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Avicultura Nucleovet na vanguarda

Pandemia acelerou realização de eventos híbridos

Em entrevista ao jornal O Presente Rural, o presidente do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas, Lucas Piroca, fala da retomada dos eventos presenciais, dos desafios em promover o SBSA no formato híbrido e de como vai atuar para o fortalecimento e a valorização de médicos-veterinários e zootecnistas. Confira.

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Presidente do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas, Lucas Piroca - Foto: UQ Eventos

Um dos principais eventos do setor avícola da América Latina está de volta! De 05 a 07 de abril, profissionais da área e produtores têm encontro marcado em Chapecó, no Oeste catarinense, para o 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA) e a 13ª Brasil Sul Poultry Fair.

Em entrevista ao jornal O Presente Rural, o presidente do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), Lucas Piroca, fala da retomada dos eventos presenciais, dos desafios em promover o SBSA no formato híbrido e de como vai atuar para o fortalecimento e a valorização de médicos-veterinários e zootecnistas. Confira.

O Presente Rural – O que os participantes do 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura e da 13ª Brasil Sul Poultry Fair podem esperar do evento? Quais serão as novidades em 2022?

Lucas Piroca – Na edição deste ano, os participantes encontrarão um evento diferente. Quem já participou de edições anteriores conhece a tradicional estrutura do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes onde era realizado os eventos promovidos pelo Nucleovet, agora a nossa casa nova será o Parque de Exposições Tancredo Neves, um lugar mais amplo e que possibilita fazermos todas as adaptações necessárias para podermos promover a melhor experiência possível, tanto para quem estiver no evento presencialmente como remotamente. Junto ao Simpósio Brasil Sul de Avicultura vamos ter a Poultry Fair, com uma feira mais ampla, com mais espaço para circulação. Somado a isso, vamos seguir com a melhor tecnologia na parte de audiovisual, para que as pessoas que estarão no Simpósio possam aproveitar ao máximo o conteúdo que vai ser repassado.

O Presente Rural – O SBSA é um dos maiores eventos do setor avícola latino-americano e ano após ano o Nucleovet busca levar informação para um maior número de pessoas, dado a importância dos eventos que promove. Essa é uma das razões para potencializar o formato híbrido dos Simpósios em 2022?

Lucas Piroca – Quem conhece o Simpósio Brasil Sul de Avicultura sabe que nosso ambiente estava limitado dentro do Centro Cultural em relação ao que podíamos ofertar de espaço, tanto para os participantes do Simpósio quanto para os patrocinadores do evento na Poultry Fair. Nós víamos com essa ideia de poder entregar o evento remotamente há muito tempo, inclusive fizemos algumas incursões de streaming pontuais há alguns anos. Agora, a pandemia acelerou esse momento e vamos conseguir, através da transmissão online em tempo real, ter um alcance ainda maior do conhecimento disseminado no Brasil Sul, não apenas para aqueles que podem vir presencialmente, mas também para aqueles que vão participar à distância que, por opção preferem acompanhar o evento no conforto da sua casa ou do seu trabalho.

O Presente Rural – Como está sua expectativa para o início do evento presencial, após dois anos realizando os Simpósios de forma remota?

Lucas Piroca – Estamos esperando mil participantes para o Simpósio e mais 500 para a Poultry Fair, totalizando 1.500 profissionais presencialmente. E na versão online, nossa expectativa é reunir para o Simpósio entre 20 a 30% do número total do público presencial e de até 50% para a feira. Então, a edição deste ano vai reunir um público superior a duas mil pessoas.

O Presente Rural – Alguns Estados como Santa Catarina estão flexibilizando as restrições da pandemia em razão da diminuição dos casos de Covid-19 e do avanço da vacinação. No entanto, os participantes do SBSA terão que seguir um protocolo sanitário para participar do evento. Quais serão as medidas que devem ser adotadas?

Lucas Piroca – O que queremos como Núcleo é promover a máxima segurança aliada ao conforto do público participante. Então, vamos seguir todas as orientações vigentes até o momento do evento, tanto por parte do Estado quanto do município, especialmente das recomendações por parte vigilância sanitária. O protocolo sanitário do Simpósio está apoiado nos seguintes pilares, de acordo com a Portaria nº 1398, de 23 de dezembro de 2021, do Governo de Santa Catarina, que é referência para o município de Chapecó:

Segurança sanitária: orientação para estar com o sistema vacinal em dia, uso correto de máscara, aferição de temperatura, higienização de ambientes e equipamentos, disponibilização de álcool em gel.

Distanciamento social: capacidade máxima do pavilhão, estandes, auditórios e áreas comuns, organização de filas, credenciamento on-line.

Comunicação: campanha visual no local presencial do evento.

São medidas simples e já incorporadas no dia a dia, mas importantes e de grande impacto para garantir o compromisso do Nucleovet com a excelência tradicional do Simpósio Brasil Sul de Avicultura e com a saúde de todos os públicos, expositores, visitantes, colaboradores, parceiros, fornecedores, prestadores de serviço, mídia parceira.

O Presente Rural – O Nucleovet sempre busca profissionais de reconhecimento nacional e internacional. Nesse sentido, quais foram os desafios para realizar esta edição?

Lucas Piroca – Tivemos muitos pontos positivos em relação a questão de realizar um evento híbrido, porque isso nos dá muita flexibilidade, ao mesmo tempo que tivemos dificuldades com a questão de ajustes de agendas e voos por exemplo, uma vez que a disponibilidade de voos diminuiu bastante, dificultando o momento que esperávamos a chegada de alguns palestrantes, com isso foi preciso ajustar alguns horários dos painéis, como também parece que o trabalho de todo mundo aumentou durante a pandemia. Então essa questão de acertos de datas, horários, encontros exigiu um esforço redobrado da equipe para que conseguíssemos conciliar a agenda de todos, tanto na parte da organização, quanto durante a realização do evento.

O Presente Rural – Os demais Simpósios já estão sendo planejados. O que pode nos adiantar?

Lucas Piroca – Vamos seguir evento após evento tentando ofertar sempre novidades, com inovações nas áreas de networking, de relações pessoais, na entrega de conteúdo técnico, de experiência e de melhores tecnologias audiovisuais. Após o SBSA, vamos realizar o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), entre os dias 16 e 18 de agosto, e em novembro está marcado para os dias 08, 09 e 10 o Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL). Em razão da pandemia, os eventos foram cancelados em 2020 e ocorreram de forma online em 2021. Então, em 2022 uma das novidades é o formato híbrido para os três Simpósios, sendo que o local da realização presencial é Chapecó, SC, município sede do Nucleovet. O SBSA mudará de local, do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes (que estará em reforma) para o Parque de Exposições Tancredo Neves. E os Simpósios são eventos memoráveis que reúnem profissionais especializados e qualificados de renome nacional e internacional para debaterem tendências, inovação e o futuro da avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite, proporcionando conhecimento e troca de experiências, sempre baseados em uma abordagem prática de assuntos do dia a dia e que possam agregar conhecimento técnico.

O Presente Rural – Quais os desafios e oportunidades que vislumbra para a classe e como enquanto presidente pode contribuir para buscar melhorias?

Lucas Piroca – Os profissionais filiados ao Nucleovet podem esperar do Lucas Piroca o máximo comprometimento, fidelidade à visão, missão e propósitos do Nucleovet, entrega do melhor possível de mim segundo minhas próprias limitações, além de terem alguém para escutar suas sugestões, críticas, reclamações e que vai tentar, na medida do possível, mediar os momentos e as discussões para chegar no caminho mais adequado para o Núcleo como entidade, para a classe de veterinários e zootecnistas e para os associados que fazem parte da associação.

O Presente Rural – Quais serão as principais bandeiras da sua gestão?

Lucas Piroca – A primeira é a união em relação ao engajamento dos profissionais que fazem parte da associação, do Núcleo com a sociedade, com outras entidades e com o mercado agropecuário. Vou trabalhar sempre buscando uma via de mão dupla, tanto de comunicação quanto de valor gerado. Segunda bandeira é a transparência, porque eu acredito muito no potencial das entidades de classe em especial, em como podemos gerar desenvolvimento através delas, mas para isso a confiança que essas entidades têm é muito importante. Neste contexto, a transparência é fundamental, para deixar tudo muito claro para todos os envolvidos. E a terceira é a melhoria contínua em todos os processos e frentes de atuação da entidade.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Congresso APA debate avanços e desafios na avicultura de postura

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção.

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Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Considerado um dos maiores eventos avícolas do Brasil, o Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos foi mais uma vez sucesso absoluto de público. Realizado pela Associação Paulista de Avicultura (APA), a 21ª edição reuniu produtores, fornecedores, academia, profissionais da área e grandes nomes do setor no mês de março, em Ribeirão Preto (SP).

Coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura: “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção. Além disso, 75 trabalhos científicos foram expostos em pôsteres, enriquecendo ainda mais o ambiente acadêmico e profissional do evento.

O coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura, destaca a evolução do evento. “A cada ano o congresso tem crescido em tamanho, o que muito nos orgulha. Superamos todas as nossas expectativas”, enfatizou. “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”, frisou.

Debates

Na edição 2024 temas essenciais do cotidiano do setor foram abordados, incluindo sanidade, inovação, evolução genética, exigências nutricionais, qualidade da água na granja, práticas de manejo, uso de minerais e aditivos alternativos, qualidade de casca, análise de dados, vacinação contra coccidiose, nutrição de precisão, vacina autógena, Influenza aviária, entre outros. “O fato de estarmos em um evento que não tem um espaço de feira de negócios em paralelo contribui muito para a interação dos participantes, que aproveitam os momentos de intervalo para tirar dúvidas, compartilhar opiniões, adquirir novas ideias, até por estarmos ainda no início do ano muitos dos assuntos discutidos no congresso podem ser bem utilizados ao longo de 2024”, salientou o zootecnista Diogo Ito, membro da Comissão Organizadora.

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques: “Esse congresso oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano”

Riqueza de informações

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques compartilha suas impressões sobre o congresso e destaca os aspectos que mais a impressionaram: “Esta foi a primeira vez que participei deste congresso e foi uma experiência enriquecedora. Ele oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano, especialmente dada a especificidade da nossa área. Foi uma experiência repleta de aprendizados, oportunidades de networking e compartilhamento de conhecimento”, frisou.

Trabalhos premiados

Durante o evento, os melhores trabalhos científicos em cada categoria foram premiados. O estudante Felipe Dilelis, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, recebeu o prêmio na categoria Outras Áreas pelo trabalho intitulado “Biofilmes proteicos para manutenção da qualidade interna de ovos caipiras armazenados em temperatura ambiente”. Na categoria Sanidade, o prêmio foi para Viviane Amorim Ferreira, da Unesp Jaboticabal, pelo trabalho “Deleção do gene mgtC em Salmonella Gallinarum resulta em progressão retardada do Tifo Aviário”. Raully Lucas Silva, da Unesp de Jaboticabal, levou o 1º lugar na categoria Nutrição com o trabalho “Modelos não-lineares de efeito misto para predição das exigências de energia metabolizável e líquida em galinhas poedeiras na fase de postura”. Na categoria Manejo, o principal prêmio foi conquistado por Ednardo Rodrigues Freitas, da Universidade Federal do Ceará, com o trabalho “Programa de luz e forma física da ração pré-inicial sobre o desempenho de pintainhas até 35 dias de idade”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Desafios na integridade estrutural de frangos de corte e intervenções nutricionais

Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

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Fotos: Shutterstock

Nas últimas décadas a indústria avícola tem feito avanços significativos, especialmente no que diz respeito às melhorias genéticas e ao manejo, resultando na produção de frangos de corte altamente eficiente e de crescimento rápido. O manejo e a nutrição foram meticulosamente ajustados para suprir as necessidades genéticas e produzir aves maiores em um período de tempo reduzido.

No entanto, os frangos modernos tendem a priorizar a deposição muscular em detrimento do desenvolvimento do esqueleto e dos tecidos moles, o que pode resultar em desafios à integridade estrutural. Este artigo resume os desafios emergentes da integridade estrutural enfrentados pela indústria de frangos de corte, propondo intervenções nutricionais que podem mitigar esses problemas, incluindo pododermatite, questões relacionadas à qualidade da carcaça e incidência de claudicação.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Qualidade da carne 

O peito amadeirado (WB) é uma miopatia degenerativa observada em frangos de corte, resultando na degradação da qualidade dos filés de peito e rechaço/repúdio do consumidor. Os filés afetados exibem maior resistência antes e depois do cozimento, além de menor capacidade de retenção e absorção de água.

Apesar do significativo número de estudos conduzidos, a etiologia precisa ainda permanece obscura, indicando que a condição está associada a aves com taxas de crescimento mais aceleradas ou com filés de maior peso.

Uma das hipóteses sobre a etiologia da WB e de miopatias semelhantes é que frangos de corte com uma taxa de crescimento muscular hipertrófico demanda mais metabolicamente, o que pode resultar em maior risco de acúmulo de resíduos metabólicos, desencadeando assim um aumento do estresse oxidativo.

Os radicais livres acumulados são altamente reativos e podem danificar o DNA, RNA, proteínas e lipídios presentes nas células musculares, desencadeando inflamação e distúrbios metabólicos, que eventualmente levam à degeneração das fibras musculares. Quando os danos causados pelo aumento do estresse oxidativo excedem a capacidade regenerativa das células musculares, resulta em um acúmulo de tecido fibroso e gordura, contribuindo para miopatias como o WB.

Pododermatite

A pododermatite é uma inflamação da pele que resulta em lesões necróticas na superfície plantar das patas em aves. Foi observado que a umidade na cama é o principal fator que predispõe o desenvolvimento de pododermatite em aves. Sabe-se que minerais como Zn, Cu e Mn, desempenham um papel fundamental na manutenção da integridade estrutural de vários tecidos, incluindo a pele. Além disso, nutracêuticos como probióticos, prebióticos ou enzimas melhoram a integridade intestinal e promovem melhora na consistência fecal, consquentemente na qualidade da cama, podendo reduzir as lesões nas patas.

Diversas pesquisas foram conduzidas para investigar o papel dos minerais orgânicos na prevenção de lesões nas patas. Em um estudo conduzido em 2017 foi constatado que a suplementação de uma combinação dos oligoelementos Zn, Cu e Mn, na forma de quelato metal metionina hidroxi (MMHAC), não apenas melhorou o desempenho, mas também reduziu as lesões nas patas, aprimorando o processo de cicatrização de feridas.

Estratégias de intervenção

Diversas estratégias de intervenção estão sendo consideradas para diminuir a incidência de WB na indústria avícola, incluindo restrição alimentar, redução da densidade de nutrientes e diminuição de lisina durante a fase de crescimento. Essas estratégias têm o intuito de diminuir ou desacelerar a taxa de crescimento, no entanto, se não forem aplicadas adequadamente, essas abordagens apresentam o risco de comprometer o desempenho.

Por outro lado, estratégias baseadas em antioxidantes, como a inclusão de arginina, vitamina C, selênio e minerais na dieta, têm sido avaliadas para reduzir miopatias. O uso de antioxidantes reduz o estresse oxidativo em tecidos animais. Com o intuito de reduzir as miopatias, pesquisadores avaliaram o efeito de várias intervenções dietéticas (antioxidante dietético, mineral orgânico Zn-Cu-Mn- MMHAC e selênio) na incidência de WB quando as aves foram expostas ao estresse oxidativo.

Em resumo, sob diferentes condições de estresse oxidativo, programas de intervenção dietética podem aprimorar o desempenho e promover a integridade da carcaça, reduzindo problemas como o WB. Este efeito é provavelmente alcançado ao melhorar simultaneamente o status antioxidante, tanto exógeno quanto endógeno, reduzindo o estresse oxidativo e aprimorando o processo de cicatrização dos tecidos da ave.

Incidência de claudicação

A incidência de claudicação vem aumentando nas últimas décadas e está correlacionado com o rápido crescimento e peso corporal. Os machos mostram maior suscetibilidade à claudicação em comparação com as fêmeas. Ainda não está claro se a claudicação é um efeito direto do rápido aumento da taxa de crescimento e do peso corporal ou se é um efeito indireto do desenvolvimento inadequado dos ossos e tendões, ou mesmo da falha da barreira intestinal, provável é que seja uma junção dos fatores citados.

As aves com claudicação enfrentam dificuldades para acessar ração e água, o que pode levá-las à desidratação e, eventualmente, à morte. As significativas perdas econômicas atribuídas à claudicação são resultados do aumento da taxa de mortalidade e das condenações durante o processamento no frigorífico. A necrose da cabeça femoral (NCF) é uma

condição metabólica mais prevalente em frangos de corte com crescimento acelerado, sendo reconhecida como a principal causa de claudicação.

Há evidências que mostram que as bactérias associadas ao NCF se originaram no intestino Enterococcus (E.) spp. Estudos demonstraram que a fonte de infecção por Enterococcus (E.) spp pode ser tanto de transmissão vertical quanto horizontal. A ventilação inadequada no aviário cria um ambiente propício, o que leva a rápida proliferação de bactérias afetando o intestino. Além disso, o estresse oxidativo ou doenças entéricas anteriores podem comprometer a integridade mucosa intestinal.

A falha na barreira intestinal pode facilitar a invasão de bactérias patogênicas, levando à translocação dessas bactérias para os ossos. Os ácidos orgânicos e óleos essenciais podem interferir no desenvolvimento da NCF, atenuando ou reduzindo a população de bactérias patogênicas, melhorando a função da barreira intestinal e reduzindo a translocação de bactérias através da parede intestinal. Os minerais desempenham um papel crucial no desenvolvimento ósseo e na saúde das articulações.

Descobertas recentes indicam que o Zn-Cu-Mn-MMHAC são fontes orgânicas eficazes para atender às necessidades de frangos de corte, melhorarando a saúde estrutural dos ossos, tendões, patas e intestino, e reduzindo a incidência de claudicação em aves.

Conclusão

Em resumo, enfrentar os desafios emergentes na integridade estrutural de frangos de corte requer uma abordagem multifacetada que combina práticas de manejo adequadas, intervenções nutricionais eficazes e uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes aos problemas observados. Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

As referências bibliográficas estão com as autoras via e-mail manara.grigoletti@novusint.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Mercedes Vázquez-Añón, zootecnista, doutora em Ciência Animal e diretora de Iniciativas Estratégicas e Colaboração de Contas na Novus; e Kelen Zavarize, zootecnista, doutora em Nutrição e gerente de Serviços Técnicos na Novus.
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Avicultura Artigo

A importância das monitorias sanitárias no incubatório de aves

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório

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Divulgação Zoetis

Artigo escrito por: Beatriz Silva Santos, médica veterinária, assistente técnica da Zoetis na divisão de Aves para as regiões Sudeste e Centro-oeste*

A avicultura brasileira se destaca pelo uso de tecnologia avançada, controle de qualidade e constante monitoramento microbiológico nas diversas etapas da produção. Entre essas etapas, os incubatórios de aves têm o papel fundamental de conectar diferentes origens de ovos embrionados e o destino das aves recém-nascidas em um mesmo ambiente.

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório, que podem gerar condições ideais para a disseminação de patógenos, com consequentes perdas embrionárias e de pintinhos, má qualidade das aves e enfermidades que levarão a grandes prejuízos.

As bactérias, de modo geral, podem penetrar no ovo pelos poros em menos de 30 minutos após a postura. Esta penetração é facilitada, nos primeiros minutos após a postura, pela umidade e temperatura natural do ovo. Durante a incubação, a umidade e a temperatura também favorecem o rápido aumento da população microbiana.

As fontes de contaminação em uma planta de incubação, além de ovos contaminados e penugem dos pintinhos, podem estar associadas a vários fatores como a qualidade do ar e da água, o fluxo de pessoas (funcionários e visitantes) e de veículos, a presença de pragas (roedores e insetos), pássaros, a remoção e tratamento de resíduos (biológicos, químicos e físicos) e a higienização de ambientes e equipamentos.

Os incubatórios de aves e os nascedouros também são uma área de alto risco, pois fornecem temperatura e umidade ideais para muitos microrganismos sobreviverem e se reproduzirem.

Os patógenos mais prejudiciais aos pintos de um dia que podem causar mortalidade embrionária, mortalidade ao nascer, aumento de refugos e mortalidade nas primeiras semanas de idade são: Escherichia coli, que serve como parâmetro quantitativo da contaminação bacteriana em um incubatório; Salmonella e Pseudomonas e fungos da espécie Aspergillus.

Pesquisas realizadas demostraram que 70% dos casos de onfalite e morte embrionária são causadas por Escherichia coli e quando estes embriões não morrem, os pintinhos apresentam má reabsorção do saco vitelino, não ganham peso e apresentam baixo desempenho.

O Aspergillus fumigatus é o fungo de maior importância que pode crescer em um ambiente de incubatório de aves. Existe uma associação entre a presença de grande número de colônias de Aspergillus fumigatus com o desenvolvimento de aspergilose clínica nos primeiros dias de vida do pintinho. No entanto, grande quantidade destes indica que há necessidade de uma melhor higienização dos ovos na granja ou no incubatório.

Programa sanitário

Um programa sanitário deve ser elaborado para minimizar os riscos relacionados as fontes de contaminação que prejudicam a qualidade dos produtos da “granja ao prato”, desde os ovos férteis até a carne servida a mesa do consumidor, pois afetam a saúde das aves e/ou a saúde pública, com ênfase especial aos microrganismos causadores de ETA (Enfermidades transmitidas por alimentos), como Salmonella spp, Escherichia coli, Campylobacter jejuni, Staphylococcus aureus e Clostridium sp.

O programa deve ser rotineiramente realizado e os resultados regularmente conferidos e interpretados usando processos-padrão contínuos de validação e monitoramento da população microbiológica.

Para que as aves possam expressar seu potencial genético e produtivo elas devem estar dentro de padrões de genética, nutrição, manejo, ambiente e microbiológico desde o primeiro dia de vida. A avaliação microbiológica qualitativa e quantitativa funciona como um termômetro dos processos relacionados as reprodutoras e as medidas de biosseguridade dos incubatórios a fim de conferir se o programa sanitário adotado está sendo eficaz no controle destes microrganismos.

Entre os principais itens a ser monitorados nos incubatórios estão: qualidade dos ovos, limpeza do ambiente e equipamentos utilizados nos processos (carrinhos, bandejas de ovos, caixas de pintos, triturador), limpeza e fluxo de caminhões de transporte de ovos e pintos, qualidade da água, contaminação de ovos bicados, mecônio, pintos de 1 dia, vacinas de aves, mãos dos sexadores, troca de filtros, entre outros, de acordo com a especificidade das plantas, sempre buscando cumprir as exigências sanitárias do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e legislações do mercado brasileiro e internacional.

Outras análises utilizadas são: pesquisa de Salmonella spp. em swabs de superfícies; pesquisa de salmonellas e/ou outras bactérias em penugens, ovos bicados, mecônio e pintos de 1 dia; análise microbiológica de solução vacinal; análise bacteriológica e físico-química da água de abastecimento e água destilada; monitoramento e diagnóstico de enfermidades através de exames sorológicos, histopatológicos, biologia molecular; entre outras análises extras.

Ao analisar os resultados é possível agir na causa do problema, em casos de amostras fora dos padrões de qualidade estabelecidos. Pode ser necessário revisar o manejo dos ovos na granja, melhorar o processo de desinfecção deles e/ou do incubatório, verificar os procedimentos de sanitização de ambientes e equipamentos, avaliar a limpeza do sistema de climatização de aviários, controlar a qualidade da água e conferir a desinfecção em incubadoras e nascedouros, conforme o mapeamento das falhas encontradas.

Tão importantes quanto as análises microbiológicas, treinamentos regulares dos funcionários, a avaliação da qualidade dos ovos (AQO), embriodiagnóstico realizado por pessoas especializadas e checklists frequentes dos procedimentos de boas práticas de produção são monitorias sanitárias que garantem o sucesso do programa de biosseguridade, e consequentemente, a qualidade do produto final do incubatório de aves, os pintinhos de um dia.

Fonte: Assessoria
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