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Paraná busca alternativas para reforçar a conectividade no meio rural

Governo federal promove leilão de frequências da tecnologia 5G nesta quinta-feira (04). Começa pelas capitais, mas Paraná quer deixar o caminho pronto no setor rural.

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José Fernando Ogura/AEN

O Governo do Paraná estuda alternativas para garantir maior conectividade no ambiente rural e sedimentar o terreno para que as frequências da tecnologia 5G possam ser aplicadas futuramente no campo.

O leilão dessas frequências, que será efetivado nesta quinta-feira (04) pelo governo federal, atenderá inicialmente as 26 capitais e o Distrito Federal.

Uma das frentes em análise é a aplicação dos créditos do ICMS decorrente de exportação para ampliar a rede de torres de transmissão. Atualmente, o Paraná abriga 1.400 equipamentos. “Com mais umas 750 torres conseguimos dar sinal de qualidade via banda larga 4G de 700 megahertz”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Com essa modalidade, uma cooperativa, por exemplo, poderia transferir o direito de recebimento dos ativos para uma empresa de telecomunicações de sua preferência fazer o investimento. “A concessionária devolve esse recurso na forma de uma tarifa combinada para os associados que estão na área de abrangência”, afirmou o secretário.

Segundo ele, nas diversas reuniões que mantêm com empresas do setor de telecomunicações há um consenso de que o upgrade do 4G para o 5G é simples. “Então, essa tecnologia de torres não é investimento jogado fora, vai ajudar muito o setor rural no 4G, e quando vier o 5G só melhora”, disse. Um decreto para oficializar esse formato já está em fase de estudos.

O Estado também analisa, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e prefeituras, a possibilidade de financiamento para implantar troncos de fibra ótica até as comunidades rurais. A partir dali, o agricultor interessado poderia utilizar o crédito rural e financiar seu próprio ramal por fibra ótica ou rádio, possibilitando uma internet de melhor qualidade.

“Por essas duas vias podemos avançar bastante no oferecimento de um serviço mais acessível e que se traduza em inclusão digital e melhor produtividade”, disse Ortigara. “O campo precisa e precisará cada vez mais dessa capacidade de conectividade para usar as tecnologias que estão chegando com força”.

Revolução

Para o agrônomo Alessandro Casagrande, ainda é cedo para prever o impacto do 5G na agricultura. “Mas, com certeza, ela nunca mais será como antes”, afirmou. Ele coordena o Laboratório de Inovação do Sistema de Agricultura do Paraná (iLab Agro), que, em parceria com a Paraná Projetos, visa criar um ambiente para pensar inovações, desenvolver soluções digitais e identificar oportunidades para prestar melhor serviço à área rural.

“Para comunidades rurais, assim como para empresas, o lançamento do 5G provavelmente será muito mais revolucionário do que o lançamento do 4G, ocorrido há cerca de 10 anos no Brasil, dada a nova gama de soluções que serão proporcionadas pela alta velocidade do fluxo de informações”, disse Casagrande.

Ele relaciona como avanços a expansão da Internet das Coisas (IoT), geração de dados agroambientais em tempo real, multiplicação de veículos autônomos, enxames de drones, monitoramento de pragas com Inteligência Artificial (IA), rastreabilidade em tempo real, irrigação inteligente, entre outras.

O coordenador do iLab Agro cita que o acesso sem fio 4G está disponível para 95% das áreas urbanas no mundo. Quando a análise vai para o meio rural, esse porcentual cai para 71%. Porém, ao se analisar as nações em desenvolvimento ou menos desenvolvidas, observa-se que 17% da população rural não têm cobertura móvel, enquanto 19% são servidas apenas pela rede 2G.

Independentemente das condições estruturais para implantar a tecnologia, os produtores rurais demonstram interesse. “Percebemos um movimento acontecendo, é um misto de curiosidade, desconfiança, e às vezes medo, pois a tecnologia, principalmente a autômata, desperta isso”, afirmou Casagrande.

Mas ele acentuou que isso é normal em transições tecnológicas. “O nosso agricultor gosta de inovação, principalmente as novas gerações que procuram se atualizar sobre o tema, portanto a transição técnico-cultural não será um empecilho, ficando como grande barreira a ser superada a falta de estrutura de conectividade nas áreas rurais”, disse.

Para Casagrande, o governo tem um papel fundamental na coordenação e fomento da infraestrutura, similar como foi no passado com a construção de estradas para promover a integração do Estado. “Agora serão as infovias que farão a pavimentação da conectividade, tão necessária ao desenvolvimento no século 21”, salientou.

Leilão

O valor do leilão do governo federal será de, no mínimo, R$ 49,7 bilhões, segundo a Anatel. As empresas vencedoras pagarão R$ 10,6 bilhões pela outorga e investirão R$ 39,1 bilhões em infraestrutura.

Todo valor acima do preço mínimo será revertido para as 2,3 mil localidades que ainda não possuem 4G habilitado. Isto será muito importante para o desenvolvimento de aplicações da Agricultura 4.0 em áreas remotas.

Fonte: AEN/Paraná

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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