Avicultura
Palestras do SBSA 2025 reforçam alerta sobre variantes da Bronquite Infecciosa e plano de contingência contra Influenza aviária
Dentro do Bloco Sanidade, Iara Trevisol e Bruno Rebelo Pessamilio foram os últimos palestrantes da programação científica.

O Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) já celebra o sucesso do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA) que encerrou na quinta-feira (10). Dentro do Bloco Sanidade, Iara Trevisol e Bruno Rebelo Pessamilio foram os últimos palestrantes da programação científica. O Simpósio iniciou na última terça-feira (08) no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), e reuniu mais de 2,2 mil pessoas em palestras e na 16ª Brasil Sul Poultry Fair, uma das mais importantes feiras de negócios do setor.

Médico-veterinário, especialista em Defesa Sanitária Animal, Bruno Rebelo Pessamilio: “É importante diferenciar as ações que cabem ao serviço veterinário oficial e as empresas. O ponto principal é entender qual o papel da empresa. A primeira ação é executar o plano de contingência, que é justamente a notificação de caso suspeito” – Foto: Suellen Santin
Especialista no tema, graduada em Medicina Veterinária e mestre em Ciências Veterinárias, Iara discorreu sobre a principal doença respiratória em aves no Brasil, a Bronquite Infecciosa Aviária (BI) no tema “Interação entre as diferentes variantes do vírus da Bronquite Infecciosa Aviária e seus desafios no campo”. A palestrante abordou que a doença Bronquite Infecciosa Aviária, é altamente contagiosa e infecciosa, causada por um coronavírus, popularmente conhecido como “Vírus da Bronquite Infecciosa” (VBI).
Este vírus, tem a capacidade de se alterar espontaneamente e trocar seu material genético com outras cepas de VBI. “Abordamos sobre as variantes de bronquite infecciosa das galinhas, um assunto que trabalhamos há décadas aqui e no mundo inteiro. Eu apresentei as particularidades dos nossos casos brasileiros. As cepas que existem no Brasil não existem em outros lugares, por isso nosso estudo é tão aprofundado”, explanou.
Iara debateu que um vírus A circulando no mesmo ambiente que o vírus B, poderá produzir um vírus AB ou BA. Estes novos vírus são denominados variantes, porque modificaram parte do seu material genético em relação a cepa originária. Por consequência, o VBI é conhecido por seus inúmeros tipos e o controle da doença é um dos maiores desafios enfrentados na cadeia avícola. “A partir de 2019 tivemos novos casos de doença respiratória extremamente severa. Nós importamos vacina, mas precisamos trabalhar assiduamente com biosseguridade para não precisar mais de vacina, porque o cenário pode piorar”, apontou.
Conforme Iara, o Brasil estava numa condição relativamente satisfatória, com o sorotipo da vacina tradicional Massachusetts e uma cepa local. A situação se tornou complicada a partir da entrada dessa cepa e da vacina estrangeira no desafio de campo. “A solução não é comprar vacina estrangeira ou aplicar diversos tipos de vacina. Quanto mais vacina viva chegar, creio que pode piorar a situação, por isso que eu insisto tanto na via da segurança. Concordo que vacinas são boas, desde que a gente possa melhorar o processo de vacinação. E não esquecer que cepas vacinais sempre estarão favorecendo o surgimento de novas variantes produtivas ou não”, abordou.
Plano de Contingência
Bruno conduziu o tema “Plano de Contingência para Influenza aviária e Doença de Newcastle: o papel do setor no controle e erradicação de focos”. O médico veterinário, especialista em Defesa Sanitária Animal, abordou sobre o enfoque na atuação das empresas para se prepararem em eventuais focos das doenças. “É importante diferenciar as ações que cabem ao serviço veterinário oficial e as empresas. O ponto principal é entender qual o papel da empresa. A primeira ação é executar o plano de contingência, que é justamente a notificação de caso suspeito”, explicou.
Segundo Bruno, as empresas são responsáveis por identificarem as suspeitas a campo e notificarem o serviço veterinário oficial. Uma vez que, se essa suspeita for notificada, será realizada uma investigação e caso seja confirmado um foco de influenza, será iniciado o plano de ação, uma situação de erradicação de foco. Explanou ainda que o objetivo da empresa será a resolução do problema dentro da sua unidade produtiva e o cuidado de outras unidades produtivas que estejam dentro da área de emergência. “Então é importante que as empresas estejam preparadas para as principais ações de erradicação, que são a depopulação, destruição das carcaças, cama, resíduos e também a limpeza e desinfecção da unidade”, pontuou.
As medidas incluem ainda a diminuição de riscos e impactos econômicos nas outras propriedades na área de emergência para que elas possam continuar operando dentro de novas condicionantes de trânsito, além de minimizar o impacto econômico. O palestrante apresentou ainda os desafios no plano de contingência, que incluem o entendimento e mudança na cultura das empresas para o foco na prevenção, e sobretudo na reação, nos planos de contingência. “Eu vejo essa necessidade nas empresas. É preciso que elas internalizem a cultura de fortalecer a biosseguridade, mas de reagir também. Então, acredito que estamos passando por essa mudança com os focos de influência viária que tiveram no Brasil nos antepassados e também no próprio continente sul-americano”.
O processo, segundo Bruno, ainda precisa evoluir, para que as empresas tenham consciência, mas estejam preparadas com documentos completos, recursos humanos, materiais, financeiros, equipes bem treinadas e capacitadas para atuar. “Acredito que estamos nesta fase de aprimoramento das empresas para situações de emergência. E o Brasil tem um potencial muito bom para isso. Nós temos excelentes profissionais”.
Bruno finalizou a palestra com enfoque na preparação das empresas e atenção para a ocorrência da Influenza Aviária em vários países da América do Sul. “No Brasil, por mais que tenhamos uma situação favorável epidemiologicamente, sem vírus circulando esse ano, não tivemos detecção de Influenza Aviária, mas não podemos nos acomodar. O recado é de alerta. As empresas precisam ser rápidas porque não temos como prever se vai ocorrer ou não, e caso ocorra, não temos como prever quando, mas o nosso papel é estarmos preparados para isso”, finalizou.

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




