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“Outros países usam estratégia ambiental como fator protecionista”, avalia assessor do Mapa

A questão das queimadas na Amazônia e o desmatamento ilegal é a bola da vez que concorrentes estão utilizando para atacar o agronegócio nacional

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Arquivo/OP Rural

Produzir com qualidade e sustentabilidade, em uma quantia considerável, mas sem precisar ocupar um grande espaço tem suas consequências. O Brasil é hoje um dos maiores produtores de alimentos do mundo e cada vez mais vem conquistando mercados. Isso pode incomodar alguns concorrentes, que não estão gostando desse protagonismo verde e amarelo, podendo então utilizar de alguns pretextos para tentar manchar a imagem do Brasil no mercado internacional. A questão das queimadas na Amazônia e o desmatamento ilegal é a bola da vez que concorrentes estão utilizando para atacar o agronegócio nacional.

 Para se ter uma ideia, nos últimos 40 anos a agropecuária brasileira aumentou sua produtividade em 380%, enquanto a área foi somente 30%. “Aqui temos um claro indício de que a nossa produção e produtividade crescem cada vez mais. Se tivéssemos mantido a produção como acontecia nos anos 1980, estimamos que mais de 120 milhões de hectares deveriam ter sido abertos para produção. A medida que aumentamos a nossa produtividade, reduzimos a necessidade de abertura de novas áreas”, explica o assessor de Assuntos Socioambientais no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), João Francisco Adrien Fernandes.

Estes resultados, segundo Fernandes, são decorrentes de toda a tecnologia que o produtor brasileiro utiliza. “O Brasil tem estas tecnologias que chamamos de agricultura tropical brasileira. Nós desenvolvemos uma agricultura adaptada aos trópicos. Assim, temos de fato uma agricultura tropical, que cresce em produtividade. Desenvolvemos tecnologias como a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e a Integração Lavoura Pecuária (ILP) que contribuíram para que o Brasil de fato consiga aumentar a produção, produzir mais na mesma área, sem a necessidade de demandar novos espaços. O Brasil é um dos poucos países do mundo que consegue fazer isso”, afirma.

De acordo com o assessor, esta alta produtividade faz que o Brasil ganhe um destaque em âmbito internacional, fazendo com que receba críticas de concorrentes que não conseguem fazer o mesmo. “Entendemos que boa parte destas críticas ao setor vem dessa preocupação que a nossa agropecuária de fato é muito competitiva. Acho que os outros países usam essa estratégia ambiental como um fator protecionista. Temos que tomar cuidado com isso para que essas questões ambientais não venham a ser utilizadas como um termo de proteção, temos que ficar bastante atentos a isso”, alerta.

Fernandes comenta que no âmbito internacional a questão de o Brasil produzir bastante em um espaço menor de área com sustentabilidade acaba comprometendo outros países na questão de competitividade. “Nós temos feito um trabalho também em termos de comunicação, mostrando que o Brasil e os países consumidores tem muito a ganhar com uma parceria, porque nós podemos suprir o mundo com alimentos de qualidade, seguros, saudáveis e sustentáveis. Mostramos que a ideia de boicotar os produtos brasileiros certamente não é a melhor solução”, conta.

O assessor comenta que as comercializações brasileiras não foram afetadas diretamente, mas tem gerado questionamentos. “Nós somos constantemente questionados a respeitos da nossa sustentabilidade. Então temos que de fato tomar cuidado para que isso não venha de fato a ser utilizado contra nós. Mesmo assim, temos respondido constantemente perguntas de outros países que querem saber se estamos desmatando, ou seja, o questionamento está ocorrendo, mas nós conseguimos responder muito bem. Nós estamos bem cientes da situação, combatendo a ilegalidade, implementando o Código Florestal e separando o joio do trigo, ou seja, o desmatamento legal do ilegal”, afirma.

Brasil é exemplo

De acordo com Fernandes, o Brasil possui uma das legislações mais rígidas e amplas em termos de preservação ambiental, que é o Código Florestal. “Temos a responsabilidade de respeitar, com as regras mais rígidas do mundo e temos avançado muito nessa agenda”, diz. Ele explica que o Mapa tem como desafio o fomento da agricultura às boas práticas agropecuárias, que são com grandes fatores de sustentabilidade. “Temos a agricultura tropical brasileira, que se torna cada vez mais intensiva e sustentável”, comenta.

O assessor informa que entre as responsabilidades do Mapa estão o Plano ABC, de baixa emissão de carbono, e a sustentabilidade. “Temos a competência de fomentar isso, e os resultados têm sido muito positivos”, revela. Segundo ele, nos últimos 10 anos do Plano ABC foram melhorados aproximadamente 35 milhões de hectares. “Ou seja, áreas degradas que passaram a ser áreas de melhor qualidade. Com isso reduzimos a emissão, que melhora a qualidade do solo e assim reduz a necessidade de abertura de novas áreas”, conta. “Nós temos um setor que consegue produzir alimento de forma competitiva e sustentável”, complementa.

Um grande problema que ocorre na região da Amazônia, segundo Fernandes, é o fato da questão fundiária. “A falta da regularização fundiária é um problema para aquela região. Por isso, não conseguimos saber exatamente quem está ocupando aquela região, e assim fazer a lei se aplicar em algumas situações”, expõe. Para ele, isso é um bom indicativo da importância da regularização fundiária e titulação de terras daquele local. “Isso não foi feito no passado e agora estamos com essa questão da regularização fundiária, em que temos uma situação de ilegalidade naquela região. Portanto, fazendo isso, conseguimos separar o que é legal do que é ilegal”, afirma.

Fernandes reitera que é importante deixar claro que essa situação de irregularidade é totalmente minoritária e muito localizada. “Vemos que mais de 90% dos produtores produzem de acordo com a lei. É importante defender que a grande maioria dos produtores rurais brasileiros estão de acordo com a legislação”, expõe. “Essas críticas (externas) não convêm. Vemos pessoas querendo colocar todo mundo no “mesmo balaio”, mas temos que separar, caso contrário não vamos conseguir combater a ilegalidade, punir os infratores e dar benefícios da lei para aqueles que fazem a atividade de forma legalizada”, acentua.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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