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Paraná abre calendário nacional de divulgação do Projeto Campo Futuro

Estado foi o que mais participou do levantamento dos custos de produção. Resultados revelam um alerta para produtores de diferentes culturas.

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Desde 26 de agosto, o produtor rural do Paraná tem em mãos dados que fornecem um diagnóstico preciso de 12 atividades agropecuárias desenvolvidas no Estado. Os painéis de levantamento dos custos de produção do projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizado em parceria com o Sistema Faep, trazem um diagnóstico do setor. Os resultados foram apresentados em Curitiba, com a participação de mais de 160 agricultores, pecuaristas e presidentes de sindicatos rurais de todas as regiões do Estado. Posteriormente, os painéis também serão divulgados em outras quatro regiões do país.

Presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette: “Conhecer os custos de produção é a base de qualquer atividade” – Fotos: Divulgação/Faep

Só no Paraná, os levantamentos de custos foram realizados em 16 municípios. Os dados serão utilizados, essencialmente, em duas frentes: por um lado, servem de base para os produtores rurais otimizarem a gestão de seu negócio; em outra via, os números também vão subsidiar ações do Sistema Faep, visando o desenvolvimento das cadeias produtivas do Estado. Com isso, além de os agricultores e pecuaristas terem a possibilidade de conquistar melhores resultados individuais, o Sistema Faep também pode puxar a frente no atendimento de demandas coletivas do setor agropecuário junto ao poder público. “Conhecer os custos de produção é a base de qualquer atividade. Somente assim conseguimos perceber se temos lucro, se a atividade é rentável e como está o comportamento financeiro histórico. Além disso, essas informações vão auxiliar o Sistema Faep na busca de políticas públicas que atendam ao produtor rural”, apontou o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Assessora técnica da CNA, Larissa Mouro: “Nada melhor do que começar a divulgação pelo Paraná, que teve o maior número de levantamentos”

A assessora técnica da CNA, Larissa Mouro, destacou a adesão em massa de produtores paranaenses ao projeto Campo Futuro. O Paraná foi o Estado em que mais agricultores e pecuaristas participaram e que teve mais atividades agropecuárias analisadas. Da mesma forma em relação ao que ocorre em âmbito estadual, o levantamento também deve nortear estratégias de atuação da CNA em nível nacional. Confira aqui os resultados do Campo Futuro. “Nada melhor do que começar a divulgação pelo Paraná, que teve o maior número de levantamentos. Tivemos 155 painéis em todo o país e 25% deles foram [realizados] no Estado. Foram os que a gente teve mais participação, mais qualidade e com dados mais fidedignos”, disse Larissa.

Grãos

Não só os dados do Campo Futuro, mas também a palestra de conjuntura, com a fundadora da consultoria AgriFatto, Lygia Pimentel, revela um cenário de desafios para os produtores rurais. No caso da soja, a perspectiva é de que a produção global aumente para 403 milhões de toneladas em 2024. Entretanto o consumo não acompanhou esse movimento e permanece estacionado. Um país que vive esse reflexo é a China, principal importador mundial, que tende a desacelerar suas compras externas. “Tudo isso traz consigo uma pressão nos preços no nível global. Depois de anos de muita atratividade, temos um novo desafio”, apontou Lygia. “No Brasil, temos projeção de recorde de produção e de exportação. Mas os estoques finais bem maiores devem aplacar os preços”, projetou.

Além dessa conjuntura adversa, o Campo Futuro revelou uma safra difícil para o produtor de soja. Em nenhuma das quatro praças aferidas no Paraná (Londrina, Tibagi, Cascavel e Guarapuava), a renda bruta foi superior ao custo total, o que significa que o produtor pode ter dificuldade de se manter na atividade caso esse resultado persista no longo prazo. Município do Paraná em que as despesas mais apertaram, em Guarapuava os custos de produção equivaleram a 48,7 sacas por hectare.

Como se não bastassem os altos custos, o produtor enfrentou problemas climáticos extremos. Além disso, o preço médio da soja recuou 24,7 pontos percentuais. Em resumo, foi um período difícil para o produtor. “Como commodity, a soja tem preço definido de fora para dentro. No Paraná, não é diferente”, observou o pesquisador Mauro Osaki, do Centro de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Cepea). “Tivemos uma safra bem adversa, com condições extremas. Houve estiagem, chuva em excesso e chuva no período de colheita. Tudo isso afetou a produtividade”, complementou.

No caso do milho, a conjuntura internacional transita de forma mais estável, com a produção girando em torno de 1,2 bilhão de toneladas. Esse cenário mais previsível é positivo para a atividade, na avaliação de Lygia Pimentel. “Devemos ter um mercado mais tranquilo e previsível em termos de preço, com saca acima dos R$ 60, no ano que vem”, disse.

Além disso, a especialista apontou que Estados Unidos e Argentina devem reduzir suas áreas destinadas ao grão, o que pode provocar a expansão do cultivo de milho no Brasil. Um fator positivo é que os preços dos fertilizantes devem recuar.

O panorama serve de alento a uma safra péssima não só para o milho, mas também para o trigo. Afetada por aspectos agronômicos – de condições climáticas a pragas, como a cigarrinha –, o produtor de milho enfrentou perdas significativas. Tanto no caso do milho quanto no do trigo, a renda obtida não foi suficiente para cobrir os custos de produção.

“São atividades que não estão se pagando na ponta. No caso do milho, isso é preocupante porque não é a primeira vez. O milho de primeira safra deve entrar só para rotação de culturas. Isso é o que está se desenhando e pode ter impacto na cadeia de produção animal”, avaliou Osaki. “Foi um ano dramático”, resumiu.

Pecuárias

No caso da avicultura, a conjuntura internacional indica um cenário favorável. De forma generalizada, houve a redução dos custos de produção em relação a 2022, puxada

Fundadora da consultoria AgriFatto, Lygia Pimentel: “Temos um cenário mais ajustado, um pouco mais equilibrado, com possibilidade de maior reação, caso haja demanda internacional adicional”

principalmente pelo recuo dos preços dos grãos e de insumos nutricionais – que tinham sofrido uma disparada em anos anteriores. A produção nacional está relativamente estabilizada, com projeção de fechar 2024 em 6,4 bilhões de cabeças abatidas. As exportações devem ter um tímido aumento, chegando a 4,9 milhões de toneladas.

Para o produtor, no entanto, as condições não são tão positivas. Segundo o Campo Futuro, os avicultores paranaenses conseguiram cobrir o custo operacional efetivo, mas não o custo total. Com isso, os avicultores perdem a capacidade de fazer reinvestimentos na propriedade, o que acende um alerta para o longo prazo.

Na suinocultura, o alento aos produtores é a queda nos custos de produção que, na avaliação de Lygia Pimentel, tem potencial para voltar a estimular a atividade. A projeção é de o país fechar 2024 com o abate de 57,7 milhões de cabeças, com um aumento significativo nas exportações. “Temos um cenário mais ajustado, um pouco mais equilibrado, com possibilidade de maior reação, caso haja demanda internacional adicional”, apontou Lygia.

Apesar disso, os painéis do Campo Futuro revelam que os suinocultores fecharam mais um ano no vermelho.

O cenário traz boas projeções para a bovinocultura de corte. Segundo Lygia Pimentel, o ciclo pecuário se encontra na fase de queda de produção de bezerros – após ter havido o recuo dos preços do boi gordo e o descarte de fêmeas. “Com isso, a tendência para 2025/26 é de recuperação dos preços, com retenção de fêmeas e com o preço real do bezerro em alta”, estimou a especialista. Para ela, no entanto, não deve haver recomposição de preços ainda em 2024. “Não é ano de observarmos alta de preços, mas ela já está encomendada. Já abatemos fêmeas. É uma questão de esperar”, disse.

Fonte: Assessoria Sistema Faep

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Funcionários de fazendas recebem treinamento para manejo no parto de terneiros

Atividade do grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária reuniu trabalhadores de fazendas da metade Sul gaúcha

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Foto: Divulgação/Desenvolve Pecuária

Realizar corretamente o manejo de maternidade em bovinos de corte é fundamental para garantir a saúde dos animais e a consequente produtividade na fazenda. A falta desse cuidado pode resultar em doenças nos bezerros, como a pneumonia e a diarreia neonatal, que registram altos índices de mortalidade e afetam o desenvolvimento dos animais sobreviventes.

Neste sentido, o Grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária realizou neste mês treinamentos de capacitação em “Boas Práticas de Atendimento ao Parto em Bovinos de Corte”. A atividade, em parceria com o Núcleo de Estudos em Sistema de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia (Nespro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),  ocorreu em duas propriedades nas regiões Sul e Oeste gaúcha.

A diretora executiva e coordenadora do Grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária, Elisia Corrêa, ressalta que a demanda por este tipo de treinamento surgiu após uma live do professor Júlio Barcellos, titular do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde foram abordados cuidados e técnicas corretas para os partos de terneiros. Elisia destacou que, a  partir disso, surgiu a ideia dos treinamentos. “Pensamos em regiões distantes, no caso São Gabriel e Capão do Leão, para alcançar o maior número de associados, uma vez que já estava muito próximo da época de parição e não conseguiríamos, em tempo hábil, fazer mais treinamentos neste ano”, explicou. Em função da boa receptividade nas duas propriedades, Elisia adiantou que a ideia é, para o ano que vem, repetir o treinamento em outras regiões. “Até mesmo promover outros treinamentos com diferentes contextos que vivenciamos dentro da pecuária, até para qualificar mais a mão de obra do campo”, concluiu.

No dia 13 de setembro, o treinamento foi na Estância Alvorada do Inhatium, em São Gabriel, na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O proprietário da Fazenda, Taue Nuñez, avaliou o curso como “muito produtivo”. Participaram dois funcionários da Alvorada e cerca de 40 pessoas entre funcionários e proprietários de outras fazendas da região. “Os colaboradores que lá estavam foram muito participativos, interessados e são os que estão na vanguarda do trabalho rural”, ressaltou.

O treinamento foi feito pelo professor Júlio Barcellos e pela médica veterinária formada pela Ufrgs Marcela Kuczynski da Rocha. Barcellos destacou a intensa participação e trocas de experiências por parte dessas equipes que levaram suas vivências prévias de campo, nos cuidados da vaca no momento do parto e como intervir quando houver algum tipo de dificuldade. “Todos estavam muito interessados, filmando, fotografando, conhecendo os equipamentos utilizados nos atendimentos do parto e procurando também opinar a respeito daquilo que eles imaginam que é o mais correto, mas que nem sempre é”, constatou.

No dia 04 de setembro, o treinamento foi na Estância da Gruta, em Capão do Leão, e reuniu cerca de 20 funcionários de fazendas da região, sendo cinco da Gruta. À frente da Estância da Gruta, a pecuarista Anna Luiza Sampaio avaliou o treinamento como “muito bom e esclarecedor”. Anna conta que os professores trouxeram um terneiro em formol para simular a vaca e como manusear o correto trabalho de parto. O treinamento ficou a cargo dos professores da Universidade Federal de Pelotas (UfPel) Márcio Nunes Corrêa e Viviane Rabassa.

Fonte: Assessoria Desenvolve Pecuária
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Calor e clima seco elevam risco de queimadas no Centro-Oeste e Sul do Brasil; chuvas se restabelecem em outubro

Chuva ficou abaixo da média em praticamente todo o país.

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Foto: Divulgação/Pixabay

Agosto confirmou a tendência de pico da estação seca na região Central do Brasil. A combinação de prolongada falta de chuva, umidade baixa e tempo quente favoreceu o aumento dos focos de queimadas. O calor e a falta de chuva seguiram mostrando como deve ser o clima durante a maior parte do mês de setembro. Os primeiros dias do mês também foram de baixos volumes de chuva.

O oitavo mês do ano foi de escassa precipitação, com baixa umidade do ar e excesso de calor nos estados do Centro-Oeste, com máximas acima de 40°C em alguns municípios. Além disso, o mês marcou extremos de temperatura no Centro-Sul do Brasil, com onda de calor e episódios de temperaturas baixas diante da ocorrência de massas de ar polar. A chuva ficou abaixo da média em praticamente todo o país.

No Cerrado e no Pantanal, houve aumento da quantidade de focos de incêndio em agosto, que costuma ser o mês com a segunda maior média mensal de queimadas do ano. Nos dois biomas, setembro tem a maior média de focos de calor entre todos os meses do ano, algo que vem se confirmando nos primeiros dias do mês.

Durante a semana passada, uma nova onda de calor atuou sobre o país, desde o norte do Paraná, passando pelo Sudeste e Centro-Oeste, com temperaturas até 5°C acima da média, segundo o INMET. Com o forte calor e a baixa umidade do ar, o risco permaneceu alto e contribuiu para a elevação dos focos de incêndio sobre o território nacional.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Todo o país permaneceu sem nenhuma precipitação até a última quarta-feira (11). Porém, na quinta-feira (12), as chuvas começaram a ganhar força sobre a Região Sul e chegaram até partes do Sudeste, com acumulados entre 20 e 50mm no Rio Grande do Sul.

Chuvas devem se estabelecer na segunda quinzena de outubro

A maior parte do mês de setembro será de precipitações escassas no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, com clima muito seco no Brasil Central. A Região Sul deve apresentar os maiores volumes de chuva ao longo do mês.

Já para o mês de outubro, os modelos europeu e americano (GFS) convergem para o retorno das chuvas com um padrão mais bem distribuído e com maiores volumes. O mês de setembro ocorrerá sem El Niño ou La Niña atuando no Oceano Pacífico, representando um período de neutralidade climática.

A expectativa é de que, a partir da segunda quinzena do mês, o cenário de precipitação gradualmente começará a mudar, com o retorno da chuva para áreas do Sudeste e do Centro-Oeste entre a terceira e a quarta semanas do mês, mas ainda de forma irregular e mal distribuída.

O modelo europeu de projeção (ECMWF), que tem apresentado até o momento maior precisão, sinaliza que, a partir do próximo dia 20, há boa possibilidade de que as frentes frias originadas do Sul comecem a ganhar mais amplitude, se estendendo para as demais regiões, porém ainda de forma bastante irregular.

As precipitações devem ocorrer de forma mais generalizada a partir da segunda metade do mês de outubro. Apesar do atraso nas chuvas, que deve resultar em atraso do plantio de verão, a expectativa é de que, uma vez que as precipitações se estabeleçam, devem ocorrer em bons volumes até pelo menos o mês de janeiro, o que sinaliza um padrão positivo para a safra.

Entretanto, os modelos de projeção confirmam o estabelecimento da La Niña até novembro. A média dos modelos projeta uma La Niña de fraca intensidade, com desvio da temperatura do Pacífico próximo de -0,5°C.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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Prêmio Queijos do Paraná chega à segunda edição, com expectativa de recordes

Lançamento ocorreu nesta quarta-feira (18), no Mercado Municipal de Curitiba. Iniciativa deve bater recorde de produtores e de queijeiros inscritos.

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Em solenidade realizada na manhã desta quarta-feira (18), um comitê gestor formado por cinco entidades promoveu o lançamento oficial da segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná. Idealizada com o objetivo de divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado, a iniciativa traz novidades e vem com a expectativa de bater recordes de produtos inscritos e de queijeiros participantes. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro deste ano e a premiação será realizada em 30 de maio de 2025.

Presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette: “Demonstramos ao Brasil e ao mercado internacional que temos queijos de excelente qualidade”

Na cerimônia de lançamento, o comitê gestor – formado por Sistema Faep, Sebrae/PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sindileite e Sistema Fecomércio-PR – apresentou o regulamento da segunda edição. Além disso, representantes das entidades também celebraram a importância do evento para o setor lácteo, dando continuidade a uma série de ações e políticas públicas levadas a cabo desde que o prêmio foi criado. “As pessoas que tiveram queijos premiados na primeira edição puderam colocar o selo em seu produto, que, com isso, foi reconhecido pelo mercado como queijo de melhor qualidade. Conseguiram, assim, gerar maior valor agregado. Isso significou mais renda para nossos produtores. Também demonstramos ao Brasil e ao mercado internacional que temos queijos de excelente qualidade. É isso que buscamos: uma cadeia inteira qualificada, da matéria-prima até o produto final”, disse o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Presidente-executivo do Sindileite-PR, Wilson Thiesen: “Esse prêmio vem a ajudar muito toda a cadeia produtiva do leite”

Além de realçar a relevância da primeira edição, o presidente-executivo do Sindileite-PR, Wilson Thiesen, apontou a tradição do Paraná na produção de leite – a primeira indústria de laticínios do Estado acaba de completar 100 anos de fundação – e novos investimentos no setor.

Na avaliação dele, ao colocar os queijos paranaenses em destaque, o prêmio contribui para impulsionar a comercialização dos derivados lácteos, inclusive para outros Estados. “Temos quase 12% da produção brasileira e 6% da população. Imagine como é a comercialização da nossa produção. O desafio é grande e esse prêmio vem a ajudar muito toda a cadeia produtiva do leite”, avaliou Thiesen. “Na primeira edição, jamais imaginávamos a diversidade e o sucesso da iniciativa. Agora, na segunda edição, devemos superar o que foi realizado”, acrescentou.

Presidente do IDR-Paraná, Richard Golba: “Eu me sinto orgulhoso que o queijo familiar, da tradição, saiu da clandestinidade para ganhar um espaço nobre na capital do Paraná”

O presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, também ressaltou a tradição do Paraná na produção leiteira, principalmente em pequenas propriedades. Ele lembrou que, no passado, a fabricação de leite se dava de forma artesanal, para consumo próprio das famílias. Todo esse modelo passou por um processo de profissionalização, a ponto de os produtos lácteos conquistarem destaque em âmbito nacional e até internacional. “Eu me sinto orgulhoso que o queijo familiar, da tradição, saiu da clandestinidade para ganhar um espaço nobre na capital do Paraná. Nós, da extensão rural, sempre estivemos na luta para que o leite e os queijos se transformassem nesses alimentos nobres e tradicionais da nossa agricultura familiar”, disse Golba. “Esse trabalho do Prêmio Queijos do Paraná é maravilhoso, porque reflete a nossa essência”, apontou.

A união das entidades do setor produtivo com o poder público também foi destacada pelos integrantes do comitê gestor do Prêmio Queijos do Paraná. O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, lembrou que a iniciativa não se resume à premiação, mas que “tem um antes, um durante e um depois”, que abrangem dezenas de ações que serão executadas em conjunto com 37 entidades apoiadoras.

Vice-presidente do Sistema Fecomércio-PR, Ari Faria Bittencourt: “Vamos continuar trabalhando para que o Paraná seja referência para o Brasil e para o mundo”

O vice-presidente do Sistema Fecomércio-PR, Ari Faria Bittencourt, também celebrou a atuação conjunta de tantas entidades. “Estamos juntos com grandes parceiros e os produtores rurais paranaenses para valorizar nossa produção, melhorar a gestão das agroindústrias, fortalecer a economia no campo, destacar a cadeia láctea e a qualidade de produtos feitos dentro das conformidades legais”, apontou Tioqueta. “O Paraná é diferente, porque consegue trabalhar em conjunto. Vamos continuar trabalhando para que o Paraná seja referência para o Brasil e para o mundo”, frisou

“Esse evento é muito mais do que uma celebração de um dos produtos mais emblemáticos do nosso Estado. É também um reconhecimento ao trabalho incansável dos nossos produtores que todos os dias contribuem para que o Paraná se torne uma das maiores potências do setor de laticínios do Brasil”, avaliou Bittencourt. “Estamos especialmente entusiasmados. Esperamos superar os números da primeira edição”, disse.

O prêmio
Na ocasião, o idealizador do Prêmio Queijos do Paraná, Ronei Volpi, apresentou o regulamento da segunda edição e contextualizou a importância do setor lácteo para a economia. Todos os 399 municípios do Paraná produzem leite, atingindo uma média de 13 milhões de litros por dia – dos quais 6 milhões são destinados à fabricação de queijos. Isso coloca o Estado em segundo lugar no ranking de produção de leite. Juntos, os estados da região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – respondem por 40% do leite produzido no país, em apenas 7% do território nacional. “O Sul brasileiro é a ‘Meca’ do leite e dos produtos lácteos. E a cadeia láctea é a mais complexa, mais sensível e pulverizada, o que amplia o nosso desafio e a nossa responsabilidade. Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”, apontou Volpi. “Continuamos com foco na produção, promoção e na qualidade”, ressaltou.

Idealizador do Prêmio Queijos do Paraná, Ronei Volpi: “Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”

O Prêmio Queijos do Paraná terá 21 categorias, de acordo com o leite utilizado (vaca, cabra ou búfala) e as características do queijo. Para participar, os produtores ou as agroindústrias precisam estar regularizados, com certificado de inspeção municipal, estadual ou federal. Os produtos inscritos serão avaliados de acordo com critérios técnicos, por um júri especializado – treinado a partir de cursos de formação oferecidos pelo prêmio.

A avaliação dos produtos será feita de acordo com as categorias em que eles foram inscritos. Serão três jurados por mesa, que vão atribuir notas aos queijos, de acordo com os quesitos técnicos pré-estabelecidos. Os derivados que obtiverem notas entre 18 e 20 conquistarão a medalha de ouro. Os produtos que forem avaliados com notas entre 16 e 18 levarão a medalha de prata. Os que fizerem de 14 a 16 pontos ficarão com o bronze. Uma segunda fase é destinada exclusivamente aos queijos que conquistarem a medalha de ouro. O júri vai selecionar os dez melhores (super ouro) entre os medalhistas, que participarão de uma nova disputa. Nesta etapa, cada jurado vai defender um dos queijos, apontando suas principais características. Após a argumentação verbal, será escolhido o “Melhor Queijo do Paraná 2025”. Além da medalha, os dez super ouro vão ganhar uma viagem técnica, em local ainda a ser definido.

Excelência em Muçarela
O Prêmio Queijos do Paraná traz, ainda, uma nova iniciativa: o Concurso Excelência em Muçarela – Edição Pizza. “O Paraná é o maior produtor de muçarela do país. Quase 50% do mix de produtos lácteos do Estado corresponde à muçarela”, justificou Volpi. A disputa será voltada à aplicação desse tipo de queijo na gastronomia, mais especificamente como ingrediente de uma pizza.

O concurso contará com duas etapas: uma avaliação técnica, em que o júri observará as características técnico-funcionais do queijo, como derretimento, elasticidade, gordura livre e fatiabilidade; e uma avaliação sensorial, em que os jurados levarão em conta a utilização da muçarela em uma pizza.

Ao término, o Concurso Excelência em Muçarela vai selecionar as cinco melhores muçarelas. Os vencedores ganharão uma viagem técnica. A expectativa é de que 80 queijeiros e/ou indústrias se inscrevam nessa modalidade.

Fatores decisivos

O vice-governador do Paraná, Darci Piana, destacou a importância da parceria entre o governo e a iniciativa privada como fator decisivo para o desenvolvimento do estado. “Quando há união entre o setor privado e o governo, o sucesso é garantido. O Paraná é um exemplo de pujança, investimento e liderança”, afirmou.

Vice-governador do Paraná, Darci Piana: “O Paraná é um exemplo de pujança, investimento e liderança”

Piana ainda reforçou a necessidade de dar continuidade ao trabalho realizado na primeira edição do projeto, com o objetivo de expandir suas ações para outros estados e, futuramente, alcançar também o mercado internacional.

O secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, ressaltou o desafio constante de expandir a distribuição de produtos lácteos do Paraná para o restante do Brasil, destacando a importância da industrialização como estratégia de crescimento. “Nosso objetivo sempre foi levar o leite paranaense para o mercado nacional, e uma maneira eficaz de alcançar isso é por meio da produção de queijos e outros derivados lácteos”, afirmou.

Ele também destacou o impacto positivo de iniciativas como o prêmio, que ajudam o setor a superar obstáculos de curto e médio prazo. “Vemos pequenos produtores que começaram com queijos artesanais e hoje têm suas marcas reconhecidas internacionalmente. Parabenizo as entidades por liderarem esse movimento, que deve ser contínuo em prol de uma cadeia produtiva tão relevante”, salientou.

O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza, destacou a relevância do queijo para a economia do Paraná, especialmente no contexto da agricultura familiar. “O queijo é um produto essencial para a economia do estado e crucial para a sustentabilidade da agricultura familiar”, afirmou.

Segundo ele, o momento atual representa um grande avanço para o setor, resultado de anos de esforço e dedicação. “O Paraná se diferencia por sua capacidade de unir forças, o que o coloca como o principal estado agrícola do país. Esse trabalho conjunto é o que nos permite produzir o melhor queijo do Brasil”, mencionou.

Fotos: Divulgação/Faep

Livro
Ao longo do evento, o comitê gestor também promoveu o lançamento do livro da primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná. A publicação traz um perfil dos 88 produtores medalhistas, com as características básicas dos queijos premiados e os contatos dos ganhadores. O material serve como um guia de produtores e de derivados lácteos do Estado.

Primeira edição
Lançada em 2023, a primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná impulsionou o setor lácteo do Paraná. A iniciativa registrou a inscrição de 450 produtos, dos quais 291 queijos foram efetivamente habilitados a concorrer. Ao todo, 88 queijos foram premiados: 28 com medalha de bronze, 30 com a de prata e 30 com a de ouro. Além disso, entre os 30 medalhistas de ouro, dez conquistaram também a medalha super ouro. Ainda, o prêmio formou 60 jurados, que passaram por um curso técnico que os habilitou a fazer o julgamento dos produtos.

Além do comitê gestor, a primeira edição reuniu 28 entidades apoiadoras, entre universidades, instituições públicas e associações ligadas à cadeia produtiva, que desenvolveram dezenas de ações voltadas ao setor lácteo, com a qualificação de produtores de leite, de queijeiros artesanais e de indústrias lácteas. Houve também eventos promocionais, oficinas, minicursos e conferências online, direcionados ao público consumidor e a empórios e lojas especializadas em queijos.

Fonte: Assessoria Faep
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