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Notícias IPVS2022

Para atender pesquisa e mercado, IPVS2022 fortalece parceria com as principais entidades da suinocultura brasileira

O IPVS2022 será realizado no Rio de Janeiro (RJ), em 2022, entre os dias 21 e 24 de junho, no Rio Centro Convention & Event

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Representantes da ABPA, ABCS, ABEGS e Embrapa participarão ativamente da promoção do IPVS Rio de Janeiro- (Foto: divulgação)

Com o objetivo de fazer a conexão entre a ciência e o mercado, o Congresso IPVS2022 – International Pig Veterinary Society, maior evento técnico científico da suinocultura mundial, conta com o apoio das principais entidades do setor para construir um evento sólido que agregue conteúdo científico e um debate para a construção das novas tendências da suinocultura mundial. O IPVS2022 será realizado no Rio de Janeiro (RJ), em 2022, entre os dias 21 e 24 de junho, no Rio Centro Convention & Event, e terá como tema “Novas perspectivas da suinocultura: biosseguridade, produtividade e inovação”.

“Iremos conectar a ciência – essência do IPVS – com o mercado. Precisamos compreender que um não vive sem o outro. A ciência não tem fim em si própria: ela está a serviço de produzir mais e melhor alimento, e essa premissa se conecta diretamente à razão de existir do IPVS”, explica o Diretor de Relações Institucionais do evento, José Antônio Ribas.

A International Pig Veterinary Society é uma associação fundada há mais de 50 anos com o objetivo de organizar congressos internacionais e proporcionar a troca de conhecimentos em produção e saúde de suínos. É um evento itinerante, sendo realizado a cada dois anos nos diversos continentes pelo mundo. A associação é composta por um conselho diretor chamado de “IPVS Board”, formado pelos presidentes das últimas dez edições, além do atual e futuro presidentes do Comitê Organizador.

O comitê organizador do IPVS2022 é composto por Fernanda Almeida como Presidente, Roberto Guedes na Diretoria Científica, Isabel Muniz na Diretoria Financeira, Amilton Silva na Diretoria Comercial e de Comunicação, Lia Coswig na Diretoria de Biosseguridade, Lauren Ventura na Diretoria Social e José Antônio Ribas na Diretoria de Relações Institucionais.

“Nós, brasileiros, somos privilegiados, pois são poucos os países que já sediaram mais de uma vez o evento. Em 1988, o Brasil foi sede do 10º Congresso da IPVS, presidido pelo médico-veterinário e referência em suinocultura, Luciano Roppa”, relembra a médica-veterinária, PhD e presidente do Congresso IPVS2022, Fernanda Almeida. Na mesma época, há três décadas, o Brasil acabava de erradicar a Peste Suína Africana (PSA), um grande feito para o país.

“O cenário permitiu mostrar aos estrangeiros, principalmente os europeus – que representam o grande público do evento – o que o Brasil e o povo brasileiro são capazes de fazer. Após o congresso, a suinocultura brasileira experimentou grandes avanços nos âmbitos de genética, sanidade, nutrição, reprodução e em diversas áreas”, ressalta Fernanda.

“Existe um campo muito fértil de discussão no qual queremos criar atrativos não apenas para a academia e os pesquisadores, mas também para os negócios. O IPVS2022 está sendo feito para todos. As empresas terão seu espaço, poderão trazer sua equipe e debater o futuro da suinocultura mundial”, afirma Ribas e completa: “Sou um defensor do privilégio que é trabalhar na cadeia de produção de alimentos. É um propósito que por si só já é bonito. Então, podemos olhar também para o consumidor e clientes, antecipar tendências, gerar perguntas e respostas em interação com a ciência e o mercado. Faremos algo inovador!”, garante.

 

A força da suinocultura brasileira está na união

Segundo Ribas, o IPVS2022 não repetirá a fórmula de sucesso de eventos anteriores. O trabalho da edição Rio de Janeiro é diferente do ponto de vista científico e mercadológico, e busca encontrar pontos de afinidade entre a ciência e o mercado. Portanto, conta com o apoio das principais entidades da suinocultura brasileira, que serão fundamentais para intermediar essa conversa.

“O IPVS2022 tem que ser exemplar e gerar mudanças dentro do cenário brasileiro, sendo uma oportunidade ímpar de o Brasil mostrar sua organização e virtudes. Faremos um evento em alto nível e com grandes debates”, salienta o diretor.

A 26ª edição do evento é realizada pela Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves), entidade que desempenha um importante papel na cadeia produtora brasileira e de forte atuação junto às associações e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O evento tem o apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA, Associação Brasileira dos Criadores de Suínos – ABCS, Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos – ABEGS e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa.

 

Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA

“Um evento como o IPVS fortalece a imagem do Brasil, já muito influente no mercado internacional. Somos o quarto maior produtor do mundo e caminhando para nos tornar o 3º maior exportador. Trabalhamos para aumentar nossa produção e exportações, sem deixar de abastecer o mercado nacional. Essa conjuntura mostra que precisamos de eventos bem feitos, no quais a ciência deve ser usada para evoluir. Como presidente da ABPA, ratifico nosso apoio para que possamos fazer um grande evento, de uma suinocultura que é verdadeiramente boa e precisa mostrar isso para o mundo”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin.

 

Associação Brasileira dos Criadores de Suínos – ABCS

“Para nós, da ABCS, é um grande privilégio ter esse evento no país. Vivemos um momento difícil, mas acredito que em 2022, com o avanço da vacina, estaremos vivendo um cenário diferente, mais otimista. A suinocultura vem crescendo, por isso precisamos de mais eventos internacionais no Brasil, principalmente porque somos constantemente demandados internacionalmente como vitrine mundial do que é feito corretamente em termos de suinocultura”, frisa o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Marcelo Lopes.

 

Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos – ABEGS

“As empresas associadas da Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos influenciam acima de 95% do abate brasileiro. Por isso, a ABEGS tem grande interesse em divulgar a suinocultura brasileira. Temos visto que é muito importante não apenas fazer um marketing bem feito, mas comunicar o que se faz e, dentro da suinocultura global, o Brasil se destaca não somente pela qualidade zootécnica em termos de performance, mas também em sanidade. Este é um ativo muito privilegiado, e precisamos protegê-lo. Nesse sentido, o IPVS acerta novamente ao estabelecer o comitê de Biosseguridade, que trará ainda mais segurança para que o evento se sobressaia na manutenção do cuidado com a segurança do nosso plantel”, elogia o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos, Alexandre Furtado da Rosa.

 

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa

“O projeto do IPVS2022 está sendo construído com bases muito sólidas e, nessa construção, estamos aprendendo muitas coisas novas, principalmente sobre o novo formato de unir a indústria ao setor técnico. Todos queremos fazer o projeto dar certo. O sucesso já começa com a união, sendo esse o momento de recuperar nossa força frente aos mercados internacionais”, afirma a chefe Geral de Suínos e Aves da Embrapa, Janice Zanella.

 

Para Ariel Mendes, membro do comitê de Biosseguridade, organizar um congresso mundial é uma responsabilidade muito grande. “Por isso, focaremos em interatividade, garantindo a segurança do nosso plantel sem deixar de mostrar ao público como nossas granjas funcionam. Esse cuidado tem por finalidade valorizar a suinocultura. Adotar medidas restritivas não visa afastar as pessoas, mas, sim, preservar a qualidade sanitária e o abastecimento dos mercados internacionais que consomem a proteína suína produzida no Brasil. Nesse ponto, as entidades nos ajudarão na divulgação dessas medidas para os produtores, os granjeiros, a indústria de equipamentos e demais elos da cadeia”.

“Agradecemos o apoio das entidades que embarcaram conosco nessa jornada e reforçamos que, com a união de todos, faremos um grande IPVS no Rio de Janeiro”, promete a presidente Nacional da Abraves, Lauren Ventura.

“Com o apoio dessas entidades temos a certeza de mobilização da cadeia, que agregará ao evento novos cenários para a construção de um debate focado em ciência e mercado, tendo como base as virtudes da suinocultura brasileira. O IPVS2022 será exemplar, um gerador de mudanças dentro do cenário brasileiro. Será uma oportunidade única do Brasil mostrar sua organização e grandeza”, finaliza Ribas.

Demais informações sobre o evento estão disponíveis no site www.ipvs2022.com ou pelo telefone (31) 3360-3663.

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Fonte: Assessoria

Notícias Política tributária

Asgav alerta para possível aumento no preço da carne de frango no Rio Grande do Sul

Governo gaúcho propõe alterações na política tributária que vão impactar diretamente a cesta básica. Setor gera cerca de 600 mil atividades diretas e indiretas e movimenta outros setores da economia, que podem sofrer impactos com o retrocesso e encolhimento da avicultura no estado.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A carne de frango foi fundamental para o sucesso do Plano Real, combatendo a inflação e garantindo acesso à proteína para milhões de brasileiros. Ao longo dos anos, reajustes acompanharam oscilações da economia e custos de produção, sem inviabilizar o acesso à população. Em nota oficial à imprensa, a Organização Avícola do Rio Grande do Sul, que reúne a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Rio Grande do Sul (Sipargs) destacou que após 30 anos do Plano Real, o governo gaúcho propõe alterações na política tributária que vão impactar diretamente a cesta básica, incluindo a carne de frango. “Isso pode ocasionar aumentos consideráveis no preço do produto e seus derivados, fragmentando o setor e dificultando o acesso à proteína para as famílias mais necessitadas”, diz trecho da nota.

A produção de carne de frango, com grande sacrifício e enfrentando dificuldades, é um dos principais produtos exportados do Rio Grande do Sul, ocupando a 3ª posição no valor bruto da produção agropecuária gaúcha. O setor gera cerca de 600 mil atividades diretas e indiretas e movimenta outros setores da economia, que podem sofrer impactos com o retrocesso e encolhimento da avicultura gaúcha.

Nos últimos anos, a perda de competitividade das indústrias gaúchas foi alarmante, com 51% da carne de frango e cortes congelados comercializados no estado vindo de outras unidades da federação. “O governo gaúcho não apresenta propostas para dar viabilidade aos empreendimentos avícolas. Ao contrário, os decretos que entrarão em vigor em 1º de abril aumentam encargos e desestimulam a competitividade”, pontua a publicação.

Solicitação à suspensão dos decretos

A Asgav solicitou ao governo estadual a suspensão dos decretos e busca, em conjunto com entidades, parlamento e outros setores da economia, alternativas para evitar o retrocesso que atingirá milhares de pessoas, trabalhadores e famílias que dependem do setor avícola e de tantos outros. “A política tributária proposta pelo governo do Rio Grande do Sul ameaça o acesso à carne de frango, impacta negativamente a economia gaúcha e não oferece alternativas para o setor avícola. A ASGAV busca diálogo e soluções para evitar o retrocesso e garantir o desenvolvimento do setor e o bem-estar da população”, ressalta trecho do documento.

Confira a nota na íntegra:

Fonte: O Presente Rural
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Notícias Nesta quarta-feira

Lançamento da segunda fase do Prêmio Referência Leiteira acontece durante a Expoagro Afubra 

Apresentação da disputa na categoria Cases será em paralelo ao Seminário: pecuária de leite do Rio Grande do Sul – principais informações e indicadores, a partir das 09 horas, no Auditório Central do Parque de Exposições de Rincão Del Rey, em Rio Pardo (RS).

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Será lançada, nesta quarta-feira (20), a segunda fase da etapa de inscrições para o 3° Prêmio Referência Leiteira. A apresentação da disputa na categoria Cases, será em paralelo ao Seminário: Pecuária de Leite do Rio Grande do Sul – Principais informações e indicadores, na Expoagro Afubra. O encontro começa a partir das 09 horas, no Auditório Central do Parque de Exposições de Rincão Del Rey, em Rio Pardo (RS).

A apresentação do regulamento ficará a cargo do presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, o zootecnista Jaime Eduardo Ries, da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica (Emater/RS), que também fará a palestra da manhã. Ele estará acompanhado do vice-coordenador do 3° Prêmio Referência Leiteira, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), e de Ronaldo Santini, secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). As três entidades são as promotoras da distinção.

Assim como na edição passada, a premiação para os melhores Cases será dividida em seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira. Na primeira parte do processo de inscrições para a 3ª Edição da premiação, as fazendas se credenciaram para disputar nas categorias: Propriedade Referência em Produção de Leite, divididas entre sistemas de criação a pasto com suplementação ou de semiconfinamento/confinamento. As três que atingirem os melhores índices em cada processo, assim como as melhores em cada Case, serão conhecidas durante evento na Expointer 2024.

Fonte: Assessoria Sindilat/RS
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Notícias

Corporações querem controle sobre debate climático, diz pesquisadora

Estudo traz visão crítica sobre transição energética no Brasil.

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Foto: Divulgação/Pixabay

Termos como transição energética, mudanças climáticas e sustentabilidade socioambiental estão na boca dos porta-vozes de organizações apontadas historicamente como responsáveis por muitos dos problemas que hoje o mundo tenta mitigar, como as mineradoras, a indústria de combustíveis fósseis e o agronegócio. Além de celebrar a mudança no discurso dessas instituições, a pesquisadora Elisangela Paim, doutora em Ciências Sociais pela Universidad de Buenos Aires e coordenadora latino-americana do Programa Clima da Fundação Rosa Luxemburgo, liderou um trabalho que traz questionamentos sobre as apropriações do discurso verde no cenário atual.

O título do trabalho, Em nome do clima: mapeamento crítico transição energética e financeirização da natureza, dá uma ideia das questões levantadas. A publicação foi lançada em São Paulo no dia 11 de março e é dividida em dois eixos: o primeiro discute a transição energética por meio do mapeamento e análise de projetos e políticas associadas às eólicas, hidrogênio verde e mineração no Brasil. O segundo apresenta as iniciativas de redução das emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD) na região amazônica.

Com mais de 20 anos de acompanhamento de impactos de grandes projetos sobre comunidades na América Latina, a pesquisa também reflete mais de 15 anos de envolvimento na análise e resistência aos projetos de REDD, proporcionando uma visão crítica da transição energética no Brasil, com destaque para os estados Rio Grande do Sul, Ceará e Pará.

Coordenadora latino-americana do Programa Clima da Fundação Rosa Luxemburgo, Elisangela Paim – Foto: Aidee Sequeira

Em entrevista, Elisangela Paim destaca contradições como o aumento significativo na demanda por novos minerais considerados críticos e estratégicos para viabilizar a produção de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, painéis solares, aerogeradores, carros elétricos entre outros produtos.

A transição energética se tornou um tema quase onipresente. Há necessidade de cautela para não haver esvaziamento ou desvirtuamento dessa pauta? É isso que vocês procuram alertar com o mapeamento crítico?

O que destacamos no mapeamento é a apropriação, ou melhor, a construção da noção de energia renovável por corporações que buscam se legitimar e expandir o controle sobre o debate climático e do mercado energético. As corporações dos setores de energia e mineração vêm se apresentando como comprometidas com a defesa do meio ambiente, o enfrentamento às mudanças climáticas e o combate à pobreza, com o aval e apoio ideológico e financeiro dos estados e da própria Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC).
No entanto, o que observamos é que, ao mesmo tempo em que os investimentos em energias fósseis se expandem, as corporações destacam as possibilidades de compensar os impactos negativos desses investimentos com as energias renováveis, como os complexos eólicos e a extração de minerais críticos necessários para projetos de energia renovável. A taxa estimada de crescimento da extração anual de lítio, por exemplo, é de mais de 8.000%. O mineral é um dos componentes usados na bateria de carros elétricos.

É comum ver apenas o lado positivo de projetos como usinas eólicas, painéis solares e carros elétricos, mas que problemas iniciativas como essas podem criar ou agravar?

Comunidades atingidas, movimentos e organizações sociais vêm denunciando os impactos socioambientais decorrentes da instalação de megaempreendimentos de energia eólica no Brasil. As denúncias começam logo no processo de planejamento, mas principalmente durante a instalação, devido à privatização dos territórios e pelos impactos na saúde.

Pode dar alguns exemplos?

A implantação de usinas eólicas na zona costeira do Ceará tem alterado significativamente as características ecológicas e morfológicas dos ecossistemas ali presentes, resultando em impactos negativos ao meio ambiente. Além disso, há o bloqueio ao acesso às dunas, manguezais e praias que, devido à privatização de áreas públicas pelas usinas eólicas, resulta em violações de direitos e impacta atividades culturais e econômicas das comunidades.
A pesca artesanal também está ameaçada pela possível instalação de usinas eólicas no mar (offshore) nas costas do extremo oeste (Camocim), oeste (projetos Jangada e Asa Branca), Fortaleza e região metropolitana (Projeto Caucaia).
No Rio Grande do Sul, os projetos eólicos planejados para ser instalados na Lagoa dos Patos podem inviabilizar o modo de vida e sobrevivência de pescadores artesanais, estimados em mais de 13 mil, e das comunidades pesqueiras. São conflitos que nos levam a questionar a própria noção de renovabilidade e de transição.

A demanda por minerais que viabilizem essas tecnologias também traz contradições?

No caso dos minerais da transição, destacamos que a Agência Internacional de Energia afirma que a demanda por lítio triplicou entre 2017 e 2022. A principal razão desta alta é a demanda do setor energético pela substância para a fabricação de equipamentos de armazenamento de energia.
Assim, não podemos desconsiderar os impactos relacionados à mineração; aquela mineração que conhecemos como causadora de crimes ambientais, de deslocamentos forçados, de rompimento de barragens de rejeito, de violação de direitos ao território, moradia, ambiente saudável, do racismo ambiental, aquela que resulta na exploração de tantos territórios e corpos.

Esse uso em armazenamento de energia está ligado aos carros elétricos, por exemplo?

Substituir o carro a combustível fóssil pelo elétrico, além de manter o paradigma do transporte individual, não elimina o problema da extração de recursos e tudo que está associado a isso em termos de conflitos ambientais.
Por exemplo, o estudo destaca que são necessários 236 quilos de alumínio por unidade de veículo elétrico inteligente (EVs), 22 quilos por kw gerado para uma unidade de produção de energia fotovoltaica (placas solares), 3 quilos por kw para suprir a demanda das plataformas de energia eólica offshore, além de cobre, níquel, zinco e cobalto.
A própria Agência Internacional de Energia estima que será necessário triplicar a exploração de recursos minerais para gerar os subsídios necessários para a “transição energética”.

A compensação de carbono tem sido suficientemente auditada e regulada para ser mesmo uma alternativa confiável para mitigar as mudanças climáticas?

O problema da compensação de carbono não está na metodologia utilizada. Está na sua fundamentação política e ideológica. Foi construída para possibilitar às empresas o direito de continuar desmatando, degradando, poluindo, gerando conflitos no campo. A fundamentação, sendo problemática, não tem metodologia, monitoramento, fiscalização que garanta um enfrentamento adequado da mudança climática.

Apesar de ser comprovado que as maiores causas da mudança climática e de outros problemas socioambientais no país estão relacionadas com o agronegócio, propostas baseadas em ideias climáticas como o mercado de compensação de carbono florestal, ao lado do discurso do desenvolvimento, estão, na prática, vinculadas a novas dinâmicas, como é o caso do mecanismo de Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Ambiental na Amazônia e a sua relação com o mercado de carbono.

Também é importante mencionar que temos visto — aqui me refiro particularmente ao trabalho entre a Fundação Rosa Luxemburgo e o Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, através do trabalho da professora Fabrina Furtado — diversos problemas como “créditos fantasmas”, dupla contagem de redução de emissões.

As comunidades tradicionais que habitam áreas de preservação que podem integrar o mercado de carbono correm algum risco? Como elas podem se beneficiar desse processo?

Recentemente estivemos no Acre, junto com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), e visitamos comunidades envolvidas em projetos privados, ou seja, projetos “voluntários”, REDD, e foi possível comprovar que há um profundo desconhecimento sobre o tema e, especificamente, dos projetos, revelando a ausência de consulta, prévia, livre e informada como prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, OIT, da qual o Brasil é signatário e com responsabilidade de aplicá-lo em todo território nacional.

As comunidades não sabem o que é carbono, mudança climática, mercado de carbono, em resumo, não compreendem o projeto do qual fazem parte. Em resumo, são comunidades vivem em um contexto de insegurança, ameaça e incerteza, sem receber nenhum benefício.

É importante destacar que essas famílias e comunidades não são responsáveis pelo desmatamento [na região] e que, portanto, o projeto não está reduzindo o desmatamento. No entanto, já está vendendo crédito e sendo utilizado para compensar as emissões de terceiros.

Quando inserimos as dimensões de classe, gênero e raça nessa perspectiva, como fazer uma transição que seja também para um mundo com menos desigualdades?

É necessário compreender as relações sociais envolvidas na produção de energia [renovável inclusive], seus usos e seus efeitos. A mudança na composição da matriz energética não é uma solução quando mantém as relações de poder desiguais, aprofunda o controle territorial por corporações e destrói territórios e modos de vida. É preciso mudar o modo de produção e consumo na nossa sociedade, principalmente, no Norte global e das elites do Sul. Além disso, é preciso respeitar o direito e autonomia das comunidades sobre os seus territórios.

Fonte: Agência Brasil
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Imeve Suínos março

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