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Palestra enfoca as mudanças climáticas e a pecuária
De acordo com a pesquisadora, todas as atividades agropecuárias estão buscando por uma maior sustentabilidade nos sistemas de produção, com desafios sociais, econômicos e ambientais
A pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Cristina Genro proferiu palestra sobre Pecuária e as Mudanças Climáticas, no dia 15, dentro da programação da 109ª Expofeira de Bagé. Na apresentação, que encerrou o ciclo de palestra do evento e foi realizada tanto de forma presencial como transmitida pelas redes sociais, a pesquisadora relatou as pesquisas realizadas para o monitoramento da emissão de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária no bioma Pampa, bem como recomendações para a mitigação na emissão desses gases pela atividade.
De acordo com a pesquisadora, todas as atividades agropecuárias estão buscando por uma maior sustentabilidade nos sistemas de produção, com desafios sociais, econômicos e ambientais. Em relação às questões ambientais, a emissão de gases de efeito estufa é um problema que preocupa os pecuaristas, uma vez que a atividade é colocada como uma das responsáveis pelas mudanças climáticas. “Há um certo exagero no papel da pecuária nesse processo, especialmente quando olhamos a atividade no Brasil e mais especificamente no bioma Pampa. Dentro das informações sobre esse papel, muitas vezes temos outros interesses, principalmente comerciais, uma vez que a nossa pecuária é muito competitiva em preços”.
Porém, segundo Cristina Genro, é possível mitigar a emissão de GEE pela pecuária brasileira, especialmente pelo manejo nas propriedades. “Pesquisas mostraram que com um manejo correto das pastagens e dos animais é possível alcançar um balanço negativo do carbono. Ou seja, a atividade consegue capturar mais carbono e estocar no solo em maior quantidade do que emite na natureza”. De acordo com a pesquisadora, medidas até simples como o controle da altura das pastagens contribui de forma muito positiva para alcançar esse objetivo. Para a grande maioria de espécies de forrageiras utilizadas na Região Sul a Embrapa tem estudos que indicam a altura ideal para a entrada e saída de animais nas pastagens, garantindo assim um processo que leva a uma maior estocagem que permite mitigar a emissão dos GEE. “Pastagens bem manejadas podem ser um grande sumidouro de carbono”.
A adoção de outras tecnologias também pode contribuir para uma produção mais sustentável na pecuária em relação às mudanças climáticas. Entre elas a pesquisadora destacou a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), um sistema que proporciona maior sustentabilidade utilizando em um mesmo espaço culturas agrícolas, animais e componentes arbóreos. Cristina Genro também falou sobre a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul, o Pasto sobre Pasto, que tem como base não deixar o chamado vazio forrageiro nos períodos entre as estações do ano, utilizando diferentes espécies de forrageiras com ciclos e características complementares de produção. “Além da questão ambiental, essa tecnologia também propicia um maior ganho de peso animal. Com isso é possível abater o animal em menos tempo, contribuindo para a redução na emissão de GEE”.
Além disso, a pesquisadora apontou também que o uso de leguminosas nas pastagens pode contribuir no processo de mitigação, uma vez que essas plantas deixam no solo nitrogênio, possibilitando a diminuição do uso de fertilizantes químicos, que é um dos emissores de GEE. Nesse sentido, Genro salientou o programa de melhoramento de forrageiras da Embrapa, que já disponibilizou para os produtores diferentes cultivares, principalmente de leguminosas, mas também de gramíneas, que possibilitam um planejamento forrageiro e maior eficiência nos sistemas de produção. Outra ação apontada pela pesquisadora é o uso de suplementos alimentares, utilizando produtos presentes na região, como os restos dos processos de produção da vitivinicultura e da olivicultura. “Na Embrapa estamos iniciando estudos para recomendar formulações utilizando esses produtos, garantindo uma nutrição de qualidade para os animais e com custos mais reduzidos”.
Notícias Defesa agropecuária
Governo antecipa vacinação nos últimos cinco estados em busca do reconhecimento de território livre de febre aftosa sem vacinação
Meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
O Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), no dia 15 de abril, enviou aos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, o Ofício Circular nº 28/2024 antecipando a campanha de vacinação contra febre aftosa para o mês de abril, com a meta de conclusão até o dia 30, sem possibilidade de prorrogação.
A decisão foi tomada pelo Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, após reunião com a equipe gestora do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE-PNEFA) e avaliação das condições técnicas.
A expectativa é que a antecipação da vacinação juntamente com a realização das demais ações descritas no PE-PNEFA resultem em avanço sanitário, colaborando para o reconhecimento do território brasileiro como livre de febre aftosa sem vacinação.
Para realizar a transição de status sanitário, os estados e o Distrito Federal precisam atender aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
Além dos cinco estados do nordeste, também vacinam pela última vez até o dia 30 de abril, as unidades da Federação da Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, Sergipe e parte do estado do Amazonas.
As vacinas devem ser adquiridas nas revendas autorizadas e mantidas entre 2°C e 8°C, desde a aquisição até o momento da utilização – incluindo o transporte e a aplicação, já na fazenda. Devem ser usadas agulhas novas para aplicação da dose de 2 mL na tábua do pescoço de cada animal, preferindo as horas mais frescas do dia, para fazer a contenção adequada dos animais e a aplicação da vacina.
Além de vacinar o rebanho, o produtor deve também declarar ao órgão de defesa sanitária animal de seu estado. A declaração de vacinação deve ser realizada nos prazos estipulados pelo serviço veterinário estadual.
Em caso de dúvidas, a orientação é buscar esclarecimentos junto ao órgão executor de defesa sanitária animal de seu estado.
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Carne bovina e milho são destaques na exportação brasileira
Os principais compradores do produto brasileiro são China, Estados Unidos, Chile, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos.
Carvão, brasa e carne, essa combinação é querida entre os brasileiros, principalmente no almoço de domingo, e até mesmo uns legumes assados como o milho. Como forma de celebrar estes ingredientes que estão presentes na mesa da população, nesta quarta-feira (24) é comemorado o Dia Internacional do Milho, Dia do Boi e do Churrasco.
A data objetiva solenizar a agropecuária brasileira, já que o país é um dos principais produtores e exportadores do mundo. “O Brasil é esse grande produtor de alimentos graças nossa agropecuária forte, geradora de renda e oportunidade”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
No que se refere a carne bovina, um dos setores produtivos mais importantes da economia nacional, o Brasil é o segundo maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI).
Já em relação ao ranking de países exportadores, o Brasil está em 1º lugar com relação comercial com 159 países. Somente no ano passado, foram exportados cerca de 2,536 milhões de toneladas de carne bovina in natura e processada.
Os principais compradores do produto brasileiro são China, Estados Unidos, Chile, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos.
Para o ano de 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que a expectativa é de aumento na produção com 10 milhões de toneladas. Destes, 6,6 milhões de toneladas serão destinados ao mercado interno e 3,5 milhões de toneladas devem ser exportadas.
Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, o desempenho reflete a qualidade superior dos produtos brasileiros. “As exportações são uma importante fonte de receita, contribuindo para o fortalecimento da economia, a geração de emprego e renda, e a sustentabilidade do setor agrícola”, afirma.
Outro ponto de destaque é a abertura de novos mercados. desde o início do ano passado, foram abertos mercados de carne bovina para México e República Dominicana, além de carne bovina enlatada para o Japão e carne bovina processada para Singapura.
Dia Internacional do Milho
Do cozinho a refogado, ele pode virar pamonha ou curau. A diversidade do milho é grande e está sempre presente na mesa dos brasileiros devido também ao seu valor nutricional, rico em fibras e bioativos. Também é usado para a produção de bioetanol, silagem, entre outros.
Conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há diversos tipos de milhos cultivados no Brasil. É o segundo grãos mais produzido no país. Desde a década de 1976/77 houve um crescimento de 88,8% de área plantada e de 585% da produção, em relação à safra 2022/23.
O milho é a principal cultura cultivada na segunda safra brasileira, segundo a Conab. A expectativa de produção estimada é de 110,9 milhões de toneladas no total. Sendo 23,3 milhões de toneladas de colheita na primeira e 85,6 na segunda safra. Os principais estados produtores são Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná. Para o consumo interno a projeção é em torno de 84 milhões de toneladas.
As exportações do grão em 2023 passaram de mais de US$ 13,4 bilhões. E até março deste ano já foram exportados mais de US$1,6 bilhões. De acordo com a SCRI o Brasil é o maior exportador do mundo e o terceiro maior produtor.
Em 2023, mais de 120 países importaram milho brasileiro, sendo os principais: China, Japão, Coréia do Sul, Irã e Taiwan.
Segundo o secretário Perosa, o sucesso das exportações de milho e carne bovina demonstra a robustez e a força da economia agrícola. “No último ano, alcançamos a liderança mundial na exportação de milho e mantivemos posições de destaque em carnes bovinas”, ressalta ele.
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Presidente da Sociedade Rural Brasileira apresenta demandas do agro ao ministro da Agricultura
Entre as pautas discutidas, o novo Plano Safra que será lançado em junho deste ano, o seguro rural e as medidas que auxiliam os produtores rurais que foram afetados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu na terça-feira (22), em Brasília (DF), o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sérgio Bortolozzo, e representantes. A SRB é uma associação de produtores rurais que trabalha, desde 1919, na representação política em defesa do setor agropecuário para o desenvolvimento do Brasil.
Entre as pautas discutidas, o novo Plano Safra que será lançado em junho deste ano, o seguro rural e as medidas que auxiliam os produtores rurais que foram afetados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas. “Estamos trabalhando com muitas estratégias para um Plano Safra cada vez mais eficiente e maior que nos anos anteriores. Vamos elaborar medidas muito bem planejadas para continuar auxiliando os produtores brasileiros”, destacou o ministro Fávaro.
O secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller; o secretário adjunto de Defesa Agropecuária, Allan Alvarenga; e o presidente da Datagro, Plinio Nastari também estavam presentes.
Plano Safra 2023/24
O desembolso do crédito rural do plano safra atual, no período de julho/2023 até março/2024, chegou a R$ 319,2 bilhões, um aumento de 14% em relação a igual período da safra passada.
Até o momento, o total do desembolso corresponde a 73% do montante que foi programado para a atual safra para todos os produtores, que é de R$ 435,8 bilhões.
Na agropecuária empresarial (médios e grandes produtores rurais), a aplicação do crédito rural atingiu R$ 273,5 bilhões de julho a março, correspondendo a uma alta de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse valor significa 75% do total programado pelo governo, de R$ 364,2 bilhões.