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Suínos / Peixes

Palatabilizantes geram imprinting sensorial e melhoram desempenho de porcas e seus leitões

O termo imprinting refere-se a uma aprendizagem biológica irreversível que o animal tem logo após o nascimento, identificando-se com a matriz e com o ambiente e aprendendo por meio de observação e imitação. O leitão usa, para isso, seus sentidos, como visão, olfato.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Oito palestras sobre experiências nutricionais na suinocultura dos Estados Unidos, Europa e América Latina nortearam os debates do segundo dia do Pork Nutrition Congress & Networking 2022, evento híbrido com foco do desenvolvimento da nutrição animal, transmitido a partir de Foz do Iguaçu, PR, em português, inglês e espanhol. O objetivo foi apresentar um panorama global das novas estratégias que ajudam a melhorar a eficiência nas várias fases do processo produtivo, como nutrição de matrizes e de animais em creche.

Professor e pesquisador Bruno Silva, em sua palestra sobre imprinting sensorial e os vínculos para melhorar o desempenho das matrizes e suas progênies, no PorK Nutrition 2022 – Foto: Giuliano De Luca/OP Rural

O zootecnista doutor em Bioclimatologia Animal e Nutrição de Suínos, professor e pesquisador em Nutrição e Produção Suína e Adaptação Ambiental na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bruno Silva, fez uma palestra destacando a importância aos imprintings sensoriais e os vínculos para melhorar o desempenho das matrizes e suas progênies.

O termo imprinting refere-se a uma aprendizagem biológica irreversível que o animal tem logo após o nascimento, identificando-se com a matriz e com o ambiente e aprendendo por meio de observação e imitação. O leitão usa, para isso, seus sentidos, como visão, olfato. “É possível potencializar esse conceito, sabendo reconhecer os comportamentos dos animais, cheiros, ter um bom programa nutricional das fêmeas, levando em consideração vários aspectos, por exemplo saber que a fêmea não para de crescer até o quarto ciclo, diferir fêmeas jovens e fêmeas adultas, compreender a dinâmica do catabolismo lactacional. É preciso potencializar o consumo das porcas de alta produção”, destacou. “Existem períodos críticos da vida em que esse tipo de estimulo é necessário para o desenvolvimento normal do animal e a maternidade é um deles. É onde o leitão deve aprender onde comer, beber, defecar e urinar”, destacou Silva.

O pesquisador lembrou que os suínos reconhecem os sabores doce, salgado, umami e azedo e que os suínos têm 10 vezes mais neurônios sensoriais de paladar do que o homem. “Entender que existe essa resposta sensorial é muito importante”. Em outras palavras, usar uma ração de qualidade, que seja gostosa e cheirosa, ajuda muito para induzir um imprinting sensorial.

O uso de palatabilizantes é uma alternativa para tornar as rações mais agradáveis, tanto para porcas quanto para leitões, sugere o pesquisador. “Depende da associação de odor e sabor para saber se o suíno aceita ou não o alimento. Se ele não quiser, esquece, vai passar fome e não vai comer, principalmente os leitões. A questão é: estamos fazendo ração para o dono da granja ou para o suíno? Ela pode ter cheiro bom, se não tiver gosto bom, o animal não come. Um estudo mostrou que porca a comeu 22% a mais com palatabilizante. Se estimulo o consumo, o animal come mais e produz mais. Aditivos têm impacto de repulsa ao consumo, são amargos. A gente entende a importância deles para a mantença da maturação intestinal, mas tem um rebote negativo de consumo”, destacou, afirmando que estudos nessa área estão sendo conduzidos.

Deixar o leitão comer a ração da porca e adequar os espaços na baia são formas de imprinting sensorial. “Leitões que recebem o mesmo imprinting sensorial da mãe apresentam maior consumo de ração. É a transmissão vertical de sabores. É importante deixar o leitão comer a ração da porca, a localização do comedouro é importante. É o imprinting comportamental. O comedouro do leitão tem que estar ao lado do comedouro da porca, isso melhora a resposta do ponto de vista comportamental, ele vai se alimentar mais. Se você colocar o comedouro atrás (da baia), o suíno faz uma relação com urina e fezes”, exemplificou o estudioso, lembrando ainda que “a fonte de calor tem que estar próxima da comida na creche”.

O pesquisador lembrou ainda a importância de estimular a memória na quinta semana, quando muda a ração dos animais.

Água

De acordo com o professor Bruno Silva, o imprinting pode acontecert por meio do uso de palatabilizantes na água. Ele destacou estudos que apontam que animais bebem mais com determinados palatabilizantes. Se bem mais, comem mais.

“Um estudo com uso de palatabilizante na água que era o mesmo da ração dos animais. Houve aumento no consumo de água, consequentemente aumentou o comportamento alimentar. Em um momento os animais ficaram sem o palatabilizante. Quando retornamos com ele, os animais “se atracaram no bebedouro”, expôs.

Fica a dica

  • Alimentar os suínos com uma dieta equilibrada e altamente palatável é essencial para um ótimo desempenho de crescimento e eficiência de produção
  • Ingredientes de sabor amargo podem levar os suínos a ter uma menor aceitação alimentar e, por sua vez, diminuir o consumo de ração e comprometer o desempenho animal
  • Os suínos mostram preferência por determinados sabores quando podem escolher
  • O conceito de imprinting é um mecanismo eficiente para melhorar a ingestão voluntária de ração por porcas e preparar os leitões para fases desafiadoras como o desmame e a primeira semana pós-desmame
  • O aprimoramento do sabor ou do olfato através do uso de sabores pode ajudar melhorar a palatabilidade das dietas e, consequentemente, a ingestão de ração.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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