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Bovinos / Grãos / Máquinas Segundo Embrapa

Pandemia provoca mudança de hábitos de consumo de produtos lácteos

Segundo pesquisa da Embrapa Gado de Leite, pandemia está provocando mudanças de comportamento no consumidor brasileiro de lácteos

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Divulgação/Aires Mariga

O atual momento mundial tem feito com que as pessoas repensem seus hábitos, costumes, rotina e forma de viver. A pandemia do Covid-19 também está provocando mudanças de comportamento do consumidor brasileiro de lácteos. Pelo menos é isso que aponta uma recente pesquisa divulgada pela Embrapa Gado de Leite. De acordo com os dados apresentados, o derivado lácteo mais habitual nas compras dos brasileiros é o queijo: apenas 3% dos participantes da pesquisa não consomem o produto. Na sequência, os consumidores têm o hábito de comprar manteiga, creme de leite, iogurte, leite condensado e leite UHT.

A pesquisadora Kennya Siqueira, que coordenou a pesquisa, informou que após o impacto inicial da pandemia, quando muitos brasileiros foram às compras para estocar produtos, o abastecimento segue normal. “Ao contrário do que vem ocorrendo em alguns países, no Brasil a grande maioria dos consumidores (83%) está encontrando com facilidade os produtos lácteos no mercado, o que reflete o comprometimento dos produtores e laticínios em manter o abastecimento”, diz. Para ela, ainda que ocorra um lockdown, quando as medidas de circulação de pessoas tornam-se mais rígidas, não deve haver crise de abastecimento.

Embora alguns derivados estejam sofrendo queda nas vendas por causa do fechamento do comércio, restaurantes, etc., os resultados da pesquisa sugerem que queijos, manteiga, leite condensado, creme de leite, leite UHT, iogurte e leite em pó possivelmente apresentaram incrementos de consumo domiciliar durante a pandemia.

Fatores que afetam o consumo

A pesquisa aponta ainda que marca, preço e qualidade respondem por mais de 80% das decisões de compra. “O fator apontado pelos consumidores como o mais importante na hora da compra dos derivados do leite é a marca, seguido de perto pelo preço e depois pela qualidade”, informa Kennya. “Apenas o queijo petit suisse teve o preço como o fator decisivo na compra pelos consumidores”, completa.

Uma informação destacada pela pesquisadora é que um dos legados da pandemia pode ser a substituição de produtos importados ou produzidos em outras regiões por produtos locais, o que poderia fortalecer as bacias leiteiras regionais. “A compra de produtos locais e regionais já havia sendo valorizada pelo consumidor. Observamos que isso está se fortalecendo nesse período de quarentena. Além disso, existem estudos internacionais mostrando que isso pode ficar muito fortalecido mesmo depois da quarentena, havendo a substituição de produtos globais e internacionais pelos produtos locais. Essa questão ficou até mais significativa que benefícios nutricionais”, conta.

Além disso, de acordo com a pesquisadora, esses dados podem também sugerir que os consumidores não associam os benefícios nutricionais dos produtos lácteos ao fortalecimento da imunidade e, por consequência, não consideram estes benefícios na hora da compra, ainda que em um período de pandemia.

Kennya explica que essa situação indica que o setor lácteo deveria investir mais em marketing institucional para divulgar os benefícios dos seus produtos e conscientizar os consumidores sobre os benefícios nutricionais e funcionais dos derivados do leite. “Essa percepção é reforçada pelo resultado da pesquisa, que analisou o conteúdo publicado nas redes sociais no início da quarentena no Brasil e encontrou que, naquele momento, os consumidores estavam mais interessados em alimentos que promovem o prazer e bem-estar do que naqueles que fortalecem a imunidade”, conta.

Isso, portanto, explica a pesquisadora, é uma informação relevante a ser considerada pelos órgãos de saúde, pois pode significar um desconhecimento por parte da população com relação à contaminação e controle da Covid-19.

Perfil do consumidor

A pesquisa foi realizada dos dias 23 de abril a três de maio com 5.105 pessoas de todos os Estados brasileiros, por meio de redes sociais. Entre os participantes da pesquisa, 4,8% possuem renda domiciliar de até um salário mínimo; 34,7% de dois a cinco; 25,8% de seis a dez e 34,8% acima de dez salários mínimos.

Com relação ao responsável pela compra de produtos antes e durante a pandemia, houve redução no número de mulheres e homens acima de 55 anos. Por outro lado, o aumento mais significativo ocorreu para os homens na faixa etária de 25 a 40 anos, o que pode induzir a uma opção por diferentes produtos lácteos, embora a amostra analisada indique que 55% das compras ainda são feitas por mulheres.

“Mesmo que haja queda no poder de compra das pessoas devido a esta pandemia, a tendência é que se mantenha o consumo, especialmente de produtos básicos e essenciais”, afirma Kennya.

Confira outras informações da pesquisa sobre o consumo de lácteos na pandemia

 

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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Mais de 130 reprodutores de seis raças zebuínas participam do PNAT 2024

Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens reúne animais das raças Brahman, Guzerá, Nelore, Nelore Mocho, Sindi e Tabapuã.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Os touros participantes da edição deste ano do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) já estão na Fazenda Escola da Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), em Uberaba (MG). Mais de 130 reprodutores de seis raças zebuínas participam do PNAT 2024: Brahman, Guzerá, Nelore, Nelore Mocho, Sindi e Tabapuã.

Após a chegada, os animais passaram por um período de adaptação ao ambiente da fazenda, onde foram realizadas as provas do TDEA (Teste de Desempenho e Eficiência Alimentar). “Todos os animais que participam da prova na Fazu foram previamente selecionados nas fazendas, sendo que somente os animais geneticamente superiores e que apresentaram um biótipo classificado como ‘Muito Bom’ ou ‘Excelente’, na avaliação visual realizada por um técnico da ABCZ,  participam dessa etapa”, afirma o superintendente técnico adjunto de Fomento do Leite da ABCZ, Carlos Henrique Cavallari Machado.

O supervisor de Provas Zootécnicas da ABCZ, Paulo Ricardo Martins Lima, explica como é feito o TDEA. “Essa etapa inclui várias avaliações, como a visual, pelo EPMURAS, ultrassom de carcaça e o consumo alimentar, com o ganho de peso e o CAR, mensurado nos cochos eletrônicos da fazenda”, aponta.

Os touros que se revelarem superiores nessas avaliações participarão da ExpoGenética, onde serão selecionados para produção de sêmen. “Esses animais terão oportunidade de ir para uma central de inseminação, no intuito de distribuir material genético entre os rebanhos colaboradores participantes do PMGZ, com o objetivo de serem efetivamente testados, confirmando o valor genético superior do reprodutor”, explica Paulo.

Desde 2010, mais de 200 touros PNAT distribuíram mais de 145 mil doses de sêmen para quase 900 criadores que participam do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ).

Fonte: Assessoria ABCZ
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