Bovinos / Grãos / Máquinas
Palestra de abertura do 14º SBSBL destaca uso da IA no atendimento técnico
Economista Alexandre Weimer provoca reflexão sobre o papel da inteligência artificial na rotina do campo e mostra como transformar dados em resultados.

Considerado um dos maiores eventos técnico-científicos do setor no país, o 14º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) teve início na noite de terça-feira (14), em Chapecó, com uma palestra instigadora sobre inovação e tecnologia. O economista e especialista em estratégia empresarial Alexandre Weimerfoi o responsável por conduzir a abertura oficial, com o tema “Mais Tempo, Mais Resultados: Como a IA pode apoiar a rotina do Atendimento Técnico”.
Promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e pela Epagri, o evento acontece no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes e reúne, ao longo de três dias, profissionais, produtores e representantes da cadeia produtiva em um dos encontros mais relevantes da pecuária leiteira nacional.

Economista e especialista em estratégia empresarial Alexandre Weimer
Reconhecido por sua atuação como empreendedor e estrategista, Weimer iniciou sua apresentação com uma provocação. “A primeira coisa que nós faremos é incomodar. Antes de aprender, é preciso criar consciência, e antes da consciência vem o incômodo. O meu papel aqui é esse: provocar uma reflexão sobre o que realmente é a inteligência artificial e para que ela serve, porque estamos diante de uma verdadeira revolução”, afirmou.
O palestrante destacou que, diferente de outras tecnologias que surgem e desaparecem, a IA veio para transformar a rotina profissional, inclusive na agricultura. “Muitas pessoas ainda veem a Inteligência Artificial como apenas mais uma tecnologia entre tantas, mas ela é uma revolução. E, como toda revolução, vai mudar tudo: as carreiras, os negócios e a forma como produzimos conhecimento. Se não entendermos a essência dos dados, da informação e da forma como ela é armazenada, corremos o risco de nos tornarmos reféns dessa tecnologia”, alertou.
Durante a palestra, Alexandre compartilhou exemplos práticos sobre o uso da IA no dia a dia, enfatizando que sem dados, não há inteligência artificial. “As informações singulares, que pertencem à empresa, são o ponto de partida. Faturamento, clientes, produtos, histórico de resultados: tudo isso é dado. Para que a IA trabalhe a favor do negócio, é preciso compreender e valorizar essas informações”, explicou.
Além de discutir a importância dos dados, o palestrante abordou a escolha das ferramentas mais adequadas para cada realidade empresarial. “Existem inúmeras inteligências artificiais: ChatGPT, Perplexity, Manus, entre outras. O desafio é entender qual delas se encaixa melhor no seu negócio. O meu objetivo foi mostrar como analisá-las e aplicá-las de forma estratégica, para que cada profissional consiga escolher a IA que realmente faz sentido para suas necessidades”, detalhou.
Alexandre também compartilhou sua experiência pessoal com o uso da tecnologia em sua rotina. “Atualmente uso sete inteligências artificiais todos os dias. Por exemplo, o ChatGPT e o Perplexity eu utilizo em conjunto pela manhã, durante minhas análises de mercado, fazendo com que elas ‘conversem’ entre si para gerar resultados mais completos. Eu não uso a IA para fazer por mim, eu uso para somar. Continuo estudando, aprimorando minhas habilidades e fazendo com que a tecnologia potencialize o meu raciocínio”, frisou.

Segundo ele, o segredo está em usar a IA como ferramenta de reflexão e aprimoramento, e não apenas como um meio para respostas prontas. “Meus assistentes de IA são provocativos. Eles não apenas respondem, mas me questionam, isso me faz pensar de forma mais profunda sobre as decisões que tomo. É assim que a inteligência artificial passa a somar de verdade ao nosso trabalho. Sem dados a IA não é nada, guarde o máximo de informações que você coneguir”, salientou.
Ao abordar o papel da Inteligência Artificial nas relações comerciais, Weimer pontuou que a tecnologia jamais substituirá a sensibilidade e o contexto humano nas interações. “Vendedores estratégicos precisam entender que, para se destacar da IA, é a relação humana que faz a diferença. Em um cenário de sobrecarga de ligações e mensagens de WhatsApp, o contexto e a empatia são o verdadeiro diferencial”.
Ele reforçou ainda que o propósito das vendas vai muito além do produto. “O que realmente vendemos? Cada pessoa compra a partir da sua própria singularidade. No fim das contas, o que vocês oferecem é produtividade e rentabilidade. E se vocês não falarem sobre o produto final, alguém vai falar por vocês”, provocou o palestrante.
Solenidade de abertura
Antecedente à palestra de Alexandre Weimer, a cerimônia de abertura da 14ª edição do Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite reuniu autoridades e lideranças do setor. Em seu pronunciamento durante a abertura do evento, o presidente do Nucleovet, Tiago José Mores, mencionou sobre a importância do Simpósio e o papel de Chapecó como polo de conhecimento e inovação na pecuária leiteira.
“Nada disso seria possível sem a presença dos patrocinadores, palestrantes e participantes. Quem apoia o evento apoia o conhecimento, fortalece a pesquisa e promove a evolução da cadeia do leite. O Brasil produz mais de 32 bilhões de litros por ano, um alimento essencial, fonte de renda e orgulho nacional. Enfrentamos oscilações de preços e a concorrência das importações, mas o produtor de leite não desiste, ele se reinventa, melhora e acredita”, enfatizou.

Presidente do Nucleovet, Tiago José Mores: “Nada disso seria possível sem a presença dos patrocinadores, palestrantes e participantes. Quem apoia o evento apoia o conhecimento, fortalece a pesquisa e promove a evolução da cadeia do leite”
Mores ressaltou ainda que o SBSBL tem o propósito de ser uma ponte entre a ciência e o campo, aproximando teoria e prática em um ambiente de aprendizado e troca de experiências. “Cada palestra realizada aqui é um passo a mais rumo à evolução e ao desenvolvimento da pecuária brasileira. A programação foi cuidadosamente pensada para abordar temas como sanidade, gestão, sustentabilidade, bem-estar animal e eficiência. O leite é um símbolo do trabalho brasileiro e, que este Simpósio seja um marco de aprendizado e fortalecimento para toda a cadeia leiteira”, completou.
O vice-prefeito de Chapecó, Valmor Scolari, também acrescentou o impacto do evento para o município e para o setor produtivo. “Chapecó é uma cidade que respira acima da média quando o assunto são eventos, e o SBSBL já está consolidado aqui. Somos grandes parceiros do Nucleovet para que possamos proporcionar aos chapecoenses e aos visitantes o melhor que nossa cidade tem a oferecer”.
Ação social
Tradicionalmente, o Nucleovet promove ações sociais em seus eventos. Nesta edição do Simpósio, o lucro arrecadado com a NúcleoStore – loja de artigos personalizados –, será doado à APAE Chapecó. Durante o evento, os participantes que adquirirem camisetas, canecas, meias, bótons e mousepads com estampas lúdicas do setor contribuirão com a instituição.

Tradicionalmente, o Nucleovet promove ações sociais em seus eventos. Nesta edição do Simpósio, todo o lucro arrecadado com a NúcleoStore será doado à APAE Chapecó
Com a missão de promover e articular ações de defesa de direitos e prevenção, orientações, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária, a APAE Chapecó atende pessoas com atraso global do desenvolvimento, deficiência intelectual e/ou múltipla e transtorno do espectro autista.
Atualmente, conta com 372 matriculados nas áreas de educação, assistência social e saúde, em todos os ciclos de vida. O matriculado de menor idade tem seis meses e o mais velho 86 anos. Em seus mais de 53 anos de existência, a instituição já atendeu 1.730 pessoas.
Para representar a APAE Chapecó, o vice-presidente Odilon Villa Dias, e as médicas veterinárias associadas ao Nucleovet Claudia Moita dos Santos e Vanessa Basquerote, participaram da solenidade e incentivaram os participantes a contribuir com essa causa.
Programação Geral
14º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite
9º Brasil Sul Milk Fair
2º Simpósio Catarinense de Pecuária de Leite à Base de Pasto
Quarta-feira (15)
14h00 – Como Ser Eficiente na Atividade Leiteira?
Palestrante: Dr. Wagner Beskow
15h00 – Mercado de Lácteos
Palestrante: Dr. Glauco Carvalho
16h10 – Milk Break
16h40 – Maximizando o Aproveitamento da Proteína: da Dieta à Produção
Palestrante: Dra. Marina Danés
18h00 – Happy Hour na Milk Fair
Quinta-feira (16)
Painel Aditivos
8h00 – Além do Efeito Ruminal: o Papel dos Tamponantes e Alcalinizantes
Palestrante: Dr. Marcos Neves
9h00 – Ionóforos e Sua Contribuição na Dieta de Vacas Em Lactação
Palestrante: Euler Rabelo
10h10 – Milk Break
10h40 – Uso de Eubióticos na Pecuária Leiteira: Performance e Saúde Animal
Palestrante: Jill Davidson
11h40 – Mesa-redonda
12h10 – Encerramento e Sorteio de Brindes

Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
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Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste
Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.
A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago
O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.
Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.
As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.
“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.
Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.
Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.
Encontro produtivo para o futuro do setor
Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.
Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação
O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.
O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “
Representação
Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi; o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep; o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.
Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa
Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima
Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).
O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.
Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.
Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.
Agrometeorologia e planejamento do produtor
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.
Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.
Rastreabilidade e sanidade animal
O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.
A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.
Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.



