Conectado com

Notícias Agricultura e abastecimento

Paraná encerra missão nos EUA com perspectiva de novos investimentos em irrigação

Com foco em sistemas de irrigação, o grupo retorna ao Paraná com encaminhamentos para aprofundar a troca de experiências em relação ao uso da tecnologia e a perspectiva de atração de novos investimentos internacionais no segmento

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Agricultura PR

Após uma série de reuniões e visitas técnicas, a comitiva paranaense formada por representantes do Governo do Estado, setor produtivo e cooperativas agrícolas concluíram na quinta-feira (22), a missão ao estado do Nebraska, nos Estados Unidos. Com foco em sistemas de irrigação, o grupo retorna ao Paraná com encaminhamentos para aprofundar a troca de experiências em relação ao uso da tecnologia e a perspectiva de atração de novos investimentos internacionais no segmento.

Ao longo desta semana, a delegação, que também contou com membros da Ag4Up, que ajudou na organização da viagem, esteve reunida com executivos de empresas que são líderes mundiais na fabricação de maquinários e sistemas de irrigação de alta tecnologia, como a Lindsay Corporation e a Valley Irrigation. Elas estão sediadas no Nebraska justamente pelo estado ser uma referência internacional no segmento, tendo conseguido reverter as condições adversas de clima e de solo com a adoção da irrigação.

O grupo, liderado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, também se reuniu com o governador do estado norte-americano, Jm Pillen, e conheceu projetos de extensão rural desenvolvidos pela Universidade do Nebraska.

“Pudemos ver de perto como estes maquinários são produzidos pelas empresas, sendo que algumas delas já estão presentes no Brasil e outras têm interesse em investir no País, por isso as convidamos para irem ao Paraná”, disse o diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco.

Um dos últimos compromissos da agenda foi com o Carlyle Group, um fundo de investimento global sediado em Washington com mais de US$ 300 bilhões em ativos sob sua gestão. Com escritórios em mais de 30 países, o grupo possui negócios em todo o mundo e representa um grande potencial para as empresas paranaenses.

“A Carlyle tem uma divisão de agricultura com foco na irrigação e eles olham para o Brasil para fazer investimentos. Convidamos os representantes a conhecerem o Paraná para que avaliem possíveis fusões e aquisições e a sinalização de interesse por parte deles demonstra que estamos no caminho certo”, avaliou Rocco.

Na quinta-feira, o grupo ainda se reuniu com representantes das empresa T-L Irrigation e Reinke, ambas multinacionais líderes na fabricação de sistemas de irrigação por pivôs. Amplamente utilizada nos Estados Unidos e em alguns locais da Europa, os sistemas utilizam sistemas de irrigação mecanizados que se movem em círculo em torno de um ponto central, irrigando grandes áreas de terra de forma uniforme e eficiente.

O uso de pivôs de irrigação permite o controle preciso da quantidade de água aplicada de forma mais eficiente do que outros métodos tradicionais, pois há menos perda de água por evaporação, o que também reduz os custos de produção. O sistema também pode ser utilizado para aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas de forma mais eficiente, otimizando o uso desses insumos.

Por fim, antes do retorno ao Brasil, houve uma roda de conversas com o KD capital, empresa de investimentos da Carolina do Sul que aplica recursos no setor de tecnologia, com o intuito de também atrair novos investimentos.

Irrigação no Paraná

Segundo o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, que integrou a comitiva, uma das regiões que pode se beneficiar do uso da tecnologia de irrigação utilizada no Nebraska é a do Arenito Caiuá, no Noroeste do Paraná. Devido às suas características geológicas, com baixa fertilidade natural, suscetibilidade à erosão e drenagem rápida do solo, a região representa um desafio para a produtividade agrícola.

“Qualquer tipo de solo pode responder bem com bom conhecimento e a tecnologia correta. No caso do Arenito Caiuá, são mais de 3,2 milhões de hectares que representam um potencial enorme de desenvolvimento com métodos adequados de produção como o que conhecemos no Nebraska e que podem impulsionar a agricultura na região”, afirmou Ortigara.

Para avançar neste aspecto, o Governo do Estado vai estudar a possibilidade de enviar membros do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e do Instituto Água e Terra (IAT) aos Estados Unidos para uma imersão técnica em sistemas de irrigação. De forma complementar, especialistas das empresas norte-americanas poderão ser trazidos ao Estado para demonstrar detalhes destas soluções aos agricultores paranaenses.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, a cooperativa já tinha o interesse em desenvolver novos métodos de irrigação, sobretudo na região Oeste e Noroeste do Estado. “Nestes locais, onde há os terrenos de arenito, o sistema pode melhorar bastante o solo e tornar a área mais produtiva”, revelou.

“A gente já havia desenvolvido um projeto de irrigação, mas que foi interrompido com a pandemia devido aos custos de implantação. Saímos satisfeitos com a experiência do Nebraska e vamos analisar a viabilidade das soluções serem adaptadas para o Paraná”, acrescentou Lourenço.

Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná

Notícias

Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26

Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

Publicado em

em

Foto: Sistema Faep

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.

Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura

No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.

No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.

O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
Continue Lendo

Notícias

Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

Publicado em

em

Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.