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Paraná e Santa Catarina definem atuação conjunta para desenvolver agricultura familiar

Hub-Canoinhas vai privilegiar ações em um território que compreende 35 municípios paranaenses e 14 catarinenses, no Centro-Sul do Paraná e Planalto Norte de Santa Catarina, voltado ao desenvolvimento tecnológico e à transferência de tecnologia.

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Fotos: IDR

Os governos do Paraná, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), e de Santa Catarina, por meio da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e do Instituto Federal, e a Embrapa, vão trabalhar em conjunto para a criação de um ambiente de inovação para cadeias produtivas agropecuárias. O protocolo de intenções foi assinado nesta última sexta-feira (25) durante reunião em Curitiba.

O Hub-Canoinhas vai privilegiar ações em um território que compreende 35 municípios paranaenses e 14 catarinenses, no Centro-Sul do Paraná e Planalto Norte de Santa Catarina, voltado ao desenvolvimento tecnológico e à transferência de tecnologia a partir da Estação Experimental da Embrapa em Canoinhas/SC.

“É louvável termos a oportunidade de exercitar um ambiente colaborativo para enfrentar desafios comuns e qualificar as entregas com vistas a reduzir o distanciamento tecnológico”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza.

Um grupo de trabalho com participantes de todas as instituições que assinaram o protocolo identificou necessidades de atuação junto a pequenos produtores da agricultura familiar em sete cadeias produtivas: pecuária de corte e leite; hortaliças; fruticultura; suinocultura e avicultura; florestas plantadas e nativas; apicultura e grãos; e três temas transversais: conservação de solos e água; empreendedorismo e sucessão familiar; e agregação de valor e agroindústria familiar.

“A atuação em territórios garante um entendimento melhor das necessidades de cada local e as parcerias são fundamentais para coesão e impacto do trabalho. O compartilhamento de conhecimentos e ações pode trazer resultados mais efetivos e em menor tempo”, avaliou o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clênio Pillon.

Território – “Os municípios priorizados estão no raio de atuação da Estação Experimental, que servirá como polo de atuação, e todos eles contam com a atuação dos demais órgãos envolvidos nos respectivos estados”, explicou o coordenador técnico da Estação Experimental da Embrapa em Canoinhas, Nelson Feldberg, que coordenou a discussão do GT.

Os 35 municípios paranaenses representam cerca de 14% da área (cerca de 28 milhões de quilômetros quadrados) e 8,4% da população (cerca de 927 mil habitantes) do Estado do Paraná. À exceção de Rio Negro, todos os demais estão abaixo da média do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado.

Já os 14 municípios catarinenses ocupam um território de 10,4 milhões de quilômetros quadrados (10,9% da área de SC), com 370 mil habitantes e somente três deles estão com IDH acima da média de Santa Catarina. “São desafios que o meio rural tem e que só venceremos se estivermos juntos, se unirmos nossas competências para fazer chegar o conhecimento a quem precisa”, afirmou o secretário Natalino Avance de Souza.

O diretor de Gestão de Negócios e diretor-presidente substituto do IDR-Paraná, Altair Sebastião Dorigo, agradeceu pela parceria de muitos anos entre a Embrapa e o IDR-Paraná. “Começamos nossos trabalhos ainda com o antigo Iapar e a Emater, que hoje compõem o IDR-Paraná, sempre alinhados com um único objetivo que é levar o desenvolvimento rural para o estado do Paraná”, disse.

Para o presidente da Epagri, Dirceu Leite, as parcerias entre pesquisa e extensão são importantes porque permitem potencializar ações. “O Planalto Norte de Santa Catarina merece esse olhar para beneficiar seu desenvolvimento”, afirmou.

A diretora de Administração de Pessoal do Instituto Federal de Santa Catarina, Josiane Lima dos Santos, também ressaltou a importância da atuação conjunta. “O IFSC, especialmente o câmpus de Canoinhas, entende que este trabalho conjunto é extremamente importante para a região e uma forma de atendermos tantos produtores que precisam”.

Presente no evento, a superintendente federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Paraná, Leila Klenk, ressaltou a possibilidade de atuação conjunta no Hub-Canoinhas. “Conheci o projeto em uma visita à Estação Experimental, quando identificamos muitas possibilidades de atuação conjunta. O MDA tem trabalho com essa visão de território e vamos seguir conversando para mais para colocarmos em prática esta parceria”.

Proposta – O analista da Gerência-Adjunta de Aceleração da Inovação da Embrapa, Cassio André Hilbert, explicou que o grupo de trabalho identificou ações para cada uma das cadeias e temas a serem trabalhados e o Hub-Canoinhas deve atuar com câmaras temáticas, compostas pelas equipes técnicas das instituições; conselhos temáticos, com representantes dos agricultores familiares (setor produtivo); comitê executivo, com representantes das câmaras temáticas; comitê deliberativo, com representantes das instituições que compõem o Hub.

A partir da assinatura do protocolo, as equipes devem avançar nas questões regulatórias do funcionamento do hub, materializar a governança e avançar nos planos de trabalho de cada cadeia produtiva. Pela Embrapa, a Estação Experimental de Canoinhas já vai receber o aporte de recursos para investimento em infraestrutura e melhorias no campo experimental, para intensificação de pesquisas e propagação de material genético e cultivares dos cultivos trabalhados pelo hub.

Fonte: AEN-PR

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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