Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas

Os riscos do uso das sementes de trigo salvas

Publicado em

em

O plantio de trigo está começando no Rio Grande do Sul e os agricultores 
precisam tomar providências para buscar uma colheita satisfatória. A estimativa da 
Emater/RS para essa safra é de redução de quase 20% da área plantada, porém com 
expectativa de melhor rendimento por hectare. Para garantir uma boa lucratividade, 
especialistas orientam quanto aos riscos do uso de sementes salvas, especialmente 
após um ano de alta incidência de giberela. 
Em visitas realizadas pela equipe comercial da Biotrigo no interior do Rio 
Grande do Sul, foi identificado que existe uma elevada taxa de sementes salvas e, em 
muitos casos, de origem ilegal. O Supervisor Comercial do RS e SC da Biotrigo Genética, 
Tiago De Pauli, alerta que o uso destas sementes sem procedência pode comprometer 
o potencial de rendimento nessa safra. “Geralmente essas sementes não passam pelo 
processo de classificação e análise de qualidade – germinação e patologia. O que 
observamos nas visitas é que muitos agricultores vão utilizar sementes com até 50% de 
germinação e baixíssimo vigor, devido a baixa qualidade de grão produzida na última 
safra. Muito agricultores visualizam as sementes como grande custo na produção e, 
por isso, acabam tentando cortar custos na semeadura do trigo. No entanto, este tipo 
de visão termina sendo o barato que sai caro”, esclarece De Pauli. 
O professor da Faculdade de Agronomia da UPF (Universidade de Passo Fundo) 
e Doutor em Fitopatologia, Carlos Alberto Forcelini, reforça o alerta. Segundo ele, pela 
pior sanidade neste ano, o risco de falhas no estabelecimento, necessidade de 
ressemeadura e mau desenvolvimento das plantas é enorme. “Para começar com o pé 
direito e evitar riscos desnecessários é importante utilizar sementes de qualidade e 
boa procedência, produzidas e armazenadas com manejo adequado”, orienta. Na 
semente, a presença de Fusarium graminearum, oriundo da giberela, afeta sua 
formação, germinação, vigor e sanidade. “Esse fungo é muito agressivo à planta jovem 
do trigo e, como sua incidência é de até 100% em algumas amostras, o uso de 
sementes salvas pelos produtores representa alto risco, com a certeza de que haverá 
problemas no estabelecimento da cultura”, complementa. 
 
E por que os riscos são maiores em 2015? 
Entre os fungos que infectam a semente de trigo, Fusarium graminearum é o 
que mais afeta o estabelecimento da cultura, provocando morte da planta jovem e 
podridão de raízes nas adultas. Com base em amostras analisadas na UPF, a incidência 
média de Fusarium subiu de 13,8% em 2014 para até 100% em 2015. “Isso tem a ver 
com alta ocorrência da giberela na safra passada. Por isso a atenção com a 
procedência e qualidade da semente, assim como em relação ao tratamento, é fator 
decisivo na safra 2015”, alerta. 
Fungos de armazenamento 
Outro fato que difere e chama a atenção neste ano é a grande incidência de 
fungos de armazenamento (Penicillium e Aspergillus) nas amostras analisadas logo 
após a colheita do trigo. “Estes fungos são assim chamados (de armazenamento) por 
que sua incidência aumenta durante o período de estocagem, se esta não for realizada 
adequadamente. Aqui está outra grande ameaça da semente salva, pois haverá maior 
ocorrência de podridões de sementes por conta destes fungos”, comenta Forcelini. 
Descartes 
Num ano difícil como este para a produção gaúcha, os melhores sementeiros 
descartaram no beneficiamento grande parte da semente bruta recebida para poder 
obter um produto de qualidade confiável. O sementeiro, Pedro Gilberto Bertagnoli, 
sócio-proprietário da Sementes e Cabanha Butiá, de Passo Fundo, relata que o clima 
propício para o ataque da giberela, com muita chuva e temperaturas elevadas, foi um 
grande problema para a cultura de cereais em 2014. “O descarte no beneficiamento 
para a semente este ano foi muito grande. Tivemos vários materiais que a quebra para 
beneficiamento da semente chegou a 40% da semente recebida. Este cenário foi bem 
diferente da safra de 2013, onde os grãos colhidos eram de excelente qualidade, 
vindos da lavoura com PH acima de 80”, explica. Segundo Bertagnoli, sem maquinário 
especializado que separa a semente boa da ruim, não há como produzir boa semente 
num ano como 2014. Ele acrescenta ainda que as sementes disponíveis nesta safra 
terão um peso menor, por isso a área de plantio deve ser ampliada. “É preciso cuidar 
muito da semente que vai ser plantada nesta safra, monitorando a incidência de 
fungos através de análises, buscando ter uma colheita nos moldes da que foi em 
2013”, aconselha. 
Tratamento 
A ocorrência de Fusarium e fungos de armazenamento, geralmente podem ser 
controlados por fungicidas do grupo químico Benzimidazol. Já o controle dos fungos 
causadores de manchas foliares pode ser realizado por fungicidas Triazóis ou 
Iprodiona. “O tratamento de sementes deverá incluir misturas de fungicidas 
(benzimidazol + triazol, ou benzimidazol + iprodiona), além de inseticidas para 
proteção da planta frente a insetos de solo, pulgões e percevejos. Para estes últimos, 
são indicados os inseticidas neonicotinóides”, recomenda Forcelini. 
Análise de sanidade das sementes 
Há vários laboratórios credenciados que realizam a análise de sanidade das 
sementes. “Ela é importante para identificar os fungos presentes na semente e sua 
quantidade, o que é a base para definição do tratamento a ser utilizado em cada lote”, 
complementa Forcelini. 
Recomendações para safra 2015 
* Adquirir semente por sua qualidade, mais que por seu preço. Há grande diferença 
entre lotes disponíveis no mercado – compare! 
* Dar atenção ao tratamento da semente com produtos que possam, efetivamente, 
auxiliar a controlar giberela e outros fungos presentes no lote de semente adquirida. 
* Não arriscar com semente salva – nem pensar em semente pirata. 
 
Classificação de sementes: 
Semente salva – é aquela que o agricultor salva em sua propriedade para seu próximo 
plantio. Normalmente tem menor qualidade e, portanto, exige mais quilos por hectare 
devido a qualidade desuniforme e duvidosa. Além de gerar custo (pelo maior volume 
utilizado), gera incerteza da população a ser estabelecida que cada vez é mais 
importante para obtenção de produtividades elevadas. O custo desta semente é 
habitualmente subestimado ao se achar que é “de graça”. O grão guardado tem custo, 
seu cuidado também, mas o maior custo é a perda que se pode ter já no início da 
próxima safra devido a um estabelecimento aquém do ideal. 
“Semente” pirata – (também conhecida como bolsa ou saco branco) – é aquela 
produzida sem o devido rigor técnico e legal (respeitando Lei de Sementes e Lei de 
Proteção de Cultivares) e a qual é oferecida à venda para terceiros. Tanto a produção 
quanto a venda desta semente são atos ilegais, passíveis de severas multas e processo 
pelo Ministério da Agricultura bem como pela Justiça comum. As vezes, a ideia de 
economizar alguns centavos por quilograma leva o agricultor desavisado a comprar 
este tipo de semente. Além de ilegal, este ato é imoral (lesa terceiros) e prejudica o 
próprio agricultor de várias forma. Dentre elas estão o desestímulo à pesquisa de 
novas cultivares e ao setor sementeiro que garante produção de semente de 
qualidade, o risco de introduzir doenças e pragas em sua lavoura, a falta de garantia de 
qualidade ao comprar produto ilegal, além de estar estimulando atividades ilegais que 
de uma forma ou outra, estimulam a criminalidade e impunidade que tanto nos 
incomoda como cidadãos! 
Sementes Certificada (Básica, C1 e C2), S1 e S2 – com maior ou menor rigor, todas 
estas categorias cumprem com todos aspectos técnicos e legais previstos para garantir 
um estabelecimento ótimo das lavouras, bem como a saúde dos setores de pesquisa e 
produção de semente. Somente nestas há pagamento de royalties àqueles que 
levaram anos para desenvolver novas cultivares que são o motor das inovações na 
lavoura. Olhando para dentro da propriedade, sementes produzidas e beneficiadas 
com rigor, produzem emergência mais uniforme, sadia e segura, o que é cada vez mais 
importante para a obtenção das produtividades necessárias para a lucratividade.

Fonte: Biotrigo

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

Publicado em

em

Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

Publicado em

em

Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.