Bovinos / Grãos / Máquinas
Palestras sobre eficiência reprodutiva e Beef on Dairy encerram programação do 1º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte
Médico-veterinário Rodrigo Goulart e zootecnista Pedro Veiga explanaram sobre os temas no pré-evento do 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, na terça-feira (08), em Chapecó (SC).
Estratégias que melhoram a eficiência reprodutiva em fazendas de cria foram explanadas pelo médico veterinário, mestre e doutor em Ciência Animal e Pastagem, Rodrigo Goulart, durante a programação do 1° Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte, pré-evento do 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), nesta terça-feira (8), em Chapecó (SC).
Goulart enfatizou que é fundamental o manejo de pasto e os cuidados com os traços culturais das vacas, pois é uma maneira para elevar a eficiência reprodutiva dentro do sistema de produção com menos custos. “Em todo o território nacional as fazendas enfrentam dificuldades com baixo crescimento e qualidade de pasto em algumas ocasiões. Nesses momentos, é importante atender as questões nutricionais das fêmeas”, orientou, ao acrescentar sobre a necessidade de conciliar algumas fases da vida da vaca. “Há períodos em que a exigência nutricional aumentará e as pastagens não vão atender essas necessidades. Aí é preciso fazer um manejo nutricional estratégico”.
O palestrante comentou que um aspecto essencial é manter a condição corporal das vacas durante todo o ano e, principalmente, ter uma avaliação cuidadosa durante o período pré-parto. “Muitas pessoas têm hábito de avaliar a condição corporal durante o parto, na estação de monta ou quando as fêmeas estão ciclando, seja num sistema de inseminação artificial ou com touro. Porém, a literatura é muito convincente em justificar que avaliação de condição corporal no pré-parto é mais eficiente. Isso gera um benefício econômico e produtivo”, reforçou.
Goulart é professor no Departamento de Zootecnia da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) e também apresentou dados de pesquisas realizadas na instituição. Os estudos abordam a programação fetal e a desmama precoce. Explicou que os experimentos feitos na universidade mostraram que a desmama realizada aos cinco meses de idade gerou benefícios reprodutivos na matriz e provavelmente impacto positivo na próxima progênie. Da mesma maneira, a desmama precoce e suplementação adequada da novilha durante a cria e recria não comprometeu os resultados reprodutivos comparado a fêmeas desmamadas com oito meses de idade.
O palestrante concluiu a explanação reforçando a necessidade de sempre buscar melhorar as condições das pastagens e usar suplemento para as vacas durante os períodos críticos. Além disso, enfatizou a importância de melhorar o escore de condição corporal (ECC) das matrizes durante o período pré-parto e manter uma nutrição estratégica no pré-parto, o que promove benefício reprodutivo e produtivo.
Beef on Dairy
“Beef on Dairy: IA de corte em vacas leiteiras – uma nova perspectiva de renda para a pecuária” foi o tema que encerrou a programação do 1º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte. A explanação foi feita pelo zootecnista, mestre e doutor em Nutrição e Produção de Ruminantes e pós-doutor em Fisiologia do Crescimento Animal e Qualidade de Carne, Pedro Veiga.
O palestrante comentou que o termo Beef on Dairy surgiu nos Estados Unidos, em 2011 e 2012, quando ocorreu uma seca e reduziu os rebanhos. “Foi quando iniciou essa discussão de aproveitar melhor a fêmea de leite e surgiu esse conceito”, frisou. A estratégia, que utiliza sêmen de corte em vacas leiteiras, é nova no Brasil e já está sendo muito usada em outros países que possuem eficiência na recria (reposição de novilhas de leite) consolidada.
Algumas das vantagens são acelerar o melhoramento genético, a economia de insumos e o incremento na quantidade e qualidade de carne bovina. De acordo com Veiga, essa estratégia também contribui com o bem-estar animal. O palestrante trouxe algumas experiências utilizadas nos Estados Unidos e em outros países. “No Brasil existem ações muito isoladas. Nossa intenção também é iniciar essa discussão e pensar em como poderia modelar um sistema de Beef on Dairy no País”, expôs.
Para a implantação de Beef on Dairy, Veiga comentou que é preciso adequar o sistema produtivo para ter recria e terminação de machos. “Tem que ter coordenação entre os elos da cadeia”, comentou, ao acrescentar que a raça mais utilizada para vacas holandesas é o angus. “Existem animais com programa genético já para esse foco”, finalizou.
Sobre o evento
O 1° Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte – pré-evento do 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) e da 6ª Brasil Sul Milk Fair – ocorreu na manhã desta terça-feira (8) e foi promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet). Abordou perspectivas, desafios e tendências do mercado de carne.
O 11º SBSBL e a Milk Fair seguem até esta quinta-feira (10), no formato presencial, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), e reúnem especialistas que debaterão inovações e o futuro do setor.
Apoio
O 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).
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Boletim do leite de novembro
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran