Bovinos / Grãos / Máquinas
Pará prorroga rastreabilidade de bovinos e bubalinos até 2030
Medida visa garantir sanidade, transparência e acesso a mercados internacionais para produtores do estado.

O Governador do Pará, Helder Barbalho, assinou, na terça-feira (02), o decreto nº 5.074, que amplia o prazo da rastreabilidade bovina e bubalina no estado. Com o decreto, a identificação dos bovinos e bubalinos pode ser feita até 31 de dezembro de 2030. A assinatura ocorreu durante a 64ª edição do Encontro Ruralista, organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e realizado na sede da entidade.
A medida ocorre para atender o setor produtivo. Antes, os produtores tinham até 01º de janeiro de 2026 para identificar o rebanho movimentado com brincos (visual e eletrônico) estando com a Guia de Trânsito Animal (GTA) em dia, e até 1º de janeiro de 2027 para a identificação total de todo o rebanho bovino e bubalino, conforme estabelecia o decreto do programa Pecuária Sustentável do Pará.
O novo decreto considera que o processo de identificação individual e a rastreabilidade de bovinos e bubalinos no Estado do Pará, no âmbito do Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), constitui atividade permanente e sistemática das ações de Defesa Sanitária Animal do Estado do Pará e que, portanto, terão seus prazos estendidos.
A identificação dos bovinos e bubalinos movimentados, para qualquer finalidade, inclusive abate, cria, recria, engorda, leilões e exportação, deverá ocorrer até 31 de dezembro de 2030. “Queremos mostrar a capacidade produtiva com integridade, com boas práticas e, acima de tudo, fazer um grande chamamento ao mercado nacional e internacional para poder valorizar quem produz de forma correta, sustentável e responsável e isso está sendo feito no Pará. Hoje, com a ampliação desses prazos, atendemos o setor produtivo e provocamos os mercados a valorizar aqueles que produzem com regularidade ambiental, agregando valor e boas práticas, assegurando esse movimento: de um Estado que produz e de um Estado que respeita o meio ambiente”, afirmou o governador.
Programa Pecuária Sustentável
O Programa Pecuária Sustentável do Pará foi lançado durante a COP 28, em Dubai, e é a maior iniciativa de rastreabilidade individual do Brasil. A proposta é promover uma nova pecuária no estado, conciliando desenvolvimento econômico e regularização ambiental. Com parceria entre setor público e privado, ele prioriza a alta produtividade, segurança sanitária, a transparência e responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva, visando a produção de carne de qualidade com sanidade animal e livre de desmatamento.
O objetivo do programa é implementar a rastreabilidade animal, um dos eixos de comprovação da origem dos animais, abrindo espaço de comercialização da carne produzida no Pará para os mercados internacionais exigentes, como o europeu e o chinês, além do fortalecimento da confiança dos consumidores. A meta do programa é rastrear 100% do rebanho bovino movimentado no Pará, agora, até 31 de dezembro de 2030.
Dados do Sistema de Gestão Agropecuário (SIGEAGRO) da ADEPARÁ apontam que o Pará tem o segundo maior rebanho do país, com 26 milhões de bovinos, e o primeiro em bubalinos com 782 mil cabeças de búfalos, mais de 70% concentrados no Marajó.
Anúncio do novo prazo ocorreu durante o 64º Encontro Ruralista
Com a participação de lideranças, produtores e representantes do Sistema FAEPA/SENAR/FUNDEPEC, além de autoridades, a edição 2025 do encontro discute temas estratégicos como a prestação de contas das entidades, os resultados do Agro na COP30, mercado de carbono, impactos da expansão de áreas protegidas, reforma tributária e financiamento para o agro.
A gestão e o desenvolvimento rural também fazem parte da pauta, incluindo regularidade fiscal (ITR), logística, saúde no campo, pecuária de leite, fundo eventos, temas fundiários e ambientais, comunicação, educação formal, energia e iluminação pública, irrigação, além das ações e programas do Senar, PS-JA, FPR, NCR e o fortalecimento dos núcleos e sindicatos, entre outros de fundamental importância para o setor. “A ideia de trazer as lideranças e discutir o assunto é exatamente buscando o desenvolvimento do Estado. Hoje nós avançamos muito! Primeiro com a presença do governador, que a respeito da rastreabilidade bovina prorrogou até 2030”, afirmou o presidente da Faepa, Carlos Xavier.

Bovinos / Grãos / Máquinas
Bezerro inicia dezembro em trajetória de alta no mercado brasileiro
Indicador Cepea/Esalq registra avanço contínuo em Mato Grosso do Sul, refletindo estabilidade e demanda firme após um novembro de valorização consistente.

O Indicador do Bezerro Cepea/Esalq para Mato Grosso do Sul registrou avanço contínuo no início de dezembro de 2025. Na terça-feira (02), o valor alcançou R$ 3.060,31, alta diária de 0,57% e elevação mensal acumulada de 0,96%, com equivalência de US$ 573,95.
Na sessão anterior, segunda-feira (01°), o indicador havia sido cotado a R$ 3.043,08, variação positiva de 0,39% no dia e igualmente 0,39% no mês, com valor em dólar de US$ 567,85.
Já no fechamento de novembro, no dia 28, o preço se manteve estável em R$ 3.031,19, acumulando naquele momento 3,30% de alta no mês e registrando US$ 568,49. Na última quinta-feira (27), houve leve recuo de 0,05%, com o indicador em R$ 3.031,13, enquanto a variação mensal se mantinha em 3,29%, e o equivalente em dólar era de US$ 566,14.
Na quarta-feira (26) o valor foi de R$ 3.032,60, alta diária de 0,36%, acumulando 3,34% no mês e equivalendo a US$ 568,33.
Os dados mostram um mercado firme para o bezerro sul-mato-grossense, com preços iniciando dezembro em trajetória de alta após um novembro marcado por avanços consistentes.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Mercado do boi entra em dezembro em ritmo de estabilidade
Indicador Cepea/Esalq mantém a arroba em R$ 321,60, com variações mínimas nos últimos dias e cenário de equilíbrio entre oferta e demanda.

O Indicador do Boi Gordo Cepea/Esalq iniciou dezembro estável, repetindo na segunda-feira (1º) o valor de R$ 321,60 por arroba, sem variação diária ou mensal. Em dólares, o indicador fechou o dia cotado a US$ 60,32.
O movimento de preços nos últimos dias de novembro foi marcado por pequenas oscilações. Na sexta-feira (28), o valor também foi de R$ 321,60, com leve alta de 0,09% no dia e avanço mensal acumulado de 0,86%. Na quinta-feira (27), o indicador registrou R$ 321,30, elevação de 0,06% em relação ao dia anterior.
Já no dia 26, o preço caiu 0,05%, para R$ 321,10, enquanto no dia 25 houve o recuo mais expressivo da semana, de 0,37%, com a arroba cotada a R$ 321,25.
Apesar das pequenas flutuações ao longo do período, os dados mostram um mercado relativamente estável, com o indicador se mantendo próximo do patamar de R$ 321 por arroba e variações moderadas tanto no curto quanto no médio prazo.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Expedição revela as principais oportunidades e gargalos da cria bovina no Brasil
Circuito Cria visitou 43 fazendas em seis estados, mapeou gargalos, identificou oportunidades técnicas e destacou o papel da genética Angus e Ultrablack na eficiência da produção.

Foram 15 mil quilômetros rodados em menos de dois meses, cruzando seis estados e diferentes realidades da pecuária brasileira. Assim começou o Circuito Cria, uma expedição que visitou 43 propriedades entre 29 de setembro e 21 de novembro para revelar, in loco, os principais gargalos e oportunidades da cria bovina em áreas como genética, nutrição, manejo, reprodução e sanidade.
A viagem técnica foi realizada em um período considerado decisivo para a pecuária brasileira. Depois de um ciclo marcado pelo aumento do abate de fêmeas, o mercado inicia uma etapa de retenção de vacas de cria e de maior valorização dos bezerros, movimento que tende a se firmar nos próximos anos.
No caso específico da raça Angus, o volume de animais disponíveis é menor e deve seguir reduzido até 2026, com projeção de recuperação somente a partir de 2027. “A expedição cumpriu o objetivo de tirar a fase de cria da invisibilidade e de mapear, in loco, a realidade, os desafios e o potencial desse primeiro elo da cadeia. Foi uma oportunidade ímpar de estar ao lado do produtor de base, levar conhecimento técnico e, ao mesmo tempo, coletar dados primários de alta fidelidade”, afirma a coordenadora geral do Programa Carne Angus Certificada, Lídia Leal.
“O Circuito Cria foi fundamental para estreitar a relação com o pecuarista de base. Sempre estivemos muito próximos das etapas de recria e engorda, mas a cria é que realmente define o caminho da genética. O marmoreio e a qualidade começam ali, na escolha do sêmen e na condução das matrizes. Estar ao lado desse produtor, orientando e incentivando o uso de genética Angus e Ultrablack, é garantir que teremos bezerros com o potencial necessário para entregar o padrão esperado”, destaca a coordenadora regional do programa, Mariana Borges.
Oportunidades no horizonte
Com o fim da expedição, diversas oportunidades já podem ser mapeadas. O aumento da eficiência reprodutiva é uma delas. Segundo Lídia, a expansão do uso de tecnologias, como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e a seleção de genética superior (Angus/Ultrablack) são possibilidades que, comprovadamente, elevam a taxa de prenhez e desmame, além de padronizarem o rebanho. Isso tudo se reflete em ganhos para o produtor. “O mercado está cada vez mais disposto a remunerar melhor o bezerro fruto de manejo e genética diferenciada, permitindo que o criador de alta performance capture maior valor na desmama”, explica, complementando que a integração de dados é também uma oportunidade de levar ferramentas de gestão simples e eficazes para o campo, transformando dados brutos em informação acionável.
O Circuito também permitiu a identificação de alguns gargalos relevantes. De acordo com a coordenadora do programa, a falta de profissionalização e de gestão de dados em muitas fazendas de cria ainda dificulta a tomada de decisão baseada em indicadores econômicos e técnicos, como o custo de produção por bezerro. “Outros pontos são a degradação de pastagens e o manejo nutricional inadequado, especialmente no período da seca, comprometendo o desempenho reprodutivo e a condição corporal das matrizes”, afirma.



