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Panorama da Influenza aviária e seus impactos nos Estados Unidos

Desde o início do atual surto, em fevereiro de 2021, até o início de julho, a doença causou a morte de 58,8 milhões de aves em mais de 300 granjas comerciais em 47 estados, representando o pior desastre de saúde animal já registrado no país norte-americano.

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Maior produtor mundial de frango de corte e de perus, os Estados Unidos vivem atualmente uma emergência sanitária no setor avícola. O atual surto de Influenza aviária de Alta Patogenicidade (IAAP – H5N1) assola o país e já provocou consequências devastadoras para a cadeia produtiva, que já estima prejuízos superiores a US$ 1 bilhão.

Presidente da United Egg Producers, Chad Gregory – Foto: Divulgação/United Egg Producers

Desde o início do atual surto, em fevereiro de 2021, até o início de julho, a gripe aviária já havia causado a morte de 58,8 milhões de aves em mais de 300 granjas comerciais em 47 estados, representando o pior desastre de saúde animal já registrado no país norte-americano, cenário esse que impactou na alta dos preços de ovos, frangos e perus. “Essa situação coloca uma pressão adicional sobre os produtores, que já estão lidando com as perdas econômicas e os desafios impostos pelo vírus”, frisou Chad Gregory, presidente da United Egg Producers, uma cooperativa agrícola que atua de forma colaborativa para lidar com questões legislativas, regulatórias e de defesa que impactam a produção de ovos norte-americana, durante sua participação online na 4ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul Ovos), realizada entre os dias 18 e 20 de junho, em Gramado, na serra gaúcha.

Apenas Havaí, Louisiana e Virgínia Ocidental ainda não haviam relatado focos de gripe aviária. Iowa, o maior produtor americano de ovos, lidera o surto no país com cerca de 16 milhões de aves abatidas.

Para mitigar os efeitos e lidar com essa crise, o governo estadunidense já destinou US$ 793 milhões em resposta ao surto, incluindo a eliminação de aves mortas, implementação de quarentenas, implementação de estratégias de prevenção, controle e vigilância a fim de evitar uma propagação ainda maior do vírus e para minimizar danos futuros. Em junho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou mais US$ 502 milhões para garantir uma resposta rápida a possíveis futuros casos de gripe aviária, mesmo que o pior surto da história do país esteja se estabilizando. “Esses recursos são cruciais para financiar medidas de controle, pesquisa, diagnóstico e possíveis indenizações aos produtores”, destacou Gregory, acrescentando: “É necessário investir cada vez mais em medidas de biossegurança nas granjas avícolas e fortalecer a capacidade de resposta das autoridades sanitárias”.

De acordo com Gregory, ao contrário dos anos anteriores, o vírus H5N1 encontrou uma maneira de sobreviver ao calor do verão, provocando um aumento nos casos relatados durante o outono norte-americano. “Em comparação com o surto de 2014/2015, quando o primeiro caso positivo foi registrado em 02 de abril, a disseminação atual da IAAP é mais ampla. Há oito anos, o surto afetou mais de 36 milhões de poedeiras e seis milhões de frangos nos estados do Centro-Oeste, sendo controlado no final de junho daquele ano. Enquanto que no surto atual a disseminação está muito mais ampla, agravando a situação e os desafios enfrentados pelos produtores avícolas”, analisou, ampliando: “A capacidade do vírus de resistir ao calor do verão e continuar se espalhando durante o outono indica uma maior adaptabilidade e persistência em comparação com os surtos anteriores”.

Segundo o USDA, desde 19 de abril não houve novos registros da doença em lotes de aves comerciais, nem em lotes de criação doméstica desde 18 de maio.

Preços

No início deste ano, os preços dos ovos chegaram a atingir US$ 4,82 por dúzia, em comparação com US$ 1,93 no ano anterior. Nos meses seguintes apresentou queda, passando a US$ 4,20 no começo de julho, redução de US$ 0,62 por dúzia.

Enquanto que o preço de meio quilo de peito de frango em janeiro era comercializado a US$ 4,32; e o peru aumentou de US$ 1,29 por libra para US$ 1,72 por libra. “Esses números refletem um aumento considerável nos custos para os consumidores, impactando seus orçamentos e opções alimentares. A variação nos preços dos ovos, peito de frango e peru reflete a complexa interação entre fatores como a demanda, a oferta e as condições de mercado”, pontua Gregory.

Mitigações dos impactos econômicos

Com base nas informações fornecidas pelo USDA, a experiência adquirida desde o surto ocorrido há oito anos destacou a importância de fortalecer a biossegurança, intensificar a vigilância e melhorar os testes e a presença in loco de profissionais do Serviço de Inspeção Sanitária Animal para uma resposta ágil aos casos, controle e prevenção da disseminação da doença. Com isso, durante o atual surto, o USDA conseguiu obter uma economia significativa de custos, com uma redução estimativa em quase 50% em comparação ao surto anterior. “Ao mesmo tempo, o USDA trabalhou para garantir acordos de regionalização e manter os mercados abertos com os principais parceiros comerciais. Essas medidas foram fundamentais para mitigar os impactos econômicos e proteger a indústria avícola durante a crise”, expôs Gregory.

Durante uma mesa redonda que reuniu líderes da indústria avícola e representantes de vários estados para discutir a estratégia atual e futura de combate à gripe aviária, a subsecretária de Agricultura para Programas Regulatórios e de Marketing do USDA, Jenny Moffitt, enfatizou as lições aprendidas que influenciaram a estratégia atual de eliminação e erradicação dos focos da doença. “No surto de gripe aviária ocorrido em 2015, cerca de 70% dos casos foram atribuídos à disseminação lateral, propagação essa que foi reduzida para 15% no atual surto. Mas precisamos permanecer vigilantes, especialmente porque as aves selvagens continuam a representar riscos de doenças. Todos nós devemos reconhecer o importante papel desempenhado pela biossegurança como limitadora do impacto ocasionado por aves selvagens em granjas e suas instalações”, salientou.

Produção de ovos

A produção de ovos norte-americana está concentrada em apenas seis estados, representando 47% do total produzido. Essa concentração geográfica destaca a importância dessas regiões na oferta nacional de ovos. Com o surto de IAAP houve uma perda significativa no plantel de poedeiras, com 43,3 milhões de poedeiras abatidas, com 30,7 milhões entre fevereiro e junho e 12,6 milhões ainda entre setembro e dezembro de 2022.

Essa perda de plantel impactou a disponibilidade de ovos no mercado, com o setor registrando picos de preço durante os períodos festivos, devido à alta demanda combinada com baixos estoques, que registraram uma queda de 29% em dezembro. Os preços dos ovos orgânicos e livres de gaiolas atingiram o valor de US$ 11,49 nesse período. “As mudanças no consumo também impactaram a indústria de ovos norte-americana e muitos restaurantes tiveram que alterar seus cardápios, buscando opções mais diversificadas, situação essa que tem influenciado a demanda de consumidores e as estratégias de produção atual”, comentou a médica-veterinária e gerente de Inteligência de Mercado da DSM-firmenich, Stephanie Hajaj, que participou do Painel Novos Mercados e Novos Horizontes na 4ª Conbrasul Ovos.

Exportações

Médica-veterinária e gerente de Inteligência de Mercado da dsm-firmenich, Stephanie Hajaj – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A exportação de carne de frango dos Estados Unidos se manteve estável nos 12 meses encerrados em abril de 2023, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo USDA. Neste período, 3,327 milhões de toneladas de carne de frango foram exportadas, apenas três mil toneladas a menos em comparação entre maio de 2021 e abril de 2022, representando uma queda de 0,01%. Também houve um resultado negativo em relação ao total acumulado nos 12 meses encerrados em abril de 2021.

Em abril passado, o volume de exportação foi de aproximadamente 275 mil toneladas, o que representa um aumento de quase 2% em relação ao ano anterior. No acumulado do quadrimestre, o total exportado foi um pouco acima de 1,123 milhão de toneladas, um aumento de 2,34% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Essas exportações representaram cerca de dois terços do total exportado pelo Brasil no mesmo período, que foi um pouco mais de 1,710 milhão de toneladas. No entanto, o USDA não inclui as exportações de pés/patas de frango em seus levantamentos, produtos esses que vêm sendo vendidos em volumes bastante significativos.

No que diz respeito às exportações de ovos, algumas nações importantes reduziram suas compras dos Estados Unidos. A Coréia do Sul interrompeu os embarques em janeiro, seguida pelos Emirados Árabes em abril e pela Malásia posteriormente. Além disso, as exportações para o Canadá diminuíram em 83%, para o México em 29% e para Hong Kong em 98%. Esses três países representavam 80% das exportações totais.

Com isso, os embarques de ovos totais tiveram uma queda significativa de 47%, passando de três bilhões de unidades em 2021 para 1,6 bilhão em 2022. Além disso, as exportações de produtos derivados de ovos diminuíram em 33% em comparação com o ano anterior. “Essas tendências e mudanças na indústria de ovos têm impactado produtores, consumidores e o mercado internacional, que buscam estratégicas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades futuras”, mencionou Stephanie.

Biossegurança

As medidas de biossegurança implementadas pela indústria comercial tiveram um impacto significativo na redução do número de focos no setor. Um exemplo disso é o registro de apenas sete casos em aves comerciais no terceiro mês deste ano frente aos 51 focos encontrados em março de 2022, representando uma queda de 85% em comparação ao ano anterior. “O Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal do USDA continua a colaborar com parceiros estaduais e da indústria para realizar uma vigilância ativa para erradicação rápida de lotes positivos. Esses esforços são particularmente intensificados durante os meses mais quentes, quando os casos tendem a aumentar. O objetivo é identificar prontamente os focos de infecção e tomar as medidas necessárias para controlar e erradicar o vírus”, evidencia Gregory.

Essas medidas de biossegurança incluem práticas como a implementação de barreiras físicas (cercas e telas, para impedir o acesso de animais selvagens e vetores ao local); controle rigoroso do tráfego de pessoas e veículos; protocolos estritos de higiene pessoal e desinfecção de equipamentos; monitoramento regular de aves para detecção precoce de qualquer sinal de doença; e restrição do contato entre aves comerciais e aves migratórias. “Por meio dessas ações, a indústria comercial está trabalhando para garantir a saúde e o bem-estar das aves, proteger a segurança alimentar e reduzir o risco de propagação de doenças. A colaboração contínua entre o Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal, parceiros estaduais e da indústria é essencial para manter a eficácia dessas medidas e garantir a segurança do setor avícola”, reforça o presidente da United Egg Producers.

Desenvolvimento de vacinas

O Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal é o órgão regulador responsável pela avaliação e aprovação de produtos biológicos veterinários, incluindo vacinas para animais. A agência realiza uma análise cuidadosa das vacinas candidatas para garantir sua segurança, potência, pureza, eficácia e compatibilidade com a genética da cepa atual do vírus.

Em abril, o Serviço de Pesquisa Agrícola do USDA iniciou os testes de vacinação contra a gripe aviária. Os pesquisadores estão atualmente conduzindo estudos com várias candidatas a vacinas, com previsão de divulgação dos resultados dos testes vacinais com duas doses ainda este ano.

Caso os testes sejam bem-sucedidos e o USDA decida dar continuidade ao desenvolvimento, o próximo passo será identificar fabricantes interessados na produção das vacinas. Após a identificação de um ou mais fabricantes, serão necessárias 20 etapas distintas antes da entrega da vacina. Essas etapas incluem avaliação de viabilidade do fabricante e finalizam com o envio e revisão do rótulo do produto. Em geral, o processo leva entre dois anos e meio a três anos. No entanto, em situações de emergência, os fabricantes podem acelerar o desenvolvimento, resultando em prazos menores para o licenciamento.
Desde o desenvolvimento da vacina até a produção em larga escala e distribuição para os lotes, há diversos fatores que tornam a implementação de uma estratégia de vacinação um desafio e requer tempo para fornecer uma vacina eficaz. O USDA estima que, na melhor das hipóteses, levará de 18 a 24 meses para ter uma vacina disponível em quantidades comerciais, que corresponda à cepa viral atualmente circulante e possa ser facilmente administrada na avicultura comercial.

Estratégias de vacinação

De acordo com os dados mais recentes do USDA, os Estados Unidos estão considerando a possibilidade de implementar uma estratégia de vacinação contra a gripe aviária, concentrando-se especificamente em perus e nos estados com maior concentração de granjas com esses animais.

No entanto, segundo a vice administradora do programa de Serviços Veterinários do USDA, Rosemary Sifford, essa abordagem busca equilibrar os custos e benefícios envolvidos. “Ainda não temos uma decisão final em relação à vacinação, mas defendemos que qualquer estratégia de vacinação precisa estar muito focada. Estamos olhando para um alvo muito específico, potencialmente geográfico e orientado para as espécies, que talvez se concentre em certos perus de uma determinada área. Esses são os cenários sobre os quais estamos conversando”, frisou.

A regionalização e compartimentação por granjas ou espécies são permitidas pelas regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o que geralmente resulta na redução do risco de enfrentar barreiras comerciais em todo o país.

Estimativas do USDA apontam que a carne de peru represente cerca de 10% da produção total de aves nos Estados Unidos em 2023, enquanto as exportações desse tipo de carne devem corresponder em torno de 7% da produção total de peru. Em contraste, as exportações de carne de frango são estimadas em aproximadamente 16%.

O atual surto de gripe aviária tem levado alguns governos a reconsiderar a estratégia de vacinação para frangos de corte. No entanto, outros países, como os Estados Unidos, ainda apresentam relutância devido às possíveis restrições comerciais que essa medida acarretaria. “Essas preocupações comerciais são um fator importante a ser considerado na tomada de decisões, juntamente com outros aspectos relacionados à eficácia e aos impactos econômicos da vacinação”, informou Rosemary.

Aprendizados

Vice administradora do programa de Serviços Veterinários do USDA, Rosemary Sifford – Foto: Divulgação/USDA

Dentre os inúmeros aprendizados que a IAAP proporcionou ao setor avícola, Stephanie cita que a colaboração entre o governo e a indústria se fortaleceram, gerando uma melhora significativa na comunicação e na coordenação de esforços para mitigar os efeitos causados pelo surto. “A agilidade nas ações e processos de tomada de decisão foi aprimorada, permitindo uma resposta mais rápida diante de surtos da doença. Além disso, as medidas de biossegurança foram aperfeiçoadas, visando prevenir a disseminação de doenças avícolas”, frisou.

Esses avanços na gestão da gripe aviária resultaram em uma redução nos desembolsos necessários para lidar com surtos futuros, além de fortalecer a segurança e a saúde das aves de criação.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

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O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
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Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
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