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Paraná discute parcerias com Canadá em educação, agricultura e desenvolvimento sustentável
Representantes do Governo do Estado receberam membros do Consulado Geral do país norte-americano no Palácio Iguaçu para tratar do fortalecimento de acordos existentes e do firmamento de novas iniciativas de maneira integrada.

Ampliação de negócios, intercâmbio estudantil e desenvolvimento sustentável estão entre as pautas em que o Governo do Paraná pretende avançar em parceria com o Canadá. Os temas foram discutidos na terça-feira (14), no Palácio Iguaçu, durante um encontro do governador em exercício Darci Piana com a cônsul-geral do Canadá em São Paulo, Heather Cameron.
Segundo Piana, um dos principais interesses do Estado é avançar na importação de fertilizantes, setor no qual o Canadá se destaca em nível nacional, e em parcerias na área de produção de energias renováveis. “Nós temos bastante interesse na questão dos fertilizantes, aproximando os produtores e fornecedores através da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, e na produção de energia eólica, fotovoltaica, e principalmente no biometano, que é um mercado em que o Paraná tem um grande potencial devido ao aumento da produção de carne suína”, afirmou o governador em exercício.
Atualmente, o Estado já possui diversas iniciativas que contam com o apoio do país norte-americano em diferentes áreas. No âmbito da ciência, tecnologia e inovação, foi assinado um acordo em 2020 para a cooperação entre a Fundação Araucária e a instituição canadense Mitacs Globalinks para estágios acadêmicos e de pesquisa industrial.
Outra frente de trabalho que pode avançar é a de mapeamento genético, no qual o Estado está na vanguarda no país. “O Paraná está à frente do Brasil na área de pesquisa genética voltada à saúde humana e ao agronegócio e nós temos profundo interesse na parceria com o Canadá, além de boa capacidade de cooperação”, garantiu o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona.
No âmbito das exportações, a Invest Paraná está organizando uma missão ao Canadá entre os dias 4 e 13 de maio, quando uma comitiva de empresários paranaenses
do setor alimentício vai participar da Sial Foods, a maior feira de alimentos da América do Norte. Na mesma viagem, estão previstas rodadas de negociação em Toronto e Montreal com empresários canadenses interessados em investir no Paraná em setores como ciências da vida, indústria 4.0, energias renováveis e silvicultura.
O Canadá também tem acordos assinados com as sete universidades estaduais do Paraná para treinamento nas línguas inglesa e francesa, além de participar ativamente dos programas Paraná Speaks English e Paraná Parle Français. Um acordo formal para a cooperação com o governo da Província canadense do Québec que está em vigor também deverá ser renovado.
Para a cônsul-geral do Canadá, a diversidade econômica paranaense justifica a atuação do país em áreas como energia elétrica, tecnologia limpa, segurança pública e educação.
“Estamos felizes com o desenvolvimento da parceria com o Governo do Paraná nos últimos anos e queremos intensificar esta relação com no desenvolvimento tecnológico para a agricultura, o desenvolvimento econômico sustentável, e as chamadas tecnologias limpas, área em que o Canadá é referência”, comentou. “Temos muitas empresas canadenses que já investem no Paraná e vamos trabalhar para sensibilizar outros investidores sobre as oportunidades disponíveis no Estado”.
Ganhando o mundo
Em 2022, 100 alunos da rede estadual de ensino embarcaram para um intercâmbio no Canadá através do programa Ganhando o Mundo, iniciativa coordenada pela Secretaria de Estado da Educação que oferece a estudantes do ensino médio da rede estadual uma formação em instituições de ensino estrangeiras. Os jovens foram selecionados com base em um ranking de melhores notas entre as escolas do Estado e passaram um semestre letivo no Canadá.
No início deste ano, o Governo do Estado lançou uma nova edição do programa voltada aos professores e pedagogos da rede estadual de ensino, com embarque previsto para setembro, tendo novamente o Canadá como um dos destinados. Os candidatos selecionados terão uma experiência de até quatro semanas de formação continuada em uma instituição de ensino superior.
Presente na reunião, o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, agradeceu o apoio do governo canadense ao programa e garantiu a continuidade e ampliação da iniciativa. “Tivemos uma participação muito importante do Consulado do Canadá para a emissão dos vistos e acolhimento aos estudantes”, disse.
“Em setembro, enviaremos 80 profissionais da educação para aprenderem sobre mentoria, metodologias e técnicas de ensino nas universidades canadenses e, a partir do próximo ano, mais 200 alunos serão selecionados para irem ao Canadá, dos quais 20 entre beneficiários do Bolsa Família”, concluiu Miranda.
Presenças
Estiveram presentes no encontro o diretor-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Wilson Bley Lipski; o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig; a gerente de Relações Internacionais da Invest Paraná, Bruna Radaelli; e a assessora de Relações Internacionais da Fundação Araucária, Eliane Registro. Pelo Consulado do Canadá, também participaram a cônsul para Assuntos Políticos, Pascale Thivierge, e o chefe do escritório comercial região Sul, Paulo Orlandi.

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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.
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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
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STF suspende julgamento da Moratória da Soja e mantém paralisação nacional de processos
Com pedido de vista de Dias Toffoli, segue válida a liminar de Flávio Dino que congelou ações na Justiça e no Cade, enquanto especialistas destacam impacto do caso na segurança jurídica do agro.

O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento que analisava a liminar concedida pelo ministro Flávio Dino que determinou a suspensão nacional de todos os processos que discutem a validade da Moratória da Soja na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até o momento, há quatro votos para confirmar a paralisação das ações. A análise ocorre no plenário virtual desde a última sexta-feira (14) e estava prevista para terminar na próxima terça-feira (25). O pedido de vista foi do ministro Dias Toffoli, e até que o processo volte à pauta a medida segue válida.
O advogado Frederico Favacho afirma que é positiva a decisão de Flávio Dino, por reconhecer que a Moratória da Soja é legal. “Esse é o ponto mais importante de toda a controvérsia”, entende.
A Moratória da Soja é um acordo voluntário entre tradings que comercializam grãos, no qual se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O STF julga uma ação ajuízada pelo PcdoB, PSOL, PV e Rede. As legendas pedem a suspensão de lei do estado de Mato Grosso que proíbe a concessão de benefícios fiscais para empresa que assinaram o acordo.
Em dezembro do ano passado, Flávio Dino atendeu ao pedido dos partidos e suspendeu a lei de forma liminar. Em abril deste ano, ele reconsiderou a decisão, estabelecendo que a norma passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.
Em 05 de novembro, Flavio Dino determinou a suspensão nacional de todos os processos, inclusive os que investigam possível formação de cartel no Cade. Afirmou não considerar adequado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, permitir que o debate sobre a Moratória da Soja prossiga nas instâncias ordinárias jurisdicionais ou administrativas, diante da possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento a ser fixado pelo STF. “No mesmo voto, Flávio Dino também reconhece o direito de os entes federativos estabelecerem as regras para concessão dos benefícios fiscais, o que, na prática, implicaria em os Estados poderem retirar os benefícios das empresas signatárias, o que continua sendo discutível na esfera infraconstitucional em relação a forma, razoabilidade e outros quesitos”, diz Favacho, complementando: “De toda forma, isso vem num momento importante, quando o mundo todo está de olhos voltados para as boas práticas ambientais do agronegócio brasileiro”.






