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Avicultura Consumo de proteína animal

Osler Desouzart afirma que frango não perde mais posição de carne mais consumida no mundo

Para o especialista, a guerra na Ucrânia vai encarecer os preços dos alimentos, mas o consumo de proteína animal, encabeçado pelo frango, só vai aumentar nas próximas décadas. Polêmico, por vezes irônico, mas sempre cirúrgico, Osler faz uma ampla reflexão sobre o setor de carnes. Confira!

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Osler Desouzart, um dos grandes palestrantes do agronegócio brasileiro - Foto: Divulgação

O Presente Rural conversou com Osler Desouzart, que palestrou sobre o cenário de carnes no mundo durante o Simpósio Brasil Sul de Avicultura, realizado em abril na cidade de Chapecó (SC). Osler é membro da Diretoria Consultiva do World Agricultural Forum, membro da equipe do The Sustainable Food Laboratory e CEO da OD Consulting. Para ele, a guerra na Ucrânia vai encarecer os preços dos alimentos, mas o consumo de proteína animal, encabeçado pelo frango, só vai aumentar nas próximas décadas. Polêmico, por vezes irônico, mas sempre cirúrgico, Osler faz uma ampla reflexão sobre o setor de carnes.

O Presente Rural – Fale sobre o atual mercado das carnes no mundo e como o senhor avalia esse cenário?

Osler Desouzart O agronegócio foi dos poucos setores que no meio dos lockdowns não deixou de fazer sua parte. Não faltou comida e as exportações da agropecuária brasileira cresceram. Além da pandemia, e a inevitável recessão econômica gerada pelos lockdowns, enfrentamos um outro tsunami – a FSA na China em agosto de 2018 – maior produtor e consumidor mundial de carne suína – de onde se expandiu para a Ásia e daí para a Europa.

A FSA na China obrigou ao sacrifício de cerca de 174 milhões de cabeças de um rebanho de 447 milhões. Isso gerou um déficit de 10 milhões de toneladas no abastecimento chinês de carnes e o país buscou diminuir o impacto através da importação de todos os tipos de carnes, incluindo o frango e a carne bovina.

O mercado mundial de carnes virou de cabeça para baixo. Como podemos observar na tabela 1, a produção de carnes, que crescia anualmente entre 6,5 e 7 milhões de toneladas, sofre queda em 2019, tem aumento pífio em 2020 e somente em 2021 ultrapassou o volume produzido em 2018.

Tabela 1 – Elaborado por ODConsulting com base em dados de FAO. 2021. Food Outlook – Biannual Report on Global Food Markets. Food Outlook, November 2021. Rome.

Verifiquem que a diminuição de produção se centra na carne de porco, com as demais carnes crescendo sendo que a de aves consolida uma liderança que não mais perderá.

Interessante observar que o comércio internacional de carnes conhece um crescimento sem precedentes e o eixo de demanda muda para a Ásia, que nos próximos 10 anos responderá por 62% do aumento da demanda por carnes.

O Presente Rural – Qual a produção e consumo da carne bovina, suína e de aves?

Osler Desouzart – A tabela 1 dá uma dimensão da produção das principais carnes no mundo, mas o mundo come vários tipos de carnes e o gráfico 1, onde verificamos quantos países produzem algum tipo de carne para consumo.

O Presente Rural – A guerra na Ucrânia pode interferir no cenário de produção e consumo de carnes no mundo?

Osler Desouzart – Mesmo que essa guerra não evolua para nível mundial, afetará os preços de uma forma impensável. Petróleo e seus derivados escalarão picos inéditos, fretes internacionais conhecerão níveis recorde, assim como alimentos. O Brasil é o 3º maior produtor mundial de alimentos, 2º maior exportador e 4º maior consumidor. Somos autossuficientes, mas somos inteiramente dependentes da importação de fertilizantes, que representam um dos principais custos de produção até na carne.

Acrescentem a isso que Rússia é o 4º produtor e 2º maior exportador mundial de trigo. E a Ucrânia o 4º maior exportador. Breve, preparem-se para pagar mais pelo pãozinho do café da manhã, pela macarronada e pela amada pizza.

A Ucrânia é considerada a “food basket” da Europa. Prestei serviços a um grupo ucraniano por 18 meses, período em que fiz umas 10 viagens àquele país. Saindo de Kiev na direção sul as terras são negras e quando se apanha um punhado e a cheira verifica a quantidade de vida que ela embute.  A áreas planas dessas terras férteis permitem duas colheitas anuais (o inverno não é tão intenso quanto o da Rússia, mas é severo).

O país tem tradição de produzir trigo, milho, girassol e outros cereais grãos susceptíveis de serem usados em alimentação humana e animal. Com uma produção 42 MM t o país é o 6º maior produtor de milho e é o 4º maior exportador.

 

 

 

 

 

 

Em resumo, preparem-se para que o milho experimente novas altas. Petróleo, fretes nacionais e internacionais, alimentos subirão a ponto de provocar uma nova recessão econômica mundial, exatamente quando o mundo saia daquela do “fique em casa, o importante é salvar vidas, assim que 65% da população estiver vacinada a pandemia cessa, etc.” Por favor não me interpretem mal. Defendo ciência e estou com muita confiança que a 29ª dose da vacina resolverá o problema.

Breve, piores momentos para o mundo e com o peso sempre sendo arcado pelos menos favorecidos. Será que os filhos do Putin tinham que armar essa excreta justamente agora?

O candidato Ciro Gomes falou que a recente visita oficial do Bolsonaro à Rússia não passava de turismo. Talvez alguém possa informar a essa excelência que o Brasil – país potência do agronegócio que ele pretende presidir – consome em média 40 milhões de toneladas de fertilizantes, dos quais 85% são importados, sendo que a Rússia foi responsável por 22% de todo o fertilizantes importados pelo Brasil.

As figuras abaixo foram gentilmente cedidas por um dos papas em termos de fertilizantes, Paulo Junior, amigo e diretor da Timac Agro, no evento MT Beef, onde apresentamos conferências.

 

Citarei o professor Delfim Netto ao dizer que à luz desses dados e fatos “até os cegos bem-intencionados” conseguem ver a importância da Rússia para o agronegócio brasileiro. Em 11 de março, enquanto trabalhava nessa resposta, o governo, quando a Ministra Tereza Agricultura (como é bom ter na pasta da Agricultura alguém do ramo) e o Ministro Paulo Guedes anunciaram o Plano Nacional de Fertilizantes.

Como podem bem ver aquela excelência, palavra mui similar a excrescência, não conseguiu ver, mesmo não sendo cego, o que deixa a hipótese de não estar bem-intencionado.

O Presente Rural – A inflação no mundo causada pela pandemia e outros fatores pode interferir no consumo de carnes no Brasil e no mundo?

Osler Desouzart – Para desespero e horror dos novos evangelistas escreverei uma blasfêmia: + renda = + carnes.  Esse afirmação é válida até que a renda do indivíduo alcance o equivalente a US$ 54 por dia, o que em geral reduz os gastos de alimentação para menos de 20% do orçamento das despesas domésticas. A partir de então o indivíduo fica susceptível a comer conceitos.

Estudo dados de 204 países e tal ocorre em pelo menos 202 desses países. Mais dinheiro no bolso representa mais produtos de origem animal na dieta, principalmente carnes. Permitam-me que eu embase essa afirmação com dois slides de uma conferência que fiz em janeiro deste ano em Atlanta, no evento La Cumbre Latinoamericana de Avicultura – IPPE, organizado pelo USPoultry.

E perdoem-me que não busque as versões em português, pois tenho vários clientes querendo me crucificar com trabalhos “para ontem”. E aos novos evangelistas que pregam que o mundo caminha para comer menos carnes, pergunto: em qual mundo? Pois no que conheço mais renda é igual a mais carne na dieta. O aumento da ingesta de calorias a nível mundial tem como vetor do crescimento os produtos de origem animal e não os de origem de vegetal.

Ilustro como exemplo do Planeta China minha afirmação e poderiam trazer uma centena de exemplos semelhantes.

Isso exposto, não poderia ser diferente com a recessão provocada pela inépcia do dilmanomics (2015 e 2016) e pelos lockdowns em 2019 e 2020. E quando começamos a ver a luz do túnel em 2021 aparecem os filhos do Putin para lançar o mundo em uma nova e grave recessão.

O Presente Rural – Qual a tendência para o consumo de carnes no mundo e qual o papel do frango nesse contexto?

Osler Desouzart – Fácil. Vai crescer e seguirá crescendo, com a carne de frango ocupando uma liderança que não perderá mais. A razão é simples – a carne de frango é a que exige menos recursos naturais para sua produção, principalmente água e terra arável.

O Presente Rural – Em relação aos produtores, quais são seus desafios atuais e quais devem ser seus desafios futuros?

Osler Desouzart – Sobreviver e melhor logrará aquele que “caçar em manada e defender-se em manada”. Numa atividade em que não dominas 65% dos teus custos (grãos) a possibilidade de sobreviver como independente é quase nula. A manada moderna são as cooperativas, as empresas integradoras e as produções sob contrato. Aprendam a aprender e tragam aliados para sua trincheira. Num mundo global não dá mais para bancar o super-herói e lutar sozinho. Teus aliados são teus fornecedores que querem teu crescimento para que também eles possam crescer, assim como tua cooperativa, a agroindústria e teu contratante.

O Presente Rural – Ainda em relação aos produtores, quais são as oportunidades para o futuro?

Osler Desouzart – Fui contratado há muitos anos por uma empresa norte-americana de investimentos. Um de seus executivos disse que as empresas de carnes tinham um lucro operacional de 3% ou (eles adoram essa abreviatura) um ebitda de 9 a 13%. Em seguida me mostrou seu telefone celular e disse que aquele segmento apresentava ebitda duas a três vezes maiores. Pediu-me então um único argumento que justificasse investir em empresas de carnes. Pedi-lhe para ver seu telefone que naturalmente devia ser um Iphone moderníssimo. Não sei qual, pois como eles lançam um a cada 11 meses não consigo distinguir um do outro. Sou um primata que usa o celular para falar no telefone, enviar SMS, ver e-mails, mas por favor não me enviem estudos para serem lidos naquela telinha liliputiana e nem que eu responda usando aquele teclado menor ainda.

Fingi examinar o telefone com atenção e em seguida perguntei: Você acha que ainda se usará celulares em 2050? E respondeu que seguramente não. E aí comentei que “em 2050 as pessoas continuariam comendo carnes”? Respondeu-me que sim. Calei-me, pois, uma coisa que aprendi é que se lograste a venda, fique em silêncio ou acabas comprando de volta.

Aos produtores digo: vocês estão no negócio certo e no país certo para esse tipo de negócio. Sobrevivam, pois de tempos em tempos ele permite que se lave a égua.

O Presente Rural – O agronegócio está cada vez mais digital, usando tecnologia para produzir mais e melhor. Nesse cenário, para onde os produtores de carne devem mirar?

Osler Desouzart – Para frente. Aquela conversa do eu sempre fiz assim já provocou o fechamento de muita gente. Adoto o socrático “Sei que não sei” e me permito inclusive complementar que sei que o que sei não é suficiente. O que determina o futuro é a capacidade de cada um saber mais que seu concorrente e aplicar o conhecimento mais rápido que ele.

O Presente Rural – Fale a respeito do status sanitário para a produção de carnes e situe os principais produtores mundiais e o Brasil neste contexto.

Osler Desouzart – Fiz uma conferência recentemente sobre esse assunto, onde pediam-me que discutisse a questão: regulação global, regional e nacional, status sanitário etc.:  aplicabilidade ou restrição? Argumentei que há vários tipos de exigências.

1.    Autênticas, traduzindo a evolução das demandas dos consumidores ou valores de sustentabilidade;

2.    Sanitária, visando garantir a integridade da saúde dos rebanhos em uma realidade de mercado global que inclui a rua onde você mora;

3.    Pseudo-sanitário, formas de protecionismo vestidas com a pureza branca da defesa da saúde dos rebanhos ou dos consumidores;

4.    Restrições, consagrando o princípio secular eternamente novo de que “quem pode fazer mais, chora menos”.

A América Latina, capitaneada pelo Brasil, vem ganhando espaço na oferta global de carne de frango, deslocando sobretudo a Europa, que dominou o mercado internacional até a década de 1990. É óbvio que não estão felizes. Somos uma potência do agronegócio situada num país que não conta internacionalmente. Porque fazer concessões ao Brasil se não ameaçamos ninguém, se respeitamos o acordo de não proliferação de armas nucleares, se não invadimos ninguém e nos comportamos? Tenho uma colega que diz com muita razão: só te respeitam na proporção do mal que podes causar. Porque dar doces ao menino comportado já que ele se comporta? A todos, concessões; ao Brasil, acusações e restrições.

As exigências mudam, principalmente quando já foram cumpridas: livre de antibióticos (b.), livre de OGM (d.), ética (???), e a atual, em pleno vigor, a nobre defesa do meio ambiente.

Como sabem, o culpado da situação climática são os bovinos e o Brasil, já que a Europa está fazendo a sua parte, apesar de gerar sua energia a partir de matérias primas altamente poluentes, como o carvão. Por falar nisso, o preço internacional do carvão subiu desde que o Putin se colocou no papel de salvar a Ucrânia da nazificação, já que como Hitler, o presidente ucraniano invade seus vizinhos em guerras de conquista, não respeita tratados, faz ameaças se não fizerem o que ele quer, outras típicas de um ditador nazista e mente horrores como… Ia citar um mentiroso maior no Brasil, mas não consegui pensar em nenhum, pois aqui tem gente mais honesta que Jesus Cristo.

O Presente Rural – Veganismo, vegetarianismo, flexitarianismo, carne de laboratório, carne vegetal, entre outras situações. Como isso interfere no mercado mundial de carnes?

Osler Desouzart – Os “ismos” são os novos evangelistas, com um toque de Inquisição Espanhola. Não se conformam em comer suas alfaces e nos deixar comer nossos churrascos em paz. Querem que o mundo se conforme democraticamente ao que pensam.

A coisa que mais adoro é quando citam números. Num debate ouvi, “18% dos brasileiros são vegetarianos”. Imediatamente pedi a palavra e fingindo olhar um tablet disse: “há um erro na sua planilha que o fez chegar aos 18%. O resultado real é 12,6%”. Continuou e interrompi de novo: “perdão, mas encontrei novo erro na planilha, e o resultados é agora de um dígito”. Infelizmente ele não caiu na armadilha de dizer que os valores que citava não vinham de uma planilha.

Há um estudo que estima o número de “ativistas alimentares” em 3%. Esse percentual faz com que não sejam uma tendência maior. Não são o leito do rio principal que é o “mais renda igual a mais consumo de carnes”. São um pequeno afluente desse rio, assim como a dieta a base de insetos e outras coisitas mais.

A foto abaixo tirada num supermercado de país rico (+US$ 54/dia) durante um período de desabastecimento mostra o inegável êxito desses “ismos”.

Fontes alternativas em prateleira de supermercado durante desabastecimento de proteína animal – Foto: Arquivo/Divulgação

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

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Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
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Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Avicultura

Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
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