalecer empreendimentos voltados ao turismo náutico e pesqueiro no Estado, o novo programa foi desenvolvido pela Fomento Paraná, em parceria com a Superintendência de Pesca e Bacias Hidrográficas da Sedest, Secretaria do Turismo (Setu) e Federação Paranaense de Pesca Esportiva (Fepap). Os recursos da nova linha são do Fungetur/Ministério do Turismo e Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). “Hoje (sábado) lançamos um grande programa que é para fomentar o Paraná através da pesca esportiva. Vamos financiar barcos para o pessoal que trabalha no setor de turismo. Também vamos financiar fabricantes de barcos de alumínio, as chamadas voadeiras. Mas não só isso. Essa linha vai para toda a cadeia produtiva da pesca, para quem quer comprar seu barco a juro subsidiado para trabalhar”, destacou o governador na apresentação do programa.

“Outro ponto importante é que com a pesca esportiva nós incentivamos a sustentabilidade. O pesque e solte está crescendo muito aqui no Paraná, o que movimenta toda a cadeia de turismo, desde o pessoal das pousadas, setor hoteleiro, restaurantes, lanchonetes até os guias de barco, que levam e trazem os pescadores esportivos para sua atividade de lazer”, acrescentou.

O diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves, explica que pelo grande potencial hídrico do Paraná, com grandes rios, como Iguaçu, Piquiri e Ivaí, é possível incrementar o turismo a partir da nova linha de crédito da instituição. “A determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior foi justamente que fosse desenvolvida uma solução de crédito para impulsionar o crescimento do turismo náutico, a atividade pesqueira e até a produção e comercialização de pequenas embarcações”, detalha Neves.

O Estado conta com os três únicos estaleiros do país focados na pesca esportiva, fábricas de reboques e dois dos maiores corredores de migração de peixes do país, nos rios Piquiri e Ivaí. Este último possui, inclusive, uma reserva de pesca esportiva.

Francisco Martin, superintendente da Pesca e Bacia Hidrográfica da Sedest, explica que o incentivo ao turismo sustentável pela pesca esportiva ocorre através do calendário anual de competições no Estado, como o que teve a presença do governador neste sábado em Guaíra. “O Paraná é o único estado que faz esse tipo de atividade através do programa Rio Vivo, que já devolveu aos rios do Estado 2,7 milhões de peixes juvenis de espécies nativas”, afirma Martin. Dentro desse projeto, o governador Ratinho Júnior devolveu ao Rio Paraná neste sábado 20 peixes das espécies traíra e piracanjuba.

Roald Andretta, coordenador técnico da Superintendência da Pesca da Sedest, explica que além do aspecto tradicional de subsistência, a pesca esportiva está em

desenvolvimento franco e provocando mudanças no Paraná. “Muitos pescadores estão migrando para a atividade de condução de turistas, como barqueiros independentes, em que ele vende um bem mais precioso, que é o conhecimento. Ele leva um pescador um dia, que captura os peixes e solta, e no outro dia pode levar outro pescador e o mesmo peixe pode ser apanhado mais de uma vez, num contínuo pesque e solte”, disse Andretta.

“Temos dados, a partir da análise de 16 eventos de pesca esportiva realizados no Estado, que mostram que um único peixe pode render até R$ 940. Enquanto numa banca de mercado fica em R$ 30 ou R$ 40”, compara. O valor é obtido a partir de planilhas preenchidas por participantes em que são somados os gastos com o evento durante o fim de semana dividindo-se pelo número de peixes capturados.

A Fepap informa que até aqui em 2023 foram promovidos 48 eventos de pesca esportiva no Paraná, todos federados e cumprindo as exigências legais de liberação para realização, com regulamento oficial. Os eventos de pescadores têm participação de equipes com três integrantes cada. Os eventos menores reúnem em média de 50 a 100 equipes e os maiores de 250 até 400 embarcações, totalizando até 3.000 pessoas durante pelo menos dois dias de competição.

“O Paraná tem um potencial fantástico para o turismo náutico e um segmento de pesca esportiva já consolidado, que vem se mostrando um instrumento de sustentabilidade ao proporcionar a geração de receitas às populações lindeiras. Isso porque os peixes permanecem na região, permitindo atrair novos pescadores, que movimentam a economia, fomentando o turismo, e com isso geram renda e empregos em diversas regiões do estado”, afirma o secretário do Turismo, Marcio Nunes, lembrando ainda que o programa Fomento Turismo, Pesca e Náutica se soma a uma série de iniciativas para fomentar o segmento, como a primeira edição da Foz Internacional Boat Show, feira que será realizada em novembro em Foz do Iguaçu.

Linhas de crédito

O programa Fomento Turismo, pesca e Náutica é composto por duas linhas de crédito distintas com taxa de juros de 0,65% ao mês (referência outubro de 2023).

A linha Pesca e Náutica, com crédito de até R$ 30 mil e prazo de pagamento de até 60 meses (incluindo carência), é destinada a apoiar pescadores profissionais, artesanais e barqueiros independentes, que atuam em atividades como a condução de turistas ou guias de pesca. Os recursos podem ser usados para aquisição de pequenas embarcações, motores, implementos, e capital de giro para a atividade.

A segunda linha conta com recursos do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) e dispõe de créditos de até R$ 500 mil para investimentos fixos e aquisição de bens, incluindo embarcações e capital de giro puro ou associado.

Podem ser atendidas empresas de micro, pequeno ou médio porte sediadas no Paraná e com atividade cadastrada no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo, como hotéis e pousadas do turismo náutico, marinas, estaleiros, entre outras. Os prazos variam conforme o tipo de investimento, podendo ser de até 72 meses para capital de giro puro ou até 120 meses para projetos que envolvem investimento fixo, podendo incluir no prazo total até 18 meses de carência.

Barco Novo

Durante o lançamento da nova linha de crédito Fomento Turismo, Pesca e Náutica já foram assinados os primeiros contratos de financiamento.

O primeiro beneficiado da nova linha de crédito é o pescador Edvaldo dos Santos, 46 anos, morador de Foz do Iguaçu. Pescador profissional com carteira desde 2006, ele trabalha há mais de 30 anos no Lago de Itaipu, além dos rios Iguaçu, Paraná entre outros da Região Oeste. O peixe capturado por Edvaldo é vendido diretamente ao consumidor ou na cooperativa em Foz do Iguaçu.

Com o financiamento, Edvaldo vai aproveitar para investir na compra de um novo barco de 6 metros, com motor de 15 HP e uma carretinha para transporte da embarcação. Com o investimento, Edvaldo calcula que vai aumentar entre 30% e 40% o volume de sua pesca, que em meses bons chega a 100 kg.

“Eu até fui atrás de financiamentos para comprar o barco em bancos, mas os juros eram muito altos, perto de 7%, impossível de eu pagar. Agora com essa linha do governo vou pagar 0,65% de juro, que dá para enquadrar no meu orçamento”, compara o pescador, que enumera ainda as vantagens do novo barco. “Com barco a motor, não vou precisar mais pescar só perto da barranca. Vou poder mais para dentro do rio, o que permite pescar mais. Além disso, vou ter minha própria carretinha, não precisando pedir emprestada para meus amigos quando vou pescar em rios mais distantes”.

Asfalto Novo

Durante o lançamento da linha de crédito Fomento Turismo, Pesca e Náutica, o governador também anunciou o investimento de R$ 8,4 milhões no recape asfáltico da estrada rural que liga o distrito de Dr. Oliveira Castro à cidade de Guaíra. R$ 6,8 milhões são recursos do Estado e R$ 1,6 milhão vem da prefeitura. “Tiramos do papel o projeto antigo dessa estrada, que agora deixa de ser de terra para atender o pessoal do distrito de Dr. Oliveira Castro com asfalto”, enfatiza o governador.

O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, aponta que com mais esse investimento ganha não apenas a população do distrito de Guaíra, mas também o turismo da cidade banhada pelo Rio Paraná na divisa com o Mato Grosso do Sul e a fronteira com o Paraguai. “Ganha o turismo, que hoje teve um anúncio importante de uma linha de crédito para a pesca esportiva, e ganha a população do distrito, que agora terá acesso mais fácil à educação, saúde e outros serviços com o asfalto, uma estrada que há muitos anos era aguardada”, ressalta Sandro Alex.

Autoridades

Também participaram do anúncio da linha de crédito Fomento Turismo, Pesca e Náutica o prefeito de Guaíra, Heraldo Trento, o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Jorge, e os deputados estaduais Hussein Bakri e Marcel Micheletto.

 

Fonte: AEN-PR

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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