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Para elevar produção de leite, pecuaristas de Roraima investem na raça Girolando
Associação Brasileira dos Criadores de Girolando fez os primeiros registros genealógicos de animais no Centro-Sul do Estado.

Com potencial para avançar na pecuária leiteira, o estado de Roraima tem apresentado aumento da demanda por animais de genética superior da raça bovina Girolando, que responde por 80% do leite produzido no Brasil. As vendas de sêmen da raça cresceram 152% em 2021. De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, esse investimento levará a uma ampliação do rebanho registrado no estado.
No mês de novembro, o técnico do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando, Diogo Balderramas, esteve na Fazenda Juazeiro, no município de Caracaraí, para registrar os primeiros animais da região. “O mercado para a raça em Roraima, está extremamente aquecido e promissor. Por mostrar eficiência de produção nas condições climáticas do estado, os pecuaristas locais estão buscando por animais Girolando registrados, com o certificado da Associação”, diz o criador Arthur Clever Batista Martins, que junto com o pai Manoel Júnior Rodrigues Martins, conduz a seleção da raça da Fazenda Juazeiro.
O início da seleção começou em 2011, quando resolveram investir de fato na pecuária leiteira. A propriedade buscava uma raça que pudesse manter um bom índice produtivo, dentro de um sistema de criação a pasto, com altas temperaturas e umidade e um período seco muito severo. “Vimos no Girolando o gado perfeito para nossas condições por ter grande adaptabilidade à região, alta produtividade, precocidade, longevidade e fertilidade”, explica o criador.
Com o investimento no registro genealógico do rebanho, a Fazenda Juazeiro terá a oportunidade de atender o promissor mercado de genética de Roraima, ofertando animais melhoradores. O plantel de 80 animais será ampliado em breve, utilizando, para isso, tecnologias de reprodução, como a Fertilização In Vitro (FIV). “Temos várias transferências de embriões previstas para ocorrer agora em dezembro. Já em 2023, nascerão 22 prenhezes, oriundas de FIV, na fazenda”, diz Arthur.
O trabalho de seleção conta com a orientação do técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. “Na inspeção do rebanho, ficou evidente a qualidade das bezerras nascidas na Fazenda Juazeiro. São animais dentro do padrão da raça e que já mostram bastante tipo leiteiro, ou seja, vão produzir muito leite futuramente. Esse é um trabalho que trará um avanço genético enorme também para o estado à medida que essa genética for sendo comercializada para os produtores locais”, diz Balderramas.
Segundo o técnico, a propriedade utiliza nos acasalamentos, touros Girolando participantes do Teste de Progênie da raça, prova criada em 1996 onde já foram testados 259 reprodutores em todo o país e outros 173 exemplares encontram-se em fase de teste.
De acordo com a Associação de Girolando, os investimentos em melhoramento genético feitos pelos pecuaristas brasileiros elevaram a produção média de leite da raça em 60% no período de 20 anos. Dados da Embrapa Gado de leite apontam que a produção média, em até 305 dias, é hoje de 6.032 kg. O Girolando surgiu no Brasil a partir do cruzamento entre as raças Gir Leiteiro e Holandês e em 1996 foi reconhecida oficialmente como raça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Hoje, são mais de 2 milhões de registros genealógicos já efetuados no país pela Associação de Girolando.
Orientação técnica
O trabalho de seleção conta com a orientação do técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. “Na inspeção do rebanho, ficou evidente a qualidade das bezerras nascidas na Fazenda Juazeiro. São animais dentro do padrão da raça e que já mostram bastante tipo leiteiro, ou seja, vão produzir muito leite futuramente. Esse é um trabalho que trará um avanço genético enorme também para o estado à medida que essa genética for sendo comercializada para os produtores locais”, diz Balderramas.
Segundo o técnico, a propriedade utiliza nos acasalamentos, touros Girolando participantes do Teste de Progênie da raça, prova criada em 1996 onde já foram testados 259 reprodutores em todo o país e outros 173 exemplares encontram-se em fase de teste.
De acordo com a Associação de Girolando, os investimentos em melhoramento genético feitos pelos pecuaristas brasileiros elevaram a produção média de leite da raça em 60% no período de 20 anos. Dados da Embrapa Gado de leite apontam que a produção média, em até 305 dias, é hoje de 6.032 kg. O Girolando surgiu no Brasil a partir do cruzamento entre as raças Gir Leiteiro e Holandês e em 1996 foi reconhecida oficialmente como raça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Hoje, são mais de 2 milhões de registros genealógicos já efetuados no país pela Associação de Girolando.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



