Conectado com

Notícias

Palestrantes renomados encerram programação científica do 12º SBSBL

Consultor do Mapa, Dr Marcos Vinicius Barbosa da Silva, e o professor da Universidade da Flórida, Dr. José Eduardo Portela Santos, apresentaram temas importantes para o desenvolvimento do setor.

Publicado em

em

O estresse térmico afeta diretamente a eficiência reprodutiva em rebanhos leiteiros e se tornou um desafio para a pecuária de leite nacional. O zootecnista, especialista em genética e melhoramento animal, Dr. Marcos Vinicius Barbosa da Silva, abordou o tema no último bloco de debates do 12º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet).

Consultor do Mapa, Dr Marcos Vinicius Barbosa da Silva apresentou problemas relacionados ao estresse calórico e à emissão de gases de efeito estufa – Fotos: Divulgação

Marcos conceituou formas de melhoramento genético do gado de leite, que podem auxiliar na solução de problemas relacionados ao estresse calórico e à emissão de gases de efeito estufa.

Nos estudos sobre estresse térmico, já há avanços significativos no Brasil. O professor, inclusive, apresentou uma ferramenta genômica da Embrapa Gado de Leite, que apresenta valores genéticos de touros reprodutores da raça Girolando, capazes de produzir filhas com um desempenho melhor de tolerância ao estresse térmico. “A questão do estresse térmico é um problema real e de grande impacto na cadeia leiteira, porque gera perdas econômicas relacionadas à produtividade, reprodução, saúde e bem-estar animal. Por isso, este instrumento da Embrapa se mostra bastante útil, para que o produtor possa usar o touro de acordo com o sistema de produção dele”, salientou.

No caso da emissão de metano, o zootecnista relata que as pesquisas ainda estão no início e ainda é difícil e caro conseguir informações para uma mensuração direta. “Por isso usamos para o melhoramento do animal características auxiliares ou indicadoras, a exemplo da conversão alimentar. Existe uma correlação muito grande entre emissão de metano e eficiência alimentar. Quanto mais eficiente é o animal ao usar aquele alimento, menor a quantidade de gases do efeito estufa que ele emite. Então podemos fazer a seleção para que esse animal ganhe eficiência alimentar e, consequentemente, seja reduzida a emissão de metano.

Dr. José Eduardo Portela Santos explanou sobre os desafios no manejo de vacas leiteiras em período de transição

Desafios no período de transição

O médico-veterinário José Eduardo Portela Santos explanou sobre os desafios no manejo de vacas leiteiras em período de transição. Este período é geralmente o intervalo entre os 30 dias antes e os 30 dias depois do parto. Um momento crucial para a vaca, que precisa se recuperar da lactação anterior e estar preparada para um novo ciclo produtivo.

O professor detalha que esse é o momento de maior risco de doenças em bovinos leiteiros. “A maioria das doenças que acometem as vacas leiteiras acaba se concentrando entre as primeiras quatro e oito semanas de lactação. São doenças que afetam aspectos como o trato reprodutivo, gastrointestinal, glândula mamária e o casco.”

Na avaliação de José, é neste período que o produtor deve investir mais, por ser uma fase de maior risco para o animal. “Esse é o período onde a vaca mais responde e é o momento que acaba determinando o restante da lactação. O sucesso nesta fase representa o sucesso no restante da lactação. Em contrapartida, falhas e erros vão representar um efeito residual enorme na lactação deste animal. Deste modo, os bons produtores acabam gastando mais esforços neste final de gestação e começo da lactação do que no resto da lactação como um todo, para evitar complicações.”

Outro fator importante é evitar que o animal chegue a este período com um escore de condição corporal exagerado, pois o excesso de gordura nas vacas leiteiras antes do parto faz com que elas tenham menos apetite e aumenta o risco de adoecimento no início da lactação. “Do ponto de vista de aspectos críticos, eu diria que é fundamental ter atenção com manejo e condição corporal do animal, combatendo o estresse por calor, além de oferecer um ambiente seco, limpo e adequado”, concluiu.

Distúrbios metabólicos

Mortes precoces, má reprodução e dificuldade na produção de leite são algumas das consequências de doenças metabólicas em bovinos. Após apresentar a importância dos cuidados com o rebanho, o professor da Universidade da Flórida, Dr. José Eduardo Portela Santos ministrou a palestra “distúrbios metabólicos: o que está em jogo?”, finalizando a programação científica do 12º SBSBL.

Segundo o especialista, o alto índice de morbidade é um grande problema de vacas em início de lactação. “As estatísticas apontam que 30% a 35% das vacas são diagnosticadas com alguma doença com três semanas pós-parto. São doenças como hipocalcemia, hipercetonemia e deslocamento de abomaso, altos índices que precisam ser analisados para encontrarmos os motivos, mas principalmente definir ações para prevenir e solucionar esses problemas”, afirmou.

Algumas ações podem ser formuladas para reduzir o risco dessas doenças, entre elas, Dr. José citou a necessidade de evitar ingestão excessiva de calorias e oferecer quantidades adequadas de FDN de forragem e FDN fisicamente efetivo. “É extremamente importante atender as necessidades calóricas da vaca em pré-parto. Para isso é feito um cálculo específico mediante softwares que fornecem os dados”. O professor reforçou também que cada programa oferece dados diferentes e que os exemplos de dietas apresentadas na palestra tinham base nos valores do NASEM Dairy.

“Precisamos estar atentos às medidas preventivas para garantir a segurança do rebanho. Vacas com hipocalcemia, hipercetonemia ou deslocamento de abomaso tendem a ter maior risco de deixar o rebanho prematuramente. Já com o cuidado, prevenção, podem sobreviver mais tempo, com um descarte racional, se reproduzirem melhor e produzirem mais leite”, concluiu.

Sobre O 12º SBSBL

Promovido anualmente pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), o 12º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) aconteceu de terça-feira (7) a quinta-feira (9), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Neste ano, o evento contou com novidades. Além da 7º Brasil Sul Milk Fair e do 2º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte, o 1º Simpósio Catarinense de Pecuária de Leite à Base de Pasto promovido pela Epagri, também integrou a programação científica do SBSBL. Bem como, o evento estreou a Fazenda do Futuro, realizado pelo Nucleovet e Ecossistema de Inovação de Chapecó, com apoio do Pollen Parque, Deatec/Acate e Sebrae-SC.

Fonte: Assessoria Nucleovet

Notícias

Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

Publicado em

em

Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

Publicado em

em

Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

Publicado em

em

Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.