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Notícias Chegado do inverno

Paraná entra no período crítico para a ocorrência de incêndios em áreas rurais

Meses de inverno costumam ser mais secos, o que aumenta a chance de focos de fogo nas propriedades. SENAR-PR oferta cursos de prevenção.

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Foto: Divulgação

A ocorrência de geada e o tempo mais seco fazem com que o inverno seja a época com maior chance para incêndios em áreas rurais no Paraná. O aumento da quantidade de material seco torna o campo um ambiente propício para casos de fogo descontrolado. A situação exige atenção, principalmente quanto ao risco à vida das pessoas e animais que vivem nas áreas rurais, além de propiciar prejuízos.

Nos últimos anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os casos de incêndio vêm registrando aumento. Foram 2.511 casos em 2018; 3.314 em 2019; 3.519 em 2020; e 3.698 no ano passado, período com o maior número de registros desde 2016 (4.151 ocorrências). O período mais crítico desde o início do levantamento pelo instituto foi 2003, com 10.866 focos de incêndio.

Para minimizar o risco de incêndios nas propriedades rurais, os produtores podem adotar diversas estratégias. De acordo com a capitã Thayane Lima, do Corpo de Bombeiros, uma das principais ferramentas de prevenção é a construção de aceiros. “São locais sem vegetação que impedem, ou pelo menos dificultam, que o fogo se alastre de uma área para a outra. Esse tipo de benfeitoria não precisa de autorização para ser feita e garante segurança no caso de incêndios, até mesmo para as equipes de combate ao fogo terem uma área para atuar protegidas”, aponta.

A capitã recomenda ainda a redução do material combustível, ou seja, retirar tudo que possa pegar fogo das proximidades de áreas críticas. Mato seco, por exemplo, pode ser um vetor para espalhar o fogo da beira de uma rodovia até alguma edificação da propriedade. “É preciso sempre verificar essa vegetação em torno da propriedade, deixando limpo e livre de material que possa incendiar”, recomenda.

O professor do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Alexandre França Teto recomenda que o uso do fogo como ferramenta de manejo nas propriedades deve ser feito apenas por profissionais com conhecimento técnico. “Há um provérbio finlandês que diz que o fogo é um bom servo, mas é um péssimo mestre.

Não podemos jamais deixar ele nos dominar. Sempre que for utilizá-lo é preciso observar condições meteorológicas”, alerta. “Às vezes, uma máquina pode começar um incêndio. Deixar um maquinário quente perto de um capim seco, por exemplo, pode iniciar um incêndio”, comenta.

Combate ao fogo

Segundo o professor da UFPR, é comum pessoas sem experiência ou conhecimento combaterem incêndios, o que não é recomendado. “Temos casos em que o pessoal vai tentar apagar fogo, entra numa área gradeada e o maquinário fica preso. A prevenção deve ser o principal foco, porque combater é muito mais complexo”, ressalta Teto.

A capitã Thayane Lima reforça que, em casos de incêndio, deve-se acionar o Corpo de Bombeiros por meio do telefone 193. Mesmo que não haja efetivo próximo, a central telefônica vai orientar qual o posto da Defesa Civil ou brigadistas voluntários mais perto para fazer o combate ao fogo.

Cursos sobre combate a incêndios

O SENAR-PR possui cursos específicos para a prevenção e combate a incêndios voltados a produtores e trabalhadores rurais. O “Prevenção e combate aos incêndios florestais”,

disponível desde 2010, tem carga-horária de 16 horas. Com o acirramento da crise hídrica nos últimos anos e o aumento no número de incêndios no campo, o SENAR-PR lançou, em 2021, a formação “Prevenção e combate aos incêndios em meios rurais”. Essa capacitação tem 24 horas de conteúdo e envolve conceitos voltados para profissionais que atuam nas indústrias de base florestal, cooperativas, agroindústrias e usinas sucroalcooleiras.

“É de primeira necessidade que os produtores rurais mantenham em suas áreas equipes bem treinadas para atuarem de forma correta, tanto na aplicação de uma queima controlada, planejada, bem como na ocorrência de um incêndio acidental, agindo com rapidez e conhecimento na solução do problema”, avalia o técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR, Neder Corso.

Para complementar as formações relacionada a incêndios, o SENAR-PR também disponibiliza o curso “NPT 017 – brigada de incêndio”, com carga horária de 40 horas.

Para mais informações sobre esses cursos, basta acessar a seção Cursos SENAR-PR do site do Sistema FAEP/SENAR-PR ou procurar o sindicato rural local.

Campanha busca mobilizar produtores e entidades

O Sistema FAEP/SENAR-PR é uma das entidades que participa da campanha “Uma floresta segura depende de todos nós”, encampada pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre). A iniciativa prevê uma série de ações coordenadas

entre entidades representativas do agronegócio estadual para promover a conscientização dos produtores rurais sobre a importância da prevenção aos focos de incêndio no campo.

“A nossa campanha não é contra o fogo, é contra o incêndio”, relata Ailson Loper, diretor-executivo da Apre. “O fogo pode ser um instrumento de prevenção de incêndios florestais. Uma das técnicas de combate a incêndio, inclusive, é fazer fogo contra fogo, seguindo critérios técnicos”, reforça.

“Historicamente, já desenvolvemos algumas iniciativas, como uma rede interna com associados e um mapa de monitoramento. O treinamento do SENAR-PR também tem sido realizado de forma constante. Além disso, agora estamos criando essa campanha de comunicação bem estruturada, para envolver todos os elos da cadeia produtiva”, diz Loper.

Ainda segundo o dirigente, a proposta da entidade é criar, já em 2023, uma agenda e cultura de capacitação quanto a esse tema. “Também estamos desenvolvendo um projeto junto à Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná (FUPEF/UFPR), buscando padronizar relatórios e registros de incêndio, gerar energia de dados, risco de incêndio, com participação do Instituto Tecnológico Simepar”.

Além do Sistema FAEP/SENAR-PR, a campanha envolve o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR); Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab); Instituto Água e Terra (IAT); Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (Sedest); Ibama; Embrapa; Prefeitura de Inácio Martins; Rede Brasileira de Brigadistas Voluntários; FUPEF – UFPR e Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Fonte: FAEP/SENAR-PR

Notícias Sustentabilidade

Biogás rende prêmio à C.Vale

Cooperativa possui melhor planta industrial para geração de biogás

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Indústria para processamento de raiz de mandioca em Assis Chateaubriand (PR) - Foto: Assessoria

Ações de sustentabilidade da C.Vale renderam prêmio nacional à cooperativa. Em solenidade realizada em Chapecó (SC), dia 17 de abril, a cooperativa recebeu o Prêmio Melhores do Biogás, concedido pelo Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano.

Guilherme Daniel com o troféu ladeado por Aírton Kunz (Embrapa Suínos e Aves), Rafael Gonzalez (CBIogás) e Suelen Paesi (Universidade de Caxias do Sul) – Foto: UQ Eventos

A C.Vale conquistou a primeira colocação na categoria Melhor Planta/Geradora de Biogás – Indústria. O segundo lugar ficou com a multinacional Raizen e a terceira colocação com o grupo Cetric.

A cooperativa foi representada pelo supervisor ambiental Guilherme Daniel. “Para a C.Vale, as questões ambientais não são somente uma obrigação para atender aos requisitos legais. São atividades que podem gerar receitas, com ganhos ambientais e econômicos”, afirma o presidente da cooperativa, Alfredo Lang.

A C.Vale aproveita o gás metano (CH4) gerado pelos efluentes das amidonarias e Unidade Produtora de Leitões para gerar energia limpa e minimizar o efeito estufa. No caso das duas indústrias de beneficiamento de mandioca, em Assis Chateaubriand e Terra Roxa, ambas no Paraná (PR), a medida reduz em aproximadamente 75% os custos das indústrias com lenha, ou seja, evita o consumo de mais de 50 mil árvores/ano.

 

Fonte: Assessoria
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Notícias

Santa Catarina reforça medidas de biosseguridade em eventos com aglomeração de aves passeriformes

Medida visa garantir a biosseguridade e como forma de prevenção e controle da Influenza aviária de Alta Patogenicidade

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Portaria SAR nº 11/2024 mantém suspenso, em todo o território catarinense, a realização eventos com aglomeração de aves - Fotos: Divulgação/Cobrap

A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) publicou, na última sexta-feira (12), a Portaria SAR nº 11/2024, que mantém a suspensão, em todo o território catarinense, da realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves. Ficam autorizados apenas os eventos com a participação exclusiva de passeriformes, mediante o cumprimento das condições e exigências da portaria. A medida visa garantir a biosseguridade e como forma de prevenção e controle da Influenza aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).

Está em vigor no país e em Santa Catarina o Decreto de Estado de Emergência Zoossanitária para Gripe Aviária. Com isso, justifica-se a necessidade de regramento específico para a realização de eventos com aglomeração de aves. “Essa portaria é resultado de estudos da equipe técnica da Cidasc e de diálogo com a SAR e representantes do setor. A liberação para eventos com aglomeração de passeriformes irá ocorrer mediante o cumprimento de todas as exigências. Dessa forma, iremos prezar pela sanidade, quando autorizada a realização desses eventos”, explica o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto.

A equipe da Cidasc realizou um estudo técnico estabelecendo critérios para a retomada gradativa e segura de eventos com a participação exclusiva de passeriformes, com normas como a avaliação da densidade populacional de aves comerciais no município que ocorrerá o evento e avaliação do status sanitário do município e região. Levando em consideração essas normas, foi apurado que atualmente 74 municípios atendem os critérios para sediar esses eventos.

Além disso, foram elencadas as exigências de medidas de biosseguridade, tanto no local do evento, quanto de criação de passeriformes. Também é levada em consideração a necessidade da obrigatoriedade de emissão de Guia de Trânsito Animal e apresentação de atestado sanitário dos passeriformes. A gestão e os procedimentos de autorização devem ser encaminhados à Cidasc.

Fonte: Ascom Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária
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Colunistas

A construção do planejamento para uma administração tributária eficaz e a sua relação com o êxito para uma produção pecuária de futuro e sustentável

A complexidade do sistema tributário e a alta carga tributária geram desafios significativos para os pecuaristas.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A produção pecuária nacional ao longo das últimas décadas consolidou-se como um segmento crucial para o país, não apenas pela geração de renda e empregos, mas também pela sua importância na manutenção da segurança alimentar global.

Um case que se destacou e evoluiu devido às peculiaridades inerentes à classe, dada sua constante busca por informações técnicas e aplicação dos conhecimentos adquiridos, o que, associado com o uso de uma série de ferramentas tecnológicas no campo, se traduziu naquilo que conhecemos hoje, um player no fornecimento de carne, leite e derivados para milhares mesas aqui e em diferentes partes do mundo.

Contudo, o setor enfrenta uma série de desafios. Neste mercado globalizado e altamente competitivo, onde os padrões de qualidade e segurança alimentar se tornam cada vez mais rigorosos, somados à pressão comercial, a construção de um planejamento estratégico para proteger as operações das fazendas torna-se vital para superar este cenário econômico complexo e desafiador. Por essas razões, o planejamento e a administração tributária são ferramentas essenciais para o sucesso e a sustentabilidade do setor a longo prazo.

No Brasil, a complexidade do sistema tributário e a alta carga tributária geram desafios significativos para os pecuaristas. Nesse sentido, a Reforma Tributária tem como objetivo reduzir a burocracia e aumentar a transparência do sistema. Portanto, diante desse novo contexto, é crucial que o pecuarista aproveite essa oportunidade para estruturar um planejamento tributário eficiente, alinhado aos objetivos estratégicos para suas operações futuras.

Pontos chave para um planejamento estratégico e eficiente:

  • Diagnóstico preciso: O primeiro passo para construir um planejamento eficaz é realizar um diagnóstico criterioso da situação atual. Ao fazer esse mapeamento, será possível identificar gargalos e oportunidades dentro da fazenda;
  • Análise de investimentos, infraestrutura e eventuais deduções: A definição de um plano de investimentos em infraestrutura dentro das propriedades pode gerar: benefícios fiscais, melhores condições de criação animal, otimização das operações diárias e do manejo, e a possibilidade de redução da carga tributária ao longo do tempo;
  • Verificação sobre regimes especiais de tributação: Atualmente, existem diversos regimes tributários que beneficiam o agronegócio e na Reforma Tributária já estão previstas algumas vantagens para a produção de alimentos;
  • Utilização de créditos de tributos: Registros precisos de todas as despesas relacionadas à atividade pecuária podem influenciar na elegibilidade para créditos tributários;
  • Implementação de tecnologias e ferramentas: Sistemas integrados de gestão fiscal, o uso de Inteligência Artificial e análise de dados podem aumentar significativamente a eficiência operacional, além de ampliar a capacidade de identificar oportunidades dentro do setor pecuário;
  • Monitoramento e avaliação constantes: Um planejamento tributário eficaz demanda um sistema contínuo de monitoramento e avaliação de resultados, incluindo acompanhamento das novas legislações e oportunidades que possam surgir.

Nesse contexto de mudanças legislativas constantes e competitividade no mercado global, um planejamento eficaz para a administração tributária é crucial para garantir o sucesso e a sustentabilidade da pecuária brasileira a longo prazo.

Ao compreender e aproveitar essas oportunidades tributárias, os pecuaristas podem antecipar e otimizar os eventos tributáveis, como vendas de gado, compra de insumos e investimentos em melhorias na propriedade, de modo a minimizar os tributos pagos e maximizar os benefícios fiscais disponíveis. Isso não apenas ajuda a reduzir custos, mas também fortalece a posição competitiva no mercado.

Fonte: Por Mariane Reis, advogada-sócia na Sartório, Reis Advogados, especialista em Direito Tributário e Aduaneiro.
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