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Paraná avança na cadeia do ovo, de olho nos mercados interno e externo

Na esteira do frango de corte, Estado investe na produção do alimento para consumo humano e também fecundação.

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Fotos: Gilson Abreu

Provavelmente você já consumiu ao menos um hoje. Seja frito, cozido ou na forma de ingrediente de outro alimento como bolos e massas, o ovo está presente na rotina do brasileiro. Apesar de parecer, muitas vezes, “invisível”, a pujança da cadeia produtiva dessa proteína reflete a sua importância.

Em 2023, em especial, o ovo experimentou um bom desempenho com algumas pitadas de ineditismo. Os resultados ratificam as marcas do Paraná de maior produtor e exportador de frango de corte do país. Afinal, antes de a ave “voar” nos mercados interno e externo, é preciso haver ovos. Em linhas gerais, existem dois destinos para produção de ovos: a alimentação humana ou a fecundação, que transforma o produto em uma nova ave, que vai ser destinada ao corte ou a postura de ovos, recomeçando o ciclo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, considerando os ovos para consumo humano e também os fecundados, que servem para difusão da genética avícola, a produção brasileira aumentou 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Paraná foi o segundo Estado que mais cresceu, registrando variação positiva de 7,1%, com 434 milhões de dúzias nos nove primeiros meses do ano passado. Essa marca colocou o Estado no segundo lugar no ranking nacional, com 10,3% da produção brasileira, atrás apenas de São Paulo, que detém 26,4% do total produzido no país.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de ovos (incluindo todos os produtos) encerraram 2023 com total de 25,4 mil toneladas embarcadas, número 168,1% superior ao total exportado no mesmo período do ano anterior. A receita obtida com os embarques foi 182% maior em relação ao ano de 2022, totalizando US$ 63,2 milhões.

Olhando apenas para ovos para consumo, o Paraná está posicionado em nono lugar. Já na exportação de genética avícola, o Estado ostenta a primeira colocação, com participação de 38,9% no envio de ovos fecundados e pintos de um dia para o exterior.

As diferenças entre a condução de granjas para produção de genética para aquelas voltadas aos ovos para alimentação e frangos de corte está no nível de segurança sanitária. Quanto mais alto o padrão genético, maior a proteção. “Quem tem [galinhas] bisavós, são apenas as grandes empresas de linhagem avícola. A segurança é enorme! São granjas ‘blindadas’, que a gente nem tem acesso”, afirma Alvaro Baccin, consultor de negócios da Globoaves, uma das maiores empresas da área de genética avícola do país, com sede em Cascavel, na região Oeste.

No caso de granja de matrizeiro, há diversas regras para mitigar os riscos de contaminação, como distância de três quilômetros do próximo estabelecimento agrícola e 200 metros do aviário até o perímetro da propriedade. A preocupação não é descabida. Isso porque uma família de 10 galinhas bisavós e um galo de pedigree podem dar origem a mais de 100 milhões de pintos de corte.

A Globoaves produz mais de 40 milhões de ovos férteis por mês, sendo 20% para exportação. As aves matrizes ocupam mais de 600 aviários espalhados pelo Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sendo 60% da produção oriunda de granjas da própria empresa e 40% vindos de granjas parceiras que atuam no sistema de integração. “O ovo é a proteína mais consumida no mundo, pois encaixa no café da manhã, almoço e jantar”, expõe Lourival Ponce, produtor de ovos em Tibagi (PR).

As granjas localizadas no Paraná representam 30% da produção total da empresa. Desse montante, 80% permanecem no Estado, dando suporte à pujante atividade avícola paranaense. “Não existe essa questão de quem veio primeiro: o ovo ou o frango de corte. As duas atividades caminham juntas e foram se desenvolvendo lado a lado”, explica Baccin.

Ovos para consumo

Em relação às exportações de ovos para consumo no primeiro semestre de 2023, o Japão demonstrou um apetite voraz. O país asiático comprou 6,9 mil toneladas de ovos brasileiros, aumento de 1.304% em relação ao mesmo período de 2022. O porcentual é inédito na relação comercial entre os dois países.

Foto: Rodrigo Felix Leal

Na opinião do médico veterinário do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), Roberto de Andrade, o aumento das exportações de ovos para o país asiático reflete as dificuldades encontradas pelos antigos fornecedores. “Como a Influenza Aviária atingiu grandes exportadores como Estados Unidos e a Europa, isso ajudou o ovo brasileiro a entrar no Japão”, avalia.

Esses bons resultados, no entanto, não contam com participação do Paraná. Mesmo com status sanitário superior ao da grande maioria dos demais Estados, com o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação, a avicultura paranaense não participou dos embarques para o país asiático.

Segundo o produtor de ovos Arnaldo Cortez, que também preside o Sindicato Rural de Cruzeiro do Sul, na região Noroeste, o Paraná já teve participação maior na produção e na exportação brasileira de ovos para consumo. “Só que tivemos um problema. Outros Estados passaram a ter isenção de impostos. Com isso, fomos perdendo mercado porque não conseguíamos acompanhar os preços”, relata.

A expectativa do dirigente é que, com a reforma tributária, essa competição volte a ser justa. Ainda, na visão de Cortez, outro entrave é a ausência de uma indústria no Estado capaz de transformar a produção das granjas em ovo em pó, produto com maior validade de consumo e mais fácil de ser manuseado e, consequentemente, exportado. “Hoje nossa exportação [de ovos] é in natura. Por isso a dificuldade”, analisa Cortez.

Soma-se a esse obstáculo o fato de que na avicultura de postura, diferentemente da produção de frango de corte, praticamente não existe integração, sistema pelo qual a empresa integradora fornece aos produtores integrados lotes com pintainhos de um dia e a alimentação e, depois, recolhe as aves para o abate quando adultas. “Cada granja de postura é uma empresa. Como não há integração, é cada um por si, um concorrendo contra o outro”, lamenta o produtor.

Na sua empresa, Cortez possui 13 aviários, onde as aves são divididas conforme a idade. A cada 40 dias o avicultor descarta as aves mais velhas e adquire novos lotes de pintainhos para produção, que levam 120 dias para botar o primeiro ovo. Com uma produção de 50 mil ovos por dia, Cortez conta com um sistema de distribuição com mais de 400 pontos de venda na região Noroeste do Paraná. Para atender a demanda, ele também coleta ovos de granjas parceiras.

400%

Esta foi a variação de preço, em 2023, entre os tipos de ovos conforme o manejo convencional, orgânico, cage-free (livre de gaiola) ou caipira.

Fonte: Assessoria Sistema Faep/Senar-PR

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Colômbia abre mercado para exportação de grãos secos de destilaria

Com esta nova autorização, o agronegócio brasileiro alcança sua 105ª abertura neste ano, totalizando 183 aberturas em 58 destinos desde o início de 2023.

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Foto: Shutterstock

O Governo da Colômbia autorizou, a partir desta sexta-feira (06), a exportação pelo Brasil de grãos secos de destilaria ao país, conhecidos como DDG ou DDGS, para aquele país.

O insumo é uma fonte proteica e energética utilizada na produção de ração para ruminantes, suínos, aves, peixes e camarões. Os DDG/DDGS são gerados a partir da produção de etanol de milho na segunda safra.

A plantação é feita na mesma área da safra principal, após a sua colheita e no mesmo ano agrícola. Assim, não demanda terra adicional para ser cultivada, o que resulta em melhor aproveitamento dos recursos naturais.

Com esta nova autorização, o agronegócio brasileiro alcança sua 105ª abertura neste ano, totalizando 183 aberturas em 58 destinos desde o início de 2023.

Fonte: Assessoria Mapa
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Câmara Temática de Gestão de Risco Agropecuário cria GTs para fortalecimento das políticas públicas no setor

Objetivo é enfrentar os desafios críticos no setor, como os riscos climáticos, operacionais, de crédito e a necessidade de inovação tecnológica.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Em busca de aprimorar as políticas públicas voltadas ao setor do agronegócio, a Câmara Temática de Gestão de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) criou quatro Grupos de Trabalho (GTs) focados em temas prioritários como inovação tecnológica, riscos climáticos, operacionais e crédito. “A criação desses GTs é uma resposta ao crescente reconhecimento da importância de uma abordagem estruturada para lidar com os riscos que afetam a produção agrícola. A adesão de representantes de todos os setores envolvidos, como seguradoras, produtores e o próprio governo, mostra o comprometimento com a sustentabilidade e a resiliência do agro brasileiro”, destacou o presidente da Câmara Temática, Vitor Ozaki. 

O GT de Política Integrada de Gestão de Riscos na Agropecuária visa propor uma política que vá além do seguro rural, englobando outros riscos da cadeia produtiva como os tecnológicos, sanitários e logísticos.  

Já o GT de Inovação Tecnológica, Científica e de Negócios se propõe a desenvolver novas ferramentas digitais e modelos de parceria para modernizar o ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) e melhorar o acesso às informações de risco. 

Tem também o GT de Integração Crédito e Seguro Rural com foco na criação de sinergias entre as políticas de crédito rural e o seguro rural, buscando aumentar a resiliência financeira dos produtores e melhorar o acesso a financiamentos sustentáveis, como o FIAGRO. 

E, por último, o GT de Acompanhamento e Inovações no Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) que será responsável por monitorar a execução do PSR, identificar desafios orçamentários e operacionais, além de propor inovações que expandam o alcance do programa entre os produtores rurais. 

A gestão de risco é um tema estratégico para o agronegócio brasileiro, que tem enfrentado desafios cada vez maiores devido à imprevisibilidade climática e às oscilações do mercado. Nesse contexto, o papel da Câmara Temática e dos GTs se torna ainda mais relevante para assegurar a sustentabilidade financeira dos produtores rurais e a competitividade do setor. “A Câmara Temática é um espaço privilegiado de debate técnico que permite aprimorar as políticas públicas e integrar diversos atores do setor, gerando soluções concretas para problemas complexos. As contribuições dos Grupos de Trabalho serão decisivas para o futuro da gestão de risco no agronegócio”, afirmou o diretor de Gestão de Risco, Jônatas Pulquério.   

Os Grupos de Trabalho terão prazos de até 12 meses para a entrega de relatórios finais, com diagnósticos e propostas que visam aprimorar a gestão de risco no agro, além de fortalecer programas como o PSR e o PROAGRO.  

Com essas iniciativas, o Mapa reafirma seu compromisso com a criação de soluções integradas e inovadoras, capazes de enfrentar os desafios e garantir o crescimento sustentável do agronegócio no Brasil. 

Fonte: Assessoria Mapa
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Portaria define 11 novos postos para adidos agrícolas na África, Ásia e Américas

Com a ampliação, o Brasil passa a contar com sete adidos agrícolas em embaixadas na África e fortalecerá sua presença em importantes parceiros econômicos e mercados potenciais, expandindo as oportunidades para o setor agrícola nacional.

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O Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores definiram os locais dos 11 novos adidos agrícolas do Brasil no exterior. As futuras adidâncias serão na Argélia, Bangladesh, Chile, Costa Rica, Emirados Árabes Unidos, Etiópia (incluindo União Africana, Djibuti e Sudão do Sul), Filipinas (incluindo Ilhas Marshall, Micronésia e Palau), Irã, Malásia (incluindo Brunei), Nigéria e Turquia.

Com a ampliação, o Brasil passa a contar com sete adidos agrícolas em embaixadas na África e fortalecerá sua presença em importantes parceiros econômicos e mercados potenciais, expandindo as oportunidades para o setor agrícola nacional. “As novas adidâncias reflete o reconhecimento da importância do agronegócio e de sua maior inserção no mercado internacional para o Brasil. Com os novos postos iremos potencializar ainda mais as oportunidades para o setor, gerando empregos e renda para os brasileiros, principalmente em virtude das aberturas de mercados”, pontuou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.  

No mês de julho, o Governo Federal havia assinado o Decreto presidencial autorizando o aumento das adidâncias agrícolas de 29 para 40 postos. Essa ampliação do número foi a maior desde que a função foi criada, em 2008, pelo Decreto nº 6.464, já que estão sendo implementadas de uma única vez. 

Os adidos agrícolas desempenham funções de assessoramento junto às representações diplomáticas brasileiras no exterior. Suas principais atividades envolvem a identificação de oportunidades de comércio, investimentos e cooperação para o agronegócio brasileiro. Para isso, mantêm interlocução com representantes dos setores público e privado, formadores de opinião relevantes na sociedade civil e academia. 

Atualmente, há adidos agrícolas nos seguintes locais: África do Sul, Alemanha, Angola, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China (dois adidos), Colômbia, Coreia do Sul, Egito, Estados Unidos da América, França (Delegação do Brasil junto às Organizações Internacionais Econômicas Sediadas em Paris), Índia, Indonésia, Itália (Delegação Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e aos Organismos Internacionais), Japão, Marrocos, México, Suíça (Delegação do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio e outras organizações econômicas em Genebra), Peru, Reino Unido, Rússia, Singapura, Tailândia, Bélgica (Missão do Brasil junto à União Europeia em Bruxelas, dois adidos) e Vietnã. 

Fonte: Assessoria Mapa
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